terça-feira, dezembro 21

...E a criança que andava numa TPM infantil from hell até hoje de manhã, de repente, mudou de humor, comeu direito e está me cobrindo de beijos...
Estraaaaaaaaaaanho...

Nunca faça hoje...

O dia foi muito bem sucedido.
Criança de férias, companheira de bate perna, um calor infernal no Rio de Janeiro e todas as tarefas cumpridas à perfeição: clínica, almoço com pai + irmãos, compra do último presente de natal, trabalho, e-mails, jantar pronto.
Sento-me na sala para jantar.
Lei e Ordem na tela da tv.
Meus olhos, porém, não conseguiram fixar foco na trama de assassinatos e sacanagens que os humanos cometem todos os dias... Vagaram pela mesa, pelo banco, pela estante, pela varanda...
De tarde eu já tinha começado a sentir um comichão pela Grande Faxina.
Lavei meus pinguins de geladeira na esperança de que isso servisse de engodo ao comichão.
Não serviu.
Os olhos foram registrando e mandando para o cérebro todas as tarefas de limpeza, arrumação e embelezamento do barraco que preciso executar urgentemente.
O comichão está se transformando em Comichão.
Mas hoje foi um dia bem sucedido, a coluna dói e está um calor de rachar.
Resolvi terminar um livro.
Coisa que também não faço há muito tempo.

quinta-feira, dezembro 9

...Enquanto isso em Gothan City...

"Mãe, beijo na boca é nojento?"

Uhmmmmm...
Sim, o interesse começa a aparecer e com ele as perguntas - Aquelas que as mães temem, suam frio, e que, aparecem sempre nas horas mais inesperadas e impróprias.
Passado o susto, ponderei.
Essa é uma questão que tem duas respostas.
Por um lado, se a gente levar em conta a quantidade de bactérias que existem dentro de uma boca e que cuspir e lamber as pessoas aleatoriamente são práticas categorizadas como nojentas, então beijo na boca é nojento, sim, uma vez que o que você faz é trocar saliva com um outro indivíduo.
Por outro lado, quando você quer uma pessoa e existe um sentimento, por mais fugaz que ele seja, beijar aquela pessoa é algo semelhante ao paraíso. Parafraseando George Michael, "Heaven is a kiss and a smile".
Assim sendo, assim expliquei - não com estas palavras, mas a idéia era essa.

"Você beijava na boca aquele seu namorado, né mãe?"

Sim, eu beijava... Mal sabe ela dos beijos da mãe...
"Beijei seu pai, inclusive."
"VOCÊ BEIJOU MEU PAI?!?" - absolutamente espantada com a surrealidade da afirmativa.

É, nessa próxima etapa a gente ainda não chegou...
Ainda não faz o menor sentido que a mãe tenha beijado algum dia o pai e que o resultado disso tenha sido ela.
Graças a Deus, porque eu ainda preciso de mais uns dois anos pra poder responder essa aí...

quarta-feira, dezembro 8

Hoje eu fiz...

...Pela primeira vez desde que me lembro.
A primeira vez que eu realizei, foi numa peça de teatro. Nunca achei que um dia fosse fazer.
Mas hoje estava eu lá...
Foi um dia punk pauleira.
Têm sido semanas punk pauleira - Joãozinho Podre perde feio.
Metade do dia trabalhei chorando, o pensamento no despertador tocando às 4 e meia da manhã e no pouco tempo que eu ia ter para dormir, um cansaço inominável e imensurável da vida e tudo que a cerca, atravessando a rua num passo rapidinho, eis que...
...Eu tenho cara de Guia Michelin, então, uma senhora me pára e pergunta por uma rua - isso acontece pelo menos uma vez por dia quando eu resolvo ir à rua - eu respondo:
- Blablablablabla, tem uma rua, a senhora não entra...
Pronto! Tava eu fazendo.
Sem querer, me saio com a coisa de "tem uma escada, a senhora não sobe", espalhei a minha confusão em direção ao domínio alheio.

A minha confusão anda cheia de percepções, cansada e confusa.
As percepções variam desde o nível genético - como a aceitação de que não importa que roupa eu use, sempre vai aparecer a alça do sutiã - a cansada vai desde a extrema infelicidade de estar lendo 3 livros ao mesmo tempo e não conseguir terminar nenhum, conjugada com a falta, falta, falta de tempo e a derrota de uma mãe que não resiste ao poder de um filho quando ele quer brigar com ela; o confuso abrage não poder postar um "hoje pensei em você", visto que a frase atingiria mais de uma pessoa, ainda que nenhuma delas seja a pessoa em que eu havia pensado no momento. Um pensa em mim, um não pensa, outro eu não sei, nenhum deles me dá futuro e aquele em quem eu pensei, nem sei por que ainda penso, se me causa tanta dor.

Hoje eu queria postar letras de músicas românticas nos outros lugares, queria uma porrada de outras coisas.
Tomei 3 cervejas, me despedi de quem devia, vou tomar fôlego e ir dormir o pouco que ainda posso.
Hoje não existiu felicidade.
Mas 2010 não foi feito de felicidades, muito pelo contrário.
Eu acabei com ele, mas ele não acabou comigo.

Amanhã outro avião.
Eu volto.
E na escada, não desço.

terça-feira, novembro 30

Bingo!

"Tenha cuidado, Renata, entre os dias 30/11 (Hoje) e 17/12, com um certo sentimento de menos-valia e com pensamentos e atitudes que lhe levam a diminuir sua auto-estima, pois nesta fase o Sol estará se opondo à Vênus do seu mapa de nascimento. Este não é um trânsito particularmente forte, mas pode estar relacionado com uma tendência a enveredar por caminhos de autocrítica excessiva, com você se colocando em situações e circunstâncias em que sentirá inadequação ou desvalorização pessoal. Reconhecendo esta tendência antecipadamente, você pode evitar se expôr. Não permita que os outros lhe diminuam, mas saiba conscientemente que se alguém faz isso, é porque você se coloca em posição de permitir tal coisa!E, mais especificamente entre os dias 30/10 e 09/12, a Vênus em trânsito também estará afligindo o seu Sol natal, Renata, reforçando mais ainda esta predisposição a se colocar em situação de rebaixamento. Outra possibilidade para este período envolve o risco de você se envolver em problemas que são de uma futilidade sem igual, ou seja, dedicar energia e bobagens. Procure avaliar criticamente para onde você direciona a sua atenção, Renata!"



(Eu ando lacônica, eu sei)

sexta-feira, novembro 26

Remake

Eu pedi.
Eu chamei.
Quase implorei - porque, felizmente eu já passei dessa fase, então fica tudo só aqui dentro da minha insana cabecinha.
Depois ele vai reclamar.
O deja vu é sinistramente sinistro e eu sinto cheiro de coisas não muito boas no ar.
Mas, eu já me enganei uma vez este mês.
Além de insana, a cabecinha está ficando confusa, fazendo nó de escoteiro.

Odeio remake.

Só Freud mesmo pra explicar por que diabos continuo fazendo.

Senta e chora

"Sol e Lua entram em ângulo harmônico entre os dias 26/11 (Hoje) e 28/11, Renata, agindo diretamente sobre as casas 10 (Sol) e 6 (Lua), o que favorece muito todas as questões práticas do seu dia-a-dia. Você se perceberá com muito mais organização por estes dias, conseguindo dar uma ordem às questões que lhe são caras e importantes. Estes são dias em que a responsabilidade chama, e você precisa dar ouvidos a estes chamados. Procure se dedicar aos seus afazeres importantes, deixando as questões românticas ou de lazer um pouco de lado por estes dias. Por várias razões, o astral está lhe dirigindo para o trabalho e a produção, seja profissional, seja estudantil."

quarta-feira, novembro 24

Hoje...

...Tudo que eu quero é agarrar meu bebê e ficar com ela junto de mim...

Ontem começou.
Primeiro, ela virou pra mim e disse que quando eu morresse ela ia poder fazer tudo o que ela quisesse - por que eu não quis deixar ela brincar no pátio do colégio debaixo de chuva.
Depois me chamou de bruxa - por que eu não quis deixar ela dormir na minha cama.

O pau comeu.

Minha mãe quando soube riu de se acabar.
Ela também já passou por isso.
Eu sei, assumo e tenho muita vergonha.

São momentos inevitáveis da vida.

Então hoje, lendo as notícias - que andam tão ruins - bateu aquele aperto no peito.
Bateu a vontade de ter ela aqui, protegida e criança e linda e sem saber das agruras do Mundo, debaixo da minha asa.
E não sair mais.
Só ficar aqui.
Com ela.
Esperando tudo de ruim passar e esperando só as boas coisas que ainda hão de vir.

terça-feira, novembro 23

Eu tenho...

Uma bolha no dedo mindinho do pé, um roxo na coxa esquerda, um nariz arranhado, um monte de roupa limpa pra guardar, louça pra lavar, trabalho pra terminar, jantar pra fazer, seriado pra ver, livro pra terminar, projeto pra escrever, que passar no mercado e 4 fantasias pra costurar.

Hoje eu trocava meu sirviço de casa, minhas ideologias e crenças pessoais facinho, facinho por um trabalho dentro de um escritório de verdade.

E o pior é que eu nem posso parafrasear o amigo que brada no MSN : "Compro horas extras pro meu dia", porque eu nem ando podendo comprar nada...

sábado, novembro 6

...E tudo o que eu queria hoje era um mísero torpedinho...
*aiai*

quinta-feira, novembro 4

Tá.
O homem-que-conserta-a-máquina não me deu cano.
Ele só chegou uma hora e meia atrasado.
E a máquina fez a vergonha de funcionar normalmente - o que configurou um desperdício absurdo de recursos, visto que eu tive que pagar a visita.
Segundo a minha mãe, a máquina estava com saudades dele e eu deveria contratar ele para vir visitar pelo menos uma vez por mês.
E ainda por cima tomei um cano do homem-que-conserta-a-máquina, que fez o favor de quebrar cheia de água e roupas dentro de novo - o que significa que terei que encarar o tanque antes que as roupas no balde apodreçam.
Um retrocesso essa coisa de lavar roupa no tanque.
Em pleno século XXI é o absurdo dos absurdos e eu faço chorando - literalmente.
E amanhã ainda tem dedetização.
Minha casa é equipada com um mecanismo ectoplásmico que desintegra as pobres baratas que fizeram a besteira de resolver vir dar uma voltinha aqui pelo meu barraco. Tipo assim, em 3 anos, apareceram 3. As duas últimas euzinha mesma afoguei em veneno. A pegadinha é que depois voltei pra buscar o cadáver e não havia cadáver algum! Elas simplesmente desaparecem.
Mesmo assim, o prédio está passando por um momento de, digamos, volta à vida depois de um longo período em coma. Parte da reabilitação é envenenar e exterminar a população de ratos e baratas que pode, e creio eu vive, lá do lado de fora.
Logo, se eu não fizer também, a possibilidade de êxodo em direção ao meu quase imaculado santuário é enorme.
Então, faremos.
Pruma pessoa que já estava arruinada por conta da micareta de aniversário filial (que, aliás, será assunto de outro post), duas despesas desta magnitude numa semana são de sentar e chorar (ainda mais quando existe a chance de... uhmmmm... coisas... no fim de semana). E eu choraria de bom grado, não fosse meu potinho cheio de moedinhas de prontidão para um assalto e o sono, o sono, o enorme sono.
Ainda não se pode dormir nesta casa.
A reabilitação parece ter tomado conta de todas as pessoas do mundo e continua caindo como uma pedra sobre a minha cansada cabeça. Me sinto como o coiote do papa léguas, que fica caindo do precipício, caindo do precipício... Cada vez que eu acho que vou conseguir dormir um pouco além das 7 da manhã, vem um peão qualquer e bate uma marreta no teto como se não houvesse amanhã ou bota alguma máquina que corta ou lava ou encera qualquer coisa para funcionar.
Minha sanidade mental está indo para a casa do c$#alho.
Ando pensando seriamente em fazer uma abordagem digna dos outro moradores aqui do The Bramford e convencê-la a fazer uma espécie de Semana Nacional Sem Obras.

E já que estamos...

...postando freneticamente...

É hoje!


Tomara que eu consiga não dormir no meio...
(Não por ser chato, mas por estar sendo um dia.)

Não me sai da cabeça hoje...

"Sempre precisei de um pouco de atenção

Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto
E desses dias tão estranhos
Fica a poeira se escondendo pelos cantos.
Este é o nosso mundo
O que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos:
Os assassinos estão livres, nós não estamos

Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.

Vamos lá tudo bem - eu só quero me divertir
esquecer, dessa noite ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas possam se encontrar.

(...)
Não sou perfeito
Eu não esqueço
A riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo, eu, homem feito
Tive medo e não consegui dormir

Vamos sair - mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas.
Vamos lá tudo bem - eu só quero me divertir
esquecer, dessa noite ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim, não tenho pena de ninguém. "

(E nem é uma das minhas favoritas... Porém, pertinente.)

Senhora

Não consigo me lembrar.
Faz alguns dias, tento me lembrar em que momento específico eu me transformei numa "senhora".
A lembrança mais antiga vem de um festival de rock, onde eu já tinha lá meus 27, 28 e um rapazinho de seus 17,18 vendia os refrigerantes superfaturados.
Mas não sei se foi a primeira vez.
Só o que eu sei é que hoje, eu sou uma "senhora".
Ontem, andando na rua, numa caminhada de pouco mais de dez minutos, a alcunha surgiu duas vezes ao longo do caminho.
Ela vem de um porteiro, de um transeunte desconhecido, de uma mãe com uma criança, da atendente do telemarketing, da caixa do mercado, do jornaleiro...
Vem sem permissão nenhuma, uma vez que a "senhora" aqui passa a maior parte de seu tempo não sentindo a idade que já tem.
A "senhora" entende que é um sinal de educação e respeito - segundo algumas correntes bastante deturpado, mas este não é o assunto aqui - e fica imaginando se a nova alcunha vem junto com o pacote de responsabilidades sociais que ela tem que cumprir e seguir todos os dias, já há algum tempo e até morrer ou ficar senil - o que vier primeiro.
A "senhora" entende, mas não lembra; a alcunha agora faz parte do que ela é, da pessoa dela.
Andando nas ruas todos os dias, me lembro de um livro que minha filha leu este ano, que conta a história de uma menina que sai para passear com a tia. A tia é distraída e no meio do caminho, ao invés de dar a mão à menina, dá a mão para um macaco de realejo durante o passeio, recuperando a menina ao final e sem nem perceber que havia feito alguma troca.
Lembro do livro porque quando andamos na rua, nossas mãos se pegam automaticamente; mesmo não havendo rua a atravessar, mesmo não havendo obstáculo, nada. Elas simplesmente vão se pegando e se dando e se namorando ao longo dos nossos caminhos, sejam eles quais forem.
Em muitas dessas vezes, nós sequer nos olhamos ou estamos conversando.
São as mãos. Sozinhas. Que se pegam.
E daí que eu imagino o que aconteceria se um dia minha mão pegasse uma outra mão que não a dela. Se ela pegasse outra mão que não a minha.
O medo dessa situação é o tipo de coisa que me transforma em uma "senhora".
Garotinhas não precisam se preocupar com mãos enamoradas - ou a perda delas.
À noite, todos os dias, lembro da prateleira branca da sala, onde enfileiro metodicamente, de acordo com a data de vencimento, cada uma das 8 contas que tenho que pagar mensalmente (outras 4 não me mandam boletos) e faço contas. Contas frenéticas e furiosas.
Que não deixam a minha cabeça descansar ao longo de todo o dia seguinte, e a noite, e o dia...
Garotinhas não precisam se preocupar com contas a pagar.
Semanas sim, semanas não, dias sim, dias não, vem aquela angústia no peito quando penso em tudo que preciso estudar, quando faço planos acadêmicos. Hora é angústia, hora é fome. Mas os planos não param, não descansam.
A vontade que eu tenho agora de estudar incessantemente só dá em "senhoras".
Que dizer do coração - que quer um outro tipo de amor e já não tem paciência para o que antes era satisfatório - do corpo - que já não tem a mesma elasticidade e resistência aos prazeres mundanos e alcóolicos da vida - dos desejos - tão diferentes!
Coisas de "senhora".
E na maior parte do tempo é realmente assim.
Na maior parte dos dias, minha casa é meu programa predileto e beber uma cerveja em frente à tv um prazer imenso.
Mas tem dias...
Dias em que eu me pergunto...
Dias em que não me sinto como uma "senhora".
Não sinto nada disso e meus anos diminuem pela metade.
Em que quero sair, dançar, beijar, rir, perder a consciência e a conseqüência.
Dias em que eu tento me lembrar e não consigo, em como fui me transformar nesta jovem senhora.

sexta-feira, outubro 29

"Sexta, 29 de outubro de 2010



O amor pode estar bem perto, mas ainda não se manifestará, pois algumas questões precisam ser limpas dentro de seu coração. Em poucas semanas você sente mais movimento no setor. Tenha paciência. "

Acho uma injustiça do capeta me chamar de impaciente...

quarta-feira, outubro 27

Meu bebê fez 6 anos hoje

Uhu!
Muito detonada pra escrever algo que realmente valha a pena ler e escrever.
Mas, uhu!
Mais um ano!
Passa rápido, é incrível, eu tenho muita sorte e agradeço a Deus (ou a entidade de sua escolha) todos os dias por ela, assim, pura, simples, ela.
Mas aniversário de filho sodomiza - especialmente quando você é mãe solteira e ainda tem uma etapa 2 pela frente daqui há 3 dias. Estou exausta até os ossos e marquei drenagem praticamente de madrugada, então depois eu louvo mais minha já não tão pequena filha...

terça-feira, outubro 26

Sábado, 30/10 nascer e pôr-do-sol: 6h09 19h04 manhã tarde noite 36ºC21ºC 0mm 0% E 11km/h 81% 37% Sol com algumas nuvens. Não chove.

segunda-feira, outubro 25

domingo, outubro 24

Conto da Carochinha

"Domingo, 24 de outubro de 2010


Uma fase como esta deve ser vivida até o ultimo minuto. Alegrias e prazeres trazidos pelo sol, mercúrio, venus e marte em escorpião amenizam a dor de perdas passadas e devolvem a esperança em relação a amores futuros."

Sim, eu continuo lendo religiosamente o horóscopo.

sábado, outubro 23

O Meu Silêncio

Eu gosto muito da minha casa.
Inclusive por que ela parece uma casa de fato.
Mas, nos últimos meses, o que acontece fora da minha da minha casa anda perturbando tanto a ordem natural das coisas, que, às vezes, eu tenho que sair da minha casa para poder ter um pouco de paz.
Primeiro foi a obra da vizinha.
Uma obra interminável, coitada.
Começou em abril, se eu não me engano, e ainda está correndo.
Era tanta pancada de martelo, máquinas barulhentas trabalhando sem dó, que teve um dia em que uma outra vizinha ficou aos berros de "eu não aguento maaaaaaaaais!!!" aqui do lado.
Ninguém aguenta.
Só que agora não tem mais quebra quebra.
Assim que terminaram de quebrar lá, o prédio do lado começou a quebrar alguma coisa.
E vieram mais dias de barulho.
Assim que o prédio terminou de quebrar sei lá o quê, alguém, que eu não sei quem - se CEG, se Light, quem - começou a abrir um fosso na rua de trás com britadeiras.
Uma experiência nada agradável se você fica em casa durante as tardes, tentando trabalhar ouvindo coisas.
Teve um dia que as britadeiras assassinaram o asfalto até às 23hs.
E, quando eu pensava que meu martírio sonoro estava perto do fim, que o silêncio que me é direito se aproximava a passos largos, que poderia desfrutar da quentura e do conforto da minha cama num sábado, eis que acordo com um zumbido alto, alto: resolveram lavar com uma mangueira de alta pressão a área de serviço do prédio.
Sim, eu sei que a obra da vizinha é necessária (o consolo é que depois dessa, ela só vai martelar meus miolos daqui há uns 10 anos); imagino que houvesse algo caindo no prédio ao lado; troca de fios, tubulações ou sei lá mais o quê que eles estão enfiando nas valas abertas no meio da rua, são um sinal de cuidado; lavar a área de serviço é uma coisa extraordinária, nada como um prédio habitável...
...Mas, e eu, caramba?
Que ando precisando tanto de silêncio?
Por que eu saio de casa para não ouvir os barulhos daqui, mas o que me espera lá fora é um mundo de gente, carros que buzinam, uma outra cacofonia.
O lugar do meu silêncio sempre foi dentro da minha casa.
Especialmente uma vez a cada 15 dias, quando eu tenho um silêncio meu, a ser preenchido ou não conforme meu bel prazer.
Há muitos meses, o meu silêncio me é negado.
E eu quero, desesperadamente, ele de volta.

sexta-feira, outubro 22

É bom que limpando eu me sinto feliz.
O Mundo está ficando com uma carinha mais familiar nessas duas últimas semanas.
Eu estou ficando mais feliz - apesar da histeria latente.
É confortável.
Planos para o fim de semana?
Sim.
Não posso beber - tô de castigo de novo.
Assim sendo, vou ver filme tosco na tv hoje à noite e avançar na leitura.
Marquei compromissos estéticos amanhã de manhã.
Depois, vou comer sushi.
Depois vou continuar comprometida com a estética.
Depois vou me abraçar com a vassoura, os paninhos e o x-14 - e assim pretendo permanecer.
Não é animado?

Mais Tensão Pré-Aniversário

Ontem, mais momentos de tensão pré-aniversário.
Chega uma circular do colégio dizendo que vai ter um passeio na quarta.
Micareteira que é, a criança demandou um bolo no colégio também.
Mãe que é mãe, se fode, mas a vontade da criança.
Assim sendo, tem bolo encomendado, brigadeiro (que esse ano eu não vou nem me meter a pôr a mão na massa, nem convocar alguma maiga mais prendada), saquinho de bala pra dar de brinde - eles tem mania de brinde! pode ser uma folha de papel, mas tem que ter brinde - tudo pronto e/ou encaminhado.
Aí chega a circular.
Juro que meu coração deu uma parada por alguns segundos.
Passei a mão no telefone, liguei pro colégio, expliquei minha triste situação para a coordenadora.
Ela foi um anjo e me disse que abriria uma excessão para que a gente cantasse o parabéns depois do passeio.
O problema foi resolvido, mas a tensão foi tão grande que eu tô meio baleada até agora.

Aí, hoje no jornal tá lá: chuva, chuva, chuva pra semana que vem.
Me deu pânico.
Só o que faltava é chover.
Na boa, tô pagando a festa desde junho, tô pobre pra caramba, São Pedro não pode me aprontar uma dessas!
Passei horas angustiada, tentando carregar o site do tempo que eu geralmente uso e nada.
Consegui acessar o Climatempo.
A previsão é sol e nuvens, sem chuva.
Ufa!
Eu sei que existe margem de erro, buraco na camada de ozônio, essas porras todas, mas sábado NÃO pode chover!
Não vai chover.
Eu não mereço.

quinta-feira, outubro 21

Dose de Testosterona

Há uns anos trás, mamãe se sentava fanática e religiosamente em frente à televisão para assistir The Shield.


Tinha faniquitos quando perdia e dizia que era a sua dose semanal de testosterona.
Nunca foi muito minha praia...

Hoje, sento-me eu, religiosa e fanaticamente, todos os finais de semana para a minha dose semanal de testosterona.


É. É tosco. Os efeitos especiais beiram o catastrófico. A pessoa fica com uma saudade enorme de Roma, e o Seu Moço bonito aí da foto tá dodói e vai ter que deixar de ser Spartacus.
Mas, o meu momento ápice da semana, é a eviceração alheia e os litros de sangue que espirram da tela. Fazer o quê...? Gostei da coisa. Me sinto uma espectadora ali do Coliseu mesmo.

Hoje seria um dia em que um bom episódio de perfídias e cabeças cortadas ia cair muito, muito bem.
Está sendo uma semana can-sa-ti-va.
Por minha sorte, hoje é quinta-feira: também tem seriado com sangue.


Numa escala comparativa de litragem de sangue derramado por capítulo, Dexter não se compara a um gladiador nem de longe (a história é outra coisa, outra coisa, eu sei), mas já quebra o galho da coroa sanguinolenta aqui.
É como um shot de emergência.

Tensas

Meu bebê semana que vem faz seis anos.
Caraca, seis anos!
Vou deixar as lamúrias maternas e etc para semana que vem, quando devo sentir as dores do parto.
As dores que eu estou no momento são relativas à festinha.
Cara, quanto dinheiro a gente gasta com essa coisa de festa!
Isso dói um bocado.
Depois, a pobre da criança tá um rio amazonas de ansiedade.
Só pensa e fala em festa, presente, festa, presente...
Tadinha, a última festa festa foi há três anos atrás, normal que ela fique ansiosa, mas...
Conseguiu me contaminar.
Agora quem tá um poço de ansiedade sou eu.
Que roupa eu uso?
Falta comprar toalha de mão (acredite, festa em play a gente tem que pensar no menor dos detalhes).
Tem que comprar um sapato novo pra ela.
E o cabelo? Faço escova ou não?
Que esmalte eu boto?
Faço as unhas na sexta ou no próprio sábado?
Perceberam aí? Só nessa aí, de bobeira, mais seis despesas extras.
Será que vai todo mundo?
Será que vou ter que pagar convidado extra?
Será que a comida vai estar legal?
Vai dar tudo certo?
Pronto.
Ansiedade.
Apocalipse.
Pra animar ainda mais a coisa, tô na TPM.
Imagina como não está a casa: uma histérica e uma histérica plus super luxo.
Tô começando a querer que esse raio dessa festa chegue logo pra acabar logo com isso e eu poder dormir.
Porque, sim, dormir está difícil. A pessoa aqui fica arrasada último nível, tem enchido o focinho de passiflora, passa os dias na merda, mas pra pegar no sono não tem tido sorte.
Eu sei que vai ser bom, etc,etc,etc...
A espera é que mata.

quinta-feira, outubro 14

Por essa e outras que eu sou solteira

E então ontem estávamos fazendo aquilo tudo que a gente faz todos os dias - voltando pra casa, fim do dia, eu exausta e a criança num monólogo animadíssimo e dançante pela calçada.
Por sorte, foi uma dia em que eu estava mais ou menos arrumadinha e não tão mulambenta quanto de costume.
De repente, do meu lado, num passo rápido veio um rapaz.
Trocamos um olhar igualmente rápido e...
"Oooooiii!!! Tudo bem?"
O tal rapaz, é um rapaz bem apessoado que, num passado muito, muito distante, me proporcionou momentos bastante agradáveis; e com quem eu dei para encontrar pelas ruas de novo recentemente.
Começamos uma mini conversa bobinha, aquela coisa de vamos nos encontrar e coisa e tal e, neste momento, a criança, que presta atenção em tudo e é bem mais sagaz que a encomenda, se pendura no meu braço com força e começa a berrar:
"MAMÃE É SÓ MINHA!!! SÓ MINHA!!!"
Ao que ele responde:
"Rá! Rá! Bonitinha ela!"
Beijo, tchau, te ligo, ele atravessa.
Eu viro pra ela:
"Vem cá, qual é a tua? Vive reclamando que eu não tenho namorado e aí faz um papelão desse quando aparece um cara bonito do meu lado?!?"
"Ah, desculpa, mãe..."
E riu, riu, riu...
Ah, a maternidade!

quarta-feira, outubro 13

Da gentileza

A minha filha é tão linda, tão linda!
Ontem, ela estava, mais uma vez, me contando os planos para a festinha vindoura:

"-Eu vou cortar pedaço do bolo pra todo mundo, porque eu quero ser gentil com as pessoas que forem na minha festa!"

Derreti.

Em compensação por tanto derretimento, hoje ela acordou às 6 e meia da manhã.
Eu, derretida, levantei junto.
Só que eu tinha ido dormir às 3 porque passei duas noites insones lendo uma batelada de entrevistas em veículos variados sobre pessoas que não tem a menor idéia torta de que eu estou no mundo.
Resultado, hoje, morta de sono, tentando me entender com a moça da agência de viagens (sim, outra), eu falava e ela não entendia. E eu detesto quando as pessoas não me entendem.
Vou ficando exaltada.
Saí pra dar uma volta enquanto o resto dos envolvidos se entendia por lá com ela.
Com sono, mamãe não fica nada gentil...

quarta-feira, outubro 6

Almoço em família, lanche de família, festa de criança, matrícula feita, cartão estornado, compras do mês feitas...
Yes, that sounds good.

segunda-feira, outubro 4

E nesse meio tempo eu pensei que bem que os santos lá dele podiam dizer:
"A moça é boazinha, de família, essa aí é do Bem. Cola nela, meu filho."

Pouco tempo depois, lembrei que eu sei o que eu quero e o que preciso.
Primeiro passo, sair do computador, pegar um livro e deixar isso pra lá...

Vamos deixar setembro pra lá

Queria ir pra academia, mas estou com um sono avassalador.
Domingos na casa da mamãe são ótimos. Família.
Ando precisando muito de família.
Ao vivo e à cores.
Mas, no dia seguinte, o cansaço é fenomenal.

Muito trabalho.
Se fosse, ia precisar trabalhar de noite.
Não quero trabalhar de noite.
Quero sentar aqui e ler uns textos do Bortolotto, deitar e ler o livro da Orientadora.
Voltar ao meu ritmo usual de vida.

Fim de semana pus tudo pra fora.
Fiz seção de descarrego.
No fim, além de descarregar verborragicamente tudo, tudo, tudo; uma infecção alimentar fez o favor de pôr pra fora o que mais estivesse lá dentro guardado.
Ainda rola uma fraqueza.

Mas, agora, vou deixar agostosetembronegros pra lá.
Vou ler, estudar, malhar.
Vou me blindar.
Dar reset.
Que eu tenho muito que fazer.

quarta-feira, setembro 29

O Universo anda me emputecendo muito mais do que o normal esse mês.

sexta-feira, setembro 10

Maravilha cozinha limpa!
Maravilha banheiro limpo!
Maravilha escritório limpo!
Maravilha o cheiro de limpeza impesteando o ar!

Mais dois dias, minha casa vai estar quase limpa (ando precisando de alguém que lave janelas e limpe em cima das coisas que eu não alcanço), cheirosa, linda de novo e eu nem vou mais querer sair de casa!

Tá, isso foi uma piada - a parte do ficar em casa, claro.

quinta-feira, setembro 9

Alive and Kicking

Sim, sobrevivi à viagem.
Um dia, se me der na telha eu conto.

Vou registrar só meus imensos agradecimentos ao Fernando, um senhor simpaticíssimo que percebeu que eu ia treco dentro do avião na ida e passou duas horas conversando comigo pra me distrair, especialmente quando o avião inventou de balangar e eu comecei a ficar branca feito um papel, enquanto eu ia pensando cá comigo: "eles tá tentando me distrair... e eu tô caindo...". Salvou minha ida e foi um prazer. Adoro gente inteliegente! Ainda mais quando eles resolvem me salvar de grátis.
Na volta os agradecimentos ficam por conta da TAM que serve cerveja no vôo.

Enfim, cheguei, maravilha estar de volta ao lar!
Maravilha ter boteco perto de casa que encerra entrega, mas abre excessão pra tua pizza!
Maravilha terça ter sido feriado e eu ter podido ficar estirada no sofá quase que o dia todo!
Maravilha Olívia de volta em casa zoneando o barraco!

Aí, eis que ontem...
Sabe a história da mulher que tá tão cheia de coisa dentro da cabeça que não consegue sossegar e começa a ter um comportamento um pouco compulsivo?
Então...
Procede.
Ontem, depois de reabastecer a despensa em 3 supermercados diferentes, resolvi cozinhar.
Mas não foi cozinhar um miojinho amigo, não.
Foram duas variedades de arroz, uma panela de feijão, uma carne elaborada, duas variedades de gelatina (diet e normal), um sopão, numa tarefa que levou praticamente o dia inteiro, que me fez ter o maior respeito do mundo pelo povo que cozinha no restaurante a quilo.
Foi uma espécie de transe.
Eu comecei e não conseguia parar.
Pior.
Por causa do surto, tive que quebrar uma promessa.

Aqui na minha área não existem muitas lojinhas de tranqueiras de casa 1,99, só uma.
E, há um ano atrás, eu fui lá comprar potes (rá) e tive uma briga com a grossa da gerente que me tratou como se fosse uma 171 safada, enquanto ela que estava errada. Fiquei furiosa e jurei que não comprava mais nada lá.
Por causa de um panelão de feijão e a inexistência de potinhos sobrando na casa, meti meu rabão entre as pernas, e fui até lá sorrateiramente comprar mais meia dúzia de potinhos rezando pra que a loira grossa não estivesse no recinto.

O saldo da brincadeira é um congelador superlotado, com variedades gastronômicas básicas para o resto mês.

Hoje, seria de se esperar que eu sossegasse.
Nada disso.
Até há pouco, lá estava eu me atracando com o x-14, o desengordurante e o fogão.
Maravilha fogão limpo!
O plano era lavar o banheiro também logo hoje, mas eu também entrei num momento de aniquilação neuronal em que fico prostrada, depois de vários meses em off, diante da televisão assistindo todos os episódios disponíveis de Law and Order que o Universal me oferece repetidamente todas as noites.
Pelo menos essa semana.

Fiz sobrancelha, farei as unhas, esfregarei mais um monte de sujeira.
Sim, sobrevivi à viagem. :)

quinta-feira, setembro 2

É muito abuuuuuuso

Ligo eu, feliz e contente, para a coperativa de taxi.
Como já tomei vários esporros dos taxistas, aviso:
- Preciso de troco para 50. - Detalhe aí: a corrida vai dar bem uns 25.
- Pode parar pra trocar?
- Ah, eu preferia que não.
- Ah, mas vai ser difícil um motorista com troco...
- Pô, mas às 5 da tarde?
- É que tem motorista que começou a trabalhar agora...

Cara, na boa, se você é motorista de taxi, precisa sair pra trabalhar com troco, não é, não?
Depois, hoje em dia, achar que troco de 25 é muita grana é um desplante, não é, não?

quarta-feira, setembro 1

Dois amigos, dois fatos, um congresso

Um amigo:

- Mas é medo de quê? Apresentar o trabalho?
- Não, cara, é medo do avião, medo do frio, medo de me perder...
- Ih, credo! Parece eu quando vim de Barbacena... Vão ser quantos dias?
- 5...
- 5 dias, em outra cidade, sem filho, tá reclamando de quê?! Maravilha!!!
- Mas eu vou estudar o dia todo...
- Renata, seguinte: congresso tem sempre que rolar uma gazetinha. A gente finge que vai ali, falta uma mesa aqui, senão a gente fica doido. Deixa de ser boba e aproveita!

Fato.
Desde que a criança nasce, o que a mãe mais quer é uma viagem de férias sozinha. Sem diminuir filho ou coisa que o valha, mas a gente sonha quase que o tempo todo com férias em algum lugar bem longe e sem criança por perto.
Eu já fiz lá umas viagens, mas não era tão longe assim.
Dessa vez não é bem férias, mas é longe.
O lance é que quando a viagem chega, a gente não sabe muito bem o que fazer com ela e não quer largar da criança.

Outro amigo:

- Ai, mas é meio assustador...
- Renata, se fulano de tal (não vou falar o nome) pode falar não sei aonde (eu sei, vocês não vão saber), você também pode falar num congresso.

Fato.
A maior parte daquelas pessoas que eu conheci um dia, que prometiam um mundo perverso e aprontaram tudo e mais um pouco na vida, hoje são pais de família e acadêmicos que falam pra outras pessoas - eu só falo, mas um dia, quem sabe? - ensinam coisas às pessoas.
Um pouco assustador, mas é verdade...

terça-feira, agosto 31

Começou...

O Pânico é tão grande que as costas doem de tensão 24 horas e cada avião que passa voando por cima da minha casa me dá enjôo...
Daqui a 48 horas vou ser eu lá em cima.

Drogaquemedo.

sexta-feira, agosto 27

Sexta-feira

Primeiro a máquina de lavar quebrou.
Com água dentro.
Depois, fui visitar mais um colégio que partiu meu coração de mãe.
O segundo da semana.
Emendei bombando 3 horas e algo de pronto socorro infantil.
Agora, vou trabalhar e as costelas me doem.

E depois nêgo ainda tem a pachorra de dizer que eu reclamo demais...

Silêncio

Domingo à noite, numa rua tranquila de Copacabana, num lugar onde a associação de moradores traduz a atmosfera ao se autoproclamar oásis. Pouca luz, é uma rua quase escura. Pouca gente, é uma rua quase deserta.
Uma das principais avenidas do bairro ficou para trás, com seus carros barulhentos, suas pessoas que assam churrasquinhos nas portas dos botecos barulhentos.
Devia haver silêncio aqui.
Primeiro vem o som dos meus sapatos na calçada, depois passa uma senhora cantando uma alegre e desafinada melodia enquanto passeia com seu cachorro, um alarme soa, um outro cachorro uiva, um carro passa, o vento sopra, as chaves do chaveiro formam um conjunto de sons que me acompanham enquanto subo a rua.
Por mais que eu não diga uma palavra, cante uma música, só ande, aqui, o silêncio não existe.

Terça-feira, dentro de casa, sozinha trabalhando.
Operários martelam na obra ao lado, cantam, conversam e gritam. Aviões passam a intervalos constantes espalhando um rugido alto pelo ar. Um caminhão passa na rua lá fora chacoalhando alguma coisa, procurando uma vítima de atropelamento talvez, fazendo tremer o chão. Uma ambulância vai ou volta de um salvamento ou transferência, fazendo soar sua sirene. Nos meus fones de ouvido um pesquisador fala por horas sobre algum assunto altamente desisnteressante, levando embora com ele alguma parcela do que ainda me resta de audição.
Na minha cabeça o que se ouve é: cacofonia, cacofonia, cacofonia.
Por mais que eu não diga uma palavra, cante uma música, só ande, aqui, o silêncio não existe.


Sexta-feira, dentro de casa, quase começando o dia.
De dentro da banheira, minha gripada filha canta músicas inventadas e conversa com seus bonecos ininterruptamente. Na televisão, Pato Donald e Pateta travam algum diálogo construtivo entre um e outro intervalo com musiquinhas cruelmente altas. O porteiro passa lá fora empurrando a lixeira para, logo em seguida, se pôr a varrer a área de serviço do prédio. O telefone toca. O som dos meus dedos no teclado.
Lá fora, as ruas de botafogo me esperam com seus pedestres furiosos e apressados, uma gente que corre, corre, não olha pros lados, atropela o adversário de calçada, fala alto nos celulares.
Por mais que eu não diga uma palavra, cante uma música, só ande, aqui, o silêncio não existe.

Chego a pensar em cortar as orelhas, tal qual o pintor que tanto gostava de amarelos, mas penso que se as cortasse, dentro da minha cabeça ainda existiriam os pensamentos intermitentes e ininterruptos. O falatório e a cacofocia continuariam a existir, mesmo quando eu dormisse.

O silêncio anda sendo uma necessidade, um desejo.
O barulho de crianças num colégio, de pessoas reunidas em bares nas ruas à noite, das caixas de som poderosas de boates, de todos os lugares, me sufoca.
O silêncio é uma necessidade.

Infelizmente, aqui, o silêncio não existe.

terça-feira, agosto 24

...Eu devia estar estudando, tenho uma apresentação importante pra fazer...
...Eu devia estar lendo, dois livros rolando, outros tantos na estante, uma porrada de artigos, uma tese...
...Eu devia estar dormindo, amanhã vai ser mais um dia cheio...

...Mas cá estou ouvindo Morrissey, pensando besteira...

...All bad ideas, very bad ideas...

quarta-feira, agosto 18

Sim, nós chegamos lá!

- Mãe, eu quero um irmãozinho.
- Minha filha, pra mamãe te dar um irmãozinho blablabla...
- Eu quero um irmãozinho.
- Então, blablabla...
- Mas eu quero um irmãozinho!
- Cara, pede pro seu pai.
- Tá bom.

terça-feira, agosto 17

...E a máquina de lavar ameaçou quebrar e acabou o buscopan.
Genial.
Apavorada com a idéia de viajar.
Mais que de palestrar, medo do avião, medo do frio, medo de lugar que eu não conheço, medo, medo, medo.
Tão tensa que acordei às 2 e meia da manhã e não conseguia dormir de novo.

Por causa da viagem descapitalizei.

E ainda tem que ver colégio, providenciar fantasia, ver as últimas coisas da festa...

Prevejo outro surto para breve.

sábado, agosto 14

Estou há duas horas procrastinando, na esperança de que a casa se arrume magicamente sozinha.
4 cervejas depois e muitos joguinhos no computador, o gênio ainda não apareceu.
Serei obrigada a tomar meu banho quinzenal de x-14.

quarta-feira, agosto 11

O Surto continua...

Saí para ir ao banco.
Dei de cara na porta.
Daí, comprei ingressos para ir ao cinema, mesmo sabendo que tenho que trabalhar hoje à noite.

Entendeu?
Nem eu.

terça-feira, agosto 10

Rebelei-me

Para variar.

Ainda não cheguei direito.

Ontem, trabalhei involuntariamente, depois de encarar mais de 6 horas de caminhos até chegar na minha caótica e bagunçada casa.
Hoje, o recado, "se você quiser adiantar...".
Não quis.
Se tivessem me deixado descansar a beleza ontem como combinado, se tivessem tido alguma compaixão pela minha cansada pessoa, talvez hoje eu quisesse; mas não foi o que aconteceu.
Gastei meu dia lendo notícias, blogs, conversando muito pouco...
Respondi e-mail, mandei e-mail...
Caí de novo na carência desnecessária e nos pensamentos de museu.

Não fiz nada mais que o necessário.

Primeiro, preciso arrumar minha casa.

Ter eu compaixão por mim mesma.

Preciso chegar.

E abstrair do peão de obras que passa constantemente pela minha janela fungando feito um porco selvagem.
Uma das melhores coisas de voltar pra casa: meu café.
Que saudades eu tava do meu café!

segunda-feira, agosto 9

Voltei da Flip querendo terminar o conto dos coelhos, que estava bom.
Resolvi que ia começar a ler um livro fino, mas depois de um telefonema do trabalho, resolvi me atracar com Stephen King de novo.
Sim, ainda existem livros dele que eu não li.
Os livros dele me deixam feliz.
Tô muitos afins de cultivar e manter estados de felicidade.

Depois eu conto da viagem...

quarta-feira, agosto 4

...E faltam menos de doze horas para que eu esteja dentro do ônibus indo viajar e ainda falta pregar 4 botões, tomar banho, jantar, catar piolho na criança e terminar de trabalhar antes de tirar um cochilinho...

Eu tenho um Saco de Roupas

Não lembro se eu já falei aqui, mas se falei, vou falar de novo.
Odeio passar roupa.
Do fundo do meu útero.
Eu lavo as roupas.
Todas.
E, com uma freqüência que, segundo a minha mãe, beira o doentio.
Mas não passo.

Até algum tempo atrás, eu tirava o dia e ficava lá...
Passando a roupa acumulada...
Com dor nas costas...
Maldizendo a vida.

Há uns meses eu parei com isso.

Não passo mais.

Apiedada da minha situação, de três em três meses, minha mãe me empresta a faxineira dela para fazer o trabalho sujo (ou seria limpo?).
Do mês passado pra cá tenho pensado seriamente em contratar uma passadeira.

Mas, como as minhas idéias demoram um certo tempo morando dentro da cabeça antes de virarem realidade realizada, eu tenho um saco de roupas.
Limpas e amarfanhadas.
Num saco.

Véspera de viagem o quê acontece?
As roupas saem do saco e tomam a cama.
Preciso achar as roupas para pôr na mala.

Noite passada dormimos juntas.
Eu e as roupas.
Cada uma ocupando uma metade da cama.

Achei as roupas.
Fiz as malas.

Quem ficou, voltou pro saco.
Pro meu grande e branco saco de roupas limpas e amarfanhadas.

Preciso dar um jeito nele.

terça-feira, agosto 3

É chegada a hora de começar a me conformar no fundo do meu ser e reconhecer que, nem que eu começe um projeto "Veja Um Filme Por Dia"/ "Leia Um Livro A Cada Dois Dias", serei capaz de bater a listinha ou chegar aos pés do que ela foi ano passado.

2010: o ano em que, definitvamente, não faremos contato.

Agosto já, meu povo...
...E eu continuo nada satisfeita com ele.

segunda-feira, agosto 2

Amo Muito!!!

AMOR !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 me: oi babe

me conta
como estao as coisas

 me: ainda ruins e caóticas, mas eu já parei de chorar.

 que ruim

 me: é. mas não pode ficar ruim pra sempre, né? uma hora passa.

 pois eh
levanta a cabeca e sacode a poeira

me: é. que jeito...?

vai se resolver
voce vai ver

me: eu sei que vai, poliana. hahahahaha
foda é enquanto não resolve
mas uma hora resolve

hahahaha
eu sou a ultima pessoa no mundo que pode ser chamada de piliana

me: eu tô achando lindo vc tentando me convencer que a vida é bonitinha.
eu sei que é.
eu gosto
só ando muito sozinha e muito cansada.
mas quinta eu já viajo, vou descansar um pouquinho
e talvez eu não passe o resto da minha vida sem dar outro beijo na boca.
é uma fase
ruim pra caralho, mas uma fase.
sei lá
tá sendo um ano muito ruim
aí uma vez por mês eu desabo
depois continuo
e vc é lindo querendo me animar. :)
te amo muito, sabia?

eu amo vc muito

 me: viu só? uma coisa boa no meio do meu dia caótico

mas isso nao eh no seu dia ... é na sua vida =)
te amo pra sempre =)

me: ídem, idem. só que "ouvir" isso no meio do dia é bom. :)

 =)
vou te dizer todo dia entao ate voce enjoar =)

me: oba! :D
Eu ia blogar, mas me deu preguiça.
Tenho dois dias para terminar uma quantidade cavalar de trabalho, arrumar as malas, acender velas pra não devolverem a Olívia do colégio amanhã nem depois, pra lavar algumas roupas, dar um jeito na casa, fazer as unhas, reservar passagem, renovar a academia...
...Para poder viajar tranquila sabendo que na volta eu só tenho que preparar uma apresentação importante, procurar colégio novo pra ela, fazer lista de festa, comprar mais roupa de frio, arrumar a casa de verdade...

Aí deu preguiça.

sábado, julho 31

Dizem por aí...

...Que mãe não sente nojo de filho.
Mentira.
Cabeluda.

De vez em quando mãe também tem nojinho.
Lembro até hoje do cordão umbilical - aquele negocinho que quem inventou a gente pôs lá na barriga do bebê, que hoje é tão importante e tal e coisa, que tem gente que guarda de lembrança, mas que é uma ripa de carne moribunda e feia presa num clipe de plástico com um aspecto nada agradável; e que a mãe tem que limpar metodicamente com álcool todos os dias até que ele de fato morra e deixe o corpo do seu filhote.
O da Olívia pulou em cima de mim numa tarde qualquer num pós banho.
Eu morria de nervoso.
E gritei.

E aqueles cocôs que a criança faz que saem por todos os lados do macacão? Que você fica sem saber muito bem por onde que você pega e começa a limpar?
Nojento.

E aquele dia que ela deu um espirro na rua e ficou com aquela meleca verde fosforescente pendurada até o queixo e fez uma coisa tão nojenta que eu nem vou escrever, enquanto eu procurava um papel, qualquer papel, para limpar?
Ela tinha uns dois anos e eu fui gritando ecas até o colégio enquanto ela ria muito.

Vida de mãe tem isso.

Essa semana, chegamos a um momento temido e esperado da infância: os piolhos.

Tinha acabado de sentar para trabalhar e recebi uma ligação da escola.

- Oi Renata, é que a Olívia está com piolho...
- Não...!!!
- É. Confirmado pelas professoras...
- Não!!! Ai, meu Deus...!!!

Nojo.

O primeiro dia foi de pânico.
Remédios caros - hoje, ah! a tecnologia! já existe um comprimido para piolhos, olha só que coisa! - pente fino, álcool, creme pro cabelo e sessão de catação.
Foi o estopim pruma crise de nervos.
Chorei copiosamente praticamente o dia inteiro.

No dia seguinte, estava mais calma e conformada.
A semana foi caótica.
Sem colégio, com a mãe trabalhando entre as sessões do piolho, restou à criança destruir a casa e construir acampamentos de bonecos até então esquecidos pela casa inteira - além de derreter algumas dúzias de neurônios em programas de televisão.
Minha queda pelo lado suburbano da vida foi plenamente preenchida, visto que agora, todas as manhãs sento-me na varanda, com a criança entre as pernas, para catar lendeas - essa meleca desse bichinho minúsculo que eu peno para enxergar.
A tarefa é árdua.
Eu não enxergo, ela se mexe, e, dentro de mim o que reina é o pânico de não conseguir pegar todas elas até segunda-feira.
A semana que vem vai ser mais curta e eu tenho um milhão de coisas para fazer. Não pude ir à ginástica, não pude ir à clínica, não pude ir ao curso e ainda fiquei trocando toalhas, fronhas, lençóis com uma dedicação acadêmica.

Piolho é um momento inevitável da infância.
Os dela nem chegaram aos pés dos que eram os meus.
Mas a visão de bichinhos de pelúcia com pontinhos pretos voadores por cima (não aconteceu), é um pesadelo que desperta... Nojo na mãe.

Paixonei


Sim. Eu já tinha visto antes, mas só hoje realizei que eu preciso sair mais de casa.

quinta-feira, julho 29

Caso Perdido

Dormi no meio do filme - cansaço em todas as veias da véia - tinha que devolver hoje.
Antes de sair fui ver os últimos vinte minutos.
Assim que acabou, a criança, banida do quarto em virtude dos lobisomens sanguinolentos, bateu na porta.

- Pode entrar, já acabou.

Ela olha pra tela e faz uma cara de estranhamento.

- Era filme de sangue, mãe?
- Era. Filme de lobisomem.
- Deixa eu ver a capa.

(Pausa.)

- Morreu alguém?
- Um monte de gente.

Ela faz uma cara de desgosto profundo.

- Fala sério, mãe...

Até minha filha de 5 anos me acha um caso perdido...

quarta-feira, julho 28

Top 5

Melhores paradas do fim de semana:

*Encontrar vários, vários amigos.
*Me sentir super amada por eles
*Voltar a ler depois de um mês de bloqueio
*Ganhar vários livros de presente!!!
*Os outros presentes também, claro. :)

Piores paradas da semana:
*Muita sinusite
*Dor de barriga
*Criança com piolho
*Criança em casa de quarentena por causa dos piolhos
*Ninguém pra cuidar da gente.

sexta-feira, julho 23

%&$#@*

Fim de ano é foda.
Ano passado, cada vez que eu fiquei super nervosa apareceu uma pereba profunda.
A moda da somatização esse ano é ficar com a garganta mega inflamada a cada momento tenso.
Menos mal.
Porém, não muito mais confortável...

Ainda mais quando a garganta resolve triplicar de tamanho bem na véspera do Dia Em Que Você Planejou Afogar Em Álcool Todo O Primeiro Semestre Do Ano, Que Foi Uma Grandecíssima Merda.

A vantagem é que hoje eu descobri os dois por quês deu andar tão macambúsia...
...Não que adiante muito saber, mas já é um começo.

E enquanto isso, aqui em casa...

- Você tem 33...
- Tenho.
- Você tá ficando velha.

Por quê, aparentemente, eu não tenho mais o que fazer...

"Que tipo de solteira você é?



resultado

Solteira fechada pra negócio


Você se decepcionou algumas vezes no passado com o término dos relacionamentos e, ao que tudo indica, acabou se fechando para a vida a dois. Se você não se envolve, não tem chances de se magoar, certo? Errado! Você sabe o quanto dói não ter uma pessoa para compartilhar os fatos do dia-a-dia. Você vive conhecendo gente bacana, mas por estar tão presa ao passado não consegue se dar uma chance e acaba assustando alguns pretendentes. Vá com calma! Não se entregue ao primeiro que aparecer, mas dê chance para os rapazes bem intencionados. Eles existem! "

"Você está pronta para seguir em frente?



resultado


Vacilando


Não é que ele ainda povoe todos os seus sonhos, mas o coração ainda está um pouco hesitante e por isso você ainda não rompeu todos os laços com ele. Não acha que já está na hora? Não? Bom, o importante é decidir o que você quer. Se quiser voltar, vá à luta. Senão, esqueça e vá viver a sua vida! "

"Você entende os homens?



resultado

Quase uma especialista


Você está quase se tornando uma expert no assunto. Conhece quase 70% da mente masculina, mas às vezes se deixa levar por uma boa conversa ou um olhar carente. No mais, sabe exatamente o que eles querem e o que fazem para alcançar os objetivos. De boba, você não tem nada! Confie no seu feeling. "


Carência é foda...

quarta-feira, julho 21

- E aí, mamãe, como é trin-ta-e-três?
- Uhmmmmm...

15 minutos depois.

- Mãe, como você tá se sentindo? Feliz? Triste? Brava?
- Eu tô lavando a louça, filha...

terça-feira, julho 20

Estupefata

Ontem eu tive um daqueles ataques que eu odeio de desejos materiais.
Começou a me dar vontade de viajar, de comprar roupas... Desejos de futilidades.
Futilidades caras.
E isso me irrita.
Me irrita porque a gente deve viver como pode, não deveria sentir necessidade dessas coisas, sociedade de consumo, blablabla...
Então, me peguei fazendo conta.
A Idade Adulta ainda me deixa estupefata - ainda que eu esteja nela, de fato, há quase 6 anos.
Pensa bem, durante a semana, você consegue um emprego de 8 horas, leva uma pra ir, uma pra voltar (em se levando em consideração que você não trabalhe na Barra, por exemplo), conta aí mais uma hora de banho e troca de roupa, mais uma hora para comer, já são 14 do seu dia. Se você dormir 8 horas por noite, sobram duas horas para falar com as pessoas, ver um seriado, namorar, conversar com os filhos, ou seja, quase nada.
Ou seja, um adulto médio vive para trabalhar.
Ele tem dois dias de suposto descanso - isso se ele não tiver filhos, família, ou mesmo trabalhar aos sábados ou estudar.
Mais um mês ao longo do ano.
São 22 dias de trabalho, se o mês tiver 30 dias, todo mês, durante onze meses.
Isso tudo para poder consumir as coisas que ele tem desejo de consumir.
Ou é obrigado, por ser um ser urbano.
E é isso que me deixa estupefata na Idade Adulta.
Que as pessoas vivam assim.
Que achem que isso é normal.
Que elas sejam, achem lugar para serem felizes vivendo assim.

**************************************

Aí de noite eu vi "Preciosa".
E fiquei de novo estupefata.
O filme foi uma porrada.
Pra mim, aquilo é mundo muito, muito distante.
Ontem eu escrevi que tinha gritado com a Olívia, mas meus gritos são gritos de "olha a bagunça", "sofá não é lugar de roupa suja", "abaixa a televisão".
A minha filha é a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
O amor que me transborda de culpa por cada grito, que me enche de angústia quando ela quer alguma coisa que eu não posso dar, que aquece meu peito cada vez que diz um "eu te amo" e me acorda de manhã, que esvazia meu peito cada vez que ela não dorme em casa.
É uma coisa inimaginável pra mim o mundo de ódio, de abuso, de total e absoluta pobreza que existe naquele filme.
É um mundo ao qual eu não pertenço e que jamais vou entender de verdade.
Aqui, a gente não se bate, não se abusa, tem educação e uma situação econômica e social bemmmmm melhor.
Mas doeu fundo lembrar que existem muitas garotas como a do filme.
Doeu lembrar o quanto as pessoas podem ser cruéis, más.
O quanto outras pessoas pagam pela maldade dessas pessoas.
Porque isso também é uma coisa que me deixa estupefata na Idade Adulta - como as pessoas podem esquecer que já foram criança um dia, do que elas gostavam, de como é bom dar e receber carinho; de como o coração de alguma pessoas endurece, e sequer brilha qualquer brilhinho.

segunda-feira, julho 19

Projeção da Fé

Uma das melhores coisas de ter filho é a Projeção.
Enquanto tudo em volta continuava confuso, e eu continuo num momento de nenhuma fé no meu futuro emocional, em um dos dias a gente encontrou uma amiga que tem um filhinho de 2 anos.
A Olívia adora ele e ele quando a viu deu logo um super abraço nela, ficou passeando de mãos dadas com ela...
As pessoas perguntavam se eles iam ser namorados e aquelas bobagens todas que as pessoas perguntam para criancinhas de tão pouca idade e noção do terror que as espera.
Mas, eis que aí, lá vim eu e minha projeção.
Já pensou se eles dois crescem e se interessam realmente um pelo outro e acabam namorando...?
Que fofo!
Absurdamente improvável, mas fofo.
Dois dias depois, eu fiquei olhando enquanto ela corria atrás do filho da professora, porquem ela também é louca. Esse menino é mais velho e já foge dela que nem o Garu foge da Pucca.
Mas lá vim eu de novo...
Imagina se eles se encontram mais tarde e acabam namorando, lembrando como ela já corria atrás dele desde menininha...?
Mesmo com toda a falta de fé que eu tenho no meu futuro, é bom saber que eu ainda acho que existe esperança de que as histórias de amor dela sejam bonitas. E felizes.
É um sinal de que eu ainda acredito um pouquinho que seja no amor.
Mesmo que não seja pra mim.

Semana From Hell

Semana passada foi A Semana.

Desde que apresentei a monografia, ao invés de hibernar, cair num sono profundo tal e qual Bela Adormecida, mal tive tempo de pregar o olho como merecia.
Além disso, Ela, a Minha Amiga TPM, estava na área fazendo sua visita lá das profundezas do Inferno.

O primeiro sinal foi a dor lascinante nos peitos.
É uma coisa enlouquecedora que homem nenhum no mundo jamais vai ser capaz de entender.
Isso foi terça.
Na quarta, eu dei o primeiro grito com a criança - coitada.
Esse é outro sinal.
O Mau Humor Supremo.
Disse-me uma amiga que a Olívia tem sorte, porque desde cedo vai conviver com isso, saber diferenciar e identificar que o mau humor materno não é necessariamente com ou por causa dela.
Na verdade, nesses dias, é uma coisa mundial.
E, de fato, pude visualizar claramente ela com uns 14 anos, atendendo telefone e dizendo:
"Ih, olha, a mamãe hoje tá gritando, melhor deixar em paz..."
Na quinta eu fiz de novo.
E ela:
"Calma, mãe..."
Depois que ela foi dormir, me consumi em culpa.
Uma culpa monstra, avassaladora.
Peguei ela e levei pra minha cama pra dormir abraçada.
Culpa.
A nossa sorte é que ela ainda não tem TPM, é extremamente bem humorada.
Acordamos felizes, brincando, até que...
"Por falar nisso, como foi que eu vim parar aqui?"
E no sábado eu chorei.
Primeiro chorei várias vezes vendo minha filha dançar na festa junina, depois chorei com as honagens à minha mãe, que fazia 60 e recebeu uma salva de palmas por ter sido cupido de um casal de amigos que continua casado até hoje depois de ter se conhecido em um aniversário dela.
Aí a visita foi embora.
Eu dormi um pouco - apesar de não me sentir descansada ainda.
E a vida só não voltou ao normal porque daqui a dois dias quem faz aniversário sou eu.
E, além do Inferno Astral, eu não estava lá muito afins de fazer aniversário nenhum esse ano.
3 semanas sem ler um livro.
Isso que eu chamo de Inferno Astral.

*Vergonha dessa falta de produtividade intelectual*

segunda-feira, julho 12

Garfield Mode On

Fim de semana com (quase) tudo que eu tenho direito e com um pouco do que eu não tenho também.
Agora pergunta se eu quero trabalhar hoje?
Se eu quero escrever trabalho?
Se eu quero lavar louça?
Ir pra cadmia?

quinta-feira, julho 8

Plano A

Tive uma idéia incrível pra amanhã!
Noite sem criança, dura feito uma pedra e sem nenhuma vontade de cair no mundo.
Resposta pros meus problemas:
Vodka + morangos + gelo + filminhos = Renata Feliz na Sexta à Noite!

3 Momentos

Eu estava sentada na minha cama, curtindo um momentozinho pós banho, peladona, pensando na vida.
Aí eu vi um daqueles elefantes voadores que habitam a minha casa na minha área.
Num momento daqueles que a gente não sabe explicar bem (ou uma vaga lembrança do passado), eu pensei:
"Pô, cara, não me morde, não... Vai aumentar meu karma, me deixa em paz..."
E, exatamente no momento em que um pontinho começou a coçar na minha cintura, me ocorreu. Os mosquitos estão cagando pro meu karma!
O deles é muito pior.
Mosquito não passa de um vampiro de décima categoria.
Voa, chupa sangue pra viver e morre de porrada ou veneno.
Tá certo ele de morder mesmo.

*****************************

Andando na rua recebi um folheto: "Mãe coisinha de sei lá o quê. Trago seu amor, blablabla, feitiço duradouro por 7, 14 ou 21 anos, blablabla, resolvo seus problemas financeiros."
Como eu ando preocupadíssima com grana, essa história de resolver problemas financeiros me chamou a atenção.
Se elas resolvem os problemas dos outros, por quê precisam contratar umas pessoas com uma pinta meio, digamos, pobre, para distribuir panfletos em papel de má qualidade na rua? Por quê elas não ganham na loteria, no jogo do bicho e resolvem os problemas delas? Porque, se uma pessoa pode resolver problemas financeiros, deveria começar pelos dela, não? E uma pessoa que ganha na loteria não precisa ficar distribuindo santinho na rua e atendendo um bando de desesperadosem muquifos pobrinhos pra "ajudar" nos problemas deles, precisa?
E aí eu prestei atenção nos múltiplos de 7.
Na boa, feitiço com prazo de validade?
Você vai lá, pede pro Zé Ruela voltar, sabendo que ele vai embora quando der 14 anos de vida em comum, pêlos na pia e cuecas lavadas?
E no fim desse tempo? O cliente pode fazer renovação?
Eu, se quisesse fazer alguma assim, certamente não ia querer mercadoria usada de volta e ainda por cima com prazo de validade...
Já pensou o SAC?
"Mas ele disse que tá indo embora, que não me ama mais!"
"Bom, minha filha, você teve 14 anos pra fazer o sujeito se apaixonar por você... A responsabilidade por isso não é nossa, a gente avisou que só valia 14 anos. Quer renovar?"

*****************************

Então fim de tarde, dia de TPM.
Você briga no trabalho, está cansada, matou a academia, comeu chocolate, a casa tá caindo, preocupada com uma porrada de coisa do futuro (Ah! O futuro!) e esbarra com uma vizinha.
Você já sabe da sua vida.
Está ciente que o mar hoje não está pra peixe e quer mais é mandar o mundo se foder.
Ela está com cara de quem andou chorando.
Vocês se esbarram e...
"Oi! Tudo bem?"
"Tudo!"
Afinal, não tem o menor cabimento cumprimentar uma pessoa que mora quase que no mesmo espaço que você respondendo "Não, tudo uma merda.".
Mas, sei lá, talvez desse samba...
"Não, tá tudo uma merda."
"Ai, cara comigo também."
E blablablabla...
Podia nascer uma revolução bonita disso...
Não podia?

Cabô!!!

Enfim, o Dia Mais Temido Do Semestre chegou.

Juro que não estava tensa.
Eu já havia escrito tudo, pesquisado minuciosamente, sacrificado incontáveis chopps, tava tudo na mente.
Mas aí...

"Boa sorte amanhã!!!"
"Boa sorte, gatinha!!!"
"Uhu!!! Arrasa amanhã!!!"

Eu sei que a intenção não era me fazer Todo o Mal.
Acho lindo que as pessoas sem empolguem com a minha chegada ao fim da faculdade.
Eu deveria me empolgar, afinal, nem eu diria que chegaria aqui há até bem pouco tempo atrás.
Mas a pipocação de mensagens foi me deixando tensa.
De repente me peguei com os olhos beeeeeeem abertos quando deveria estar dormindo e pensando:
"Será que eu deveria ficar tensa?"
Aí já era, quando a gente chega nesse ponto, já ficou tensa e a tendência é piorar.
A garganta começou a inchar.

Para animar a minha vida, eu estava tão zureta dentro de mim mesma que consegui um fato inédito na vida de qualquer pessoa que eu conheça: enquanto dormia passei um torpedo!
Não, eu não estou brincando.
Sabe-se lá porque cargas d'água passei o refrão de uma música do Rob Zombie que eu tenho ouvido, digamos assim, um bocado, para um amigo de faculdade, que, coitado, já me achava meio maluca, agora deve ter certeza.
Quando eu acordei achei que tinha sido sonho, mas tava lá o torpedão registrado às 5 da manhã no telefone.
Podia ser pior, né não?

Quando enfim eu acordei, estava abraçada com o celular e no meu sonho estava passando a roupa que ia usar.
Propositalmente escolhi um vestido de bolinhas que eu tenho para ver se o povo juntava a sonolência da apresentação ser às 8 da manhã com a vertigem que ele provoca e facilitava um pouco o meu lado.
Eis que quando eu estava saindo do banho, às 6 e meia da manhã, meu celular apita uma mensagem da mamãe: "Boa sorte!".
Aí, sim, a garganta inchou monstruosamente.
Pra minha mãe estar acordada às 6 e meia da manhã passando torpedo, o caso era gravíssimo.
Eu deveria ficar tensa.

Tentei ignorar tudo isso.
Lá fui eu, Flaming Lips nos ouvidos, o retrato da calma.
Foi indolor.
Rápido.
10.
Passei.
Cabou faculdade.

Quem diria, né...? 

quarta-feira, junho 23

Porquê eu odeio a Copa

Eu nunca gostei.
Acho futebol uma perda de tempo sem fim.
Não consigo entender a lógica de como pode ser divertido ficar duas horas da sua vida olhando um bando de marmanjo chutando uma bola pra lá e pra cá.
Acho obsceno que estes marmanjos ganhem por jogo o que eu nunca vou conseguir trabalhando honestamente num mês.
Não tá no meu DNA.
Essas conclusões não se hoje.
Tudo já era muito claro pra mim, há várias Copas do Mundo...
Devia ter ficado mais claro ainda depois do rápido e doloroso affair do ano passado com o chamado nas internas de Flamenguista.
Futebol pra mim é uma tortura quase que interminável.
Mas, por causa da criança, do processo de descobrimento dela, lá fui eu tentar gostar da Copa de novo.

O primeiro jogo da Seleção foi um fiasco.
No segundo haviam muitas outras pessoas, havia espaço, lápis de cores, meu estômago estava propenso à cerveja, mas eu continuei sem entender 90% do que estava acontecendo na televisão e minha atenção foi capturada pelo menos durante todo o segundo tempo de jogo pelo incendio que consumia o sobrado ao lado do Oi Futuro, bem debaixo da nossa janela.
Muito mais interessante.
Agora no terceiro jogo, eu estava crente que ia conseguir fazer as unhas, tirar um cochilo, droga, qualquer coisa que não fosse comungar em prol do futebol.
Não.
O povo da turma de colégio da Olívia é chegado num bundalelê e todos os pais resolveram não levar os filhos ao colégio de novo no dia do jogo - o que me leva a crer que isso vai continuar se repetindo em todos os jogos.
Como eu não sou malvada, não vou deixar a criança sozinha no colégio com a professora e causar um trauma do tamanho de Copacabana.
Assim sendo, não farei as unhas, não vou tirar um cochilo, o jogo estará passando na tv e eu vou ter que fazer almoço e me virar aqui pra trabalhar com a criança dentro de casa - o que é chato e complicado.

Além disso, nego inventou de não abrir cinema, academia, nenhuma das outras coisas que poderiam me proporcionar algum prazer durante os próximos jogos.
Não é seguro andar nas ruas durante os jogos, se eu tiver uma emergência vão estar todos assistindo aos jogos, os homens conseguem ficar mais babacas ainda na copa, tem as cornetas...
E é por isso que, sim, eu odeio a Copa.
(Na verdade, se eu procurar, até acho mais motivos.)
Desisto.
E vou começar amanhã a juntar dinheiro para estar bem longe daqui em 2014.

segunda-feira, junho 21

*MEDO*

"Nesta próxima fase que vai de 21/06 (Hoje) a 24/06, a Lua estará quase cheia, Renata, e ocupando o nono setor zodiacal. Há aqui uma pequena contradição: sua alma está começando a sentir que precisa expandir-se para novos horizontes, conhecer novas pessoas, fazer novos contatos, aprender coisas novas, ir para lugares não antes navegados. Todavia, o Sol na quarta casa ilumina seu mapa informando-lhe que ainda não é tempo, mas brevemente será. Neste período, é mais do que possível que você venha a perceber uma leve "abertura" de novos canais: pessoas que lhe procuram, promessas de novos estudos ou de passeios e viagens. Tenha atenção, porque esta fase é boa para um planejamento daquela que virá depois, daqui a alguns dias, que envolve muita diversão e folia! Mas você ainda precisa passar pela fase de Lua Cheia, pela desestabilização emocional temporária, para então abraçar o período posterior, mais alegre e luminoso."

Levando em consideração a ressaca e o fim de semana agitado que vem aí, esse trânsito me deu medo.

sexta-feira, junho 18

Vida de gente sóbria só é boa porque quando você toma uma única cerveja já fica meio de porre.

quarta-feira, junho 16

Eu ia dar toco em mim mesma.
Fazer uma sopa de pacote de tomar na caneca e ir me enfiar debaixo do edredom.
Mas a perspectiva de acordar antes das galinhas a fim de resolver problemas acadêmico-burocráticos, me animou a postar feito uma louca e não perder meu programa no National Geographic.
Tá sendo difícil levantar da cama com esse frio, mas, pra animar, vou botar o telefone pra despertar.
Já aumentou gás, mercado, condomínio, as finanças tão comprometidas até ano que vem, quê que é um rádio relógio a mais ou a menos, né, não?

Os Agradecimentos da Monografia

Este foi um trabalho feito de muito suor e lágrimas.
Assim sendo, agradeço a todos que aguentaram as lágrimas e me incentivaram a cada pedaço do caminho.
Aos amigos, que ligaram só para serem dispensados e entenderam o processo.
À orientadora e sua enorme paciência e confiança, muitas vezes maior que a minha.
À minha tia, que segurou a barra das aulas noturnas.
E, em especial, à minha mãe, que me criou rodeada de livros por todos os lados, e à minha filha, a quem, agora, eu transmito essa saudável loucura de amá-los tanto; minhas companheiras literárias. Vocês me ensinam sobre o que ainda tenho para viver, e o que já tinha esquecido que vivi, e, me fazem querer, todos os dias, sorrir.
Muito obrigada, também, a cada autor, de cada livro que eu já li ou ainda vou ler na vida – sem essas histórias, o mundo seria mais cinza, e este trabalho não existiria.

(Achei que valia deixar aqui também.)
...Enquanto isso, eu tive tempo de pensar que nego corta um dobrado para engordar boi enquanto as pessoas cortam um dobrado para desengordar.
Achei, no mínimo, o mundo mutcho loco.
Ou seja, eu preciso sair mais.

A Histeria Canceriana

Essa semana, eu estava conversando com uma pessoa e, de repente, apareceu na conversa o assunto signo.
Ela estava lá, contando do namorado canceriano, que já estava planejando as férias deles para dezembro, como canceriano era afoito.
Eu expliquei que não era bem isso, que a gente gosta de rotina, que ter as coisas planejadas com antecedência nos dá segurança, que ter coisas a resolver é um problema sério que nos faz ficar histéricos até que consigamos a solução para elas.
Ela concordou e cada ponto que eu apresentei ela riu e disse que o namorado era exatamente assim.
Eu falava com conhecimento de causa, né?
A canceriana histérica está um pouco mais feliz hoje a partir do momento que assinou contrato para a festa de aniversário da filha, quase em novembro.
Menos uma coisa a resolver.
Mas, ainda está completamente histérica porque não consegue resolver o que vai comprar de presente para a mãe, que faz 60 daqui a pouco.
A Procura pelo Presente Perfeito é exaustiva.
Nada parece bom o suficiente.
Nada parece estar a altura dela.
E a histeria vai continuar até que eu consiga achar o que eu nem sei o que é que estou procurando.

Momentos da Copa

Eu tô tentando ser uma Mãe que Apóia.
Do fundo do meu horror pelos eventos esportivos que paralizam a cidade, onde as pessoas tem o mau hábito de sair às ruas tocando cornetinhas que resolveram ganhar nome próprio depois de já existirem no mundo há muito mais tempo do que eu achando que isso é uma coisa muito divertida, lembrei que era a primeira Copa da criança.
A outra ela era muito pequena para lembrar, logo, empolgou-se com mais este lado desconhecido do mundo.
E assim, passei um dia e um pedaço da noite adiantando trabalho para buscar a criança no colégio mais cedo para ir a um bar ver o primeiro jogo com uma galera.
Momento 1 - A grande decepção dela quando descobriu que nós não íamos ao estádio, que o jogo não ia ser no Brasil.
Momento 2 - O grande desconforto de descobrir que o bar estava lotado e que ela ia ter que ficar empoleirada no meu colo durante toda a duração do mesmo.
Momento 3 - Meu grande desconforto ao perceber que o chopp não ia descer, que era impossível participar da conversa e que eu ia, de fato, que ter que prestar atenção ao jogo (e, ainda assim, não entendi muito bem o quê estava acontecendo de verdade).
Momento 4 - Ela pedir pra voltar pra casa.
Ficamos até o final, amanhã vou tentar comprar uma camiseta pra ela e domingo faremos uma segunda tentativa com mais espaço e outros atrativos, mas foi uma péssima estréia.
De toda forma, mantenho-me firme aos meus propósitos de dormir pelo menos durante o terceiro jogo.

Ai, ai.

Tô de saco cheio da dieta, continuo semi exilada - porque eu até ando passeando de dia, mas continuo sem sair à noite - e também já meio de saco cheio, a banca vai ser sorteada semana que vem e a monografia ainda não tá fechada 100%, meu joelho resolveu dar defeito, tô sem saco até de ficar no osso, num momento de dureza cruel, o diário parado na mesa de cabeceira há 3 semanas sem ganhar nem uma linha, numa tremenda crise criativa, sem ler desde o fim de semana, minha memória tá uma meleca e hoje realizei que semana que vem chega o Inferno Astral.
Mas tudo bem.
Tudo vai se resolver.
Podia ser pior, já dizia poliana.

sábado, junho 12

Ficou bunito, mas ficou feio.
Vou ter que escrever pra caralho pra encher esse espaço todo.
Bom, azar o meu.
E seu.
E fodam-se os namorados.
Tive um dia ótemo.
Só fui lembrar dessa merda há uma hora atrás e vou ser forte, elegante e solitária e vou é me enfiar na minha cama que eu tomei umas caipivodkas e lá vai ser mais quentinho e menos depreciativo.
Fodam-se.
Layout novo.
Ficou bunito, né? :D

sexta-feira, junho 11

A Remissão

Eu estava aqui há horas pensando no fim de semana.
De um lado do ombro o diabinho (personificado por uma amiga com quem eu andei conversando essa semana), que me instigava a sair, ir a umas festas, afinal é fim de semana sem filho e de nada vai adiantar roubar a criança do Santo se eu não enfiar meu focinho pra fora de casa.
Do outro, o anjinho (esse era a minha cara mesmo), dizendo que eu tinha uma porrada de coisa pra fazer em casa, que eu estou dura, dura de marré de si, que eu ando precisando dormir, que sair de casa neste final de semana específico ia ser besteira além de ser ruim pra dieta.
Aí, eis que abro meu e-mail:

"Sol na casa 4, lua na casa 4



DE: 11/06 (Hoje), 8h13
ATÉ: 13/06 , 13h15


Lua Nova na Casa 4! Este é um momento de recolhimento, Renata. Em nossas vidas, em nosso dia-a-dia, precisamos saber reconhecer que precisamos de um tempo e admitir que às vezes ficar em casa, curtindo uma relação com a própria alma, é mais proveitoso do que se forçar a uma exposição social indevida. Vivemos num mundo tão acelerado, que este período, que para você vai de 11/06 (Hoje) até 13/06, termina sendo particularmente abençoado, uma boa oportunidade de você cuidar de si. Que tal arrumar as gavetas, dar uma geral no quarto ou na casa? Harmonizar o ambiente onde vivemos e dormimos é a condição fundamental para termos uma vida mais agradável.

Como esta é uma fase curta de interiorização, é bem provável que você venha a travar contato com algumas necessidades emocionais que tinha até esquecido. Este é o momento certo para dar atenção a estas coisas que a gente esquece, de tão atribulada que é a vida. Muita gente insiste em não cuidar muito de si neste período, mantendo as atribulações excessivas, e termina adoecendo - a única maneira que a alma encontra para "dar um tempo", muitas vezes, é forçando o organismo a uma parada! Mas você não precisa passar por isso, Renata, se compreender a necessidade do momento.

Esta fase favorece o contato com a família, o descanso, assim como as situações de paz e serenidade - se dê este presente!


Reflexão para o período: recolher-se voluntariamente é a melhor forma de renovar as energias."

Horóscopo redimido e decisão tomada.
Voltamos ao plano original.
Nada de bundalelê esse fim de semana.

quinta-feira, junho 10

Trânsito atrasado

"Inteligência emocional


Mercúrio em trigono com Lua natal

DE: 10/06 (Hoje), 8h32

ATÉ: 16/06 , 10h19

Nos próximos dias que vão de 10/06 (Hoje) até 16/06, o planeta Mercúrio estará se aspectando harmoniosamente com a Lua do seu mapa de nascimento, Renata. Esta tende a ser uma fase bastante propícia para tomar decisões que se pautam tanto em processos racionais quanto em sua intuição. A sua percepção das coisas estará mais completa, e este aspecto favorece o entendimento, os estudos, os escritos e as trocas intelectuais.

Você perceberá que está mais eloqüente do que o usual, e neste momento podem ocorrer muitas conversas e notícias de pessoas que há muito tempo você não via. O estímulo positivo de Mercúrio lhe permitirá compreender coisas que você antes não entendia muito bem, sobretudo no que diz respeito a acontecimentos passados que você não processou legal. Esta é uma fase de insights e de esclarecimentos, Renata."

Dado meu fluxo mental nas duas últimas semanas, dessa vez o Personare chegou atrasado. Eu já sabia disso.

quarta-feira, junho 9

E, tudo bem que eu ando tão desesperada por eventos sociais que tô quase usando longo pra ir ao buteco, mas daqui a 15 dias (só rindo) tem outro evento e não vai ser mau guardar uns dinheiros...

Resolvi meu fim de semana

Pronto.
No final de semana, ao invés de encarnar um ser humano angustiado, vou cozinhar uma coisa gostosa - na medida do possível - ir ao cinema ver o Polanski, tomar meu banhinho de x-14, dormir muito, terminar de montar a monografia e jogar vários joguinhos novos que eu providencialmente baixei na internet.
Não vai nem sobrar tempo.
(Pra desencargo de consciência, resolvi roubar o bebê do Santo também.)

terça-feira, junho 8

...Eu tinha bolado um modelito matador, chiquezinho, incrível pra hoje à noite...
O frio não vai me deixar usar.
Frio malvado!

segunda-feira, junho 7

Segunda-feira

Aí que durante uma rápida e pouco funcional faxina ontem eu dei um jeito no joelho, passei o dia com ele doendo pra caramba. Desconfio que amanhã ainda não vai estar legal, apesar das minhas generosas empasteladas de gelol genérico.
O frio tá acabando comigo.
Eu fui burra, fechei as cortinas, o que deixa o quarto maravilhosamente escurinho, me enfiei debaixo do meu mais gostoso e xexelento edredom e cadê que eu queria levantar?
Uma rebordosa do tipo ressaca, sendo que não teve ressaca - tô limpíssima - nem balada - a não ser que a gente considere ficar assistindo National Geographic até uma da manhã uma puta balada.
Pra animar minha vida, não consegui trabalhar, vou ter que compensar madrugada adentro.
E amanhã eu tenho um aniversário.
Tipo assim, como eu não ando saindo nada, toda e qualquer oportunidade de comparecer a um evento remotamente social, me animo toda, faço manicure, dessa vez tirei o bigodão e a taturana que insiste em morar no meu rosto, aí... me nasce uma droga duma espinha gigante bem debaixo do nariz!
E o joelho dói.
E a meleca do dia dos namorados tá chegando e, surpresa, esse ano tá me abalando demais.
Lembrei de uma amiga que contou que uma vez ficou tanto tempo sem namorar que quando via casaizinhos tinha vontade de pegar uma escopeta e sair abatendo todos a tiros.
Cheguei nessa fase.
O que não deixa de ser uma grande bosta, visto que 98% dos meus amigos estão casais.
Mas, é, cansei, tô carente, tô um saco.
Semana passada tomei uma bronca porque tava reclamando demais da vida, mas gente, uma pessoa que acorda, leva filho pro colégio, vai pra cadmia, vai pra aula, faz comida, trabalha o dia inteiro ouvindo coisas rurais, sai correndo pra voltar pra faculdade, não pode estar feliz quando já é a hora dessa volta e ela já passou por tudo isso, e ainda tem um monte de coisas pra fazer e ainda sabe que vai ter que levantar antes de 6 da manhã no dia seguinte e que só vai ter tempo de respirar lá para quarta, quinta-feira, pode?
Então pronto, segunda eu reclamo da vida.
Não tem como soltar confete.
Ainda assim, hoje olhei pro incauto do esporro e mandei um : Iupiiiii!!!
Me senti mal com o esporro, sabe? É um saco perceber que realmente, você anda um tanto reclamona e o quanto isso cansa as outras pessoas. Depois me convenci de que o esporro veio do fato do sujeito ser um homem solteiro, que não tem filhos, tá, trabalha, estuda, mas, cara, que nunca, jamais, pelo menos nessa existência, será capaz de vivenciar experiências parecidas com as minhas. Logo, jamais compreenderá.
Tudo bem.
A pior parte?
Acho que ele nem notou a ironia...
E mesmo com joelho, mesmo com espinha, mesmo com trabalho, mesmo com despertador na madrugada, bati o olho aqui no MSN e tudo o que eu queria era ler era: "Vem pra cá".
E ainda é segunda-feira...

domingo, junho 6

(Antes de pensar nele, tive tempo, tenho tido muito tempo, de pensar em outros. Tenho descoberto tanta coisa, pensado tanta coisa. É um longo currículo de decepções, algum de alegrias, permeado por certezinhas fraquinhas, pequenas. Pensar nas pessoas, em você e nas pessoas, nas pessoas em você, é sempre um processo cansativo emocionalmente. A pergunta recorrente tem sido "será que ele ainda iria me achar atraente?" - obviamente, não com estas palavras, mas isso é um blog de família. Pensar nessa pergunta, nas pessoas, em mim e nas pessoas e nas pessoas e em mim, tem tão a ver com esse momento esforço x recolhimento que eu ando vivendo. Eu sempre quis saber se alguém já me amou tanto quanto eu amei alguéns, se alguém já teve desejos antropofágicos em relação a mim. Eu sempre soube meu lado, minhas razões, meus sentimentos, mas nunca soube de fato - desconfio que jamais saberei - o lado do outro. Talvez se soubesse, não fosse capaz de acreditar. Também tenho pensado bastante nos 33 anos que se aproximam. Ainda que eu esteja com um delay de pelo menos 10 anos em relação à maioria das pessoas que têm, efetivamente, a minha idade, são 33 anos. Muito tempo, pouco tempo, muita coisa, pouca coisa. O quê que eu consegui? O quê eu ainda quero? Minha mãe, outro dia, disse que a Isabel Allende parecia comigo - nestes termos - porque escrevia umas boas histórias, mas de repente enchia o saco e resolvia terminar com elas. Ela disse que não gostava disso. Eu posso dizer que também não gosto. Que ando procurando um final bonito. O problema é que para chegar no final bonito, a gente precisa pensar no quê aconteceu aos outros personagens, e até achar uns novos. Eu ainda estou nos velhos, rezando para daqui a pouco achar os novos. Criar. Responder às perguntas. É tão difícil ter força de vontade. Tão difícil seguir em frente, às vezes. Bate mau humor, bate vontade de mandar tudo às favas. Desligar telefone - que já não toca mesmo. Seria fácil não tentar mais nada. O que pega é que eu sou teimosa. Eu insisto. Eu preciso saber o que vai acontecer. Preciso entender. Preciso ter. Preciso do fim da história. Queria saber contar histórias, como não sei, vivo. E, por isso, tenho pensado tanto. Porque, por mais que eu me agonie com isso, não tenho vivido. As únicas histórias que eu tenho tido, são aquelas que me dão, no papel, ou as que eu me lembro. E não é que eu seja ingrata, Deus bem sabe o quanto de gratidão existe em mim pelas histórias dos dois tipos. O problema é a sensação de rascunho que eu ainda carrego comigo.)

sábado, junho 5

Um Bilhete de Volte Logo

Não me preocupo em perder pessoas.
Aprendi que é uma parte inevitável da vida.
Aprendi a aceitar isso.
Mas bem que algumas eu gostaria de ter de volta.
Só que como você acha as pessoas de novo, ainda não aprendi.

Me peguei pensando em como seria a gente sentar.
Sentar e conversar.
Como um dia a gente já conversou.
Será que você ainda ia me achar perdida?
Meio louca?
Engraçada?
Ainda teria tesão em mim?
Ou, me acharia mais centrada?
Mais careta?
Sem nenhum atrativo?
Será que ainda teria algum carinho por mim?

Hoje, sei que não tenho mais os medos que tinha.
Tenho outros, mas não tenho mais aqueles.
Dificilmente choraria no seu ombro como chorei numa tarde de sol, no meio do trânsito, ou naquela noite, sem nenhum som em volta.
Pelo menos, não pelas mesmas causas.
Hoje, choro bem menos.

Nada é mais a mesma coisa.
Nem do que passava pela minha cabeça, nem de como parece meu corpo.

E você?
Será que me entende melhor?
O que aprendeu?
O que viu por aí?

Reconheço que dei vários tropeços.
Não aprendi até hoje - também - a brincar direito essa brincadeira.
Mas, depois de tanto, tanto tempo, o que fica é falta.
Uma falta que, no início desse texto, era exclusivamente de você - ando lembrando bastante - e passou a ser de cada um que eu gostaria de achar de novo.
Às vezes, existem pessoas, que a gente simplesmente tem muita pena de ter deixado escapar pelos dedos.
Pessoas que poderiam ter sido boas pessoas para você, se você não tivesse sido simplesmente tão apaixonada, tão faminta por elas.

Se eu não quisesse tanto que fosse meu, será que ainda teria esse sorriso?
Mas, tudo o que eu posso fazer, é olhar de longe, desejar de todo meu coração, que o seu esteja sempre bem, e acenar um "volte logo", "volte sempre"...
...Que isso não chega para tudo o mais que eu talvez nunca disesse.
Eu vivo sozinho e apaixonado não tenho ninguém aqui do meu lado

(...)
eu sigo só o meu caminho

Chove pra caramba aqui no Rio (...)
No rádio toca um velho rock´n´roll fico pensando a onde estou
Nada satisfaz nesta hora se é assim eu vou embora
(...)eu sigo só o meu caminho

(E isso porque sempre que chove eu lembro dessa música. E isso porque hoje nem vou me entorpercer bebendo vinho porque tá proibido.)

segunda-feira, maio 31

Ah, meu Deus!
Daqui a pouco já é junho!
Como tá passando rápido o ano...!

Resisti!


Eu deveria ler um posfácio.
Eu deveria pôr vírgulas e ajeitar uma bibliografia.
Eu deveria acordar às 5 e meia da manhã.
Mas eu vou é começar a ler um livro de detetive, porque hoje passei o dia todo com uma sinusite from hell e ainda assim trabalhei pra burro, malhei, não saí da dieta e ganhei estrelinhas douradas - porque é raro, mas a autoestima às vezes dá as caras e foi um esforço hercúleo não me render à enorme tentação. Chegou a dar enjôo de verdade. E palpitação. E tremedeira.
Mas eu resisti.
E por isso mereço livro de detetive, duas horas a mais de sono e muitas, mas muitas estrelinhas douradas!
(Ainda que eu tenha a leve impressão de que não as merecerei durante muito tempo...)

...Tem dias em que a vontade de fazer uma cagada monstruosa é tão grande, mas tão grande, e demanda tanto esforço, mas tanto esforço, que se você consegue terminar o dia sem cair na vontade, merece medalha de ouro.

domingo, maio 30

*Ressaca*

sábado, maio 29

Hoje eu vou fugir da Senzala

Tô toda animadinha!
Não é nenhum programa de arromba em algum lugar de arrasar, mas cortei mais os cabelos, pintei, fiz as unhas, comprei vestido e brincos novos, tô indo me depilar e só não vou trocar o lençol porque aí já seria sorte demais pruma pessoa só.
Tô completamente falida, mas hoje eu vou bradar com toda força dos meus pulmões de fumante:
Acabou a escravidão!!!

segunda-feira, maio 24

Os astros de novo

O sueco tá acabando com o meu sono, faltei à cadmia hoje porque acordei atrasada, na aula, a professora veio com o apocalipse, que me deixa arrasada, no trabalho me mandarm um monte de bomba, bateu crise de abstinência por ficar em casa há um mês e a seco, resolvi matar a aula da noite porque eu não tinha matéria mesmo e porque amanhã preciso entregar o último capítulo da monografia fechadinho e ainda falta coisa - ou seja, uma noite from hell ainda pela frente.
Aí eu entro no Hotmail:

"Momento de prazer e diversão

Vênus na casa 5

DE: 24/05 (Hoje), 8h15
ATÉ: 18/06 , 18h28


Prazer: esta palavra curta e simples sintetiza perfeitamente o momento que vai de 24/05 (Hoje) e 18/06 em sua vida, Renata. Vênus em trânsito pela quinta casa astrológica sugere um período de festividades, de lazer, de romances e de sexo. É claro que não é apenas uma questão de se sentar e ficar esperando que tudo isso venha até você, e sim de aproveitar a maré do momento, que estará predispondo você a situações de prazer e de deleite. Afinal de contas, a energia amorosa está colorida e Vênus na Casa 5 favorece as situações românticas.


Não perca a oportunidade de ir a festas, shows, eventos sociais. Jogos de habilidade, sejam quais forem, tendem a ser muito apreciados neste momento. Neste divertido ciclo de Vênus, boas oportunidades podem surgir e você saberá usufruir delas. Tenha apenas atenção a um ponto especial: apaixonar-se por alguém neste momento é bem possível, mas lembre-se que você está numa fase naturalmente predisposta a paixões. Convém ir devagar, não se precipitar, esperar este ciclo passar e ver se o sentimento perdura. Muitas vezes aquilo que nos parece "amor" não passa de uma situação circunstancial, que tem mais a ver com o clima, com o dia...
De todo modo, Renata, esta é uma fase para você aproveitar os prazeres da vida. Se jogue! Mas aprecie tudo com moderação..."

Já começamos o trânsito ao contrário.
Não me diverti nada desde às 8 e 15 da manhã, dispensei dois convites pra sair por causa da monografia e tô numa fase afrodescendente em que só pego gripe mesmo. Não existe nem nada no horizonte.
Mas, eu continuo lendo horóscopo.
Continuo acreditando nele.
Sou uma mané mesmo.

quarta-feira, maio 19

A Revolta é salgada

Cansei de cortar cebola.
Bateu revolta.

Pra fazer dieta é preciso muita vocação - e é vocação mesmo a palavra, porque tem umas coisas que nem toda força de vontade no mundo resiste.
Como cortar cebola.
Além da vocação financeira - porque não adianta argumentar que alface é uma coisa barata, tudo que vem escrito "light" ou "orgânico" ou "integral" no rótulo, é muito mais caro que a comida das pessoas normais (Eu tava crente que ia sobrar uma boa grana esse mês já que eu estou sóbria e invicta, mas essas variedades alimentares sugaram toda e qualquer sobra que poderia haver de esperança.) - é preciso ter vocação culinária.
Eu adoro cozinhar.
Cozinho bem e a minha comida é o bicho.
Mas, a obrigação de ter cozinhar praticamente todos os dias, acaba com qualquer glamour e boa disposição.
E foi nessa que eu cansei de cortar de cebola - e seu indefectível par, o alho.
Porque vamos combinar, comida sem tempero não é comida, e eu posso até só comer leguminho refogado numa boa, mas sem tempero não!
Assim, em ordem de manter a dieta rolando numa boa e para ficar um pouco mais feliz comigo mesma, resolvi comprar um tempero pronto.
E lá fui eu fazer uma carninha moída.
Ficou cheirosa, bonita, bacana.
Na hora de comer...
Sal!
Muito sal!
A manézona aqui não leu o obs que vinha no potinho: "uma colher de chá" e mandou ver uma colher de sobremesa.
E lá fui eu cortar e cozinhar um quiabo pra ver se salvava a pobre carninha...
É preciso muita vocação, cara...

segunda-feira, maio 17

Vou acabar meu livro, ver "Criminal Minds", jantar e monografar que é o melhor que eu faço da minha vida...

*Ódio*

Caraca, que raiva!!!

(E essa é a versão chique e educada pro que eu realmente ando dizendo sem parar nos últimos 20 minutos.)

Puxa, lá estava eu, lépida e fagueira, voltando pra casa depois d"A Aula à Noite", que eu tanto detesto e acho que não mereço (aliás, ninguém me merecia, me compadeço de todas as almas sofredoras) (tá bom, nem de todas), aproveitando que estava chegando no Metrô, fiz as minhas contas e fui pegar o dinheiro pra recarregar meu cartão quando...
Cadê a carteira?
Tudo bem...
Não era uma carteira, carteira. Eu usava uma bolsinha de moedas, meio roxa, com detalhes em dourado, que as amigas odiavam e eu adorava. Basicamente cabia só o que interessa: dinheiro.
Catei de cá, virei papel de lá, chacoalhei e nada.
Por sorte eu ainda tinha crédito (haha).
Tentei controlar meu misto de desespero com raiva com... e voltei pra casa.
Eu podia ter esquecido ela em casa.
Virei mesa da sala, virei quarto, escritório, cozinha, banheiro.
Nada.
Não deve ter sido roubo.
Eu estava dispersa, isso lá é verdade, mas tinha mp3 americano, celular roxo, a pessoa ia escolher justamente minha bolsinha xexelenta?
Se escolheu, quero que morra.
Na boa.
Roubar os outros, definitivamente não é legal.
Mas eu acho que teve ter caído quando eu abri a bolsa pra pegar meu livro, ou meus textos, ou meu pen drive, ou... dane-se, caiu.
E ainda tem essa! Se caiu, alguém deve ter visto! Custava avisar? Não!
Mas a educação falta a esse povo.
Que morram também.
Caiu com 50 paus dentro - a parte mais dolorosa da coisa toda.
Porque essa grana ia ser A grana da semana.
Não que eu não tenha pra repor.
Tenho guardado, por sorte.
Isso é um aviso: "Olha, gata, algumas pessoas conseguem guardar dinheiro, mas no seu caso, não faz parte do seu destino conseguir essas coisas. Desiste."
Justo essa semana.
A semana que eu tô psíca preocupada com grana.
A semana em que todo meu dinheiro todo está voando por aí - não querendo contar com a miséria que consegui esconder de mim mesma nos últimos meses; nem chegava a poupança de porra nenhuma, mas pra quem nunca tinha conseguido, pra mim, era uma vitória só saber que ele está ali, que eu consegui mais um mês fazer sobrar alguma coisa, que eu sou uma merda de Mestra Jedi da Economia Doméstica.
Desculpa, fiquei nervosa.
Pruma pessoa tão planejadinha, caxias, perder a bolsa de dinheiro com o dinheiro que deveria (e ia) durar o resto da semana toda é uma das piores coisas do mundo.
E hoje ainda é segunda-feira, hein...