sexta-feira, dezembro 25

- O que aconteceu com a Renata, meu Deus?!?
- Foi limpar a casa e morreu de desgosto, coitada...

Tá caótica a coisa...

SMS

"Vou demorar pelo menos mais uma hora antes de sair. Me distraí brincando de rede social."

Falei que ter internet em casa ia ser um inferno...

quinta-feira, dezembro 24

Ah, e Feliz Natal.

(Pffffffffff!)

A Guerra das Formigas

Considerando que eu moro no primeiro andar, não posso nem reclamar dos bichos que "freqüentam" a minha casa.
Abelhinhas viciadas em inseticida, caracóis mongóis (eles voltaram!!!), lagartixões, cochonilhas, aranhinhas minúsculas, um ou outro bicho voador e o gato da vizinha.
Todos bacaninhas, matáveis com spray...
Não rola baratão, se existem ratos (e eles devem existir lá fora) não são o meu barraco que eles freqüentam...
O povo sujo e peçonhento não costuma invadir o meu espaço.
De todo esse zoológico doméstico, o único bicho que resolveu me dar no saco foram as formigas.
Elas estão aqui faz um tempo, e eu deixei elas, sabe.
Mas, de repente, elas se tornaram furiosas.

Qualquer espécie de migalha deixada na sala ou na cozinha é quase que imediatamente atacada pelas coisinhas pretas.

Lembrei que o povo da esoteria de boutique costuma dizer que isso é sinal de energia negativa numa casa, mas eu não quero nem pensar nisso, senão eu começo a surtar seriamente - e, vamos combinar que eu já sou surtada mais que o suficiente - mas ando considerando seriamente uns salamaleques extras antes do ano novo.

E então, na última semana, esqueci que estava aumentando meu karma em 200 milhões de vezes e aniquilei famílias inteiras sem dó nem piedade.
Eu e meu paninho.
Vrrrraaaaaaauuuuuuuuuuuuuu.
Morte à titia, à vovó, aos priminhos, ao S.Joãozinho da padaria!!!
Provoquei centenas de baixas de guerra.
E tive, sim, uma certa dose de prazer assassino olhando os(as) sobreviventes correndo para salvarem suas minúsculas vidinhas.

Agora estou aqui, com a idéia fixa de que, com a guerra declarada, uma hora dessas eu vou acordar com o corpo coalhado, cheinho de coisinhas pretas me atacando durante a madrugada numa vingança sangrenta.

Ou isso, ou eu volto formiga na próxima vida.

Filmes espantosos

No Festival do Rio esse ano, um dos filmes que eu vi era um daqueles coreanos roots em que só não esguicha sangue em cima de você porque ainda não inventaram jato de sangue cenográfico em cima da platéia. Filmaço.
A platéia, é difícil definir se por nervosismo ou se foi porque a violência se tornou o que há de mais banal, gargalhava muito. Tudo bem, a maior parte das cenas de violência era mesmo non sense, quase uma porrada pastelão, mas, ainda assim, eram cenas fortes de violência.
Em determinado momento do filme (e eu não sei se eu já comentei isso aqui, mas me foi um momento marcante), uma senhorinha grita:

"-Gente! Isso não é engraçado, não!"

A platéia retomou a gargalhada a mil.

Pois foi exatamente como essa senhorinha que eu me senti assitindo "A Mulher Invisível".
Tinha lido que era um dos melhores filmes do ano, engraçadíssimo...
...E, bem, eu ando precisando de coisas engraçadíssimas.
Okay, serei honesta, dei duas risadas.
Mas, num geral, achei o filme angustiante e tristíssimo.
No final, quem estava proferindo a frase acima era eu.

O que me leva a pensar, poxa, pessoas estirpadas e surtos psicóticos tornaram-se engraçados.
Onde nós chegamos...
...De novo, eu, espantada com a humanidade.

quarta-feira, dezembro 23

Bronca da Mamãe

Meus livros chegaram!!!

Bem a tempo da deprê de Natal!!!
Combinando com a deprê pé na bunda!!!
Na hora da deprê pós gastos de fim de ano!!!
Justo quando eu estou de férias das minhas atividades intelectualóides babacas!!!

Aí...

"Escuta aqui, ô Renata: não é pra ler um livro por dia, não ouviu?!?
Senão, não compro mais!!!"

E o pior é que eu tomo a mesma bronca sempre que chega carregamento...

terça-feira, dezembro 22

Eu Quero. Alguém baixa?

"O Flaming Lips preparou o melhor presente de Natal para os fãs da banda de Oklahoma – regravou, do começo ao fim, o disco “The dark side of the moon”, clássico de 1973 do Pink Floyd. A versão dos Lips é lançada on-line nesta terça-feira (22), para download no iTunes.

O “The dark side of the moon” dos Flaming Lips conta com participações especiais – o ex-vocalista do Black Flag Henry Rollins canta em sete das nove faixas do disco. A cantora de eletro canadense Peaches também participa, em músicas como “The great gig in the sky”. Ao lado dos convidados mais ilustres, está o Stardeath and the White Dwarfs, banda nova de Oklahoma que conta com Dennis, sobrinho de Wayne Coyne (vocalista e líder do Flaming Lips) na formação.

Em entrevista ao site Pitchfork, Wayne defende a escolha do disco do Pink Floyd para a cover de fim de ano, dizendo que o grupo é tão importante quanto os punks que rejeitaram o rock espacial da banda. “Mesmo John Lydon, que andava com aquela camiseta escrita ‘Eu odeio o Pink Floyd’, seria a primeira pessoa a admitir que no começo o Pink Floyd era bem punk”, afirma o cantor.

O Flaming Lips vai tocar o álbum na íntegra, em um show em Oklahome City na virada de 2009 para 2010. “Todos os humanos estão convidados”, diz o cartaz de divulgação. “Teremos uma bola de espelhos gigante no palco, seis metros de diâmetro”, revela Coyne. “Um dos caras que está supervisionando o trabalho dessa nova bola fez a bola de espelhos do Pink Floyd, de 1995, e ele disse que a nossa é maior. Ou seja, as bolas do Wayne são maiores que as do Pink Floyd!”, exclama o vocalista. "

sábado, dezembro 19

Bolei.

Eu vi ruguinhas.
Uma linha na testa.
Na minha tão bela e enorme testa.
Várias linhas no colo.
Meu tão belo e vasto colo.

A velhice é uma merda e é hora de pensar em trocar o joguinho de computador pelo creme anti rugas, infeliz e definitivamente.

sexta-feira, dezembro 18

"(...)All, all I can do, all I can do since you've been gone is cry
And don't you ever wonder or worry your head of what i do

Don't you know I sit around
With my head hanging down
And I wonder who's lovin' you (...)"

quinta-feira, dezembro 17

Susto do Dia

Quinta-feira é o dia em que todo o meu glamour acabou de ir pelo ralo.
As unhas gritam por uma manicure, as pernas desfilam com pontiagudos cabelos que insistem em sair pelos poros, por mais que eu os elimine religiosamente.
Já não uso mais sapatos.
Não existe mais pose nenhuma.
E então eu fui levar a criança ao seu último dia de escola antes das tão temidas férias.
O figurino era qualquer nota.
Um vestidinho bem básico, que deixa o "charminho de lavadeira" evidente, minhas havaianas que um dia já foram brancas e, exatamente por isso, são o paraíso na Terra em termos de conforto. Os cabelos, que também andam precisando de um bom corte, amarrados num coque porque eu tive preguiça de passar um pente e levar embora os nós da noite.
De quebra, a mochilinha de Hello Kitty pendurada displicentemente no ombro.
Eu ia fazendo planos.
Planos de me inscrever pela vigésima nona vez na academia e malhar feito uma louca assim que as férias da criança acabarem para queimar todas as besteiras que o fim de ano desfila na minha cara - de tentar, mais uma vez, chegar aos 40 com uma coxinha durinha, já que os 30 já passaram há dois e eu não consegui chegar lá ainda.
Planos de parar de fumar porque a criança anda me cobrando e eu quero ser uma velhinha que usa roupinhas de paetê dá docinhos coloridos para os netos antes de sair pro baile.
E aí passa um peão.
"Puxa, que pernas!"
Olhei pra baixo.
As varizes e os cabelos estavam lá.
As unhas hor-ro-sas.
O pernão.

Nessas horas, a humanidade ainda me espanta.
Muito.

quarta-feira, dezembro 16

Alguém me interdita, por favor!
Eu NÃO POSSO mais comprar presentes de Natal!!!
NÃO POSSO!!!

"O Natal já me aniquilou!"

Nos últimos dias essa tem sido a frase mais proferida pela minha pessoa.
Também...
...Como eu não ia ser aniquilada se sou perdulária, resolvi presentear uma porrada de pessoas fora do círculo obrigatório (mãe, pai, filha) e comprei praticamente um presente por dia ao longo do mês?
(Até a cachorra da minha mãe vai ter embrulho debaixo da minha árvore.)
Uma pessoa que até alguns anos atrás distribuía vales presente os quais só tinham valor simbólico, já que eu nunca chegava a comprar os presentes de fato, veio a se tornar essa pessoa enlouquecida.
Bem feito pra mim, né, não?
Vai entender...

Ah, maluco!

Auto análise é uma parada do caralho!
Dá um mau humor incrível, mas é do caralho!

Ah, as férias!!!


A profissão mais subestimada do planeta é a de mãe.
Isso, ou você já sabe, ou vai aprender quando virar uma - se for homem, não aprende nunca.
Eu estou falando por isso porque sou uma mãe com criança de férias em casa.
Fora os problemas com distração, diversão e atenção, uma pessoa na minha situação enfrenta um problema diário bastante complicadinho: a alimentação.

Ao longo do ano, confesso que esta foi uma preocupação pra lá de secundária.
Eu só precisava ter em casa o necessário para cafés da manhã e lanches da noite.
Durante o dia a criança comia na escola e nos finais de semana a gente não costuma ficar em casa olhando pro teto.
Mas aí chegaram as férias.
As primeiras férias de verdade da vida dela.
E o meu problema.

Não que eu não goste de cozinhar. Gosto.
Estou um pouco encantada até em voltar a cozinhar comidinhas gostosas.
O problema consiste em cozinhar comidinhas gostosas diarimente.
Diferentes.
Ninguém gosta ou acha engraçado ficar comendo sempre a mesma coisa todo dia, né? Eu como, mas eu sou eu e a minha filha, definitivamente, não come.
Então todo dia agora, existe - ao lado da satisfação plena em voltar a alimentar minha já não tão berrenta filha - o momento em que eu preciso me sentar e planejar o cardápio do dia seguinte.
Com variações!

Não repetir um cardápio é uma tarefa digna de artista!
Tarefa de cheff de restaurante - que, ainda assim, nem executa todos os pratos do cardápio diariamente.
Mães são artistas, são cheffs particulares.

E as crianças ainda tem a pachorra de reclamar da gente por causa disso!

terça-feira, dezembro 15

Da Série: Eu Tenho Medo de Horóscopo

Câncer (de 21/06 a 22/07)
Regente: Lua

Você quer mais independência. Tendência a evitar envolvimentos mais profundos. Cuidado, porém, para não se acomodar com a solidão ou então relacionamentos superficiais, insatisfatórios. Busque sempre a verdade, mesmo que dê trabalho.

segunda-feira, dezembro 14

Momentos do dia

Hoje eu tive dois momentos escrotos.

O primeiro foi quando eu estava voando pela rua.
Eu vinha desesperada, daquele jeito que as pessoas desesperadas voam quando tem muita pressa na vida, achando que ia morrer porque gente sedentária e tabagista morre se correr desesperada, quando Deus resolveu me dar uma forcinha e fechar um sinal preu poder respirar.
Do meu lado direito um rapaz, bem apessoado até, que começa a acenar freneticamente.
À minha esquerda uma moça, parada dura feito uma pedra e olhando fixamente pra frente, numa pose nada natural para uma pessoa que está na rua esperando o sinal fechar.
Qualquer pessoa, acaba olhando pro lado se percebe no seu raio de visão um sujeito acenando.
Ela não olhou.
E ficou óbvio que era com ela o aceno.
Ele acabou por desistir do contato e ela acabou tomando o caminho oposto ao dele.
E, nessa hora, eu me senti menos sozinha quando percebi que também existia gente no mundo que mudava caminho pra não dar encontrão e que ficava parada feito pedra pra fingir que não viu.
É feio, mas a gente faz.

15 minutos depois, já dentro do coletivo, de repente olhei a Lagoa e pensei cá comigo:

"Quer saber? Não quero. Não quero um, não quero o outro, não quero um terceiro, não quero porra nenhuma. Não quero."

E tive que me segurar pra não dizer isso em voz alta aos outros pobres passageiros.

***********

E então, depois de tanto correr e pensar e achar que eu realmente não ia segurar a onda do dia, veio o segundo momento escroto.
Me peguei pensando que este tinha sido um semestre bem fraco academicamente falando, que eu não havia tirado nenhum 10. Lembrei de um amigo que me disse que nunca tinha tirado 10 na faculdade. Eu tirei vários, viciei, virei uma CDF viciada em notas 10.
Achei bem babaca, mas exultei de felicidade quando olhei meu "boletim" hoje e descobri me haviam sido creditadas três notas 10.
Pronto, passou, fiquei feliz.
Todo o estudo todo compensou e eu já estou pronta pra me entregar pro Sidney Sheldon de novo.
De corpo e alma.

Expurgando

Eu sofri.
Sofri muito e sofri pra cacete.
Desconfio que sofrerei ainda mais e mais intensamente semestre que vem.
E, olha, não é que eu não goste de estudar, gosto. Muito.
Agradeço à Deus todos os dias por terem me ensinado a ler e escrever e ter me posto pra estudar.
E, no que eu sentei pra escrever, a coisa saiu, fluiu.
É muito drama pra quem conseguiu fechar um capítulo de monografia em apenas dois de trabalho?
É.
Mas eu sofri.
E sofri tanto que agora me deu aquela rebordosa incrível em que eu só pneso em dormir pra descansar os neurônios pra depois acordar e me pegar com um romance bem vagabundo, daqueles que eu gosto de ler pra clarear a mente...

*************

(...Enquanto isso, em algum lugar profundo e obscuro da minha mente...)

Férias!
Férias!
E vem aí um carregamento cheinho de livros novos, com direito a revitalização da minha enorme lista eterna!!!

domingo, dezembro 13

...E ainda estou sentindo uma falta sufocante de ver meus filmes e ler meus livros...
...A idéia de entrar de férias de alguma coisa nunca foi tão atraente quanto é hoje...

Da exaustão

Então eis que chega outro final de semana.
Amiguinhos, bebidinhas e mais longos dias de extenuante fodelança emocional.

Essa semana eu cometi suicídio amoroso e curti cada minuto da minha dor de cotovelo - até o determinado dia em que passeando na rua pensei cá comigo "puxa, perdeu a graça isso".

E realmente perdeu, ainda assim, o telefone constituiu uma tortura ao longo dos dias de farra.

Apesar dos amiguinhos e das bebidinhas, este não foi um bom fim de semana.

Ainda que existam trabalhos, criança, casa, grana, meu caos é meu coração; e meu coração - que manda na minha cabeça - está num estado caótico além do normal, e precisa muito de um descanso.
Um descanso que eu venho dizendo que vou dar a ele desde setembro.
Palavras que não significam mais do que palavras, uma vez que eu não cumpro as promessas que faço a mim mesma.

E assim como ontem não foi um bom dia e eu não tive uma boa noite - apesar de todos os elementos para uma boa estarem presentes - hoje, tudo me diz que não será um bom dia.

Às 10 horas da manhã alguém deixou queimar um frango e o cheiro da ave morta e esturricada tomou conta da minha casa, que nada tem a ver com isso.

Também desde às 10 horas da manhã, um vizinho escuta metal nas alturas, achando que é o próprio Ozzy reencarnado - o que não seria mal se ele não insistisse em gritar "Metaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuu!!!" ocasionalmente ou realmente tivesse uma boa voz. Só o que consigo pensar é que ou a noite do cara foi muito ruim para ele acordar com tanto ódio no coração, ou muito boa - o que me deixa com uma certa pena da garota...

O dia amanheceu com sol, mas já ficou escuro e existe chuva lá fora de novo.

Não quero mais perder meu chão, amanhecer brilhando e me apagar.

A chuva torna tudo muito mais difícil e pensar que eu vou ter que ir para longe em coisa de 20 minutos e que terei uma noite de severos trabalhos forçados não é animador.

Então eis que passou outro final de semana.
Amanhã vem minha amiga segunda-feira.
De novo.
E de novo.
E de novo.

E não vai fazer diferença nenhuma o ano acabar...

terça-feira, dezembro 8

A Vida na Cidade Grande

Hoje eu estava andando na rua, pensando como meu fim de semana tinha sido bom.
Foi um daqueles finais de semana em que eu saí de casa super cedo e corri vários lugares diferentes, encontrando com várias pessoas diferentes (algumas que eu não via há anos), conversando com várias pessoas diferentes, leve, solta, sem hora pra voltar, aproveitando todas essas coisas como se não houvesse amanhã.
Foi um daqueles finais de semana que me fazem sentir plenamente viva - ainda que a cabeça rode um bocado depois e meu quadril doa um bocado.
Eu pensava em como eu sou feliz podendo ter finais de semana assim e, estava questionando toda a minha paúra de cidades grandes e das pessoas que nelas habitam, se é justo uma delas que me dá tanto prazer, quando eu lembrei.
Lembrei que eu tenho o hábito de parar em calçadas estreitas para esperar que as outras passem sem que elas nem ao menos digam obrigada, achando que eu não faço mais do que a minha obrigação, e de como isso me irrita.
Lembrei de como, mesmo ficando profundamente irritada, não consigo deixar de dar passagem para estas pessoas.
Lembrei de como as pessoas que habitam a cidade grande tem mania de tentar de atropelar porque simplesmente não conseguem pedir licença.
Lembrei de como eu tenho o hábito ou de esperar que as pessoas andem ou de pedir licença e sempre agradecer.
Lembrei de como as pessoas passam por você e distribuem altas porradas com aquelas maxi bolsas e nunca pedem desculpas, achando que você está no caminho que lhes era de direito e que o azar foi seu.
Lembrei de como os ciclistas e os entregadores de qualquer coisa dirigem nas ruas achando que estão num videogame e que você é o bonus de fim de nível, assim como os motoristas insistem em não usar a seta para avisar que vão virar uma esquina e deixando que a tarefa de adivinhar e, logo, poder ser atropelada, seja sua.
Lembrei de como quase todo mundo acha que você está fazendo um favor a ele, mesmo que você esteja gastando seu dinheiro na loja dele, comprando alguma coisa dele.
Lembrei de muito mais coisas.
Me tranquei em casa.
E comecei a esperar pelo próximo final de semana.

sábado, dezembro 5

De novo, os Astros

"Entre 05/12 (Hoje) e 29/12, o planeta Vênus estará alcançando o topo do seu mapa astral, Renata, e esta é uma fase particularmente positiva para a sua exibição social. Traduzindo: este é um momento bom para aparecer. Não apenas você perceberá uma maior disposição para uma maior auto-exposição, como também terá mais requisições para se colocar, se manifestar. Este período favorece os contatos de trabalho, e lhe coloca em situações em que possivelmente você terá vantagens profissionais, fará novos contatos. Esta posição de Vênus concede a habilidade de usar magnetismo pessoal e carisma para atrair benefícios na esfera profissional. Aproveite isso, Renata!"

...E eu que estava entrando na pilha de ficar trancada em casa...

quinta-feira, dezembro 3

Grosserias

Uma vez eu conheci um cara que tinha mania de recorrer a ditados populares em toda e qualquer conversa.
O top 10 Estados Unidos do sujeito tinha pérolas como "rapadura é doce, mas não é mole, não"; mas a preferida, campeã das campeãs, era "quer moleza? senta no pudim!".
De alguma forma, sempre me pareceu extremamente grotesca e grosseira a idéia de mandar alguém se sentar num pudim. Na minha mente, a imagem de uma pessoa se sentando numa coisa gelatinosa – obviamente de proporções gigantescas para que pudesse acomodar um enorme traseiro – em busca de alguma coisa mole é uma das imagens mais dantescas que eu consigo imaginar. E suja. E porca.
E eu hoje me lembrei disso claramente em meio a um papo sobre trabalho.
A frase cabia, mas não deixou de me passar todas estas imagens assim que brotou na minha tão prejudicada cabecinha. Eu imaginei falar, mas isso, pra mim, configurou uma monstruosa grosseria.
Muito mais grosseira que emitir frases assassinas de baixo calão.
Faz algum sentido...?

terça-feira, dezembro 1

Eu quero a minha filha de volta...
:(

Teenager inconsolável

Faz algum tempo eu venho me treinando para não ser uma mulher-monstro.
Para manter o controle. Ser racional.
Não é bonito e eu não tenho mais idade, mas já fiz muito. Estão aí os dead men walking que não me deixam mentir - e eu também não nego, acho que faz parte do aprendizado.
E em muitos casos, eu tenho tido sucesso.
Mas existe alguma coisa ali que me faz perder todo o controle.
Eu choro, eu xingo, eu ligo de porre, peço desculpa...
...E cada vez que eu choro, xingo, ligo de porre e peço desculpas me encho de chocolate, deleto o telefone, bloqueio no msn...
...E aí descubro que existem muitos ruídos na nossa comunicação...
...E essa dança não tem me deixado feliz.
Não é a mulher que eu quero ser.
Não é a relação que eu quero viver.

E então hoje fui assistir (500) Dias com ela.
Descobri que eu sou o Tom.
Cada vez que ele chorava, eu suspirava fundo na cadeira do cinema.
Descobri que eu estou na fase dos pêsames...
...E que daqui há uns meses, chega o Outono.

Ainda que nada disso me sirva de consolo no momento.

Essa Noite

Ao contrário do que eu esperava, essa noite eu dormi bem.
A filha longe, uma saudade que aperta o peito, o telefone que insiste em não tocar para que coisas não explicadas possam ser, outra prova de bambear as pernas, a preocupação com Natal vindouro...
Tudo isso me dizia que meu sono, que demorou bastante a vir, seria dos piores sonos que uma pessoa pode ter.
Mas eu dormi bem.
Tão bem, que levantei de estalo, achando que tinha perdido a hora da tal prova, para constatar que, mesmo tendo tido sonhos gostosos em apenas poucas horas, estava adianta ao relógio ainda em meia hora.
Assim como o sono, a manhã seguiu boa, tranquila.
Sem pernas bambas.
O horóscopo do jornal vem vindo horroroso nos últimos dias, o da internet elucida que estou com auto estima prejudicada e que deveria prestar mais atenção às minhas finanças do que ao maldito telefone.
Não deixa de ser um bom conselho - visto o Natal.
Joguei na Mega Sena de novo, e percebi o quanto até o padrão dos meus sonhos fez o favor de diminuir.
Nunca quis mansões, carrões... Uma casinha e muitos livros já bastava.
Hoje pensei que o que eu queria era só o suficiente para poder bancar duas coisinhas do dia a dia... Mixaria de sonho.
Percebo que meu corpo me pede algumas coisas.
Percebo que ando negando na maior parte do tempo.
Para cada coisa que eu dou a ele, são vários dias negando outras 3.
Percebo, não sem um pouco de dó, que ele vem se acostumando a isso.
Brinco de esconde esconde, bebo café demais, fumo demais, faço planos de ir ao cinema, penso que preciso começar a trabalhar, mas que queria mesmo era continuar a ler meu livro.
Às vezes leio coisas tão prazerosas que a vontade é continuar sentada dentro dos ônibus e ficar circulando a cidade por duas, três, quatro viagens...
Tudo isso porque essa noite eu dormi bem.

sexta-feira, novembro 27

Dilema

De vez em quando eu consigo pensar que nem homem.
Mas, sejamos honestos, eu não sou um.
Essa mania que eu ando de relativizar as coisas é uma mão na roda na hora da auto enganação, ainda assim, nem sempre funciona.
Eis que encontro-me num dilema:
"Should I stay, or should I go?"
Não sei.
Se eu fosse homem, eu ia.
Azar.
Mas, mulher boboca que sou, não sei.
Devia ir.
Eu quero ir.
Ao mesmo tempo, encontro-me totalmente à disposição para abandonar meus planos se o telefone tocar.
Eu espero o telefone tocar.
Uma diferença monstruosa de comportamento e pensamento.
"Shuold I stay, or should I go?"
Maldita carência, maldita baixa auto estima, maldito vício.
Devia ir.
Desta vez, devia pensar: o que você faria no lugar dele?, e ir.
Mas, cadê que eu consigo?

Novo propósito obsessivo

Uma semana cravada para as sonhadas férias da faculdade.
Parte dos meus planos - desta vez não tão extensos ou nefastos - é ler livrinhos subversivos.
Não ler qualquer espécie de livrinho; pelo menos não com o afinco que eu sempre dediquei aos meus amiguinhos encadernados; anda me deixando um pouco adoentada. De forma que, nas férias, eles serão a razão de ocupação do grosso do meu pouco tempo livre.
Além da falta de tempo, ando sofrendo pela falta de um livro que eu queria muito, muito, muito mesmo ler e que ia ser minha primeira aquisição pós primeiro salário fixo depois de tantos anos, mas que anda esgotado no mercado.
E então ontem, passando numa banca de livros usados, lá estava ele: o livrinho subversivo.
Não pensei nem duas vezes, como me é de costume.
Parei, abri a carteira, comprei e fui embora.
Lembrei do outro livrinho subversivo que está lá na prateleira esperando chegarem as férias já há duas férias.
Pronto.
Resolvido tudo.
Ainda é muito triste a falta do objeto de desejo, mas achei um novo propósito obsessivo - pelo menos por enquanto - para os meses que virão.

sexta-feira, novembro 20

Consultando os Astros...

abrir-se ao novo é importante!
Temos aqui o 7 de Copas como seu arcano conselheiro neste momento, Renata. O Tarot sugere que este momento é propício para que você abra seu coração para o conhecimento de pessoas novas que surgirão, revelando novas possibilidades afetivas. Isso não significa necessariamente que você tenha que abdicar do velho em sua existência, nem que tenha que cair na farra de uma forma excessiva, mas que talvez seja necessário que você atente para o fato de que curtir com outras pessoas pode oferecer uma perspectiva nova, que até mesmo melhora suas relações antigas. Isso não implica em obrigatoriamente fazer sexo ou namorar outras pessoas, mas no mínimo sair com outras figuras, conversar com gente que gosta de você (até mesmo apenas amigos) e ter uma melhor perspectiva de si através do olhar dos outros. Converse com as pessoas, ouça o que elas têm a lhe dizer, permita-se perceber como uma pessoa sedutora e querida. Ainda que você não faça nada, não deixa de ser uma experiência boa para o seu ego.

Procurando cabelo em ovo
Vênus em quadratura com Mercúrio natal

DE: 20/11 (Hoje), 2h17
ATÉ: 28/11 , 20h26
A desarmonia que envolve Vênus no céu com o planeta Mercúrio do seu mapa entre os dias 20/11 (Hoje) e 28/11 não é um conflito grave, Renata, e diz respeito a alguns conflitos internos relacionados à sua forma de vivenciar o amor. É possível que, neste momento, você venha a questionar mais a sua vida afetiva, percebendo de forma mais intensa as suas insatisfações. Mas o problema neste período é que de nada adiantará muito pensar, pensar e pensar. O excesso de especulação neste momento não melhora a sua vida amorosa, e pode até torrar a paciência alheia, se você ficar falando demais sobre isso. Uma tendência natural deste momento é ficar fazendo "discussão de relação", quando se está namorando, e nem sempre são discussões que levam a algum lugar. Diz-se, inclusive, que após dez minutos de conversa, é provável que o foco do assunto seja perdido, e aí as pessoas passam a discutir milhões de coisas outras, liberando traumas e coisas que não têm nada a ver com a relação em si. Que tal não complicar?

Tô podendo?

quinta-feira, novembro 19

Acho verdadeiramente libertador - ainda que seja um pouco chato também - quando a gente consegue quantificar a dimensão de uma cagada e resolve fazer alguma coisa a respeito.

segunda-feira, novembro 16

C'est la vie e outros bichos

...E, como diz o ditado, depois da tempestade, vem a bonança.
Na verdade, começou a vir antes da tempestade acabar, mas a gente não vai levar isso em consideração.

No meio de todo meu caos caótico de ficar doente de novo, ter a casa revirada por goblins e o coração arrancado do peito; ainda assim, ando bastante satisfeita com a quantidade e a qualidade de coisas que ando produzindo.

Hoje, estou morta de felicidade - devemos todos bater palmas! - porque a monografia, enfim, começou a nascer!
E já nasceu recebendo elogios pelo meu excelente trabalho de pesquisa.

Fui visitar o trabalho e também lá ouvi bastante elogios.

Minha matéria para a tv, que eu tanto sofri para ir gravar, me proporcionou um dia muito agradável e uma das melhores matérias que eu já fiz.

No meio do meu caos caótico, tem dias em que o trabalho dura bem mais que as horas que eu tenho disponíveis de vida num dia.
No meio do meu caos caótico, tem dias em que as costas doem, o pescoço trava e eu fico pendurada no computador até não conseguir mais enxergar as letras na tela.

E isso tem me deixado feliz.

Apesar de todo o cansaço, era o que eu precisava, o que andava sentindo falta.
ainda que ande me faltando um milhão de outras coisas...

domingo, novembro 15

Velvet Day

"There she goes again
She's out on the streets again
She's down on her knees, my friend
But you know she'll never ask you please again

Now take a look, there's no tears in her eyes
She won't take it from just any guy, what can you do
You see her walkin' on down the street
Look at all your friends she's gonna meet
You better hit her

There she goes again
She's knocked out on her feet again
She's down on her knees, my friend
But you know she'll never ask you please again

Now take a look, there's no tears in her eyes
Like a bird, you know she would fly, what can you do
You see her walkin' on down the street
Look at all your friends that she's gonna meet
You better hit her

Now take a look, there's no tears in her eyes
Like a bird, you know she will fly, fly, fly away
See her walking on down the street
Look at all your friends that she's gonna meet

She's gonna bawl and shout
She's gonna work it
She's gonna work it out, bye bye
Bye bye baby
All right"

Vício na Balança

Meu primeiro libriano foi aos 15 para 16 anos.
A primeira, mais forte e avassaladora paixão.
Meu primeiro contato com os remédios tarja preta também.
O segundo foi coisa de dez anos depois.
Com esse experimentei os sentimentos levados a um extremo ainda maior.
Era tudo muito.
Muito amor, muito ódio, muita alegria, muita tristeza.
Sem meios termos.
E a minha segunda experiência de quase morte emocional.
Veio outro.
Fugaz.
Igualmente intenso.
Uma pessoa muito especial até hoje pra mim.
Outro.
Dessa vez, o signo não era o regente, mas a lua – que, nós mesmos nunca tivemos só para nós dois - não fez muita diferença.
A intensidade e aquilo que todos eles carregam era uma coisa típica de um libriano.
Tudo meu se rendeu a ele também.

Então, quando eu achei que o vício já tinha passado, que minha relação com eles já estava resolvida – porque eu fui aprendendo sobre eles e sobre como conviver e sobreviver a eles nesse tempo – apareceu mais um.

Eu não sei bem o que é que eles têm que faz de mim refém deles.
O olhar – são os mais belos olhares, na minha opinião.
Essa coisa de querer que o mundo viva e funcione exclusivamente por causa deles; ou aquele jeito de pegar, usar, tomar conta da situação, que uma moça submissa como eu acha uma glória.
A sedução que eles exercem sobre as pessoas, de um modo geral, é quase palpável, sólida.

Quando ele apareceu, nada acontecia, nem eu procurava.
Em dois encontros descobri que estava inegavelmente enrascada.
Eu era o número dele!
Comecei a me apaixonar de novo.

Então um dia ele sumiu.

Exatamente como das outras vezes, eu senti essa partida.
Diferentemente das outras vezes, fui logo cuidar da minha vida e tratei de aceitar essa partida.
Amaldiçoando a falta de filtro astrológico que me acomete, todo o tempo em que ele esteve longe, não consegui sentir nada por nenhuma outra pessoa, por mais que tentasse – a vida nunca ajuda a gente nessas horas.

Então ele reapareceu.

Sem mais nem menos.

Igualzinho quando foi embora.

Voltou como se nada tivesse acontecido.
Eu fui correndo.
Assim que ele ligou.
Não devia, mas fui.
E ele me beijou e me pegou como se tivesse me visto ontem.
Dormiu nos meus braços, me sorriu e disse bom dia como se não tivesse passado tanto tempo longe.
Ficou comigo, a gente se fez companhia e segurou as mãos quase que o tempo todo.
Aí, quando tudo estava indo conforme o planejado de novo, lá foi ele pela porta afora.

Senti, mais uma vez, tudo ao mesmo tempo agora.
Fiquei remoendo meu vício.
Neles.

Não, a culpa não é única e exclusiva do zodíaco – isso seria insensato de minha parte.
Mas percebi que, pelo menos os 4 primeiros, tiveram (tem) uma importância muito grande na minha vida; cada um a seu modo.
E a coincidência de serem todos eles librianos.

“Qual é seu signo?”
“Libra.”
*MEDO*

Hoje fiquei aqui, com uma promessa de um telefonema que eu sei que não vai vir, um coração apertado e uma casa silenciosa.
Por causa de mais um libriano.
E, hoje, nem sei o que fazer com isso...

quarta-feira, novembro 11

Apocalipse Now

Desde pequenininho, a gente ouve estorinhas sobre o fim do mundo, o apocalipse, essas coisas bonitas...
No cinema tá lá, um monte de filme com nada em volta, pessoas se matando, o caos reinando.
Mas, o fato é que a gente não espera que vá acontecer de verdade.

Eu estava trabalhando.
Tentando arduamente adiantar meu serviço porque esta semana está cheia de extras e compromissos e... Enfim.
De repente, foi como se Eles estivessem chegando: tudo piscava, os vizinhos gritavam de encontro uns aos outros dentro das suas casas.
Demorei a entender o que estava acontecendo.
Salvei o trabalho que já havia feito, calmamente, lancei mão da luz do celular para ir até a cozinha pegar uma vela e então me aproveitei, agradecendo muito, da bateria do laptop para descobrir o que diabos estava acontecendo.
Aos poucos, começavam as notícias: não era só no meu bairro – metade do Brasil estava apagado. Mais que isso, pouco se sabia.
Amém ao celular, mais uma vez, que possibilitou o contato com a mãe, que disse:
“Ainda bem que estamos todas em casa!”

Aí bateu.
Se fosse hoje, na hora em que tudo apagou, eu estaria na rua, dentro de um ônibus possivelmente, voltando pra casa. Veio na cabeça a rua escura, o ônibus rodando nas ruas escuras, a Praia de Botafogo escura.
Fiquei com muita pena de quem realmente estava na rua.
Pensei nos hospitais – quanto tempo dura a energia de um gerador? Será que as pessoas iam começar a morrer por falta de energia?
Porque o único barulho que eu conseguia ouvir no breu era o do gerador do hospital.
Em uma hora e meia só ouvi três carros e uma moto passando – e uma porrada de helicópteros voando lá fora.
Passavam aviões voando lá fora. No escuro. Fiquei com medo que finalmente caíssem por aqui.
Deitei na cama e só conseguia pensar em como estaria lá fora – no caos.
Me vi num daqueles filmes, sobrevivendo entrincheirada em casa com a criança, trancada dentro de casa, com medo de tudo que viesse do lado de fora. Morrendo sem cafuné, mais um beijo na boca e com um monte de vontades que eu ainda não realizei...
E se a luz não voltasse?
E se a bateria do celular acabasse?
2012 estreando no cinema – coincidência?
Será que eu ia ter que viver de mercado negro?
Será que ia tudo ser verdade, enfim?
Morro de medo de caos, de morte caótica...
Bem feito.
Quem mandou reclamar que não existia mãe solteira cuidando do apocalipse?
A casa me pareceu muito grande pra uma trincheira e meu medo só diminuiu quando a criança veio pra cama pedir abrigo e eu pude dormir abraçada com ela – pelo menos essa noite, estávamos as duas juntas.

Uma e vinte da manhã o breu continuava lá fora.
Firme e forte.
Não voava uma folha.
Não chovia mais.
Não ventava.
Nenhum inseto na área.
Nem
Um
Som.
Continuei com medo.

6 e meia da manhã.
A luz tinha voltado.
Não foi dessa vez.
Mas, às 8 e 20, o jornal ainda não chegou – e isso pra mim também é um dos sinais do apocalipse.
Apesar de ouvir as obras na rua, as pessoas falando, as buzinas buzinando; de saber que não vou sair na rua e encontrar grupetos escondidos em escombros explodidos e saqueados; ainda estou com medo.
E se acabar de novo a luz hoje à noite?
E eu estiver no meio da rua?

domingo, novembro 8

Domingo

Domingo.
Prenúncio de segunda.
De mais uma semana de ralação intensa.
De mais uma semana.
Tanta coisa que eu preciso fazer.
Tanta coisa que eu quero.
Tanta coisa que eu preciso.
Hoje.
Tão cansada.
Exausta.
Ainda assim sem sono.
Ainda assim sem o que eu gostaria hoje.
Sem o que precisava.
Sem.
Domingo.
Prenúncio de segunda.
Quero livros novos.
E ainda preciso terminar os velhos.
Livros.
Hoje.
Um pouco triste.
Ainda que o dia tenha sido feliz.
É o coração.
Tão cansado.
Sem.
Domingo.
Prenúncio de segunda.
Hoje não tem música.
Não tem som.
Tem sono.
E silêncio.
Tem que tomar coragem.
Respirar fundo.
Respirar.
Pra ganhar o Mundo.
Correr com ele.
Correr.
Domingo.
Prenúncio de segunda.
Falta cafuné.
Falta café também.
Falta muito.
Falta.
Ainda que brilhe, falta sol.
Ainda que vente, ar.
Ainda.
Domingo.
Prenúncio de segunda...

terça-feira, novembro 3

Me Conectando

Renata cheia do jeito tirando dúvidas sobre o moderno aparelho que vai permitir que eu volte a ser uma moça conectada à sociedade – status o qual eu ainda não tenho muita certeza se gosto muito ou não:

- Aí eu posso enfiar isso aí em qualquer lugar?
(Antes de começar a responder o moço tenta prender uma gargalhada.)
-...Não... Qualquer lugar, não...

Caímos os dois na gargalhada.

Pelo menos adquirir a paradinha foi divertido.

Vida Mais Ou Menos

Um amigo meu acha que tem o melhor emprego do mundo porque faz aquilo que gosta.
Nisso, só posso concordar com ele, mas hoje, tive cá a impressão de que o melhor emprego no momento é o meu.
Tá certo que a minha postura anda uma merda e eu fico com o corpo todo dolorido de ficar sentada quase que o dia todo; tá certo que chega uma hora que as minhas orelhas estão doendo também; tá certo que tem horas que o assunto é tão fora de qualquer coisa dentro da minha área de interesses (e que não é pequena) que eu fico com um sono fora do comum; tá certo que eu posso ter pesadelos com essas vozes por vários anos e que volta e meia considero o suicídio como opção; mas...
...Eu posso trabalhar sem sutiã, ou pelada se quiser; posso fumar quantos cigarros eu quiser e quando quiser; não preciso me maquiar, raspar as pernas, nem me pentear se eu quiser; só falo com o meu chefe duas, três vezes por semana no máximo e via telefone; não preciso ir até o local de trabalho, fico aqui dentro do meu quarto, na minha mesa, olhando a foto da minha filha; posso fugir pra ir ao cinema se eu quiser; não tenho hora de almoço, de entrada ou de saída.
O dinheiro não é lá nenhuma fortuna, mas, poxa, hoje, descabelada, de chinelo, com um cigarro na mão e uma caneca de café na outra, sem sutiã e olhando as minhas rosas crescerem enquanto me espreguiçava pareceu o melhor emprego atual do mundo.

domingo, novembro 1

Meus vizinhos, meus amores

Fazem quase dois anos que eu me mudei, mas o encanto perdura.
Continuo perdidamente apaixonada pelos meus vizinhos.

Cada vez mais, até.

É verdade que no início eu tinha um pouco (muito) de medo deles, mas depois que eu entendi e aceitei que eles todos saíram de um filme do Polanski (Inquilino, Bebê de Rosemary, pode escolher), minha fascinação por eles só fez por aumentar.

O Velho, por exemplo.
Nenhuma visita, festa ou faxina é completa pra mim se O Velho não está espiando da janela.
Sempre, em um dado momento, ele está lá, parado não muito perto do parapeito dele – só o suficiente para que eu possa ver aquela cara dele de Velho Satanista Do Mal Que Planeja Rituais Dolorosos Para Mim Por Causa Do Barulho – espiando tudo que se passa na minha varanda.
Me apeguei.
No início do ano ele viajou e eu fiquei sentindo uma saudade imensa dessa vigília psicótica; vigiava eu, todos os dias, para ver se ele já tinha voltado ao seu posto. Voltou.

Tem As Vizinhas Que Pegam Na Rua Pra Contar As Fofocas Do Condomínio – uma de cada lado da história – coisa que eu adoro, já que quase não fico aqui (ou ficava) e fico me sentindo uma participante mais ativa se sei quem anda brigando com quem, quem fez o que com quem...

Talvez por sempre ter tido coisa de dois, três vizinhos, eu ache tudo isso bastante fascinante. É uma espécie de realização social pra mim.

Então estamos no feriado.
Por diversos motivos que eu não vou citar aqui, resolvi ficar trancada dentro de casa.
Então, sábado à noite começa uma gritaria.
É O Vizinho Que Grita.
A maior parte, como sempre, eu não consigo entender direito. Só sei que tem a ver com dinheiro e que palavras de baixo calão voam a mil por hora e portas batem, sempre por mais de uma hora.

Mais tarde, outros vizinhos fazem saliência, alguém derruba panelas, O Povo De Cabo Verde ri alto, a vizinha de cima passeia pela casa de salto alto, o cachorro late, o celular toca em outro apartamento.

Acordo com mais gritos – de outra vizinha (essa ainda não tem apelido, foi mal) – e mais portas batendo.
E então eu tive mais um arrebatamento de paixão pelos meus vizinhos.
Com um povo animado assim, não tem como a gente se sentir sozinha, não é mesmo?

Faniquito feminista

Ontem eu dei uma escapada do que foi um final de semana/ feriado bastante enfadonho e solitário e fui assistir “Distrito 9”.
Tá tudo muito bem, tudo muito bom, a cia. da minha parceira de cinema foi mais que bem vinda, várias fofoquinhas, risadas; o filme indo muito bem, aí...
...Aí o ET de repente se levanta e diz:
“Meu filho! Tenho que ir buscar meu filho!” (ou alguma coisa do gênero)
E me deu um daqueles meus revertérios interiores.
No meio do filme (quase fim, na verdade) eu comecei a realizar o quanto filmes de homem são machistas – pra mim foi uma surpresa, mas eu explico.
Voltei àquela minha idéia de quem em filmes de terror é sempre a mãe solteira que tem que se virar nas onze pra catar a criancinha dos perigos demoníacos/ fantasmagóricos. Em filmes de terror, geralmente a tal criancinha é menina.
Percebi, naquele momento, que em filmes de ação/ ficção, o caso é justamente o oposto – são pais solteiros (que podem até começar casados, mas mulher sempre dança em algum momento do filme) que tem que salvar o mundo e/ou seus filhos homens.
Existem exceções, claro.
Mas, naquele momento, essas analogias me pareceram coisas tão sexistas que chegaram a me dar uma certa raivinha dos filmes, dos clichês dos filmes e de mim, que pago pra assistir esses filmes!
Tudo bem... O De Niro já fez filme de terror em que ele pai solteiro de uma garotinha – se bem que, no caso, ele também era a assombração (arrá, estraguei o filme pra quem não viu!). O Shwaza já fez filme de ação em que ele salvava a filhinha dele.
Agora, cadê a Jolie atirando em geral pra salvar a filhinha dela? Ou o filhinho? Ou todos os seis?
Como eu ando num momento muito mulher-moderna-independente-do-século-XXI, ando bastante chegada a faniquitos feministas; e, mesmo os tendo durante o filme, muito provavelmente assistiria de novo.
E continuarei fazendo.

Da Fidelidade cosmética

Existem fatores, vamos dizer, alheios à minha vontade, que me fazem fazer coisas estúpidas de vez em quando:
Ressaca,
TPM,
Briga com a mãe,
Cansaço,
Falta de grana,
Carência...
Juntemos tudo isso num só pacote e teremos o que andava me acometendo quando fui comprar um desodorante este mês.
Eu ainda estou naquela pilha de ficar variando produtos conforme meu humor e vontade. No sentido cosmético, minha fidelidade é zero; não existe perfume, shampoo, desodorante, sabonete, creme que eu use sem trocar por um novo ou que tenha uma embalagem mais bonita.
Assim sendo, desta vez, enquanto olhava a prateleira com aquela quantidade que eu sempre acho absurda demais de variedades, pensei cá comigo:
“Vou levar um de aerosol e ficar que nem aquelas mulheres do comercial, me sprayzando toda.”
Minha idéia era luxo, glamour, alguma coisa para compensar as unhas ainda arrasadas pelo aniversário e a monocelha bonita que anda enfeitando meu belo rostinho.
Já na primeira tentativa de uso mandei ver um jato de spray bem no meu nariz e fiquei aparvalhada com a minha falta de jeito. A gente nunca vê aquelas mulheres incríveis mandando ver um spray direto na fuça.
Dois dias depois, encasquetei com o cheiro da coisa.
Comecei a achar que, invés de cheirosa e glamourosa, estava parecendo peão de obra no fim do dia.
Quase uma semana depois, ainda não peguei o jeito do spray e acho que foi uma das idéias mais estúpidas que eu já tive na vida...
...E começo a considerar seriamente se a fidelidade cosmética não seria lá algo muito ruim...

sexta-feira, outubro 30

Em Breve

...Internet em casa.
Visualizo um futuro negro...

Trabalho rural

No meio de todos os preparativos para a micareta de aniversário, me foi oferecido um trabalho.
Temporário, mas urra!, uma coisa que a gente procura e não tem há alguns anos é sempre bem vinda, seja lá qual for a confusão domiciliar que você esteja metida.
Um trabalho, vamos dizer assim, rural.
E instrutivo.
Já no dois primeiro dia eu descobri que:
Traíras são realmente traíras – elas comem peixinhos inocentes.
Hitler devia gostar de touros (não li “Minha Luta”, ainda que ache que deva ler algum dia pela relevância histórica da coisa, então não posso fazer esta afirmação com 100% de certeza), porque existe uma busca por exemplares geneticamente perfeitos bizarra no meio.
Que bananeiras têm sigatokas nas axilas.
...Dentre outras coisas...

(À noite, durante um breve intervalo, peguei uma família de cochonilas pondo ovos na minha roseira. Agora eu sei o que são e já vi cochonilas.)

No segundo e no terceiro dias, tive a imagem perfeita de mim mesma como uma caricatura mais cheia e bonita de Beavis and Buthead.
Ouvia expressões como “Pantanal da nhecolândia”, “distribuição de sêmen para as comunidades carentes”, “época de montagem” e começava a gargalhar sozinha.

Hoje, quase uma semana depois, estou tendo trecos de irritação em perceber como as pessoas de um modo geral falam mal.
ÃÃÃÃÃ...
ÉÉÉÉÉ...

E rola uma certa dor de ouvido por ter que ficar com os fones, uma vez que o som do computador é algo de bem baixo.

Chega a ser irônico que eu, uma pessoa que nem gosta quando o telefone toca, tenha que trabalhar com barulhos e sons a maior parte do dia.

Getting old

- Mãe, quando eu tiver 6 anos eu vou ser do seu tamanho, né?
- Quando você tiver 16, você quer dizer...
- Nããããããããooooooo, 16 é muito velhinha!
(Gargalhada materna.)
- Poxa, então eu sou uma múmia!!!
- Não, mãe...
- Mas eu tenho duas vezes 16!
(O queixo da criança cai e seu rosto fica com uma expressão de horror profunda.)
(Ela se recompõe.)
- Tá bom, então.
- O que que tá bom?
- 16 não é tão velha...


Preciso urgentemente me render aos cremes antirugas.

A festa

...De qualquer forma, o Veríssimo tem toda razão: festa de criança sem birita, não dá.
Organizar uma festa de criança em casa é um trabalho hercúleo que começa bem antes da festa.
Existe a excursão, ou excursões como foi o caso, à lojinhas de artigos de festas em busca do tema encomendado pela criança, do confeito perfeito, da lembrancinha pros amigos... São horas e mais horas de solas de sapato jogadas ao vento e uma coisa bem próxima dos milhões de dólares.
Antes de qualquer coisa, é preciso arrumar o barraco.
Avós, tias, amigos e toda a sorte de pessoas vão transitar pela casa e, no meu entender, ela tem que estar im-pe-ca-vel-men-te arrumada. Observando o meu nível de histeria – já que passo dois dias falando com as pessoas de cima de um armário qualquer porque realmente acredito que as pessoas vão enxergar os coelhos de poeira que moram em cima dos armários – minha mãe, temendo um acidente brutal quando eu começo a discorrer sobre limprar as janelas, resolve me ceder a faxineira dela um dia para que ela execute essa tarefa.
Começo a me sentir muito mal com esse meu luxo de sinhá – coisa que só piora quando passo o rodo no estoque de cervejas e refrigerantes das Sendas e preciso contratar o serviço de entrega a domicílio, feito por um senhor bem mais velho que eu que faz questão de me acompanhar pelo caminho enquanto empurra o carrinho com as minhas coisas. Pela primeira vez desde que eu me mudei, o porteiro ajudou a descarregar as compras, acredito que para ganhar um trocado; mas a sinhá é de quinta, então não tinha um mísero trocado (de verdade) e ele ficou a ver navios.
Aposto que não me ajuda nunca mais e que vai sumir com alguma das minhas contas preu pagar multa só de vingança.
Mas as janelas ficam limpas e a birita garantida.
Teoricamente, o menu da festa deve comportar coisas que sejam do gosto tanto dos adultos quanto das crianças.
Por elas, eu posso dizer com confiança: bastava um fandanguinho em cima da mesa que já ficava geral na maior felicidade; mas não! Lá vai a mãe (com bastante influência da avó) inventar hambúrguer, cachorro quente, empada, várias coisas super práticas de se ter à mesa. Elas só precisam que você não dê mole e esquente fornadas e mais fornadas variadas de cada uma delas – o que faz com que a mãe da criança, que também é da dona da casa, seja facilmente encontrada durante os festejos dentro da cozinha com um pano em cima do ombro, suando em bicas por causa do calor do fogão, mas sem perder o glamour do alto de suas chinelas de strass.
E tem que ter bolo e brigadeiro!
Mamãe tem alguns desvios de conduta. Um deles é a recusa premente de pagar uma padaria de quinta (tá, segunda) uma fortuna para que eles façam um bolinho de chocolate de nada.
O que leva nossa pobre mamãe de volta ao fogão – ou inicia a sua saga, já que o bolo é feito antes da festinha.
O brigadeiro requere ajuda já que, apesar de gorda e balzaca, o brigadeiro da mamãe nunca deu e hoje nem tem mais pretensão de dar ponto para enrolar. Sobra para a madrinha.
Na véspera da festa, o saldo de cervejas já consumidas já ultrapassa uma caixa.
E alguns brigadeiros lembram aquele papel famoso do Eric Stoltz – o Rock Dennis.
E tome mãe de metro e meio subindo em parapeito de janela pra pendurar bola!
Bolas estas que vão ficar penduradas um bom tempo...
Duas horas antes, cerveja no gelo, comida entregue,criança de banho tomado, tudo pronto.
Pelas próximas sete horas eu iria me dividir entre todos os cômodos e convidados da casa, num ritmo tão frenético que entabular duas frases era uma tarefa digna de medalha.
Lembrei do Veríssimo.
Na última hora, consegui sentar, beber e conversar com meus amigos.
Depois que a última pessoa foi embora, a criança foi banhada e posta para dormir, copos e pratos foram recolhidos.
Lembrei de novo do Veríssimo e agradeci por só ter que fazer uma festa por ano.
O plano era comemorar sozinha o sucesso da empreitada bebendo uma cerveja com calma – todas ficavam quentes ou perdidas pela casa antes que a gente pudesse ter uma relação mais íntima.
Acabei dormindo, antes que pudesse começar uma relação mais íntima com qualquer cerveja, agradecendo por só ter que fazer uma festa por ano, com o corpo todo destruído e imensamente feliz por olhar a felicidade de quem – excepcionalmente – havia tido permissão para no fim de tudo isso vir dormir abraçada comigo.

5 anos

Aniversário.
Se no nosso, já fica impossível não fazer uma retrospectiva do que foi o ano que passou e o que a gente espera pro que vai vir, no dos filhos, é igualmente inevitável lembrar, lembrar, lembrar...
Lembrar que, há 5 anos atrás, a esta hora eu já não podia nem comer nem beber nada há algumas horas – e isso era ruim.
Lembrar que, às 22:26 da noite, a mala já estava pronta.
Lembrar que existia uma enorme ansiedade para saber se o que estava dentro de mim tinha mesmo aquela carinha que apareceu na última ultra.
Tinha.
Tinha, mas ainda era de verdade.
É inevitável lembrar de todo o caminho que a gente percorreu até aqui.
Ver como as duas cresceram.
No caso dela, bate um aperto no peito se eu penso tudo que ainda vai acontecer com ela...
Nos amores que ela vai ter e que não vão ser correspondidos, nas provas em que ela vai bombar, no momento em que ela vai descobrir que a vida não é um conto de fadas, que ela não vai conseguir ser cantora, pilota, construtora, médica de bichos e professora ao mesmo tempo.
Aperta o peito a cada par de meias que ela bota sozinha, a cada resposta malcriada que eu nem imaginava que ela pudesse dar, a cada jogo novo que ela descobre no computador, a cada passo de balé.
Ao mesmo tempo que é muito bom ver um filho crescer e se tornar mais independente, também é muito ruim saber que o dia em que ele vai te deixar chega cada vez mais perto.
Todas as noites eu agradeço pela filha companheira, bem humorada, carinhosa e maravilhosa que eu tenho. Todos os dias é ela o motivo deu levantar da minha cama e tocar os piores e melhores dias.
Hoje, virada do avesso depois de uma festinha caseira com sucesso absoluto de público e crítica onde trabalhei cachorramente, ela me disse:
“Quando eu crescer vou querer ser cantora, bailarina, construtora, médica de bicho, pilota... e mãe! Mas mãe eu vou ser todo dia!!!”
Pronto.
Pra mim, já valeu o dia.
Ganhei o meu presente de hoje.
Porque tem 5 que eu ganho um novo todos os dias.
E, nossa! Como vale a pena!

quinta-feira, outubro 15

Kevin Costner Mode On

Feriado.
4 pessoas numa mesa de bar.
Chegam outras duas pessoas, cumprimentam duas das pessoas já sentadas e saem.
"Puxa, a gente é mal educado, né?"
"Ai, tudo bem, eu não preciso conhecer mais ninguém mesmo..."

A mesa riu, mas o pensamento é mais ou menos esse mesmo.
Não é porque você mora numa cidade que tem milhões de habitantes que deve conhecer um milhão de pessoas.
Nem tem espaço no hard disk pra isso!
Eu gosto de curtir as pessoas que eu já conheço...
Conversar com elas, sair com elas...
Não precisa mais.
Ainda que eu saiba que elas virão.

quarta-feira, outubro 14

Além desse, voltei ao Projeto Aprendendo a Dormir no Meio da Cama.
Ao Projeto Fure Você Mesma a Parede.
Ao Projeto Vamos Revelar Fotos Antigas.
Ao Projeto Abaixo a Gilete.
E ao Projeto Vamos Ser Fortes e Resistir às Tentações...
Uma mulher muito projetada eu...

Mural de Balzaca

...Andei queimando muitos neurônios...
...Compensou imensamente, mas, logo depois de sair de uma prova que me deixou literalmente de pernas bambas, aproveitei a rebordosa, o antibiótico (que acabou, acabou, acabou graçasadeus!!!) e lá fui eu me internar na minha cama para ler todas as revistas que ganhei de presente...
Apesar de precisar queimar muitos outros neurônios, é um daqueles momentos na vida em que só o que vai me salvar é Coleção Vagalume, Sidney Sheldon...
É uma pausa rápida pra perfumaria...

...Então, numa dessas revistas tava lá: O Cozinheiro.
Quase peladão.
Mas, pruma mulher, o quase peladão é tão bom quanto o peladão em si.
Olhei praquela foto e pensei que eu devia pendurar ela na parede do meu quarto.
Aí fui pensando em todos os caras que a gente pode dizer que são ídolos de alguma forma...

... Lembrei dos 14 anos.
Aquela parede cheia de Tom Cruise em uniforme de piloto, Axel Rose de shortinho de lycra... Típica parede de menina de 14 anos.
Percebi que, hoje, aos 32, os cantores e atores que eu gosto não são mais os mesmos, nem têm o mesmo visual... A grande maioria de fotos seria de escritores - com pequenas excessões para os dois grupos anteriores...
Pensei nas mudanças e no grupo que mereceria figurar desse meu novo mural...
Todo mundo com barriguinha, quase todos de barbinha, muita coisa dentro e nada que costume interessar o público geral fora...

Mural de Balzaca.
Meu novo projeto novo para 2010.

segunda-feira, outubro 5

...ai, tô em crise...

domingo, outubro 4

Delegando Culpa

Aquele pessoal da auto ajuda, do esoterismo, dessa bobajada toda, costuma dizer que se a gente repetir bastante alguma coisa, ela se realiza.
Que a palavra tem poder.
Ok.
Eu acredito nisso.
Sempre acreditei.
Passo horas e horas do meu dia repetindo coisas variadas - que, dependendo do meu humor, podem ser coisas bem suaves e felizes até ameaças (veladas) de estrangulamento ou alguma coisa parecida.

Como meu ano foi bastante barra pesada no quesito que diz respeito àquele músculo disforme e esmigalhado que eu trago dentro do peito, por muitas vezes passei o dia cantando:

"De hoje em diante
Vou modificar o meu modo de vida
(...)
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar
De esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim
"

Não só não funcionou, como eu não sei se ainda se sinto raiva do povo biruta, do Rei, do Seguimundo ou de mim mesma...
...Essa coisa de mulher civilizada que tem delegar culpa à alguém ou àlguma coisa ainda vai acabar comigo...

E eu ainda me espanto...

- E aí quando a gente morrer, vão vir vários bichinhos e comer toda a nossa carne lá embaixo da terra até não sobrar nada, não é, mãe?

Vida de Adulta

...Passava uma coisa qualquer na televisão quando eu me senti sentindo saudades de uma alegria plena que, ou não me acomete há muito, muito tempo, ou que eu nunca senti...
...Senti saudade de ter inocência, da vida descomplicada onde a maior preocupação é a prova de matemática e, por falta de maior compromisso, existia sempre uma festa americana planejada em coisa de meia hora...
...Saudade de quando achar que uma coisa era eterna era sinônimo de felicidade e não o despertar de uma furiosa vontade de chorar...

Quando me batem essas saudades, batata: TPM ou é Dia de Conta Pra Pagar.

Coisas extremamente simbólicas que me lembram do quanto eu cresci, encaretei, acabei ficando esmigalhada de afazeres e responsabilidades e preocupações. As mesmas que eu via a minha mãe ter quando era criança e não conseguia entender.
Mesmo hoje, entendendo, não posso dizer que entenda.
Porque eu não entendo e não gosto do preço alto que se paga pelos afazeres, responsabilidades e preocupações, que a gente chama de "liberdade".
Quanto mais preso a gente se sente, mais liberto - independente - também. E isso tudo é muito louco demais pra mim.

Nesses momentos, eu saio empurrando minhas pedras, resolvendo meus problemas, desfiando meus novelos...
Empurro aqui, resolvo ali, desfio lá e, quanto mais adulta e resolvida eu fico, mais eu sinto saudades...

Nesse final de semana eu fui lá, venci meus medos, tive um momento "Fome Animal", com direito a pus, sangue e um belo buraco pra enfeitar minha perna direita. Resolvi sozinha. Ainda que tenha chorado por horas a fio, dado chilique e gasto minhas parcas economias em remédios.
Muito adulta.
Muito independente.
Um final de semana em que fiquei de perna pra cima, sem andar, fazendo curativo em mim mesma e completamente sozinha.
O antibiótico de ouro cumpre a sua função.
Dois dias depois eu já posso andar sem dor.
A perna vai ficar boa.
Eu penso se existe a possibilidade do remédio estar curando outras coisas que eu nem se existem dentro de mim - e penso nisso como uma coisa boa.
A única coisa que o remédio não cura - insiste em não curar - é a saudade.

...Saudade de uma vida mais leve, despreocupada, feliz...
Completamente utópica.
E sem cura.

sábado, setembro 26

Círculo Vicioso

E então você passa um bom tempo sonhando com alguma coisa.
Estabelecendo padrões, definindo o que voce quer, acendendo velas pra Santo Antônio - eu não roubo mais o menino ou afogo a imagem depois que me chamaram a atenção de que o Santo até manda alguém depois, mas alguém horrível, só vingança.
E começa a procurar.
No meio do caminho, tropeça em vários pessoas que não são o que voce espera; até que um dia, tropeça no cara que você esperava.
O que acontece depois não fica bem definido, porque voce não sabe direito se é porque ele te dá a atenção que voce queria, se é porque ele tem vontade de verdade de estar perto de voce, mas a coisa acaba não acontecendo como voce esperava que acontecesse.
Perde noites em claro pensando na surrealidade da situação.
Sem querer acaba machucando alguém.
E termina com um sentimento mau dentro do peito.
E frases más no celular.
Os dias vão passar.
E voce vai voltar ao Santo, vai voltar a treinar dormir no meio da cama sozinha; daqui a pouco vai voltar a procurar - mesmo achando que as chances de um acerto diminuem a cada dia.
Não sem um pouco de tristeza.
Não sem xingar um pouco o Tio Segmundo.
E continuar sobrevivendo.

terça-feira, setembro 22

Duas Datas, Um Ano.

Em 2008.
19 de setembro foi sexta.
19 de setembro foi a segunda vez na minha vida que eu botei um homem pra fora de casa.
A bebedeira, que seguia sem grandes novidades, descambou pruma discussão - que começou no meio da rua, testemunhada por olhares tão ébrios quanto os das pessoas que gritavam entre si, e foi acabar num quarto. Pra sempre.
Não só o homem e as coisas que eu consegui pegar e enfiar dentro de uma sacola de mercado (camisetas, cuecas, bermudas) enquanto gritos se misturavam com lágrimas.
Quando eu fechei (bati) aquela porta - a minha porta - muito mais coisa foi junto com aquele homem.
Naquela madrugada, um Amigo me consolou, me abraçou, ouviu, bebeu comigo e ficou todo ensopado de lágrimas.
Um Amigo que, há anos, faz dessas de atender telefone no meio da madrugada e vir correndo me socorrer, mas que também não faz só isso - a gente também ri muito há muitos anos.
Eu fui dormir bem mais calma, mas com uma dor que quase não cabia dentro do peito.

Em 2009.
19 de setembro foi sábado.
Guardei bem os dias da semana e a data porque uma Amiga faz aniversário dia 20; e, no dia 20 do ano passado ela havia dançado no dia do próprio aniversário, e as danças só acontecem aos sábados.
Neste ano eu também fui ver Amigas dançarem.
Duas outras Amigas.
Não era aniversário de nenhuma delas, mas, nos últimos anos, essas duas Amigas saíram das almofadinhas que ficam no chão para a mesa dos adultos dentro do meu coração.
No caminho, dentro de um 569, sem querer olhei pro lado, vi o homem.
Meu coração não bateu como costumava bater, mas ele ainda é uma lembrança ruim.
Ele ainda está no mesmo lugar, com a mesma cara.
Eu ia para o mesmo lugar que havia ido há um ano atrás.
Mas eu não estou mais no mesmo lugar ou tenho a mesma cara.

Em 2008
20 de setembro foi sábado.
Como se eu não tivesse chorado a alma - como só fui chorar apenas uma vez depois e por motivos em nada semelhantes, ainda que ambos digam respeito ao abandono - levantei.
Me banhei, me arrumei, me enfeitei como não fazia há tempos.
E fui ver, pela primeira vez, minha Amiga numa apresentação de dança do ventre.
Uma mesa enorme me esperava, cheia de Amigos e amigos.
Todo mundo muito feliz, comemorando.
Eu, louca para ir embora - observando a felicidade alheia e rindo da desgraça alheia.
Quando a dança acabou e eu achei que já poderia ir sem fazer desfeita ou algo do gênero, voltei pra casa e chorei olhando pruma sandália havaiana, até dormir.

Em 2009
20 de setembro foi domingo.
A Amiga que dançava ano passado hoje amamenta um lindo e robusto bebê faminto. Continua aniversariando, mas hoje não dança mais.
Os Amigos naquela casa, neste dia, sentam todos à Grande Mesa; e a casa me é muito mais familiar e querida do que era no ano que passou.
No dia anterior, a mesa do bar era mesma, mas não eram as pessoas que lá estavam ou sentavam conosco.
Muitas se separaram, algumas encontraram um novo par, novas amizades se formaram, novas crianças nasceram - as pessoas que dançam não são mais as mesmas.

Ainda me espanta a quantidade de coisas e pessoas que podem acontecer no período de um ano. Me espanta a quantidade de pessoas que entram, que vão embora; como há dois meses atrás eu me treinava para aprender a dormir no meio da cama, aceitando a inevitabilidade da solidão; como há apenas um mês atrás, sentia que ocupava muito espaço no mundo à toa e hoje me falta espaço para ocupar tudo o que devo.
Perceber o passar de um ano todo e tudo o que aconteceu neste ano me espanta.
Coroei a passagem com tantos beijos e abraços e Amigos que dentro do meu peito, hoje, não cabe mesmo, nenhuma dor.

quarta-feira, setembro 16

Facinha, facinha...

Meu Mundo por uma manicure, uma faxineira e um passaporte pro Festival do Rio.


...Alguém...?

quarta-feira, setembro 9

Do You Realize?

De vez em quando eu escuto muita música.
É uma coisa que varia com o humor, com o tempo, com aquelas coisas todas...
E, de vez em quando, quando eu escuto música, eu volto a ouvir coisas que não ouvia há algum tempo...

"Do You Realize - that you have the most beautiful face
Do You Realize - we're floating in space -
Do You Realize - that happiness makes you cry
Do You Realize - that everyone you know someday will die

And instead of saying all of your goodbyes - let them know
You realize that life goes fast
It's hard to make the good things last
You realize the sun doesn't go down
It's just an illusion caused by the world spinning round

Do You Realize - Oh - Oh - Oh
Do You Realize - that everyone you know
Someday will die -

And instead of saying all of your goodbyes - let them know
You realize that life goes fast

It's hard to make the good things last
You realize the sun doesn't go down
It's just an illusion caused by the world spinning round

Do You Realize - that you have the most beautiful face
Do You Realize
"

Ouvi.
Prestei atenção na letra.
...E lá veio o revertério!

Do dia para a noite, passei a dizer tanto para as pessoas que eu as amo que uma das amigas reclamou dizendo que nem o namorado dizia tanto isso para ela; tenho ouvido mais música e bem mais alto; não tenho pensado duas vezes antes de chutar os estudos para a monografia para cima para ficar com as pessoas que eu amo (e eu sei que vou pagar caro por isso); faxina eu faço quando eu quero e até tenho tirado fotos sorrindo.
Do dia para a noite, reservei todos os finais de semana para ir a todos os aniversários das pessoas - ultimamente comemorados em lugares onde eu não iria se estivesse no que as pessoas chama de "meu juízo perfeito"; compareci a três chás de bebê e visito religiosamente a amiga que já deu à luz ao seu pequeno moleirabanger; passei a dar presentes para as pessoas com uma determinação furiosa que não me assaltava há anos; arrastei estantes e vou pintar paredes.
Do dia para a noite, por causa de uma música, porque eu me dei conta...

terça-feira, setembro 1

A felicidade de uns...

De vez em quando eu descompenso.
Tem TPM, trabalho de faculdade, telefone que não toca, roupa pra lavar, falta de grana... Eu descompenso.
E quando eu descompenso o mundo fica ruim.
Cada defeito que eu dou ou que a criança dá nesse período é coroado por gritos - pelos quais eu pago o preço caindo em prantos no meu travesseiro quando o cai o silêncio na casa, me achando uma mãe horrenda e malvada.
Mas é quando existem manhãs como a de hoje, que eu vejo que isso acontece com todo mundo.
Às 9:20 da manhã, um vizinho gritava.
Gritava tanto e mais alto do que eu.
Ele estava descompensado.
A gritaria durou algo mais que 20 minutos e eu fui invadida por uma alegria tremenda ao perceber que existem pessoas como eu; que meus vizinhos, que sempre ouvem os meus gritos, também ouvem os próprios gritos; que eles também são gente como eu; e que isso é normal.
Por mais estranho que seja se sentir feliz com o que acontece de ruim com outras pessoas, fez com que eu começasse meu dia bem.
E perfeitamente compensada.

domingo, agosto 30

Harmonizando o dia-a-dia material

Vênus na casa 6

DE: 30/08 (Hoje), 23h38
ATÉ: 23/09 , 22h57
Entre os dias 30/08 (Hoje) e 23/09, você estará passando pelo momento de Vênus na sexta casa do seu mapa, Renata. Como que para compensar a "farra" do ciclo anterior, neste momento você passa a se interessar mais com o andamento das questões cotidianas: o emprego, a saúde, as contas a pagar. A atenção sai subitamente do plano das diversões, e "cai na real", por assim dizer, percebendo que também há prazer em organizar uma vida funcional, resolvendo pendências e deixando o dia-a-dia mais harmonioso e equilibrado.

Esta é uma fase excelente para você aprimorar alguma habilidade sua, Renata. Você estará com uma predisposição maior a lapidar seus talentos, aprendendo a fazer melhor aquilo que já sabe fazer.

Em geral, há neste período um desejo por uma atmosfera harmoniosa no trabalho, e isso favorece as relações com os colegas, caso você trabalhe. Caso não esteja trabalhando no momento, Vênus na Casa 6 sugere um momento em que você sente grande necessidade de ser útil, e isso pode significar você ajudando mais nos afazeres domésticos, ou colaborando com algum amigo na produção de alguma coisa.

No que diz respeito à saúde, esta é uma boa fase, é bem provável que você venha a dar mais atenção à sua alimentação, à qualidade do que você come, aos seus hábitos em geral.

*****************

Por essas e outras eu continuo lendo essas coisas.
E acreditando.

quarta-feira, agosto 26

Alguém me leva?



vouterumtreco
euqueroirnoshow

O problema de agosto

O problema de agosto é que eu virei pisciana.
Sabe aquele papo de que, em alguma hora da sua vida, você vai passar a ser "comandada" pelo seu signo ascendente?
Então.

Comecei a desconfiar quando percebi que a Olívia chegava todos os dias em casa, me pedia biscoito, e eu não ligava. Porque, geralmente, eu faço uma pressão por uma maçãzinha, uma bananinha, alguma coisinha mais saudável e maternal - o que nem tem tanta importância assim, visto que a criança passa o dia no colégio só comendo coisas saudáveis - e eu passei a não fazer.
Depois, meu liquidificador quebrou. Eu preciso do meu liquidificador porque eu gosto demais de chegar em casa e tomar uma sopinha. Mas ele quebrou. E até hoje ele está quebrado.
Então uma das lâmpadas da sala queimou. Bastaria que eu fosse ao mercado e comprasse uma nova. De fato, já fui ao mercado um sem número de vezes desde que ela queimou, mas ela continua lá, queimada.
E aí, nesse tempo todo, passei algumas noites, zapeando em frente à tv, em noites que seriam livres e eu não saí por preguiça de me arrumar, sentada na minha poltrona de balanço, com os pés pra cima, enrolada numa coberta - o verdadeiro retrato da decadência humana e que jamais será visto por alguma outra pessoa que não seja a minha filha, que é uma pessoa que me acha linda não importa meu estado - pensando como seria bom se eu não tivesse que me levantar para ir ao banheiro.

Comecei a ler notícias no jornal que fugiam à minha compreensão - tive que pedir ajuda à minha mãe. Meus textos de semiótica se transformaram em algo próximo ao grego arcaico. Livro, tem mais de uma semana que eu não leio - o que é grave. Resolvi mudar o tema da minha monografia, mas, por enquanto, não tenho nada melhor para apresentar de objetivo do que "preciso me formar" ou justificar além de "eu gosto de livro".

Fiquei lenta.
Desliguei da tomada.
A vida fica mais calma, bonita e menos sofrida, mas tudo isso tá me atrapalhando.

Essa noite eu morri

Era noite numa cidade com toques coloniais, meio Paraty (Centro histórico), meio Salvador (Pelourinho). Um grupo grande de amigos, dos quais eu só me lembro de dois, e que um eu não revelo nem sob tortura, havia acabado de sair de algum evento meio sarau, meio cinema, meio show e procurava um bar, algum outro lugar em que pudessem beber e continuar as risadas e alongar a noite que estava muito divertida e agradável.
O lugar escolhido era um casarão, daqueles meio estilosos com móveis coloniais e lustres grandes e brilhantes. Numa mesa bem grande, no meio do salão, um farto bufet de frutas e outras coisas. Havia um par de candelabros em cada ponta da mesa também, com velas brancas e aquela luz de vela - fraca no meio dos lustres.
Tudo começou a ficar estranho quando todos escolheram beber taças de vinho e o garçom era o Lafayete, de True Blood.
(Sim, eu ando vendo tv demais, mas foi quando eu notei que as coisas estavam estranhas.)
Antes que o vinho chegasse, pela janela entraram dois insetos.
Um de cada lado da mesa.
O do lado de cá, meio lagosta pré-histórica, não se mexia.
O do lado de lá, uma espécie de filhote de libéluba gigante criada a base de geléia de mocotó, era frenético.
Minha fobia de inseto e coisas que possuem exoesqueleto começou a se manifestar com força total, enquanto o grupo de rapazes - 3 - ria muito e corria até o lado de lá para espiar de perto "o bichinho".
Este ("o bichinho"), a esta altura me olhava com grandes olhos de mosca, de um azul bem azul, cheio de olhinhos pequenos juntos num mesmo olho, todos emoldurados por uma longa e fragmentada antena de mariposa.
Quando os rapazes chegaram perto - rindo do meu medo - de repente, a mosca libélula mariposa superalimentada, criou um bico. Um bico que abria e fechava sem parar e de onde saía um zumbido alto.
Ensurdecedor.
Logo, o monstro inseto from hell também tinha penas e abocanhou o primeiro rapaz. Todinho. De uma só bocada. E, enquanto comia os outros, ia crescendo numa rapidez espantosa, ficando cada vez maior a cada corpo que engolia.
Ainda com medo do outro monstro - o monstro lagosta do lado de cá - não consegui ir pro outro lado da mesa, então resolvi me enfiar debaixo da mesa.
Acontece que outra amiga também tinha tido a mesma idéia e, num remake muito ruim de Alice do País das Maravilhas, embaixo da mesa era um lugar pequeno para nós duas, como se ambas tivessem resolvido crescer e a mesa diminuir.
Nisso, o monstro inseto-passarinho, que a esta altura era um ser gigante, resolveu ir para cima da mesa, quase esmigalhando as duas com o seu peso e procurando as duas últimas iguarias do seu jantar.
Naquela hora, apertei a toalha, de veludo verde escuro, de encontro ao meu rosto, fechei os olhos e tive certeza que ia morrer.
Acordei com o coração aos saltos, o corpo todo doído e precisei de um bom tempo para conseguir pregar os olhos de novo - ainda com medo de ser devorada.

quarta-feira, agosto 12

Ah, dois meses, hein?

Alguém tem lá idéia do que é passar dois meses de férias?
Sendo que um deles em uma quase completa imobilidade?

A televisão me acrescentou coisas incríveis à vida... "Sobre duas rodas com Ewan McGregor", que eu perdi o tesão de ver quando ele resolveu ficar choroso de saudades da esposa; "Pimp my wife", um programa incrível das madrugadas do Multishow que me provou por A + B como os homens podem ser uns manés e dão mais sorte com certas coisas do que mereciam; episódios e mais episódios de "True Blood", meu novo vício...
Passei a voltar a prestar atenção nos comerciais.
Aquele do absorvente Sym, por exemplo, conseguiu me irritar profundamente. Aquela mocinha faz perguntas que qualquer publicitário debilóide sabe responder, mas que eles acham que a população que compra é absolutamente incapaz de perceber. Sinto-me no dever de contar pra vocês o mistério:
1 -Pessoas podem e devem ficar felizes quando ficam menstruadas porque isso significa que o mole que elas deram no final de semana foi, de certa forma, bastante inofensivo, além do mais, quem gosta de lembrar que passa alguns dias TODO MÊS deitada troncha em algum lugar sofrendo de cólicas cruéis como a maioria das mulheres? Mostre uma mulher sofrendo de cólica num anúncio de absorvente que eu quero ver se ele vai vender...
2 - As moças nesse tipo de comercial usam sempre calças brancas porque o produto quer mostrar que é tão confiável que a pessoa pode pôr uma calça branca sem medo de sair por aí com uma imensa mancha vermelha nos países baixos. Mostra lá uma moça com a calça manchada de sangue que eu quero ver se o absorvente vende...
3 - O teste é sempre feito com o líquido azul porque se fosse feito com o vermelho as pessoas iam ficar nojo. É fato que as mulheres menstruam todo mês, mas ninguém quer ou precisa tomar conhecimento da hemorragia pessoal das pessoas e é desagradável lembrar que o que sai da área de lazer é sangue, sangue, muito sangue... Sangue nêgo só gosta de ver em filme de terror e seriado de médico, pô!
Odeio coisas que diminuem o espectador enquanto ser pensante.
Mas gostei quando reparei que um dos Blue Man do anúncio da TIM tinha também os olhos azuis. Perdi uma pá de tempo pensando comigo mesma que todos os homens azuis deveriam ter olhos também azuis e como eles são serezinhos simpáticos...

Eu li.
Li muito.
Li mesmo.
Os mais incríveis foram o "Mundo Sem Fim", que, por ter quase 1000 páginas, me arrancou noites e mais noites de sono e realmente pareceu não ter fim porque demorava a acabar e eu fico tensa quando um livro demora a acabar; e ando me divertindo consideravelmente na minha aventura de ler "Ramsés". Gosto dessa coisa de romancear o que se não se conhece por fato.

Eu vi uma tonelada de filmes.
Em casa, no cinema.
Gastei mais horas sentada com um balde de pipoca debaixo do edredom do que se pode pensar e sonhar.
Até o momento minha única grande descoberta - além de estar com meu saco bem cheio de dinossauros - é que o Polanski era bastante gatinho quando era novo e dava um caldo bem bacana.

No Metrô, descobri manicures que cozinham enquanto baixam músicas no laptop de casa - o que só confirma a minha inaptidão informática.

Eu viajei, o pé melhorou, eu plantei plantas, fiz aniversário, dei festinha, chorei, bebi, dancei, beijei e estou esfuziante em voltar às aulas porque começou a ficar bem chato ler e filmes só porque não existe mais nada que eu possa fazer no momento.

Ainda assim, desconfio que dois quartos dos neurônios derreteram, um quarto permanece a salvo, estudando para futura procriação e o quarto que sobrou ainda não sabe bem se foge, se fica...

Eu?
Tô entediada.
Muito entediada.

Mas parece que isso vai melhorar...

sexta-feira, junho 19

Eu & meu anjo

Então, no segundo dia, um anjo estropiado, com as roupas em farrapos e uma puta enxaqueca pediu uma audiência.
Num pranto desesperado expôs ao Chefe suas provações, pedindo penico.
Este, ouviu tudo muito atento e respondeu naquela voz de Deus dele:
- Tens razão, meu chapa. A mulher anda abusando de ti. Do serviço não vai dar pra te liberar, sacumé... Mas, faz o seguinte...
Cochichou um cochicho celestial no pé do ouvido do anjo e...
...foi assim que eu acabei quebrando um dedo do pé.

A mãe quando soube teve uma crise de riso que a levou às lágrimas - porque ela tem certeza que uma das minhas taras mais profundas é ficar engessada numa cama.
Não posso dizer que ela esteja lá tãããããão errada assim - o curativo realmente me fez babar de satisfação de tão bonito e complexo.

Duas das melhores amigas suspiraram de alívio - não estavam mais aguentando o ritmo frenético que a amiga se encontrava. Ambas concordam que as saídas são divertidas e que a companhia é pau pra toda obra, mas nenhuma das três têm mais 15 anos...

Eu?
Depois de embevecida com o curativo imobilizador, fiquei bastante injuriada.
Por um mês a proibição de sair para lugares crawdeados.
Por um mês nada de festinhas dançantes ou botecos lotados.
Por um mês nada de bater perna na rua, nada de faxina pesada (isso tem o seu lado bom. hehehe).
Fazia parte do plano ler muitos livros e ver muitos filmes, mas é completamente diferente ver muitos filmes e ler muitos livros porque é só o que voce pode fazer.

O anjo se mandou prum spa com um estoque tamanho família de aspirinas e eu estou aqui, morta de tédio, comendo, lendo, vendo, dormindo e esperando o raio do osso calcificar.

terça-feira, junho 9

Mea culpa

Tá bom, dessa vez reclamei sem razão.
Logo depois que escrevi percebi a coisa feia que eu fiz.

Fim de semana passado reclamei que queria ler e ficar quieta e não conseguia.
Nesse fim de semana, não só tem um livro "andando" como tem dois novos chegando (encomendei o livro neura da vez) e eu vou ter todo o tempo do mundo para ficar lendo quieta - ainda assim, reclamei que ninguém ia querer sair comigo.

Eu reclamo demais e tenho vontades muito conflitantes.
Praticamente uma esquizofrênica.
Desculpem.

Injuriada

Como eu já havia dito antes, esse ano o Dia dos Namorados não surtiu nenhum efeito na minha pessoa.
Só havia me lembrado dele, até ontem à noite em três ocasiões:

- Nas Lojas Americanas, de repente a Olívia me pede pra esperar enquanto ela olha atentamente uma daquelas estantes de cartões. Quando eu pergunto o quê que ela está fazendo, ela me responde: "Preciso escolher alguma coisa pra dar pro Dani...".

- Ainda na procura do presente pro 'namorado', ela pára, mais uma vez, diante de uma vitrine. No meio de milhões de corações, e camisetas e canecas onde se lê 'supernamorado(a)', eu consigo ver um mouse pad cor de rosa com os seguintes dizeres: "Penso. Por isso sou solteira.". Me senti vingada; e, se tivesse um computador que funciona, juro que comprava um pra mim.

- De novo, Olívia: "Mãe, existe dia das namoradas?".

A vida na escola nova anda movimentada. Ela é louca pelo Dani, que é o apaixonado clássico - rasga as sucatas, destrói os desenhos dela, uma loucura! - mas tem o Rodrigo, que é louco por ela - outro dia ela chegou em casa com a sandália arrebentada porque ele queria fazer massagem no pé dela e a sandália, que era uma porcaria, arrebentou - e ela esnoba. Parece familiar isso?
Eu expliquei que dia dos namorados servia pros dois e combinamos que o melhor seria ela fazer um presente no colégio para dar pro namorado que ela quisesse.
Me tremo toda de pensar nos 15 anos.

Mas, enfim, até ontem era isso.
Mas aí eu estava salvando grana, planejando nefastamente sair e chacoalhar o esqueleto e o que mais estivesse na frente durante o feriado e lembrei. Lembrei do Dia dos Namorados; onde o grosso dos meus amigos 'baladeiros de plantão' vai cumprir a etiqueta e ficar grudado na cara metade da vez, me deixando largada ao Deus dará e frustrando os meus planos...
Aí me afetou.
Aí fiquei com raivinha.
Aí deu eca.

Mas, chata do jeito que eu sou, periga conseguir arrumar companhia mesmo com os percalços da data.

segunda-feira, junho 8

Pírulas

Ainda estou bolada com um acontecimento do final de semana: pela primeira vez na história da minha "carreira" cinéfila, eu vi um filme melhor que o livro!
Eu precisava explicar isso, porque, se um dos meus dois leitores olhar ali do lado e vir que eu pus um 'zenzacional' do lado de "Crepúsculo", vai achar que eu pirei de vez e que a internação é eminente; mas eu juro: o filme é muito bom.
Claro, é um filme muito bom na medida em que a pessoa entende que é um filme sobre amor adolescente entre um vampiro e uma adolescente.
O livro, tio Stephen tem toda a razão, é muito mal escrito; e foi exatamente por isso que eu nem me animei a saber o resto da história, nem quis ir ao cinema quando o filme saiu. Mas, na sexta-feira, ele estava lá, na estante da locadora, que anda me assombrando ou com filmes que eu já vi, ou com filmes que eu não quero ver - estou numa fase aficcionada onde nada me vai me apetecer até a chegada da segunda temporada de 'Dexter' às prateleiras - só que eu ia ficar em casa com a criança, não tinha nada que pudesse prender minha atenção na tv - apesar dos 88 canais - então eu resolvi pegar o filme, porque ainda não estou preparada psicologicamente para encarar "Strippers Zumbi", por mais gore e tentador que isso possa parecer.
E então, de repente, eu me vi com um cigarro na mão, pescocinho duro, sentada ao invés de deitada, na maior adrenalina durante a batalha dos vampiros (sempre tem batalha de vampiro em filme de vampiro, ok?). E pensei: cara, esse filme é do caralho.
Bolei.
E agora, confesso, espero "Lua Nova" ansiosamente.
Talvez até leia o livro...

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Tem uma semana que eu não termino um livro.
Depois dos últimos dois, peguei "Meu nome é vermelho" para ler.
Acontece que eu estou com vontade de ler "A mulher que escreveu a bíblia" - minha mãe disse tanto que eu ia gostar de ler, que era ótimo e tal, que eu fiquei com vontade de ler; o fato dela ter perdido o livro só aumentou essa vontade.
Aí estou eu encarando a crise obssessiva e não consigo me aprofundar no Negro. Tenho um feeling de que vou gostar do livro, mas simplesmente não consigo avançar nele.
Amanhã chega outro livro que eu quero ler a coisa de um ano.
Mas desconfio que terei que ir à livraria mais próxima o mais rápido possível ou meu futuro será nebuloso.

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Porque eu ando cheia de planos.
Daqui a dois dias eu entro em férias, graçasadeus.
E fiz planos nefastos.
Vou ter que replantar minhas plantas porque todas morreram afogadas com as chuvas torrenciais do mês passado; quero arrumar mais um pouco da minha casa e comprar umas duas ou três coisinhas novas para enfeitar o barraco; quero tomar uns 3 ou 4 porres bem cabeludos; quero sair para dançar até sentir dor nos quadris de novo; quero ver filmes, filmes, muitos filmes porque tem uns dois meses que eu não vejo filmes, filmes, muitos filmes e quero ler livros, livros, muitos livros.
Quero passar tardes e mais tardes enterrada nas minhas poltronas lendo, sem nem atender o telefone.
Parecem planos nefastos o suficiente para mim.

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Eu também queria cortar os cabelos.
Passei o mês esperando a chegada da lua cheia, na crença de que se eu cortar na lua cheia consiga amanhecer com uma vasta cabeleira tal e qual a Fergie.
Mas a lua cheia fez o favor de encher justo hoje, segunda-feira, que é dia de folga dos cabeleireiros (é assim?), e agora não sei o que fazer com eles de novo.

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No mais, meu coração dói quando eu penso em todos os gastos extras que vou ter este mês e a cada vez que essse maldito celular toca. Antes, razão de alegria, hoje razão de profunda vergonha e dor.
Continuo firme no masoquismo de não mudar o toque para lembrar de não pegar mais essa porcaria quando beber e fazer valer os 3 reais mais caros da história da minha vida.

sexta-feira, junho 5

Eu pensei tanta coisa, mas tanta coisa hoje, enquanto fazia meus caminhos todos, que meu cérebro deu nó e então eu resolvi ir ao cinema.

Celular de Bêbado

Por mais que eu me cobre e jure, 8 em 10 vezes que eu tomo um pileque acabo agarrada no meu celular. Ontem, não podia ter sido diferente.
Ontem foi meu dia 05.
Dia 05 é o dia mais infeliz do meu mês, o dia em que eu pago o grosso das minhas contas. Pagar contas me deprime.
Quer dizer, fico feliz por um lado porque elas estão pagas; o que é ruim é o montante de grana que sai da conta para que elas sejam pagas.
Enfim, o dinheiro sai e eu, para me consolar, me dou o direito a ficar ébria.
E foi assim, que enquanto tinha um momento macho alfa, sentadona no sofá, assistindo a mais um capítulo emocionante de "Supernatural", com a mão enfiada dentro das calças coçando a barriga enquanto tomava uma cerveja, que meu olho bateu nele.
Rolava um tédio. Já era a segunda vez que ele me assaltava.
Hoje, eu e meus pudores não me permitem mais ligar para ninguém para conversar depois das 22h, e fui forte na minha determinação em não passar mensagens para ninguém (até deletei um telefone estratégico), então fui xeretar qualquer parada.
Resultado: acabei baixando um toque pro meu celular tosco até o fim da vida de uma música Beyoncé.
Que eu vou ter que usar, já que paguei por ele.
E que vai me fazer jurar e cobrar tudo de novo pelos próximos meses toda vez que ele tocar...

quarta-feira, junho 3



Frio pra ca$#%o...
Tô achando a menor graça...

sexta-feira, maio 29

Quebomquésextafeira!!!



+




Uhuuuuuu!!!

quarta-feira, maio 27

De Vez Em Quando Ter Cérebro É Deprimente

Tá bom.
Movida pelo superego que não me deixa tirar mais zeros na vida ou deixar um projeto em suspenso, resolvi trabalhar um pouco. Achei uma tese zenzacional, com tudo que eu preciso e mais um pouco.
Evoé!
O foda é ter que fichar 130 páginas, no meio de um monte de estudantes sem um pingo de educação, com a bunda sentada numa cadeira mais dura que cimento, sem nem um cafézinho à mão ou o luxo de um cigarrinho amigo.
Dá desgosto.
Ainda mais quando a gente olha pela janela, vê aquele pusta sol brilhando lá fora e lembra que só vai sair daqui quando ele já tiver ido embora...

Restless

Como todo mundo sabe, o calendário não me dá descanso.
Todo mês tem uma data qualquer, uma coisa qualquer, que não me deixa começar a minha poupança milhonária ou comprar aquele quadro que eu bebi para a parede da minha sala.
Janeiro teve férias.
Não exatamente uma data comemorativa, mas uma data custosa, uma vez que existem viagens, programinhas culturais, cervejas... Ainda teve mudança de colégio e todo o material e uniforme novos de novo.
Não sobrou nem um realzinho pra contar a história.
Fevereiro, carnaval.
De novo, viagem. Adoro viajar, se pudesse viajava todo mês, mas viagem custa caro - ainda mais quando é viagem de mais de uma semana.
Março, páscoa.
Fui ser um gênio brilhante em prol da vida saudável (coisa que, de fato, ando tendo, no sentido alimentar, durante a semana) e troquei o ovo pelo novo filme da Barbie. Saiu mais caro. E ainda teve ovo pra professora, pra secretária...
Abril chegou com tudo!
Três feriados e um show.
Passei duas semanas comendo miojo por conta de todo esse rebuliço.
Maio.
Mais dois shows e uma bonequinha aplacadora de culpa materna.
Tudo bem que o ingresso de abril eu ganhei de mamãe e o do Dancing Dio da rádio, mas a ida ao show se configura em gasto também. Às vezes, maior que o preço do ingresso.
Então, chega junho.
Mês dos namorados.
Não sei se sou eu, que já estou bastante conformada com o fato de que Dia dos Namorados não foi uma invenção comercial feita pra mim - mesmo quando eu tinha um negócio desses, alguma coisa acontecia e o dia fatídico eu passava solteira; as pessoas têm costume de acabar no carnaval pra cair na putaria, eu tinha o costume de acabar no Dia dos Namorados - mas, este ano, não só as vitrines estão menos cheias de coraçõezinhos fofos e vermelhos, como eu não estou dando a mínima.
Claro que eu penso em descolar uma das minhas amiguinhas encalhadas e passar com elas enchendo o focinho em algum lugar remoto, falando mal de todos os homens malvados que nos deixaram na vida.
Mas, num geral, não estou dando a mínima.
Este mês, o que me move é que o semestre está quase acabando (pelo menos aqui na faculdade) e a Flip está quase chegando!
O primeiro semestre dos meus últimos anos têm isso em comum: eu sempre brigo com um professor, sempre me esforço para passar direto e sempre acaba em Flip!!!
Segunda-feira lá vou eu, amanhecer na porta da loja, com a programação em punho, para me degladiar com uma dúzia de velhinhas furiosas e enlouquecidas que vão enfrentar aquela fila monstra sentadas no chão da galeriazinha imunda de Copacabana, tão na vala quanto eu, para comprar os ingressos das mesas.
Para mim, este é pior dia da Flip, mas é um dos que dá mais charme à coisa toda.
Já comecei a fazer contagem regressiva.
As plantas vão ficar para depois da Flip, o gato vai ficar para depois da Flip, tudo agora vai esperar a Flip passar.
Flip que abre julho.
Julho que é meu aniversário.
Julho que é mês de férias.
Julho que é mês de festa junina no colégio, que vai me custar as prendas e a lavagem da roupitcha da criança na lavanderia.
E eu já tenho compromissos para setembro, outubro, dezembro...
Meio cansativo isso tudo, né, não?

O Triste Fim de Ofélia

Eu gosto de cozinha.
Gosto de cozinhar, devagar, cheirando, cortando, demorando...
Pratos elaborados demais me dão uma certa preguiça monstra, mas na maioria das vezes, posso quase afirmar que a minha comida é mais gostosa que qualquer comida que você já tenha provado.
O lance é que ainda que a minha seja a melhor comida do mundo, eu ando cansada de ter que cozinhar. Quando isso se torna uma obrigação - ou você cozinha ou morre de fome ou vive de pãozinho - o encanto da coisa se quebra bastante.
Aí tem dias em que eu me rendo à comida em pózinho.
Sou fã.
Não existe nada mais sintético, com gosto similar e bizarro, se você for analisar bem, quanto comida em pó. Mas, além de tudo isso, ela também é uma comida mágica: você mistura na água, quando muito no leite, e tchum! Pudim, macarrão com molho de alguma coisa, sopinhas - tudo brota daquela mistura bisonha!
Em coisa de 10 minutos, a sua fome será saciada por um prato quentinho e gostosinho!
Ainda tem o plus de que eu realmente gosto do sabor - e procuro esquecer que todos têm o mesmo sabor.
Eu ando sonhando com o dia em que vou poder comer "no quilo" como as velhinhas aposentadas; com o dia em que possa contar com uma cozinheira "forno e fogão" que possa deixar tudo já prontinho para que eu possa chegar e encontrar lá, certinho, quando chegar em casa...
...Enquanto isso, vivo eu, de comida de pózinho...

I VÂNT!!!

"Sun May 24, 10:32 am ET
TOKYO – In a country where ghosts are traditionally believed to hide in the loo, a Japanese company is advertising a new literary experience — a horror story printed on toilet paper.

Each roll carries several copies of a new nine-chapter novella written by Koji Suzuki, the Japanese author of the horror story "Ring," which has been made into movies in both Japan and Hollywood.

"Drop," set in a public restroom, takes up about three feet (90 centimeters) of a roll and can be read in just a few minutes, according to the manufacturer, Hayashi Paper.

The company promotes the toilet paper, which will sell for 210 yen ($2.20) a roll, as "a horror experience in the toilet."

Toilets in Japan were traditionally tucked away in a dark corner of the house due to religious beliefs. Parents would tease children that a hairy hand might pull them down into the dark pool below."

Associeted Press

terça-feira, maio 26

Da Comunicação

Ninguém respondeu meus e-mails hoje...
Fico verdadeiramente infeliz quando isso acontece...
Recebi mais um trânsito astrológico pelo e-mail. Um a cada dia, dois, todos ao mesmo tempo, não tem como uma pessoa não ser pelo menos um pouco esquizofrência.
Dentro da minha esquizofrenia, ando com problemas pata ligar para as pessoas. Me sinto uma invasora. Acho sempre que a pessoa deve estar jantando com a família, fazendo um sexo gostoso ou lendo alguma coisa mais importante que falar comigo. Aí não ligo. Não consigo ligar.
Tenho medo de incomodar até taxista.
Se ligo, ligo uma, duas vezes, no máximo - e ainda preciso respirar fundo, tomar coragem, ver se o horário é propício, os planetas estão alinhados e o sol brilha lá fora. Depois disso, já acho que ultrapassei todos os meus limites.
Mas adoro quando me ligam.
É engraçado achar que você vai, certamente, interromper algo na vida de alguém - o que, realmente, é a função de um telefonema - mas não se incomodar em absoluto que alguém interrompa qualquer atividade sua.
Daí meu grande apego aos e-mails, aos torpedos...
São mensagens de amor (ou precisão, tesão, bronca, recado) que a pessoa espia e responde quando pode, se pode e se quiser. Obviamente, todo mundo espera uma resposta de alguma forma quando manda uma mensagem - princípio básico da comunicação - mas esta resposta, neste caso, vai vir quando a pessoa puder ser interrompida.
É mais leve.
É mais legal.
É menos invasivo.
Por mim, a minha comunicação com o mundo se dividiria numa boa entre encontros presenciais e mensagens virtuais. Estou quase conseguindo. Um dia ainda cancelo aquela bosta daquele telefone fixo. Vou ser toda torpedos, e-mails e verborragias alcóolicas...
Mas, enquanto não consigo, encerro o expediente nada acadêmico de hoje, tristonha porque ninguém me deu bola...