segunda-feira, junho 7

Segunda-feira

Aí que durante uma rápida e pouco funcional faxina ontem eu dei um jeito no joelho, passei o dia com ele doendo pra caramba. Desconfio que amanhã ainda não vai estar legal, apesar das minhas generosas empasteladas de gelol genérico.
O frio tá acabando comigo.
Eu fui burra, fechei as cortinas, o que deixa o quarto maravilhosamente escurinho, me enfiei debaixo do meu mais gostoso e xexelento edredom e cadê que eu queria levantar?
Uma rebordosa do tipo ressaca, sendo que não teve ressaca - tô limpíssima - nem balada - a não ser que a gente considere ficar assistindo National Geographic até uma da manhã uma puta balada.
Pra animar minha vida, não consegui trabalhar, vou ter que compensar madrugada adentro.
E amanhã eu tenho um aniversário.
Tipo assim, como eu não ando saindo nada, toda e qualquer oportunidade de comparecer a um evento remotamente social, me animo toda, faço manicure, dessa vez tirei o bigodão e a taturana que insiste em morar no meu rosto, aí... me nasce uma droga duma espinha gigante bem debaixo do nariz!
E o joelho dói.
E a meleca do dia dos namorados tá chegando e, surpresa, esse ano tá me abalando demais.
Lembrei de uma amiga que contou que uma vez ficou tanto tempo sem namorar que quando via casaizinhos tinha vontade de pegar uma escopeta e sair abatendo todos a tiros.
Cheguei nessa fase.
O que não deixa de ser uma grande bosta, visto que 98% dos meus amigos estão casais.
Mas, é, cansei, tô carente, tô um saco.
Semana passada tomei uma bronca porque tava reclamando demais da vida, mas gente, uma pessoa que acorda, leva filho pro colégio, vai pra cadmia, vai pra aula, faz comida, trabalha o dia inteiro ouvindo coisas rurais, sai correndo pra voltar pra faculdade, não pode estar feliz quando já é a hora dessa volta e ela já passou por tudo isso, e ainda tem um monte de coisas pra fazer e ainda sabe que vai ter que levantar antes de 6 da manhã no dia seguinte e que só vai ter tempo de respirar lá para quarta, quinta-feira, pode?
Então pronto, segunda eu reclamo da vida.
Não tem como soltar confete.
Ainda assim, hoje olhei pro incauto do esporro e mandei um : Iupiiiii!!!
Me senti mal com o esporro, sabe? É um saco perceber que realmente, você anda um tanto reclamona e o quanto isso cansa as outras pessoas. Depois me convenci de que o esporro veio do fato do sujeito ser um homem solteiro, que não tem filhos, tá, trabalha, estuda, mas, cara, que nunca, jamais, pelo menos nessa existência, será capaz de vivenciar experiências parecidas com as minhas. Logo, jamais compreenderá.
Tudo bem.
A pior parte?
Acho que ele nem notou a ironia...
E mesmo com joelho, mesmo com espinha, mesmo com trabalho, mesmo com despertador na madrugada, bati o olho aqui no MSN e tudo o que eu queria era ler era: "Vem pra cá".
E ainda é segunda-feira...

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