domingo, agosto 30

Harmonizando o dia-a-dia material

Vênus na casa 6

DE: 30/08 (Hoje), 23h38
ATÉ: 23/09 , 22h57
Entre os dias 30/08 (Hoje) e 23/09, você estará passando pelo momento de Vênus na sexta casa do seu mapa, Renata. Como que para compensar a "farra" do ciclo anterior, neste momento você passa a se interessar mais com o andamento das questões cotidianas: o emprego, a saúde, as contas a pagar. A atenção sai subitamente do plano das diversões, e "cai na real", por assim dizer, percebendo que também há prazer em organizar uma vida funcional, resolvendo pendências e deixando o dia-a-dia mais harmonioso e equilibrado.

Esta é uma fase excelente para você aprimorar alguma habilidade sua, Renata. Você estará com uma predisposição maior a lapidar seus talentos, aprendendo a fazer melhor aquilo que já sabe fazer.

Em geral, há neste período um desejo por uma atmosfera harmoniosa no trabalho, e isso favorece as relações com os colegas, caso você trabalhe. Caso não esteja trabalhando no momento, Vênus na Casa 6 sugere um momento em que você sente grande necessidade de ser útil, e isso pode significar você ajudando mais nos afazeres domésticos, ou colaborando com algum amigo na produção de alguma coisa.

No que diz respeito à saúde, esta é uma boa fase, é bem provável que você venha a dar mais atenção à sua alimentação, à qualidade do que você come, aos seus hábitos em geral.

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Por essas e outras eu continuo lendo essas coisas.
E acreditando.

quarta-feira, agosto 26

Alguém me leva?



vouterumtreco
euqueroirnoshow

O problema de agosto

O problema de agosto é que eu virei pisciana.
Sabe aquele papo de que, em alguma hora da sua vida, você vai passar a ser "comandada" pelo seu signo ascendente?
Então.

Comecei a desconfiar quando percebi que a Olívia chegava todos os dias em casa, me pedia biscoito, e eu não ligava. Porque, geralmente, eu faço uma pressão por uma maçãzinha, uma bananinha, alguma coisinha mais saudável e maternal - o que nem tem tanta importância assim, visto que a criança passa o dia no colégio só comendo coisas saudáveis - e eu passei a não fazer.
Depois, meu liquidificador quebrou. Eu preciso do meu liquidificador porque eu gosto demais de chegar em casa e tomar uma sopinha. Mas ele quebrou. E até hoje ele está quebrado.
Então uma das lâmpadas da sala queimou. Bastaria que eu fosse ao mercado e comprasse uma nova. De fato, já fui ao mercado um sem número de vezes desde que ela queimou, mas ela continua lá, queimada.
E aí, nesse tempo todo, passei algumas noites, zapeando em frente à tv, em noites que seriam livres e eu não saí por preguiça de me arrumar, sentada na minha poltrona de balanço, com os pés pra cima, enrolada numa coberta - o verdadeiro retrato da decadência humana e que jamais será visto por alguma outra pessoa que não seja a minha filha, que é uma pessoa que me acha linda não importa meu estado - pensando como seria bom se eu não tivesse que me levantar para ir ao banheiro.

Comecei a ler notícias no jornal que fugiam à minha compreensão - tive que pedir ajuda à minha mãe. Meus textos de semiótica se transformaram em algo próximo ao grego arcaico. Livro, tem mais de uma semana que eu não leio - o que é grave. Resolvi mudar o tema da minha monografia, mas, por enquanto, não tenho nada melhor para apresentar de objetivo do que "preciso me formar" ou justificar além de "eu gosto de livro".

Fiquei lenta.
Desliguei da tomada.
A vida fica mais calma, bonita e menos sofrida, mas tudo isso tá me atrapalhando.

Essa noite eu morri

Era noite numa cidade com toques coloniais, meio Paraty (Centro histórico), meio Salvador (Pelourinho). Um grupo grande de amigos, dos quais eu só me lembro de dois, e que um eu não revelo nem sob tortura, havia acabado de sair de algum evento meio sarau, meio cinema, meio show e procurava um bar, algum outro lugar em que pudessem beber e continuar as risadas e alongar a noite que estava muito divertida e agradável.
O lugar escolhido era um casarão, daqueles meio estilosos com móveis coloniais e lustres grandes e brilhantes. Numa mesa bem grande, no meio do salão, um farto bufet de frutas e outras coisas. Havia um par de candelabros em cada ponta da mesa também, com velas brancas e aquela luz de vela - fraca no meio dos lustres.
Tudo começou a ficar estranho quando todos escolheram beber taças de vinho e o garçom era o Lafayete, de True Blood.
(Sim, eu ando vendo tv demais, mas foi quando eu notei que as coisas estavam estranhas.)
Antes que o vinho chegasse, pela janela entraram dois insetos.
Um de cada lado da mesa.
O do lado de cá, meio lagosta pré-histórica, não se mexia.
O do lado de lá, uma espécie de filhote de libéluba gigante criada a base de geléia de mocotó, era frenético.
Minha fobia de inseto e coisas que possuem exoesqueleto começou a se manifestar com força total, enquanto o grupo de rapazes - 3 - ria muito e corria até o lado de lá para espiar de perto "o bichinho".
Este ("o bichinho"), a esta altura me olhava com grandes olhos de mosca, de um azul bem azul, cheio de olhinhos pequenos juntos num mesmo olho, todos emoldurados por uma longa e fragmentada antena de mariposa.
Quando os rapazes chegaram perto - rindo do meu medo - de repente, a mosca libélula mariposa superalimentada, criou um bico. Um bico que abria e fechava sem parar e de onde saía um zumbido alto.
Ensurdecedor.
Logo, o monstro inseto from hell também tinha penas e abocanhou o primeiro rapaz. Todinho. De uma só bocada. E, enquanto comia os outros, ia crescendo numa rapidez espantosa, ficando cada vez maior a cada corpo que engolia.
Ainda com medo do outro monstro - o monstro lagosta do lado de cá - não consegui ir pro outro lado da mesa, então resolvi me enfiar debaixo da mesa.
Acontece que outra amiga também tinha tido a mesma idéia e, num remake muito ruim de Alice do País das Maravilhas, embaixo da mesa era um lugar pequeno para nós duas, como se ambas tivessem resolvido crescer e a mesa diminuir.
Nisso, o monstro inseto-passarinho, que a esta altura era um ser gigante, resolveu ir para cima da mesa, quase esmigalhando as duas com o seu peso e procurando as duas últimas iguarias do seu jantar.
Naquela hora, apertei a toalha, de veludo verde escuro, de encontro ao meu rosto, fechei os olhos e tive certeza que ia morrer.
Acordei com o coração aos saltos, o corpo todo doído e precisei de um bom tempo para conseguir pregar os olhos de novo - ainda com medo de ser devorada.

quarta-feira, agosto 12

Ah, dois meses, hein?

Alguém tem lá idéia do que é passar dois meses de férias?
Sendo que um deles em uma quase completa imobilidade?

A televisão me acrescentou coisas incríveis à vida... "Sobre duas rodas com Ewan McGregor", que eu perdi o tesão de ver quando ele resolveu ficar choroso de saudades da esposa; "Pimp my wife", um programa incrível das madrugadas do Multishow que me provou por A + B como os homens podem ser uns manés e dão mais sorte com certas coisas do que mereciam; episódios e mais episódios de "True Blood", meu novo vício...
Passei a voltar a prestar atenção nos comerciais.
Aquele do absorvente Sym, por exemplo, conseguiu me irritar profundamente. Aquela mocinha faz perguntas que qualquer publicitário debilóide sabe responder, mas que eles acham que a população que compra é absolutamente incapaz de perceber. Sinto-me no dever de contar pra vocês o mistério:
1 -Pessoas podem e devem ficar felizes quando ficam menstruadas porque isso significa que o mole que elas deram no final de semana foi, de certa forma, bastante inofensivo, além do mais, quem gosta de lembrar que passa alguns dias TODO MÊS deitada troncha em algum lugar sofrendo de cólicas cruéis como a maioria das mulheres? Mostre uma mulher sofrendo de cólica num anúncio de absorvente que eu quero ver se ele vai vender...
2 - As moças nesse tipo de comercial usam sempre calças brancas porque o produto quer mostrar que é tão confiável que a pessoa pode pôr uma calça branca sem medo de sair por aí com uma imensa mancha vermelha nos países baixos. Mostra lá uma moça com a calça manchada de sangue que eu quero ver se o absorvente vende...
3 - O teste é sempre feito com o líquido azul porque se fosse feito com o vermelho as pessoas iam ficar nojo. É fato que as mulheres menstruam todo mês, mas ninguém quer ou precisa tomar conhecimento da hemorragia pessoal das pessoas e é desagradável lembrar que o que sai da área de lazer é sangue, sangue, muito sangue... Sangue nêgo só gosta de ver em filme de terror e seriado de médico, pô!
Odeio coisas que diminuem o espectador enquanto ser pensante.
Mas gostei quando reparei que um dos Blue Man do anúncio da TIM tinha também os olhos azuis. Perdi uma pá de tempo pensando comigo mesma que todos os homens azuis deveriam ter olhos também azuis e como eles são serezinhos simpáticos...

Eu li.
Li muito.
Li mesmo.
Os mais incríveis foram o "Mundo Sem Fim", que, por ter quase 1000 páginas, me arrancou noites e mais noites de sono e realmente pareceu não ter fim porque demorava a acabar e eu fico tensa quando um livro demora a acabar; e ando me divertindo consideravelmente na minha aventura de ler "Ramsés". Gosto dessa coisa de romancear o que se não se conhece por fato.

Eu vi uma tonelada de filmes.
Em casa, no cinema.
Gastei mais horas sentada com um balde de pipoca debaixo do edredom do que se pode pensar e sonhar.
Até o momento minha única grande descoberta - além de estar com meu saco bem cheio de dinossauros - é que o Polanski era bastante gatinho quando era novo e dava um caldo bem bacana.

No Metrô, descobri manicures que cozinham enquanto baixam músicas no laptop de casa - o que só confirma a minha inaptidão informática.

Eu viajei, o pé melhorou, eu plantei plantas, fiz aniversário, dei festinha, chorei, bebi, dancei, beijei e estou esfuziante em voltar às aulas porque começou a ficar bem chato ler e filmes só porque não existe mais nada que eu possa fazer no momento.

Ainda assim, desconfio que dois quartos dos neurônios derreteram, um quarto permanece a salvo, estudando para futura procriação e o quarto que sobrou ainda não sabe bem se foge, se fica...

Eu?
Tô entediada.
Muito entediada.

Mas parece que isso vai melhorar...