sexta-feira, fevereiro 26

Renata & As Formigas - De novo

Minha luta com as formigas ainda não terminou.
Elas continuam firmes e fortes frequentadoras da minha cozinha, e eu ainda não consegui equilibrar meu chi porque o raio da sendas nunca tem umas plantas bacanas quando eu passo lá e o calor ainda me faz pensar duas vezes antes de procurar com maior afinco novas moradoras verdes para a minha pelada casinha.

O que mudou na nossa batalha é que agora eu dei para humanizar as formigas.

Isso deve ser culpa da Disney, da Pixar, de alguém que fez filminho bonitinho com os bichinhos.
Alguns filmes é melhor a gente nem ver, tipo Babe, considerando que você (no caso, eu) goste demais de comer um porquinho de vez em quando.

Mas, de umas semanas pra cá, eu tento não dar mole pra elas.
Mesmo assim, elas continuam aparecendo.
E eu me pego pensando:
"Cara, vocês estão desesperadas mesmo, hein..."
E crau! Mato todas.

E, de vez em quando, alguma delas pega carona.
Aí eu vejo aquela formiguinha andando no meu braço e penso que ela deve ser a Grande Guerreira Ninja da tribo que habita O Atrás Da Parede, que foi mandada para derrotar O Grande Monstro Exterminador De Formigas - no caso, eu.
Imagino ela toda paramentada com lancinhas minúsculas e uma tanguinha de folha e uma faxia na cabeça.
Imagino a esperança da Tribo De Atrás Da Parede, que vai morrer sem notícias da guerreira mítica e vai passar as próximas gerações lutando pela sua sobrevivência, já que a comida anda escassa no mundinho delas.
(Agora lembrei de "Noturno" e a evasão dos ratos por falta de comida. Tive um vislumbre da minha parede caindo um dia juntamente com a enorme população que deve habitarseus buraquinhos e o meu encontro com o que quer que ande roubando a comida delas.)
Chega a me dar até pena.
Ainda assim, eu sopro, ela voa, provavelmente não sobreviverá à queda.
(Formigas sobrevivem à quedas tão altas?)

Era só o que me faltava...

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Meio dia.
A essa hora, eu já acordei, tomei e dei café da manhã, li o jornal, tomei e dei banho, levei a criança pro colégio, fui à ginástica, fui ao mercado (e esqueci do sal), lavei a louça, lavei a primeira leva de roupas (a segunda só depois que a Pequena chegar do colégio com a toalha molhada), lavei a lixeira do banheiro, tomei outro banho, fiz as unhas e tomei uma aspirina porque me veio uma sinusite - isso porque não tive aula hoje.
A essa hora, tanta coisa já meio na cabeça e eu me lembro de quem acha que eu não faço nada. Outro dia mesmo fui achacada por uma moça que ficou espantada em saber que eu fazia tudo sozinha porque ela achava que eu tinha vida de madame.
Vida de madame eu nem queria, mas delegar uma ou duas tarefas bem que não seria mal...
Ainda vou trabalhar, sair para buscar a criança, fazer o jantar, conversar com ela, ler história para dormir, trabalhar mais.
As únicas coisas que me balançam são as contas que eu faço o dia inteiro, a falta de tempo para ver filmes (fevereiro foi um mês nulo nesse sentido), o livro que já está na cabeceira há mais de uma semana e ainda não foi terminado e a sensação de que eu virei uma "daquelas mulheres", com o plus de fazer um pouco mais.
Uma mulher adulta no termo da palavra.
Com contas em dia, participativa na vida filial, com um paninho na mão nas horas vagas e que ainda arruma tempo para sair, beber, beijar e ser mulher como as mulheres deveriam ser.
A sensação de perceber essa vida me é esquisita.
Não deixa de ser prazerosa, mas, é isso então que é ser adulta? O que a gente espera tanto quando é criança?

Essa semana a Pequena perdeu seu primeiro dente.
Foi um momento supra especial.
Até agora eu ainda não sei se choro de felicidade ou se lamento que ela esteja crescendo, virando uma moça.
Ela fez sua primeira incursão ao dentista porque o raio do dente não quis cair sozinho, foi raçuda pra caramba - ela sempre me impressiona no quesito ir ao médico, eu sou medrosa - saiu de lá com um tremendo sorriso banguela no rosto e com uma mãe que quase desmaiou ao ver a conta do dentista, à beira das lágrimas, à tiracolo.
Então é isso que é ser adulta?

Eu resolvi comprar um diário.
Nem tudo se pode escrever aqui.
Queria deixar alguma de concreto, de palpável para Ela, para que ela soubesse quem a mãe dela é, pudesse me entender.
(Mesmo que eu desconfie que o conteúdo não vá ser muito apropriado para menores em alguns trechos.)
Ela cresce - rápido - e eu volto.
Me espanta, porque mais da metade do tempo, eu ainda não me sinto tão adulta.
E o tempo passa.
E amanhã, ao meio dia, eu já vou ter feito coisa à beça, o dia vai estar apenas começando e, ainda assim, vai me faltar tempo...

sexta-feira, fevereiro 19

Voltei do mato...

"Me disseram que ela foi vista com outro
Num fuscão preto pela cidade a rodar

Bem vestida igual à dama da noite
Cheirando a álcool e fumando sem parar"

sexta-feira, fevereiro 12

Lamentável

...Mas, o pior da viagem, não é fazer e desfazer as malas, enfrentar rodoviária e quem me quer mal nem gastar meu tão suado dinheirinho para emergir no meio do mato e fugir dos foliões...
...É que o raio da Gal Costa não sai da minha cabeça!
Desde de manhã só que eu consigo cantarolar dentro da minha cabeçinha oca é "nas trincheiras da alegria, o que explodia era o amor!".
Festa no interior, saca?

Mulherzinha

Apesar de todo meu discurso "mulher independente do século XXI", de repente me deu um acesso de fragilidade bizarro.

Eu estava estonteamente feliz por ter conseguido mudar os móveis - móveis pe-sa-dos - da casa de lugar sozinha e plenamente satisfeita com a minha autosuficiência...
...Aí, entrou um bicho, não sei bem qual, mas eu desconfio que era uma vespa, voando pela minha janela.
Grande, preto, alado, com um pusta ferrão no enorme traseiro e numa animação de dar dó à minha fóbica pessoa.
No dia em questão, eu usei o restinho que ainda existia do meu SBP amigo e companheiro no incauto bichão. Pra mim foi pouco, pra ele o suficiente.

Então, anteontem, uma tempestade caía na escaldante noite do Rio de Janeiro e... Outro bicho alado resolveu vir se refugiar bem no no escritório, onde eu TINHA que trabalhar!!!
Dessa vez não existia o SBP amigo e companheiro.
Eu esqueço de comprar muitas coisas até realmente precisar delas e a minha tia tinha me dado de presente um potinho com uma pomada de andiroba que fez das minhas tardes e noites no computador novas tardes e noites sem mosquitos famintos atacando as minhas roliças pernocas - assim, eu ainda não havia ido ao mercado.
O Universo me puniu por isso.
Fiquei aqui, com o coração aos pulos, correndo atrás do bicho voador, tendo em mãos a única coisa em spray que existia na casa - um desinfetante caríssimo.
Eu não sei se funcionou porque eu não achei o cadáver, mas a partir daí minha noite foi arruínada. Mesmo depois dos trovões terem silenciado, eu continuava meio que tremendo, dentro da casa escura e vazia.
Frágil.

Nesse meio tempo, outra lâmpada do banheiro queimou.
Mas essa não queimou queimada, queimou deixando o bocal da lâmpada muito bem atarrachado e, desconfio eu, enferrujado, lá dentro.
Ou seja, estou sem luz de novo porque nem por um decreto eu meto as minhas preciosas mãozinhas lá dentro.
Ou seja, mais um serviço pelo qual vou ter que pagar algum homem para vir fazer pra mim; o que me deixa deveras furiosa de ser tão mulherzinha dependente - ainda que eu afirme não ser - justamente por ser a quebra de todas as minhas afirmações a respeito de mim mesma.

E amanhã quem viaja sou eu.
Mais uma excursão com 2 malas e uma criança debaixo do braço em direção ao interior da minha, da sua, da nossa incrível rodoviária.
Eu não queria carregar malas.
Na boa.

Resolvi visitar a família do meu pai - mal de vez em quando necessário.
Tinha resolvido que não pintaria os cabelos ou faria as unhas até voltar de viagem, afinal, eles são minha família também, podiam muito bem ficar me vendo ao natural sem nenhum grande trauma.
Aí eu me lembrei que, sempre que eu volto, a família daqui quer saber todas as fofocas do povo de lá; e me toquei que a família de lá deve fazer um igual número de fofocas sobre a família daqui - foco na família presente ao local, ou seja, eu.
Saí correndo pro salão pra chegar lá impecável de dar, pelo menos, menos dois assuntos ao povo.

E então eu tive um ataque de saudades.
Daqueles que eu não deveria ter mais, mas ainda tenho e não consigo nem explicar, nem me livrar deles de vez.
Quando eu estava quase me convencendo de que já era mais que a hora deu tocar meu carro, parei para fazer as contas:
Um ano e cinco meses desde o último namorado de verdade, 3 meses sozinha (sendo que eu só fui realizar o fato há 2 meses e 2 semanas), nesse tempo todo (o um ano e tal) 5 dispenses e 1 cara que eu dispensei com muita dor no coração.
Então hoje, esse 1 cara, que ainda era uma esperança no futuro quem sabe, ao se despedir de mim me manda um abraço.
Um abraço?
Um abraço é coisa de mano.
É coisa de "você foi dispensado, estou pegando outra".
Tudo bem, não adianta chorar, fui eu que não quis e ainda andei fazendo pensamento forte pra que ele encontrasse alguém e fosse feliz, porque ele merece.
Eu sei, é egoísta demais de minha parte ficar triste com isso.
Muito feio mesmo - ainda mais se a gente levar em conta que eu tava com saudades malévolas de um outro peão.
O problema é que eu tô me achando muito mulherzinha desamparada, me apegando à coisas que não devia.
Mas juro, que no fundo, no fundo, eu desejo mesmo é felicidades.
E a gente tá parado nisso já há muitos meses; é bom mesmo que alguém vá embora.

Eu ainda acho que um namorado, namorado mesmo, não cabe dentro da minha vida agora.
Na verdade, eu posso dizer que essa é uma fase em que eu estou me preparando para a alguma coisa melhor que vai acontecer na minha vida; mas, no meio disso tudo eu lembrei e quis, muito, ter alguém pra trocar minha lâmpada, matar os bichos voadores, carregar minhas malas e massagear meu ego.
Mulherzinha dependente boboca e desamparada.
Não combina nada comigo...
Não mais.

segunda-feira, fevereiro 8

Já volto

...Essa coisa de carnaval tá me atrapalhando...
...Resolvi arrumar a casa, enfeitar & arrumar & consertar, me inscrevi na ginástica, tô sendo bombardeada de trabalho, fazendo mil contas, com medo de faltar grana, checkup médico para a dupla dinâmica, viagem chegando, livros pra ler antes de voltar a estudar, pensando no que estudar, recebendo visitas, inventando noites caóticas...
...E ficando engarrafada por aí, por causa desse carnaval que nem chegou e já me atrapalha.

segunda-feira, fevereiro 1

Estatística do ano

Mais filmes.
Mais livros.
Mais peças.
Mais shows.
Way to go, Renata!!!

Meta do ano: Mais peças e mais shows para bater 2007. :P

E mais filmes, mais livros, mais, mais, mais.

Hoje a gente começa uma nova lista!!!

(E, antes do fim das férias, eu vou passar as listas mais antigas pra pdf...)