quarta-feira, janeiro 31

Verão

Hoje eu me peguei pensando que, a não ser pela falta de melanina, o verão (aqui no Rio) anda bem parecido com "Faça a coisa certa".
As pessoas todas meio ensadecidas; se refrescando do calor escaldante na base do cubinho de gelo; usando o mínimo de roupa possível, mortas de tesão umas pelas outras, mas sem conseguirem se agarrar de verdade porque o calor humano nesses dias atrapalha; com os neurônios cozinhando e brigando com toda e qualquer pessoa que passe assim, meio de lado, por perto.

Porque eu tenho certeza de que o calor deixa as pessoas mais esquentas, no sentido literal.
Tenho certeza de que, metade das minhas compulsões materiais são frutos da quantidade de sol excessiva na cabeça.
Tenho absoluta convicção de que suar demais é esteticamente feio e que existe um milhão de pessoas por aí que, ou não conhecem, ou não usam um desodorante decente e depois vêm abrir os braços bem no meu nariz, que sou pequena e fico bem na altura do suvaco da maioria que fede; o que é uma sacanagem.
No momento estrogênio bombando, adoro fantasiar em me engalfinhar com algumas pessoas, mas a fantasia toda acaba quando eu imagino o calor, o calor, o calor...!

E as outras pessoas?
Aquelas que não têm um corpo legal e insistem em sair por aí usando biquinis minúsculos, shorts curtos, tops! Tudo bem, está calor, as pessoas feias também são filhas de Deus, mas e o bom senso? E o meu direito de não ser submetida a tortura visual?

Bom de verão é que ele acaba.

Horóscopo do dia

"Afunde na areia fofa e morna, caranguejo. Pôr as antenas de molho é o melhor a ser feito quando logo ali, pertinho, rola um maremoto. O movimento das marés, molhando suas pinças, faz com que sua peculiar intuição torne-se ainda mais reveladora, trazendo à tona aquele tesouro. Qual? Esse mesmo, enterrado lá no fundo e que você nem lembrava. "

Preciso de interpretação especializada.

Listas

Ano passado tentei fazer uma lista com todos os livros e filmes do meu ano.
Queria contabilizar o tempo gasto e quantidade ingerida.
No meio do ano o computador pifou e eu perdi a lista.
Pois bem, agora que eu aprendi a brincar no blog novo de novo, vou começar tudo de novo.
Aí do lado vou pôr tudo, a partir de hoje, 31 de janeiro de 2007.

terça-feira, janeiro 30

Lili da Lapa Mode On

Apesar de bem educada e fina para uma série de padrões, eu sei - e cultivo com carinho - que tenho uma alma cafona.
É mais uma das coisas que considero como um certo desvio de caráter meu.
Acho pobreza uma coisa deveras romântica quando é vivida em nome do amor - nessas horas eu não levo em conta as brigas futuras, ou o futuro propriamente dito; e isso, por si só, já explica bastante coisa. Acho pé sujo o que há em termos de comodidade e charme. Acho chiquérrimo renda de sutiã aparecendo no decote e sou fã ardorosa de tamancos bem altos. Meu sonho é ter uma casinha num subúrbio qualquer, porque eu acho lindo.
Mesmo assim, às vezes, eu me assusto um pouco comigo mesma.

Eu tive uma fase, há alguns atrás, em que a minha tara específica dizia respeito a anéis.
Muitos anéis. De cores e shapes variados. E então os anéis - até um então, um toque exótico no meu visual - foram crescendo de tamanho. Crescendo, crescendo... Até o dia em que eu esbarrei com a Elke Maravilha numa feira de moda (naquela época era moda e, sim, eu freqüentava) e percebi que, para que os meus anéis chegassem ao calibre dos dela faltava muito pouco. O susto foi tão grande que eu desisti dos anéis.
Até perdi vários.
Hoje, quase não uso.

Minha fase agora é de brincos.
Semana passada comprei um enorme, vermelho, que me deixa com uma certa pinta de pomba-gira excelente. Hoje, de repente, começou a me dar uma certa vontade de passar uma purpurina por cima do meu esmalte impecável; quando saí do metrô, voltando da terapia, me veio uma vontade enorme - tipo coisa de gente louca e compulsiva mesmo - de ir numa loja que tem aqui perto e comprar umas argolas inacreditáveis: cheias de pedras e sei lá mais que balangandãs pendurados.
Eu tentei lutar, comecei a perceber que eu comportamento está compulsivo no que diz respeito a aquisição de livros e balangandãs. Mesmo assim andei até a loja. A coisa tá tão séria pro meu lado que as meninas da loja já me conhecem, me cumprimentam na maior intimidade. Parei, olhei, analisei, olhei de novo. Resisti.
Fiquei me imaginando com aquelas coisas enormes e as unhas de purpurina.
Tá, ia ficar lindo.
Cafona, mas lindo.
Mas vai ser ainda melhor quando eu puder caber dentro de um shortinho de oncinha que eu vi na Atlântica para vender, não?

Eu me assuto um pouco comigo quando a cafonice fica over. Quando eu auto-denomino meu figurino de vestida de "Lili da Lapa".
Afinal de contas, eu sou uma moça fina!
Pôr freio na alma é uma coisa difícil...

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Enquanto isso, dois dias de retorno à dieta.
Morta de fome, me alimentando de coisinhas como cenouras, beterrabas, queijo minas - tudo muito saudável.
Ainda não estou certa se comemoro, por enquanto ainda é deprimente...
...Ainda que necessário.

Nós

Eu tenho um nó.
Um grandecíssimo nó.
Bem na minha cabeça.
Lá dentro.

Um, não.
Uns dois milhões.

Discutidos ad nauseam.

Argumentados.
Contra argumentados.

Simples, porém enormes.
Antagônicos.

Todos eles girando em torno da vida.
Minha vida.
Meus amores.
Meus.
Eus.

Meus errados.
Meus certos.

Meus desejos.
Os que nego.
Os que anseio.
Os que me faltam.

Eles me assombram.
Sempre voltam.
Sempre, sempre.

É tanto...!

Não consigo.
Hoje.
Nem discorrer.
Discursar.
Discutir.
Pensar.

Hoje.
Amarrados.
Firmes.
Juntos.
Emaranhados.

Me roubam as palavras.
O tempo.

Às vezes, a saúde.

Tudo o que eu precisava era uma caneta;
Um cabo de garfo;
Um alfinete de crochê.

Qualquer coisa que os deixassem mais froxos.

Leves.

Não encontro.

E fujo.
Corro.
Grito.
Choro.
Fujo.

Me escondo.

Do mundo.

Da vida.



Aí passa.


Aí volta.



Hoje, chega.

segunda-feira, janeiro 29

Quero voltar pro mato

Mal cheguei, meu horóscopo me avisou para ficar longe das pessoas.
Eu não levei a sério.
Tomei o cano de 13 pessoas.
Briguei com 3.
Fiz as pazes, mas fica aquela chateação de praxe, de quando eu percebo que vivo dando mais importância às pessoas do que elas me dão. Do quanto eu me dou de graça. Do quanto isso me deixa triste e do quanto eu gostaria, muitas vezes, que eu pudesse me consertar.
É o Dia da Marmota.
Tô cansada.
Pra caramba.
Vou comprar mais livros.

Ser Mãe É...

Acordar com as galinhas numa segunda-feira de manhã, encarar fila de banco, passear por aí com uma lista de material escolar e depois sair, debaixo de chuva, por um bairro inteiro, toda carregada, procurando um roupão de princesa para a aula de natação da filha.

É que, como é de conhecimento público, minha filha agora acha que é uma princesa.
(Cá entre nós, nem pega bem eu negar que, dentro desta casa, ela é mesmo.)
Em dezembro teve a sua fase bailarina e logo depois virou a Branca de Neve - ou Princesa Neve, como ela dizia. Desde o Natal, o must é a Cinderela.
(Eu não aguento mais a Cinderela! Não aguento mais! Não aguento mais! Mesmo assim, é lindo e eu fico toda derretida quando ela pede preu ver um pouco com ela, por favor...)
Então as aulas dela recomeçam - Deus seja louvado por isso - daqui a uma semana, e a SuperMãe ataca novamente.
Ante esse furor filial pelas princesas - eu evito pensar nas conseqüências psicológicas futuras - já enfrentei várias caminhadas ao longo das ruas de cidade atrás da mochila das princesas do tamanho certo (e do preço mais em conta), da etiqueta para a mochila das princesas, do chinelo de dedo; enfim, de toda essa parafernália toda. Sim, eu dou meu rico e escasso dinheirinho para grandes multinacionais. O mundo não seria nada se não fossem mães como eu, nem as lojas de bijouteria existiriam se não fossem por nós, também, as mulheres cafonas - mas isso é outro assunto.

E eu estava lá, desde novembro, paquerando uma loja que para mim seria o sonho dos sonhos se eu fosse uma criança - toda especializada em fantasias para uso diário - mas que não dá para ficar freqüentando; só eu pudesse cometer desperdícios como, às vezes, gostaria. E, um dos ítens dessa loja de sonhos que eu paquerava, era um roupão de banho, lindo, estilizado, da porra da Cinderela. Me peguei, então, no meio de um daqueles meus ataques. Já havia gasto 30 Reais a mais do que acharei que gastaria, resolvi que era lucro gastar mais 50 no raio do roupão.
(É, nesta fase, a maioria das coisas supérfluas custam 50 Reais. Só vai piorar, eu tenho certeza.)
Não é que quando eu cheguei na loja, depois de todos esses meses, com roupões de todos os tamanhos e tipos; justo hoje; não tinha o tamanho da Olívia?!?
Uma pessoa normal teria desistido.
Eu saí revirando todas as lojas do bairro procurando.
Não achei e planejei revirar mais quantos bairros precisar.
Nessas horas e nestes casos, o sorriso de satisfação dos filhos é muito, mas muito mais importante do que a soma de dinheiro ou que as bolhas nos pés e a dor nas costas.

Aliás, meu bolso detestou brincar de comprar material escolar.

É preciso ser mãe mesmo para entender tudo que a sua passava.

Ai, ai...

sexta-feira, janeiro 26

Maternidade comprovada

Que minha filha anda cada dia metida e falante, todo mundo sabe.

Aí que minha tia conta que quando eu era pequena, corria o dia todo atrás dela. Um dia, querendo respirar um pouco (e, ah, como eu entendo isso!), resolveu se trancar no banheiro da casa por alguns minutos. E então ela ouve uma batidinhas frenéticas na porta:
- Titia, abre. É mulher!!!

E lá estava eu, enquanto viajávamos. Fui ao banheiro para trocar de roupa - de criança de dois anos não é aconselhável fugir; ela pode fugir de você ou fazer algo pior, eles sempre conseguem algo pior. E então eu ouço as batidinhas:
- Mamãe, abre. É a Olívia Roxo!!!

Uma semana depois...

E então nós viajamos de novo.

A bagagem que eu carreguei consistia em uma enorme (enorme mesmo) mochila de camping, uma bolsa de bebê com todos os acessórios e documentos que eu precisava ter à mão, uma sacola com o entretenimento da viagem (livros, jornal, biscoitos, água e uma Hello Kitty), e, a Bebê propriamente dita.
Na ida, a confusão foi que, com precisamente 4 minutos para o embarque, Liloca resolveu fazer um cocô. Antes fora do ônibus, o problema foi a correria para achar um banheiro, limpar e trocar a fralda, toda carregada e com este aperto no tempo. Mas eu, que ninja sou, consegui.
De resto, a viagem foi tranquila.
A chegada idem.
Passada na farmácia básica - porque quando eu viajo deixo as "coisas de farmácia" para serem adquiridas na cidade de destino - e fomos ao lar das férias.

Nossa chegada levou o sol também.
Pela primeira vez vi, de fato, minha filha nadando feliz com suas bóinhas de braço, como uma verdadeira peixinha. Durante os dias, eu ficava com as crianças (a esposa do meu amigo - também minha amiga, a bem da verdade - tem três filhos, sendo que dois são crianças ainda, com 7 e 9 anos) curtindo a piscina, o quintal, vendo dvds, essas coisas...
Hoje, eu pareço uma macaca da barriga branca e minha filha sustenta um belo bronzeado, para a inveja dos mortais que não têm férias de verão.

É, macaca da barriga branca.
Passar uma semana longe é supimpa, mas os pêlos - esses malditos! - insistem em crescer, os cabelos já estão denunciando minha idade, as unhas crescem e o esmalte descasca; o que acontece é a volta ao estado natural e primata do meu ser. Aquele baile assustador.
E como eu uso maiô, porque sou uma moça de família e ainda não acho decente sair mostrando minha pança, muito amavelmente cultivada, por aí na vista de todos; o bronzeado é lindo, mas a barriga fica brilhando no escuro.

De noite; cerveja.
Com várias variações.
Fazia um século desde que eu varava uma semana inteira bebendo com os amigos.
E sem ficar de porre, o que é mais bacana!

Grandes acontecimentos da viagem: show na praça, churrasco e parquinho.
Vou por partes.
Era sábado. O Grande Evento da cidade naquele dia ia ser a inauguração dos eventos de verão - todo verão a prefeitura organiza shows gratuitos na beira da Lagoa em uma área lá que tem um nome que eu esqueci. O astro do dia: Guilherme Arantes.
Tomou um susto?
Pois é.
Acontece que, quem está na chuva...
Pegamos e paramentamos as crianças e partimos.
Todos muito felizes.
Inacreditavelmente, eu descobri que conheço mais músicas dele do que imaginava. Cantei e dancei a altos brados. Minha filha deu show de balé. A iluminação do show era belíssima.
Acabou sendo um programa divertidíssimo!

(Enquanto isso, aqui no Rio, minha mãe ia ao tão falado e elogiado show do Chico... Enquanto isso, meu cão amado, o Coisa, dava seus últimos suspiros; morreu nesta madrugada, no colo da minha mãe, com 16 bem vividos anos e está fazendo uma falta...! Enquanto isso, deve ter gente pensando como pode uma pessoa amar Matanza e adorar um show do Guilherme Arantes - um dia eu ensino esse truque.)

Depois disso, passamos noites e noites a fio fazendo uma espécie de Campeonato de War. O que eu também achei deveras divertido, uma vez que, dessa vez, eu não tinha namorado jogando junto, então não saí na porrada com ninguém (nada pior que jogar esse tipo de jogo com namorado junto); além do fato de que meus adversários - eles sim - eram casados o que consiste em protecionismos e peninha na hora de atacar um outro, além de outros bagulhos, então eu acabei vencendo a maior parte dos jogos! Mente, mas mente muito, quem diz que não gosta de ganhar um jogo. Seja lá ele qual for.

Quase na véspera de vir embora, uma visita inesperada apareceu com a idéia de um churrasco na beira da piscina à noite. Idéia topada por todos. Ah, que coisa boa, amigos reunidos, cervejinha, filhotes, carninha, papos, risadas...! A mongona aqui esqueceu de levar o carregador do celular, mas adorou ficar recebendo mensagens de texto dos maigos que aqui ficaram de vez em quando; e isto está sendo citado aqui, porque no meio desse churrasco chegou uma dessas. Foi bom, muito bom, ter essa noite para matar as saudades de verdade.

E, na véspera da volta, conseguimos - nós, os adultos - nos organizarmos para levarmos as crianças ao parquinho. Todo ano, no verão, fica montado um parquinho na cidade. Daqueles parquinhos gostosos e pequenos de interior. As crianças já estavam nervosas, porque a ida ao parquinho já estava prometida ha mais de uma semana. A salvação da lavoura foi que os amigos de lá ganharam ingressos de cortesia para os brinquedos, já que cada brinquedo custava R$3,00 a ida e cada criança foi agraciada com 14 ingressos. Faz a conta aí. Liloca quase entrou em parafuso quando deu de cara com um trenzinho que tinha a carruagem da Cinderela como um dos seus carrinhos...Apesar de que os olhos dela brilhavam mesmo com aqueles brinquedos toscos que ficam girando, subindo e rodando que eu, obviamente, não fui. Nem ela. Obviamente.

Adultos satisfeitos. Crianças satisfeitas.
Assim voltamos para casa.

Apesar de, mais uma vez, não ter comida na boca, eunuco abanando e todas essas variações, encontrei uma casa limpa com descarga funcionando (a descarga aqui de casa já deu tanto problema que funcionava ha anos somente no registro). Dez milhões de e-mails me esperavam, uma bolsa com 3 máquinas de roupas a lavar, não sei mais o que acontece no mundo depois de uma semana sem jornais. Mas reencontrei minha cama. Minha banheira. Meu sofá. Minha cozinha. Meus livros a ler (o que eu levei foi devidamente devorado em tempo recorde, o que andava me dando um certo desespero). Meus amigos.

A rebordosa bate sempre, mas voltar ao lar e às coisas essênciais deste lar que nos é tão familiar, é genial. É que hospedagem atrapalha a vida alheia, te tira privacidade e a dos outros.
Anteontem, já estava tão exausta que minha cabeça girava toda vez que ouvia um "mãe" ou um "tia". De novo, vou prometer tentar alugar um lugar só nosso pro ano que vem.

De qualquer forma, é bom estar de volta.

quarta-feira, janeiro 17

Festa de criança

Estou aqui indo me arrumar pra mais uma festinha de criança e me peguei pensando em várias coisetas...
Na minha época, as mães levavam seus filhos às festas, que aconteciam em casa ou - máximo do luxo - no play de um prédio. Festa de criança era uma coisa informal. Muitas vezes até, a mãe largava a criança lá na festa, ia dar uma volta e depois pegava de volta aquele mini-humano todo sujo e feliz.
Sem mencionar minha grande mágoa da Era Moderna de não ser mais autorizada a atender às festas que darei para minha filha no colégio...
Como tudo nessa vida evolui, hoje, festa de criança virou evento social fino.
Ou elas acontecem em plays paramentados com equipes de som, comidas, animação e milhões de outras invenções, ou em casas de festas - que eu, particularmente, acho mortais para pais, uma vez que os brinquedos são mais perigosos e a música, certamente, é muito mais alta.
Sem contar que quem leva as crianças hoje em dia é a babá das crianças. Os pais até comparecem, mas comparecem para fazer social com os outros pais, todos muito bem arrumados e penteados e perfumados - quem rala correndo atrás de criança é a babá.
Aí, olha como eu me encontro nessas situações: preciso pôr roupas arrumadas, que raramente são adequadas ao ofício de correr atrás da criança; estar de acordo com a etiqueta da fineza exigida; e ainda fico lá, me dividindo entre fazer meio social com os pais e meio social com as babás, minhas amigas de sujeira.
Pensando ainda em toda a paramentação das festa atuais - cheia de regalos para os pequenos - pensei aqui que as festas só vão ser festas para os pais (no caso, mães) também no dia em que oferecerem serviços para estas mães que acompanham seus filhotes. Já pensou que maravilha poder fazer o cabelo ou as unhas enquanto a luzinha da sua vida está lá se pintando, nadando em piscina de bolas ou dançando uma música da Xuxa? Ia ser o máximo dos máximos!

Isso tudo só porque eu estou pensando em roupa e que precisava muito fazer as unhas. Festa em lugar chique dá nessas reflexões.
Festa em lugar chique e viagem no dia seguinte de manhã.
Uma semana fora do Rio e sem manicure - vou voltar a verdadeira mulher macaco...

(E eu ainda não arrumei as malas...)

Malas

Além de voltar pra casa, existe outra coisa muito chata em viajar: fazer as malas.
Fazer e desfazer.
Na feitura, a gente precisa ter certeza de que não se esqueceu de nada.
Na desfeitura, existem dentro de uma bolsa uma penca de roupas para lavar.
E eu ainda padeço do mal de não conseguir fazer mala pequena NUNCA.

...Aquele meu gênio dos sonhos bem que podia cuidar dessa parte pra mim também...

Mas, enquanto não tem gênio...
Lá vou eu de novo.

(Penúltima viagem de verão...)

terça-feira, janeiro 16

Promiscuidade cultural

Eu preciso escrever.
A gente pode até dizer que, o que eu preciso escrever, será meu primeiro trabalho por encomenda que não uma redação escolar.
E aí fiquei eu aqui pensando que assunto abordarei, que introdução farei...
Cheguei à conclusão de que, pessoas como eu, que vivem de cultura - e por isso não quero dizer que ganham dinheiro com ela, porque eu não ganho ainda, só gasto - são absurdamente promíscuas.
O que é viver de cultura?
É se alimentar, às vezes no sentido literal, de livros, discos, filmes; enfim, material cultural.
E porque somos promíscuos?
Porque quem vive assim, não tem um escritor favorito; tem uma dúzia.
Não tem um cantor/banda favoritos, não tem um filme, ator ou diretor favoritos.
Em uma semana, todos estes seus favoritos mudam.
Se combinam e se misturam conforme sua fase de vida, sua companhia, sua vontade.
Esta semana mesmo - mais precisamente no espaço dos últimos dois dias - passei de um Garcia-Roza (que eu gosto, é um bom escritor e pessoa interessantíssima, mas que sobre o último livro eu ainda não sei opinar lá muito bem) para um Neil Gaiman (que, para mim, é um ser iluminado, capaz de escrever contos de fadas modernos que eu gostaria de escrever, de pensar como ele). Semana passada estava deliciada aqui com as desventuras das moças solteiras na casa dos 30. Isso é de uma promiscuidade literária absurda!
E só posso, na verdade, me referir a este caso; meu dvd continua refém da Cinderela (que já anda me irritando um pouco porque eu estou começando a achar que falta culhão naquela garota) e meu aparelho de som também foi raptado por uma mãe.
Mas, pensando, pensando, quem vive de cultura não é nada fiel, vive aberto a novos "casos de amor"; novos escritos, novas histórias, novas coisas novas - até de seus casos mais antigos.
E essa falta de fidelidade é uma coisa maravilhosa!
Não vai me servir para o que eu preciso agora, esta reflexão toda, mas serve para aconselhar quem é de casa, que neste caso em específico, ser promíscuo é maravilhoso e não traz problemas futuros. Só ganhos.

domingo, janeiro 14

...E mesmo assim, eu insisto.
...Isso aqui vira um misto de nada com porra nenhuma magnífico...
Fantástico como nas férias meu intelecto e minha capacidade/vontade de escrever ficam prejudicados...

Vindo

O engraçado de quando a gente viaja é que começa um dia num lugar, faz algumas coisas nesse lugar e depois recomeça tudo em outro completamente diferente. Já perceberam?

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Outro final de semana maravilhoso.
Calmo.
Descansei, li, tomei minhas cervejinhas e enfiei o pé na lama literalmente.
Acabei participando ativamente de uma obra, pensando que, no futuro, isso será mais uma grande lembrança. Puta prova de amizade, cheia de risadas e momentos gostosos.
Fritei ao sol, que, sabiamente só apareceu um dia, caso contrário estaria eu intocável, também no sentido literal, agora - tenho essa falha de caráter; não pode fazer sol que eu fico lá torrando e depois fico toda roxa, cheia de dor.
Quem me dera a vida fosse assim em todos os finais de semana.

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O encontro que o povo temia aconteceu, como era previsto.
E sabe do quê mais?
Nada.
Não aconteceu nada.
Em todos os sentidos imagináveis.
Confesso que achei que os joelhos iam tremer, o coração ia bater mais forte, mas nada. Só sorrisos, abraços, rapidinho, numa boa.
Que nem pessoas crescidas, livres e amigas fazem por aí.
E isso é muito, muito bom.

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Impressionante como tudo e todos mudam em apenas um ano!
O lugar mudou.
A casa mudou.
O bar mudou.
As pessoas mudaram.
E ainda tem gente que acha que um ano não é nada...

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Agora, a rebordosa.
Toda vez que eu volto fico assim.
Entro num ônibus, vejo os prédios, os carros e já vem logo uma dor de cabeça, uma certa dificuldade em respirar, uma fobia de concreto.
Passa porque tem que passar.
Porque eu não tenho lá grandes escolhas no momento, só grandes objetivos.
Porque ainda é aqui que eu vivo.
Porque.

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Saudades grandes da minha filha.
Do sorriso dela.
Do beijo dela.
Do abraço dela.
Das tiradas dela.
Dela toda.

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Resta a espera.
Por Ela.
Pela passagens destes dias, para mais alguns dias, para aí retornar de vez.
Começar meu ano novo de verdade.
Fechada aqui no meio dessa coisa toda.
Esperando mais coisas.

sexta-feira, janeiro 12

Indo

"Sexta, 12 de Janeiro de 2007

Que delícia, fim de semana chegando... Se der para antecipar e passar o dia de papo pro ar, melhor ainda. Tudo convida ao nada fazer e a exercitar o ócio criativo. Estique as pinças na areia, deixe o Sol bater e a imaginação voar, sentindo o chuá-chuá das ondas em sua praia. O paraíso ao seu alcance, lá, ali, e até aí, na mesa do escritório."


Vamos combinar que já era bem o meu plano antes de ler o famigerado horóscopo do dia.

Estou eu, de partida, de novo, para mais um final de semana longe do Rio.
Mais uma vantagem das férias: eu vivo a vida que gostaria de viver todos os dias do ano. Longe do Rio a maior parte do tempo, longe de todas as loucuras nocivas, curtindo quem eu amo, vivendo com prazer.

Não consegui terminar a literatura mulherzinha antes da viagem por mais que me empenhasse no assunto (meu pescoço que o diga - agora quem dói é ele), o que quer dizer que terei que levar dois livros na mochila, ao mesmo tempo, como neste final de semana de semana viajaremos somente eu e meu anjo da guarda, isso não será lá um grande problema.

Ai, tô tão animada pra exercitar o ócio (a criatividade eu deixo a quem é de criatividade) que chega a doer!!!

Passei bons anos da minha vida viajando quase nada e é muito bom voltar a viajar sempre que possível.

(Reflexo da idade, entre outros bichos, creio eu.)

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A franja da Licas não ficou assim tão ruim...

Mesmo assim, prometo não fazer de novo nunca mais.

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Preciso:
Fazer backup das fotos que estão dentro do computador.
Desmontar a árvore de Natal.
Ir ao banco.
Lavar roupa.
Comprar o material de higiene da criança para o ano letivo que se aproxima.
Ir na Creche perguntar qual é a turma dela e saber onde diabos estão as fotos que eu paguei dela com Papai Noel.
Comprar calcinhas para ela para poder entrar de forma mais agressiva na etapa "Cocô no trono".
Voltar pra dieta.
Exterminar as espinhas.
Dar um jeitinho de ir ao show dos Mutantes - mesmo com a Zélia Duncan cantando, o que é um ponto negativo no meu ponto de vista.
Encontrar uma lâmpada mágica que me conceda o desejo de ser mais magra, ter os peitos em pé e um emprego bacana.
Ver todos os meus amigos de verdade antes do fim das férias sem que, para isso, tenha que ir a boates.
Pregar o porta cds na parede.
E por aí vai...

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Mas, por enquanto, só vou eu.

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Nenhum motivo para preocupação.
Juro.

terça-feira, janeiro 9

Mulher

Aí você, que obviamente está de conluio com a minha terapeuta, vai fazer a mesma pergunta que ela me fez hoje: tudo bem, Renata, muito bacana isso tudo, mas o que é que você está fazendo para você nestas férias?

Responderei com orgulho.

Estou me dando certos prazeres também.

O primeiro, é estar perto dos meus amigos.

Uma companhia constante é uma amiga que eu conheci no "colégio" (era segundo grau profissionalizante, logo, não era bem um colégio, além da nossa idade não ser mais tão tenra já nesse tempo), que descobri ser vizinha quase de porta e que se tornou uma amiga tão amiga que eu nem sabia há quanto tempo a conhecia! Ela se casou, mudou para Manaus, teve uma filha dois meses antes de mim e vem visitar os parentes que ficaram aqui nas férias de julho e dezembro. Eu fui ao casamento, estive perto quando a mãe dela faleceu, terminamos o "colégio", nossas filhas nas férias ficam as amigas mais grudadas e lá se vão 15 anos de amizade!
Fazer programas com as meninas têm sido uma ocupação prazerosa para ambas, sem contar as duas pequenas que dão berros da mais pura felicidade quando se vêem.

Depois de vários dias e vários bolos - segundo ele não oficias, já que não havíamos combinado nada oficialmente - consegui encontrar meu amigo aspirante a Glauber num almoço rápido, mas gostoso e cheio de saudades e outros bichos.

Depois de um mês de ausência sentida por conta das festas de fim de ano, também encontrei outro amigo, que tem sido um bom amigo e conselheiro desde que tornou a aparecer. Este é o amigo que me leva para sair, dançar, beber e me trata feito uma princesa; um amigo que anda cuidando de mim tanto o quanto pode. Que quando soube que meus homens nunca haviam me levado para jantar (fato) e que isto me deixava meio confusa quanto a um convite que andaram me fazendo, resolveu que em breve liquidará a questão. Que conseguiu me tirar da cama numa quinta à noite para uma noite deveras divertida me salvando, sem saber, de uma noite que eu não gostaria de ter.

Passei o ano novo cercada de amigos queridos.

Este final de semana migrarei para a casa do amigo que me faz mais falta nesta vida.

Passei o final de semana passado rodeada por familiares que me amam.

Estou me rodeando de pessoas que eu amo e que me amam também.

Depois, ando lendo.

Nenhuma novidade nisso, não?
Só este ano - ou seja, nos últimos 9 dias - já devorei a coletânea dos contos de "A vida como ela é" do Nelson Rodrigues (Amém!), tentei ler "Laranja mecânica" e me encontro atracada com a primeira dose literatura mulherzinha do ano ("Agora ou nunca").

Encontrar palavras para Nelson Rodrigues é quase sacrilégio.
Todos os contos são deliciosos; com a Copacabana que abriga todos os apartamentinhos mantidos para os casos extraconjugais; com o ideal de subúrbio onde todas as famílias respeitáveis e trabalhadoras moravam até que se dava alguma tragédia ou paixão alucinante; com as famílias em si, sempre cheias de perversões e segredos e defeitos tão maravilosamente humanos.
"Laranja mecânica" eu sinto muito. Na época deve ter sido um filme e tanto, um livro e tanto, para ter virado objeto de culto, que tem até uma ou outra coisa para pensar a respeito; eu, particularmente, achei uma grande bosta. Fico devendo essa.
Já a literatura de mulherzinha da vez está sendo deliciosa de novo. Rola uma identificação meio dolorosa com as duas personagens principais: uma que não consegue fazer e manter uma dieta e sofre com isso e outra que desistiu de se relacionar com os homens porque relacionamentos acabam em lágrimas e ela está melhor sozinha. Ambas com 31 anos. A história é em torno delas e de mais dois amigos delas, assim como das pessoas que entram e interferem e interagem com elas. Nada edificante, nada demais, só um romance gostosinho que eu tenho que terminar até quinta de madrugada para poder levar um livro novo e cabaçinho para a nova viagem - tenho medo do livro acabar no meio da viagem e eu ficar sem nada para ler.
O bom das férias é justamente poder me fartar de boas e gostosas leituras.
Tudo bem que elas acabaam de vez com a minha coluna, visto que nesta casa não existe um só lugar verdadeiramente confortável para se ler.

Precisa mais?

Tá bom. Ando me dando ao luxo de ir ao salão fazer as unhas toda a semana.
Vou fazer mais duas viagens - a deste final de semana que vem sozinha, inclusive.

Estão sendo boas férias.
Tranquilas.
Do jeito que eu ando querendo que a vida realmente seja.

SuperMãe

Eu sou uma mãe um pouco obsessiva às vezes.
A obsessão do momento é fazer com as férias da Licas sejam superaproveitadas: é proibido passar o dia em casa sem fazer nada (desde o início das férias só ficamos em casa dois inteiros - um que chovia, outro em que estávamos preguiçosas); programas culturais são necessários, com amiguinhos também; viagens estão programadas e acontecendo - eu queimo meus neurônios, minha verba mensal e todo meu estoque de energias por conta deste super complexo de supermãe que eu tenho.

(Aliás, meu complexo acabou de me levar a fazer uma coisa medonha: a franja da Olívia estava muito, muito grande; eu, incomodada, resolvi pegar a tesoura e mandar ver - achando que ia ficar lindo, porque, afinal de contas, eu sou uma supermãe. O resultado não poderia ter sido pior! Me lembrei de quando cortava os cabelos das minhas bonecas e também não dava certo e de quando eu me metia a cortar o meu cabelo e acontecia o mesmo desastre e porque eu havia resolvido nunca mais cortar cabelo nenhum, coitada... Sorte é que cabelo cresce. E que eu acho que dessa vez aprendi que existem certas coisas que uma mãe não pode fazer, não.)

Então, desenvolvi uma tara.
Quase uma perversão.
Resolvi que um dos programas de férias que seria certo de fazermos ia ser uma dia ao zoológico - e me poupem do discurso de que bicho em jaula isso e aquilo!
O lance é que ela está na fase de descoberta dos bichos, os livros dela são cheios de bichos, as historinhas cheias de bichos e eu não quero que minha filha cresça achando que leite vem de caixa, mas também não estou com condições financeiras suficientes para ir até a África para que elas possa conhecer os leõezinhos em seu habitat.
Então que eu já marquei o programa três vezes.
Em uma, fez um sol escaldante que não dava pra encarar; em outra, choveram canivetes; na última, resolveram atacar pessoas "normais" no meio das ruas do Rio de Janeiro, então não convinha ir até o suburbo ver bichinhos.
Agora marquei de novo.
Tem carona, tem coleguinha, tem biscoitos variados na despensa - aí chove!!!
Assim, não dá!!!

Eu não vou descansar enquanto não fizer essse maldito passeio, vou ficar aqui sofrendo, me sentindo um cu de mãe que não consegue cumprir suas metas de férias ou ter culhão suficiente para levar a criança sozinha mesmo.
Falando sério.

Preciso aprender a ser menos supermãe...

quinta-feira, janeiro 4

Cigarras

Ai, as cigarras estão frenéticas!
Tá rolando uma cantoria aqui de dar inveja às Meninas Cantoras de Petrópolis!
Será que isso quer dizer que meu final de semana no mato vai ser de sol? Ou será que isso só vale para a região da cantoria? De qualquer forma, só de parar de chover um pouco para que eu possa sair na rua sem ter que carregar mochila, bebê e guarda-chuva nos meus braços e coluna já não tão eficientes, é uma benção!

Porque as responsáveis pelas boas notícias tinham que ser cigarras?
Invertebrados, num geral, são "coisas" que não gosto - na verdade, se pudesse, afogava todos com baygon, mas aí ia rolar um desequilíbrio ecológico bizarro além de estourar de vez com a camada de ozônio, o que ia frustrar meus planos de morrer com 100 anos só de sacanagem - tenho um terror imenso das anteninhas, das patinhas, das - argh! - casquinhas...!
E cigarras, ainda por cima, trocam de casquinhas!
E são enormes.
E têm aquelas asas enormes e transparentes.
E aquelas caras feias do inferno...
Arrrrrggggghhhhhhhhhhhhh!!!
Porque cigarras?
Não podiam ser, sei lá, coelhinhos do tempo...?

...Já que eu não posso ir ao Caribe...

Na verdade, Caribe é apenas uma figura de linguagem, uma vez que tesão, tesão mesmo pelas ilhotas eu não tenho. Ilhota, aliás, é uma coisa que eu não freqüento nem em termos nacionais se tiver que pegar um barquinho...

Mas, enfim, dentro das minhas possibilidades atuais, quando chegam as férias - ainda que tortas - fico eu aqui, me virando do avesso, para tentar viajar o máximo que puder. Com e sem filha.
E sendo eu quem sou, antes que o mês começe, já estou com tudo programado e esquematizado e contabilizado.
Também fiquei avessa a mudanças e planos de última hora nos últimos anos.
Coisa de gente doida.
Então, começa amanhã a temporada de viagens de férias.

A primeira vai ser visita de final de semana ao meu fabuloso genitor.
Fabuloso não mora no Rio, se esconde num meio de mato no interior dele.
Interior daquele tipo raro, sabe? Daquele tipo que, na cidade, existe um bar, duas ruas, um mercado... Toneladas de nada para fazer e um milhão de invertebrados que arrepiariam os pêlinhos de qualquer patricinha depilada da Zona Sul carioca.
Para as crianças é genial.
Terreiro, gente! Alguém lá sabe, hoje em dia, o que diabos é um terreiro?
Um carramanchão?
Minha filha sabe.
Eu sei.
Ontem, quando a cigarra cantou - dizem que quando a cigarra canta é sinal de que no dia seguinte vai fazer sol - fiquei até mais felizinha; com sol, a roça é bem mais interessante...
...Além do fato de que eu comprei bóias de braço para a Licas em junho e nem vi ela usando ainda.
Enfim, lá vamos nós pro mato.

Depois, programei mais duas viagens - uma só para mim.
Nada muito chique também, mas supimpa em termos de afetividade, já que vou visitar amigos muito, muito queridos.

Só não aborreço de cair da cama toda vez que sonho com o Caribe, porque sei que serei uma velha viajadoira...

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No meio disso tudo, tem um amigo.
Um amigo com quem eu apostei outro dia mesmo, que na hora "h", quando a velhice chegar, quem há de trocar suas fraldas sou eu e não essas moças dele. Um amigo que é quase um irmão.
Mas esse amigo irmão tá mal na fita pra caramba.
Imagina que ele está baseado na Colômbia ultimamente e veio ao Rio só para as festas de final de ano. Imagina que só hoje, na véspera da partida de ambos, que iremos nos ver. Agora imagina o sabão que ele vai levar...

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Um dos maiores problemas de se viver em sociedade é esse: as pessoas atrapalham seus planos pessoais.
Eu perco horas preciosas da minha vida todos os meses organizando o meu mês (coisa de gente doida), aí, de repente, vem um sujeito que te dá bolo, outro que pede mudança de horário, outro que chega de viagem; e tudo aquilo que esquematizei fica bagunçado.
Ou eu mato essas pessoas ou páro com essa mania.
Matar as pessoas não é uma opção lá muito boa, porque, na cadeia, eu não vou poder ser uma velhota viajadoira - apesar de poder ficar lendo sem grandes interrupções.
Párar com a mania...?
Eu faço terapia; um dia isso passa.

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E tá.
Agora que Licas está mais (ativa? independente?) crescida e tem uma disposição supimpa de viver, fico eu aqui obrigada a declarar que mãe nenhuma no mundo é páreo para um período de férias.
Não me entendam mal.
Quem me conhece sabe muito bem que eu adoro a companhia da minha filha e amo poder passar tanto tempo (útil e inútil) com ela, mas, num dia de "ócio", num mísero diazinho, a pessoa já tem que cantar, dançar, desenhar, contar história, passear, cozinhar, etc,etc,etc; imagina um mês...!
Confesso, não tenho criatividade suficiente.
Não tenho grana suficiente.
Às vezes, nem paciência suficiente.
Tô me sentindo vencida pelas férias escolares.
O DVD da Cinderela já está quase furando de tanto que passa nessa tv, tem dias que tem tanto papel com desenho e tanto lápis de cor/cera espalhado pelo chão que eu tenho vontade de me mudar... Tem dias em que parece que uma ou duas bombas explodiram por aqui.
Como se não bastasse, São Pedro resolveu me presentear com semanas chuvosas.
Preciso descobrir - ou criar - um curso de sobrevivência às férias para o próximo ano.