quarta-feira, junho 23

Porquê eu odeio a Copa

Eu nunca gostei.
Acho futebol uma perda de tempo sem fim.
Não consigo entender a lógica de como pode ser divertido ficar duas horas da sua vida olhando um bando de marmanjo chutando uma bola pra lá e pra cá.
Acho obsceno que estes marmanjos ganhem por jogo o que eu nunca vou conseguir trabalhando honestamente num mês.
Não tá no meu DNA.
Essas conclusões não se hoje.
Tudo já era muito claro pra mim, há várias Copas do Mundo...
Devia ter ficado mais claro ainda depois do rápido e doloroso affair do ano passado com o chamado nas internas de Flamenguista.
Futebol pra mim é uma tortura quase que interminável.
Mas, por causa da criança, do processo de descobrimento dela, lá fui eu tentar gostar da Copa de novo.

O primeiro jogo da Seleção foi um fiasco.
No segundo haviam muitas outras pessoas, havia espaço, lápis de cores, meu estômago estava propenso à cerveja, mas eu continuei sem entender 90% do que estava acontecendo na televisão e minha atenção foi capturada pelo menos durante todo o segundo tempo de jogo pelo incendio que consumia o sobrado ao lado do Oi Futuro, bem debaixo da nossa janela.
Muito mais interessante.
Agora no terceiro jogo, eu estava crente que ia conseguir fazer as unhas, tirar um cochilo, droga, qualquer coisa que não fosse comungar em prol do futebol.
Não.
O povo da turma de colégio da Olívia é chegado num bundalelê e todos os pais resolveram não levar os filhos ao colégio de novo no dia do jogo - o que me leva a crer que isso vai continuar se repetindo em todos os jogos.
Como eu não sou malvada, não vou deixar a criança sozinha no colégio com a professora e causar um trauma do tamanho de Copacabana.
Assim sendo, não farei as unhas, não vou tirar um cochilo, o jogo estará passando na tv e eu vou ter que fazer almoço e me virar aqui pra trabalhar com a criança dentro de casa - o que é chato e complicado.

Além disso, nego inventou de não abrir cinema, academia, nenhuma das outras coisas que poderiam me proporcionar algum prazer durante os próximos jogos.
Não é seguro andar nas ruas durante os jogos, se eu tiver uma emergência vão estar todos assistindo aos jogos, os homens conseguem ficar mais babacas ainda na copa, tem as cornetas...
E é por isso que, sim, eu odeio a Copa.
(Na verdade, se eu procurar, até acho mais motivos.)
Desisto.
E vou começar amanhã a juntar dinheiro para estar bem longe daqui em 2014.

segunda-feira, junho 21

*MEDO*

"Nesta próxima fase que vai de 21/06 (Hoje) a 24/06, a Lua estará quase cheia, Renata, e ocupando o nono setor zodiacal. Há aqui uma pequena contradição: sua alma está começando a sentir que precisa expandir-se para novos horizontes, conhecer novas pessoas, fazer novos contatos, aprender coisas novas, ir para lugares não antes navegados. Todavia, o Sol na quarta casa ilumina seu mapa informando-lhe que ainda não é tempo, mas brevemente será. Neste período, é mais do que possível que você venha a perceber uma leve "abertura" de novos canais: pessoas que lhe procuram, promessas de novos estudos ou de passeios e viagens. Tenha atenção, porque esta fase é boa para um planejamento daquela que virá depois, daqui a alguns dias, que envolve muita diversão e folia! Mas você ainda precisa passar pela fase de Lua Cheia, pela desestabilização emocional temporária, para então abraçar o período posterior, mais alegre e luminoso."

Levando em consideração a ressaca e o fim de semana agitado que vem aí, esse trânsito me deu medo.

sexta-feira, junho 18

Vida de gente sóbria só é boa porque quando você toma uma única cerveja já fica meio de porre.

quarta-feira, junho 16

Eu ia dar toco em mim mesma.
Fazer uma sopa de pacote de tomar na caneca e ir me enfiar debaixo do edredom.
Mas a perspectiva de acordar antes das galinhas a fim de resolver problemas acadêmico-burocráticos, me animou a postar feito uma louca e não perder meu programa no National Geographic.
Tá sendo difícil levantar da cama com esse frio, mas, pra animar, vou botar o telefone pra despertar.
Já aumentou gás, mercado, condomínio, as finanças tão comprometidas até ano que vem, quê que é um rádio relógio a mais ou a menos, né, não?

Os Agradecimentos da Monografia

Este foi um trabalho feito de muito suor e lágrimas.
Assim sendo, agradeço a todos que aguentaram as lágrimas e me incentivaram a cada pedaço do caminho.
Aos amigos, que ligaram só para serem dispensados e entenderam o processo.
À orientadora e sua enorme paciência e confiança, muitas vezes maior que a minha.
À minha tia, que segurou a barra das aulas noturnas.
E, em especial, à minha mãe, que me criou rodeada de livros por todos os lados, e à minha filha, a quem, agora, eu transmito essa saudável loucura de amá-los tanto; minhas companheiras literárias. Vocês me ensinam sobre o que ainda tenho para viver, e o que já tinha esquecido que vivi, e, me fazem querer, todos os dias, sorrir.
Muito obrigada, também, a cada autor, de cada livro que eu já li ou ainda vou ler na vida – sem essas histórias, o mundo seria mais cinza, e este trabalho não existiria.

(Achei que valia deixar aqui também.)
...Enquanto isso, eu tive tempo de pensar que nego corta um dobrado para engordar boi enquanto as pessoas cortam um dobrado para desengordar.
Achei, no mínimo, o mundo mutcho loco.
Ou seja, eu preciso sair mais.

A Histeria Canceriana

Essa semana, eu estava conversando com uma pessoa e, de repente, apareceu na conversa o assunto signo.
Ela estava lá, contando do namorado canceriano, que já estava planejando as férias deles para dezembro, como canceriano era afoito.
Eu expliquei que não era bem isso, que a gente gosta de rotina, que ter as coisas planejadas com antecedência nos dá segurança, que ter coisas a resolver é um problema sério que nos faz ficar histéricos até que consigamos a solução para elas.
Ela concordou e cada ponto que eu apresentei ela riu e disse que o namorado era exatamente assim.
Eu falava com conhecimento de causa, né?
A canceriana histérica está um pouco mais feliz hoje a partir do momento que assinou contrato para a festa de aniversário da filha, quase em novembro.
Menos uma coisa a resolver.
Mas, ainda está completamente histérica porque não consegue resolver o que vai comprar de presente para a mãe, que faz 60 daqui a pouco.
A Procura pelo Presente Perfeito é exaustiva.
Nada parece bom o suficiente.
Nada parece estar a altura dela.
E a histeria vai continuar até que eu consiga achar o que eu nem sei o que é que estou procurando.

Momentos da Copa

Eu tô tentando ser uma Mãe que Apóia.
Do fundo do meu horror pelos eventos esportivos que paralizam a cidade, onde as pessoas tem o mau hábito de sair às ruas tocando cornetinhas que resolveram ganhar nome próprio depois de já existirem no mundo há muito mais tempo do que eu achando que isso é uma coisa muito divertida, lembrei que era a primeira Copa da criança.
A outra ela era muito pequena para lembrar, logo, empolgou-se com mais este lado desconhecido do mundo.
E assim, passei um dia e um pedaço da noite adiantando trabalho para buscar a criança no colégio mais cedo para ir a um bar ver o primeiro jogo com uma galera.
Momento 1 - A grande decepção dela quando descobriu que nós não íamos ao estádio, que o jogo não ia ser no Brasil.
Momento 2 - O grande desconforto de descobrir que o bar estava lotado e que ela ia ter que ficar empoleirada no meu colo durante toda a duração do mesmo.
Momento 3 - Meu grande desconforto ao perceber que o chopp não ia descer, que era impossível participar da conversa e que eu ia, de fato, que ter que prestar atenção ao jogo (e, ainda assim, não entendi muito bem o quê estava acontecendo de verdade).
Momento 4 - Ela pedir pra voltar pra casa.
Ficamos até o final, amanhã vou tentar comprar uma camiseta pra ela e domingo faremos uma segunda tentativa com mais espaço e outros atrativos, mas foi uma péssima estréia.
De toda forma, mantenho-me firme aos meus propósitos de dormir pelo menos durante o terceiro jogo.

Ai, ai.

Tô de saco cheio da dieta, continuo semi exilada - porque eu até ando passeando de dia, mas continuo sem sair à noite - e também já meio de saco cheio, a banca vai ser sorteada semana que vem e a monografia ainda não tá fechada 100%, meu joelho resolveu dar defeito, tô sem saco até de ficar no osso, num momento de dureza cruel, o diário parado na mesa de cabeceira há 3 semanas sem ganhar nem uma linha, numa tremenda crise criativa, sem ler desde o fim de semana, minha memória tá uma meleca e hoje realizei que semana que vem chega o Inferno Astral.
Mas tudo bem.
Tudo vai se resolver.
Podia ser pior, já dizia poliana.

sábado, junho 12

Ficou bunito, mas ficou feio.
Vou ter que escrever pra caralho pra encher esse espaço todo.
Bom, azar o meu.
E seu.
E fodam-se os namorados.
Tive um dia ótemo.
Só fui lembrar dessa merda há uma hora atrás e vou ser forte, elegante e solitária e vou é me enfiar na minha cama que eu tomei umas caipivodkas e lá vai ser mais quentinho e menos depreciativo.
Fodam-se.
Layout novo.
Ficou bunito, né? :D

sexta-feira, junho 11

A Remissão

Eu estava aqui há horas pensando no fim de semana.
De um lado do ombro o diabinho (personificado por uma amiga com quem eu andei conversando essa semana), que me instigava a sair, ir a umas festas, afinal é fim de semana sem filho e de nada vai adiantar roubar a criança do Santo se eu não enfiar meu focinho pra fora de casa.
Do outro, o anjinho (esse era a minha cara mesmo), dizendo que eu tinha uma porrada de coisa pra fazer em casa, que eu estou dura, dura de marré de si, que eu ando precisando dormir, que sair de casa neste final de semana específico ia ser besteira além de ser ruim pra dieta.
Aí, eis que abro meu e-mail:

"Sol na casa 4, lua na casa 4



DE: 11/06 (Hoje), 8h13
ATÉ: 13/06 , 13h15


Lua Nova na Casa 4! Este é um momento de recolhimento, Renata. Em nossas vidas, em nosso dia-a-dia, precisamos saber reconhecer que precisamos de um tempo e admitir que às vezes ficar em casa, curtindo uma relação com a própria alma, é mais proveitoso do que se forçar a uma exposição social indevida. Vivemos num mundo tão acelerado, que este período, que para você vai de 11/06 (Hoje) até 13/06, termina sendo particularmente abençoado, uma boa oportunidade de você cuidar de si. Que tal arrumar as gavetas, dar uma geral no quarto ou na casa? Harmonizar o ambiente onde vivemos e dormimos é a condição fundamental para termos uma vida mais agradável.

Como esta é uma fase curta de interiorização, é bem provável que você venha a travar contato com algumas necessidades emocionais que tinha até esquecido. Este é o momento certo para dar atenção a estas coisas que a gente esquece, de tão atribulada que é a vida. Muita gente insiste em não cuidar muito de si neste período, mantendo as atribulações excessivas, e termina adoecendo - a única maneira que a alma encontra para "dar um tempo", muitas vezes, é forçando o organismo a uma parada! Mas você não precisa passar por isso, Renata, se compreender a necessidade do momento.

Esta fase favorece o contato com a família, o descanso, assim como as situações de paz e serenidade - se dê este presente!


Reflexão para o período: recolher-se voluntariamente é a melhor forma de renovar as energias."

Horóscopo redimido e decisão tomada.
Voltamos ao plano original.
Nada de bundalelê esse fim de semana.

quinta-feira, junho 10

Trânsito atrasado

"Inteligência emocional


Mercúrio em trigono com Lua natal

DE: 10/06 (Hoje), 8h32

ATÉ: 16/06 , 10h19

Nos próximos dias que vão de 10/06 (Hoje) até 16/06, o planeta Mercúrio estará se aspectando harmoniosamente com a Lua do seu mapa de nascimento, Renata. Esta tende a ser uma fase bastante propícia para tomar decisões que se pautam tanto em processos racionais quanto em sua intuição. A sua percepção das coisas estará mais completa, e este aspecto favorece o entendimento, os estudos, os escritos e as trocas intelectuais.

Você perceberá que está mais eloqüente do que o usual, e neste momento podem ocorrer muitas conversas e notícias de pessoas que há muito tempo você não via. O estímulo positivo de Mercúrio lhe permitirá compreender coisas que você antes não entendia muito bem, sobretudo no que diz respeito a acontecimentos passados que você não processou legal. Esta é uma fase de insights e de esclarecimentos, Renata."

Dado meu fluxo mental nas duas últimas semanas, dessa vez o Personare chegou atrasado. Eu já sabia disso.

quarta-feira, junho 9

E, tudo bem que eu ando tão desesperada por eventos sociais que tô quase usando longo pra ir ao buteco, mas daqui a 15 dias (só rindo) tem outro evento e não vai ser mau guardar uns dinheiros...

Resolvi meu fim de semana

Pronto.
No final de semana, ao invés de encarnar um ser humano angustiado, vou cozinhar uma coisa gostosa - na medida do possível - ir ao cinema ver o Polanski, tomar meu banhinho de x-14, dormir muito, terminar de montar a monografia e jogar vários joguinhos novos que eu providencialmente baixei na internet.
Não vai nem sobrar tempo.
(Pra desencargo de consciência, resolvi roubar o bebê do Santo também.)

terça-feira, junho 8

...Eu tinha bolado um modelito matador, chiquezinho, incrível pra hoje à noite...
O frio não vai me deixar usar.
Frio malvado!

segunda-feira, junho 7

Segunda-feira

Aí que durante uma rápida e pouco funcional faxina ontem eu dei um jeito no joelho, passei o dia com ele doendo pra caramba. Desconfio que amanhã ainda não vai estar legal, apesar das minhas generosas empasteladas de gelol genérico.
O frio tá acabando comigo.
Eu fui burra, fechei as cortinas, o que deixa o quarto maravilhosamente escurinho, me enfiei debaixo do meu mais gostoso e xexelento edredom e cadê que eu queria levantar?
Uma rebordosa do tipo ressaca, sendo que não teve ressaca - tô limpíssima - nem balada - a não ser que a gente considere ficar assistindo National Geographic até uma da manhã uma puta balada.
Pra animar minha vida, não consegui trabalhar, vou ter que compensar madrugada adentro.
E amanhã eu tenho um aniversário.
Tipo assim, como eu não ando saindo nada, toda e qualquer oportunidade de comparecer a um evento remotamente social, me animo toda, faço manicure, dessa vez tirei o bigodão e a taturana que insiste em morar no meu rosto, aí... me nasce uma droga duma espinha gigante bem debaixo do nariz!
E o joelho dói.
E a meleca do dia dos namorados tá chegando e, surpresa, esse ano tá me abalando demais.
Lembrei de uma amiga que contou que uma vez ficou tanto tempo sem namorar que quando via casaizinhos tinha vontade de pegar uma escopeta e sair abatendo todos a tiros.
Cheguei nessa fase.
O que não deixa de ser uma grande bosta, visto que 98% dos meus amigos estão casais.
Mas, é, cansei, tô carente, tô um saco.
Semana passada tomei uma bronca porque tava reclamando demais da vida, mas gente, uma pessoa que acorda, leva filho pro colégio, vai pra cadmia, vai pra aula, faz comida, trabalha o dia inteiro ouvindo coisas rurais, sai correndo pra voltar pra faculdade, não pode estar feliz quando já é a hora dessa volta e ela já passou por tudo isso, e ainda tem um monte de coisas pra fazer e ainda sabe que vai ter que levantar antes de 6 da manhã no dia seguinte e que só vai ter tempo de respirar lá para quarta, quinta-feira, pode?
Então pronto, segunda eu reclamo da vida.
Não tem como soltar confete.
Ainda assim, hoje olhei pro incauto do esporro e mandei um : Iupiiiii!!!
Me senti mal com o esporro, sabe? É um saco perceber que realmente, você anda um tanto reclamona e o quanto isso cansa as outras pessoas. Depois me convenci de que o esporro veio do fato do sujeito ser um homem solteiro, que não tem filhos, tá, trabalha, estuda, mas, cara, que nunca, jamais, pelo menos nessa existência, será capaz de vivenciar experiências parecidas com as minhas. Logo, jamais compreenderá.
Tudo bem.
A pior parte?
Acho que ele nem notou a ironia...
E mesmo com joelho, mesmo com espinha, mesmo com trabalho, mesmo com despertador na madrugada, bati o olho aqui no MSN e tudo o que eu queria era ler era: "Vem pra cá".
E ainda é segunda-feira...

domingo, junho 6

(Antes de pensar nele, tive tempo, tenho tido muito tempo, de pensar em outros. Tenho descoberto tanta coisa, pensado tanta coisa. É um longo currículo de decepções, algum de alegrias, permeado por certezinhas fraquinhas, pequenas. Pensar nas pessoas, em você e nas pessoas, nas pessoas em você, é sempre um processo cansativo emocionalmente. A pergunta recorrente tem sido "será que ele ainda iria me achar atraente?" - obviamente, não com estas palavras, mas isso é um blog de família. Pensar nessa pergunta, nas pessoas, em mim e nas pessoas e nas pessoas e em mim, tem tão a ver com esse momento esforço x recolhimento que eu ando vivendo. Eu sempre quis saber se alguém já me amou tanto quanto eu amei alguéns, se alguém já teve desejos antropofágicos em relação a mim. Eu sempre soube meu lado, minhas razões, meus sentimentos, mas nunca soube de fato - desconfio que jamais saberei - o lado do outro. Talvez se soubesse, não fosse capaz de acreditar. Também tenho pensado bastante nos 33 anos que se aproximam. Ainda que eu esteja com um delay de pelo menos 10 anos em relação à maioria das pessoas que têm, efetivamente, a minha idade, são 33 anos. Muito tempo, pouco tempo, muita coisa, pouca coisa. O quê que eu consegui? O quê eu ainda quero? Minha mãe, outro dia, disse que a Isabel Allende parecia comigo - nestes termos - porque escrevia umas boas histórias, mas de repente enchia o saco e resolvia terminar com elas. Ela disse que não gostava disso. Eu posso dizer que também não gosto. Que ando procurando um final bonito. O problema é que para chegar no final bonito, a gente precisa pensar no quê aconteceu aos outros personagens, e até achar uns novos. Eu ainda estou nos velhos, rezando para daqui a pouco achar os novos. Criar. Responder às perguntas. É tão difícil ter força de vontade. Tão difícil seguir em frente, às vezes. Bate mau humor, bate vontade de mandar tudo às favas. Desligar telefone - que já não toca mesmo. Seria fácil não tentar mais nada. O que pega é que eu sou teimosa. Eu insisto. Eu preciso saber o que vai acontecer. Preciso entender. Preciso ter. Preciso do fim da história. Queria saber contar histórias, como não sei, vivo. E, por isso, tenho pensado tanto. Porque, por mais que eu me agonie com isso, não tenho vivido. As únicas histórias que eu tenho tido, são aquelas que me dão, no papel, ou as que eu me lembro. E não é que eu seja ingrata, Deus bem sabe o quanto de gratidão existe em mim pelas histórias dos dois tipos. O problema é a sensação de rascunho que eu ainda carrego comigo.)

sábado, junho 5

Um Bilhete de Volte Logo

Não me preocupo em perder pessoas.
Aprendi que é uma parte inevitável da vida.
Aprendi a aceitar isso.
Mas bem que algumas eu gostaria de ter de volta.
Só que como você acha as pessoas de novo, ainda não aprendi.

Me peguei pensando em como seria a gente sentar.
Sentar e conversar.
Como um dia a gente já conversou.
Será que você ainda ia me achar perdida?
Meio louca?
Engraçada?
Ainda teria tesão em mim?
Ou, me acharia mais centrada?
Mais careta?
Sem nenhum atrativo?
Será que ainda teria algum carinho por mim?

Hoje, sei que não tenho mais os medos que tinha.
Tenho outros, mas não tenho mais aqueles.
Dificilmente choraria no seu ombro como chorei numa tarde de sol, no meio do trânsito, ou naquela noite, sem nenhum som em volta.
Pelo menos, não pelas mesmas causas.
Hoje, choro bem menos.

Nada é mais a mesma coisa.
Nem do que passava pela minha cabeça, nem de como parece meu corpo.

E você?
Será que me entende melhor?
O que aprendeu?
O que viu por aí?

Reconheço que dei vários tropeços.
Não aprendi até hoje - também - a brincar direito essa brincadeira.
Mas, depois de tanto, tanto tempo, o que fica é falta.
Uma falta que, no início desse texto, era exclusivamente de você - ando lembrando bastante - e passou a ser de cada um que eu gostaria de achar de novo.
Às vezes, existem pessoas, que a gente simplesmente tem muita pena de ter deixado escapar pelos dedos.
Pessoas que poderiam ter sido boas pessoas para você, se você não tivesse sido simplesmente tão apaixonada, tão faminta por elas.

Se eu não quisesse tanto que fosse meu, será que ainda teria esse sorriso?
Mas, tudo o que eu posso fazer, é olhar de longe, desejar de todo meu coração, que o seu esteja sempre bem, e acenar um "volte logo", "volte sempre"...
...Que isso não chega para tudo o mais que eu talvez nunca disesse.
Eu vivo sozinho e apaixonado não tenho ninguém aqui do meu lado

(...)
eu sigo só o meu caminho

Chove pra caramba aqui no Rio (...)
No rádio toca um velho rock´n´roll fico pensando a onde estou
Nada satisfaz nesta hora se é assim eu vou embora
(...)eu sigo só o meu caminho

(E isso porque sempre que chove eu lembro dessa música. E isso porque hoje nem vou me entorpercer bebendo vinho porque tá proibido.)