quinta-feira, maio 15

Pior que tudo isso?

Viciei.


*MEDO* - Parte III

Dito tudo isto, só o que faltará à minha velhice feliz serão chinelos com pompons, um robe de seda e uma colcha de cetim com estampa de oncinha...

*MEDO* - Parte II

Aliás, eu andei prestando atenção em cabelos ultimamente também.
Aí, de repente, me encantei com os cabelões.
Não com cabelos, mas cabelões, daqueles de crente, que batem na bunda, que a pessoa não corta nem ou por causa de promessa. Aqueles cabelões criados, companheiros de anos, que não sabem o que diabos é uma tesourada ou uma escova inteligente-de-orquídea-chocolate-vinho-placenta, sabe?
Aí, no meio do meu encantamento, quando bateu a paixão, resolvi que não vou mais cortar os meus cabelos. Que eu quero um cabelo amigo. Que a bunda, vasta bunda, há de ter uma companhia. Que quando agarrarem meus cabelos, não vai ter pra Rapunzel.
...

*MEDO*

...Então eu estou aqui, procurando livros, pensando em livros, tendo idéias e cometendo o pecado da cobiça navegando numa lista enoooooooooorme de lançamentos literários quando vejo um, vejo dois, vejo três, vejo DEZ livros da mesma "série" (se não, do mesmo autor).
O lance com esses livros são as capas coloridas onde você vê um amontoado de nuvens, uma coisa meio "Deus vai falar" e os títulos que vão desde "A Alegria da Obediência Fiel", passando por "A Alegria de uma Vida Cheia do Espírito Santo", até "A Alegria do Perdão Completo". Todos na base dos 20 Reais e da Alegria - com maiúsculo! Realmente, eu imagino que para lançar 10 livros com essa temática, eles devem vender bem e o autor deve estar felicíssimo - com ou sem perdão, certo?

É que ontem eu estava andando de ônibus e vi um cartaz de um livro chamado "A Chave Mestra". Não era do filme, era auto-ajuda. O cartaz prometia que assim que a pessoa abrisse o livro, novas portas também se abririam. Há pouco tempo, o grande must da parada era o tal d"O Segredo", que geral lia e jurava que funcionava, mudava a vida e tal.

Eu nunca li nada disso.
Sou péssima de auto-ajuda, seja ela lida ou feita por mim mesma. Pró-boicote total.
Na época em que isso começou a aparecer por aqui (por "isso" subentendam essa mania de auto-ajuda), eu era muito nova, não entendia nada dessas coisas complicadas e filosóficas da vida e meus maiores interesses eram rapazinhos bombando de hormônios e um bom e velho rock'n'roll. Mas eis-me aqui, aos 30, uma balzaca, cheia de cabelos brancos e responsabilidades, sendo bombardeada diariamente pelas "7 Orações que vão mudar a sua vida" e pensando: "Cara, será que essa porra dá certo mesmo?".
Porque tudo que as pessoas dizem que ajuda e não me atrapalha a vida, tipo saco de São Cosme e Damião, vasinho de arruda, borrifo de álcool canforado pela casa, espelhinho na varanda, comer 12 uvas no reveillon e guardar a rolha da champanhe, tomar banho de sal grosso, comer nhoque dia 29, carregar alho na bolsa, essas, eu faço; mas auto-ajuda eu nunca tentei...
Será que funciona?
Será que essa vai ser a minha nova loucura...?
(Eu tinha uma coisa ótima da Olívia pra contar, mas me escapou...)

Pequeno parênteses

(Vale dizer que naquela época eu ainda não tinha o cagaço que eu tenho de transportes públicos. Vale dizer que naquela época eu não tinha o horror que eu tenho hoje de gente que tem pressa. Naquela época, talvez eu também tivesse pressa, mas fiquei velha e cheguei à conclusão de que gente com presssa só faz merda e morre cedo; não vale a pena. Fecha parênteses.)

Gastando as sete vidas

No meio das minhas reclamações, ponderações e decisões que eu não levo a cabo, ontem entrei de novo num 434.
Toda vez que eu entro no ônibus com a Olívia, passo ela primeiro pela roleta, sento ela e então vou pagar a passagem. Pela primeira vez a menina voou do banco e deu uma pirueta.
Já nesse início eu soube que a viagem ia ser barra pesada, mas, como eu sou um poço de teimosia, continuei dentro do veículo.
E o motorista continuou correndo absolutamente insandecido.
A uma senhora que teve peito de reclamar, exclamou:
- Quê que é, hein?!

Quando chegamos na Pompeu Loureiro eu já estava nauseada, mas me convenci de que era pouco chão, que era uma besteira saltar do ônibus e que ônibus não viram e batem com a facilidade com que o meu medo me ataca.

Na curva da Lagoa - aquela curva que me dá enjôo todo santo dia há anos, onde eu sempre acho que o ônibus vai virar - o homem ao invés de ir mais devagar, acelerou como se estivesse numa corrida de Fórmula 1. Desculpa, eu não sei dirigir (opção própria por ter medo de porrar o carro por aí e, de repente, quem sabe, atropelar a sua mãe, coitada), mas não é para a pessoa diminuir quando tem uma curva pe-ri-go-sa?
E, de fato, o ônibus quase virou. Bambeou seriamente pro lado e não foi minha imaginação. E o sujeito a-ce-le-ran-do.
Eu, que durante a semana, todas as semanas, só penso cá comigo dentro da minha cabeça "mas precisa correr assim?", "tem necessidade de correr assim?", "que pressa é essa, meu amigo?"; não me agüentei dentro de mim e soltei aquele berro:
- Vai devagar, moço! Tá correndo demais!
Não gosto quando eu grito desse jeito porque a Olívia fica com medo e eu não sou muito fã de disseminar o medo na criança, mas gritei.
O sujeito riu e... acelerou!!!
Depois de me deixar no ponto, dando uma parada daquelas em que o passageiro é praticamente cuspido de dentro do veículo com ele ainda em movimento, ainda furou o sinal vermelho sem a menor preocupação com as pessoas que atravessavam.
De pernas bambas e quase fazendo xixi nas calças, prometi a mim mesma que nunca mais pego um 434 enquanto houver algum resquício de sanidade na minha mente.

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Só tinha visto um motorista tão possuído assim uma vez que fui à Niterói (sim, até eu já fui à Niterói) e estava lá suando dentro 996, que chacoalhava freneticamente, quando um velhinho vinha atravessar a rua e o motorista soltou uma gargalhada digna de vilão de filme (MUAHAHAHA) e acelerou pra ver se o velhinho escapava.
Escapou.

Que nem eu.

Amém!

segunda-feira, maio 12

Mil coisas

Todas as vezes que eu desco de um 434 é como se Deus me abençoasse e dissesse que eu mereço estar viva. Praticamente um renascimento.
Eu poderia facilmente resolver isso esse ritual esquifênix meu se:
a) o metrô finalmente chegasse a Ipanema;
b) eu fosse rica o suficiente para poder pagar taxi todos os dias da semana (ultimamente é coisa de uma vês por mês e em casos de extrema emergência);
carro eu descarto porque se eu dirigisse, provavelmente bateria ou atropelaria alguém, fora que eu acho que mocinhas sozinhas dentro de carrinhos são alvos quase tão apetitosos para os marginal da vida quanto mocinhas sozinhas na rua de madrugada a pé.
Como se pode ver é um caso sem solução.
Meu medo é que o coração pife numa descarga de adrenalina dessas antes que o metrô chegue ou eu ganhe a mega sena.

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Peguei uma gripe matadora.
Passei a minha sexta-feira de faxina completamente inútil, me arrastando entre o sofá e a cama, gemendo, sem ar. Nem o banheiro eu consegui limpar!
O bom é que o namorado foi cuidar de mim com sopinha em punho.
O ruim foi que não só eu passei pra ele, como ainda continuo com ela.
Gripe é uma parada escrota. Porque não só não é nada, como te derruba e os remédios pra ela são caríssimos; e as pessoas que não podem ficar gripadas por uma, duas semanas, caem em desespero e acabam tendo que comprar um pequeno arsenal de vitaminas, anti isso e aquilo e ficam boas, mas falidas (meu caso).
Descobri que vários amigos estão com ela, por sinal.
Será que ela já tem nome...?

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Pela primeira vez desde o colegial vou tirar notas medonhas, discuti com um professor, estou com espinhas no focinho e tudo que eu consigo pensar perante essa desgraça toda é que eu queria era estar dormindo.

quarta-feira, maio 7

A GB

A Grande Bosta de não escrever com regularidade é deixar de registrar formalmente coisas espetaculares que te acontecem. No meu caso, que tenho uma filha em fase de crescimento e desenvolvimento de uma super personalidade, é deixar de registrar coisas espetaculares que me acontecem por causa dela.
Por exemplo, semana passada uma chuva torrencial alagou e atrapalhou o Rio de Janeiro - conseqüentemente, a minha vida. Num desses dias de água, passei o dia in-tei-ro na rua resolvendo várias coisas, e, como eu não acredito em guardas-chuvas, conseqüentemente, passei o dia encharcada.
Às sete da noite, quando costumo chegar em casa, meus pés faziam poçinha dentro dos tênis e já doíam, eu sentia um frio desagradável, estava suja, cansada, molhada e tudo o que eu queria na minha vida era chá, sopa e pijama (coisa de velho, eu sei e assumo). Então fui trocar de roupa. Era dia de semana e em dia de semana não tem namorado em casa, então meu alvo foi logo sacar uma calcinha de "dia sem namorado em casa", bem grande e confortável. Nisso, eis que chega meu pequeno furacão, me olha, passa a mão na minha barriga e solta:
"- Foi a sua avó que te emprestou?"
E eu, chocada:
"- Não, Olívia, é minha. Por que, é feia?"
"- Não, é bonita. Mas não foi a sua avó que te emprestou?"

3 anos e já me dá esse tipo de fora fenomenal...

E tem mais, muito mais... Todos os dias...
Pena que eu não esteja escrevendo regularmente...