terça-feira, julho 31

Aí o dia passou, o quebra-cabeças acabou, a solidão apertou e ela só pensa que aceitaria de bom grado uma nova vida ou um bom afago.
4:20 da manhã.
Se juízo tivesse, não teria nem aberto os olhos.
Não estava mais acostumada a dormir cedo, mas o cansaço falou mais alto e o dia que chega - o próximo - vai ser puxado.
Deitou ao lado da coisa mais preciosa que possui, ciente que tal fato estraga ambas, mas feliz de ver como ela dormia pacificamente, segura.
Tão bonita...
Ao longo do dia perdeu-se pensando.
Pensando em seu destino, em suas escolhas, em como homens podem ser tão babacas e que sina era aquela que carregava.
Já não dormiu pensando nisso, mas, ao longo do sonho, se perdeu em sequencias de quebra-cabeças - precisava de um novo, o que tinha já não mais a satisfazia.
No meio das sequências, uma memória do passado.
A memória do passado, a urgência do futuro, a fez abrir os olhos e se perder em buscas sem fim no google, revivendo pedaços já esquecidos, já tão antigos.
Não achou o que queria, mas bolou um plano a longo prazo - que ela nem sabe se vai poder cumprir.
Perdeu-se em dores de amor alheias e não se sentiu mais tão sozinha - tinha companheiros de dor.
Se juízo tivesse, não teria nem aberto os olhos.
Não precisa de mais planos.
Precisa de ações.
Mas já tem um novo quebra-cabeças.

segunda-feira, julho 30

...Além disso, cheguei à conclusão hoje de que, para ser plenamente feliz, no conceito que nós imaginamos como felicidade plena - mas que eu sei que é furada, coisa e tal - só me faltam duas coisas na vida.
Duas coisas e tudo estaria o-kay.
Pleno.

É bom quando a gente descobre e assume o que quer, o que falta, o que precisa.
É uma merda realizar o trabalho que vai dar ter essas coisas.

Sorte minha ser persistente.
Acho...

quinta-feira, julho 26

Uma vibe meio "O Mundo Pós Aniversário" no ar...

domingo, julho 22

E, de repente, 35.

O mau humor demorou a vir, mas veio.
O rewind de vida demorou a vir, mas veio.
Vieram os 35.

Foi um dia frio.

Tirando os abraços dos amigos de curso, foi um dia quase interminável, bastante triste.
Não estava na minha cidade, não estava com a minha família; estava só, longe, amargando a hora da volta.

No metrô algumas lágrimas teimaram em vir.

No aeroporto, porém, eu não era a única só.
Aeroportos sábado à noite são o perfeito retrato da solidão, da urgência e da angústia de voltar para casa.
Estava lá no rapaz que se despediu de seu rapaz aos prantos, na moça que passou uma hora dividindo a vida dela comigo, me fazendo companhia - uma companhia abençoada, um exemplo de vida - nos cantores famosos e seu entourage que atendiam passantes sem jeito para depois se sentarem de cabeça baixa, nos grupos familiares que bebiam chopps supervalorizados para matar o tempo.

O mundo é lindo iluminado lá de cima, mas mais lindo ainda foi voltar, chegar em casa, soprar uma vela e receber abraços de quem importa.

Os amigos guardaram tudo para hoje.
Ele avisou que não vai.
Melhor assim.

Pensei um pouco, reclamei um pouco, deprimi um pouco, mas é isso; 35.
Não deu para gastar muito tempo pensando em tudo que não deu certo até aqui.
Até aqui, pago o preço pelas minhas escolhas de vida e não me arrependo.
E nada na vida é de graça, sem preço.

Daqui pra frente, que venham mais 35.
Não vou lamentar a velhice, a falta de grana, a falta de amor, vou celebrar aquilo que tenho, que conquistei em 35 anos e me fazem ser quem e como eu sou.

Feliz Ano Novo pra mim.

quinta-feira, julho 19

Em meio a tudo isso, comprei dois vestidos novos.
Em meio a tudo isso, decidi que seriam os dois últimos vestidos que eu vou comprar por um longo, longo tempo.
Há muito reclamo, há muito procrastino, mas já quebrei a promessa mais séria que tinha feito a mim mesma: de não voltar a ficar extremamente gorda.
Odeio dieta, odeio privações, odeio absolutamente tudo que a minha genética trouxe neste campo; mas é preciso.
Com urgência.

quarta-feira, julho 18


Ir assistir a um filme infantil, num shopping, nas férias e em dia de chuva, é uma tarefa para os fortes.
Tudo na sentença acima grita “programa de silvícola”, mas a pior, a pior parte mesmo do programa são – pasmem – os pais das criancinhas.
Aquelas pessoas lindas, que ignoram solenemente TODOS aqueles avisos que passam em áudio e vídeo no início da sessão; e ficam com os celulares ligados, explicam em alto e bom som para a sala inteira cada cena do filme para seu rebento, conversam livremente e levantam e sentam quando bem entendem.
Luz no escuro desvia a atenção, atrapalha.
Se a criança não entende, a gente explica no ouvido.
Falar ao mesmo tempo em que os personagens do filme – seja ele dublado ou legendado – gera conflito cerebral.
Desfilar na frente dos convivas definitivamente não é de bom tom.
Não podemos esquecer que prestar atenção se a sua criança não está, por ventura, chutando a cadeira da frente também não cai mal.
Regras de etiqueta e de convivência pública que 90% das pessoas, os pais, aquelas pessoas lindas, se esquecem de pôr em prática e repassar a seus rebentos.
O resultado disso tudo é a criação, numa projeção aritmética assustadora, de novas pessoas lindas e maravilhosas como eles; que só se lembram do direito alheio quando os seus próprios direitos são feridos.
(Porque eu não tenho a MENOR sombra de dúvida de que, se fossem outras pessoas fazendo com eles, paus e pedras iriam rolar facilmente.)
Por conta destas pessoas maravilhosas, pilares da educação; ir ao cinema, num shopping, nas férias e em dia de chuva, é uma tarefa para os muito, muito fortes; que saem muito, muito tristes.
(Porém extremamente orgulhosos da sua cria não fazer parte deste grupo medonho – Graças a Deus, Amém.)

segunda-feira, julho 16

Quando os dois se conheceram, ela se apaixonou.
Eles nunca tiveram nada a ver realmente um com o outro, só amigos em comum.
Ela é Madame, ele Zona Norte.
Ela é fresca, ele não está nem aí pra nada.
Ela gosta de metal, ele de rap.
Ainda assim, nasceu alguma coisa ali.

E eles namoraram brevemente.

Mas, naquela época, ele não era dela. Aí ela dançou.

Só que os anos passaram, e ele volta sempre.
Eles ainda fazem o teatrinho de fingir que não vão transar, conversam um pouco, bebem juntos, mas sempre, sempre acabam na cama.
No início o teatrinho era completo.
No início era amorzinho gostoso, hoje eles fazem sexo. Quase furioso.

Já se amaram, já se beijaram, já brigaram, já fizeram as pazes, choraram juntos e riram muito juntos.
Ela sabe que ele tem um carinho imenso por ela, uma espécie de amor diferente.
Esse amor diferente muda, se transforma, mas entra ano, sai ano ele está ali.

A história é bem simplesinha.

Moça conhece rapaz.
Moça fica com o rapaz.
Moça gosta do rapaz.
Moça chama o rapaz para sair 3 vezes, que ela não é muito chegada num amor próprio - e fica com ele de novo nesse meio tempo.
O moço não aparece.
Moça desiste do rapaz.

(Sim, a moça anda saindo com mais de um rapaz; afinal ela é solteira.)

sábado, julho 14

Primeiro fim de semana em casa sozinha em um longo, longo tempo.
Já fui abandonada por um, tomei toco do outro e todos os amigos sumiram.
Auspicioso prum sábado à noite, não?

sexta-feira, julho 13

Amar é..
...Trocar a lâmina do aparelho de barbear antes Dele chegar.
Ele vai treinar.
Diz que dá tesão e que depois f@#e feito um cavalo.
Eu lavo banheiro, faço faxina.
Nice couple.

quinta-feira, julho 12

Tem dia que acho que não valho o pão que como...
Homem é que nem biscoito; vai um, voltam 18.

Livre adaptação.