sábado, junho 23

Aí em meio ao caos de Rio + 20 a pessoa desenvolve uma convicção sangüínea de que não quer estar presente no país quando vier a Copa do Mundo.
Sentindo as delícias e dores da vida adulta, considera seriamente a possibilidade de deixar o banco feliz; pedir um empréstimo a perder de vista e ir de encontro aos desejos mais profundos de seu coração.
Aí a pessoa lembra que em 2016 tem Olimpíadas.
Que não vai dar tempo de se virar nos 30.000 para pagar o empréstimo e pedir outro.
E senta e chora.
"A Lua em Leão faz um ótimo aspecto com Urano e mobiliza suas finanças. Um convite para participar de um projeto remunerado pode ser feito a você. Mercúrio em seu signo movimenta a vida social e renova as amizades."

Deus te ouça, horóscopo, que a precisão aqui tá grande.

quinta-feira, junho 21

Há uns dias atrás eu devaneei sobre ter outro filho.

Um ato absolutamente normal, visto que a minha está crescendo a passos muitíssimos largos; mas, na atual conjuntura, talvez a coisa mais impossível de concretizar que exista no Universo.

Hoje, por outro lado, cheguei à conclusão que a maternidade pra mim não podia ter vindo em hora melhor.

Hoje, com a minha filha mais crescida, fiquei na dúvida se estava ficando muito velha ou muito mau humorada ou as duas coisas - todas as crianças pequenas me pareceram a mesma criança e eu não tenho siricoticos todas as vezes que vejo um bebezinho.
Bebezinhos, em geral, são só bebezinhos.

Depois de um tempo eu passei a desconfiar que não gosto muito de crianças.
Gosto da minha criança.
As crianças de hoje são muito precoces, mal educadas, verdadeiros projetos de tudo que eu mais detesto na humanidade (salma uma ou duas), então eu não gosto muito delas por causa de como os pais vem criando elas.

Talvez esteja velha.
Talvez mau humorada.
Talvez eu tenha só perdido a fé mesmo.

quarta-feira, junho 20

Planejando "festinha" de aniversário para suprir carência emocional em nível estantâneo.

Preciso esperar entrevista de emprego para bater martelo na data e me degladiar com a culpa materna - fazer a festa com a filha presente ou ausente - mas já começo a desconfiar que vai ser uma bela duma zona industrial só pela quantidade de ex's e futuros e eternos pretendentes.

segunda-feira, junho 18

Ele é uma coisa que demora a acontecer.

O Primeiro foi, sem exagero, O Amor da Minha Vida.
Mas eu sabia que ele não era Ele.
A gente soube que não ia durar para sempre - com toda a dor que essa sabedoria trouxe junto.

Dele pra lá, muitos aconteceram, a maioria eu achei que podia dar certo.
Podia visualizar uma espécie de futuro e aceitar essa visualização, essa idealização.

Hoje eu acho que cada uma delas teriam feito da minha vida uma coisa que eu não sei se gostaria de viver - da família extremamente católica ao chinelinho no chão na periferia.

E Ele?

Aquele cara que você acha que pode ser O Cara?

Eu aceito prêmios de consolação, aqueles que aparecem e me dão uma certa bola, mas Ele...?

Talvez pudesse ser ele.
Talvez possa ser o outro.

Mas o martelo, a certeza, em 35 anos nunca veio.
Nem Ele.
Vida profissional essa Linda, em suspenso até o fim do "feriado" carioca.

Enquanto isso, a vida emocional cada vez mais se complica.

Meu Cavaleiro apareceu, está perdido no mundo, como sempre.
Ao mesmo tempo que marca dois encontros reais comigo, que eu sei que ganho uma nova e maior importância também na vida dele, no momento que convido pro meu aniversário:
- Claro! Óbvio! Pode levar gente?
Fazendo a fina, não perguntei que tipo de gente ele iria levar, mas tive tremeliques, confesso.

Ao mesmo tempo, no meu sofá dorme aquele que nesta mesma época ano passado eu achava que pudesse ser O Cara, O Homem, Ele.
Que está aqui desde ontem, que é o primeiro cara que eu recebo em casa com a filha no mesmo ambiente, que é um gentleman, me faz rir, nos levou pra jantar e...Deus!... É abençoado por Zeus!

Tudo gira dentro da minha pequena cabeça.

quinta-feira, junho 14

Chateada com o Dia dos Namorados?

Não. Nem tanto.
De repente descobri que tem 5 anos que não tem namorado nessa data - acostumei.

Teve sim, um momento de pesar, de saudade, de falta dele, que não aparece há alguns dias...
Mas ele é novo, novidade nova, eu ainda sei tão pouquinho dele - e, otária, já apegada.
Pode ser que ele tenha namorada, que eles tenham ido viajar; pode ser que ele tenha ido viajar - mas praonde que não me disse? (Ele sempre me diz.)
Podem ter acontecido um milhão de coisas...
Fato é que ele tem feito falta...

(Num nível de zero a dez, quão carente é uma pessoa que começa achar que está começando a se apaixonar por uma pessoa que ela nunca consegue ver fisicamente de corpo presente?)

Mais preocupada estou/ estava com a falta de dinheiro.
Esse dinheiro que vai existir e nunca existe.
Com como fazer semana que vem, como pagar as contas, alimentar a criança...
Tomei até coragem para ligar pruma pessoa pedindo emprego - coragem MESMO porque eu não sei fazer essas coisas.

Me afundei num livrinho de quinta que comprei numa feirinha há uns meses atrás.
Enquanto quebrava a coluna ao meio (nem as molas ensacadas individualmente conseguem ser eficazes contra a falta de posicionamento), pensava nele e nas contas e nele e nas contas num looping insone alucinante.

Não terminei o livro ainda.
Ele não apareceu ainda.
Não sei como será a semana que vem ainda.
Mas a coluna tá bem melhor.



(Meu dedo ainda vai demorar vários meses para voltar a ficar algo próximo do normal, mas eu vou me virando...)