quarta-feira, agosto 4

Eu tenho um Saco de Roupas

Não lembro se eu já falei aqui, mas se falei, vou falar de novo.
Odeio passar roupa.
Do fundo do meu útero.
Eu lavo as roupas.
Todas.
E, com uma freqüência que, segundo a minha mãe, beira o doentio.
Mas não passo.

Até algum tempo atrás, eu tirava o dia e ficava lá...
Passando a roupa acumulada...
Com dor nas costas...
Maldizendo a vida.

Há uns meses eu parei com isso.

Não passo mais.

Apiedada da minha situação, de três em três meses, minha mãe me empresta a faxineira dela para fazer o trabalho sujo (ou seria limpo?).
Do mês passado pra cá tenho pensado seriamente em contratar uma passadeira.

Mas, como as minhas idéias demoram um certo tempo morando dentro da cabeça antes de virarem realidade realizada, eu tenho um saco de roupas.
Limpas e amarfanhadas.
Num saco.

Véspera de viagem o quê acontece?
As roupas saem do saco e tomam a cama.
Preciso achar as roupas para pôr na mala.

Noite passada dormimos juntas.
Eu e as roupas.
Cada uma ocupando uma metade da cama.

Achei as roupas.
Fiz as malas.

Quem ficou, voltou pro saco.
Pro meu grande e branco saco de roupas limpas e amarfanhadas.

Preciso dar um jeito nele.

Nenhum comentário: