segunda-feira, dezembro 31

....Brother, eu ODEIO fim de ano...

Esse ano, estava cá eu, toda feliz da minha vida.
Esse ano, nosso amigo Grinch tirou férias.
Do quê exatamente podia eu reclamar quando habemos casa nova, habemos uma filha linda, habemos namorado novo, habemos os melhores amigos do mundo e habemos uma parcela bastante razoável de livros novos no estoque?
Materialmente, puta que pariu, devia eu erguer estas mãozinhas tortinhas que Deus me deu aos céu e agradecer!
A bem da verdade, nas duas últimas semanas antes do Natal, muitas vezes, o que me consolava enquanto Ser Humano era pensar "Eu vou ganhar o livro do Umberto Eco. Eu vou ganhar o livro LINDO do Umberto Eco" - "História da feiúra", para aqueles que não lêem jornal ou livro ou... foda-se.

Tudo bem que eu queria MUITO matar o filho da puta que disse que se mudar É mole. E também todo mundo que anda me enchendo o saco porque eu não mudei ainda - geralmente é alguém sem filhos que não entende a necessidade de organização na vida de uma criança, sorry fugitivo. E também todo mundo que diz que a culpa é única e exclusivamente minha porque fui eu que inventei de pintar o latifúndio sem a menor necessidade ou desprendimento material suficiente para pagar um cabra profissional para fazer isso por mim.
Mudar não é nada mole.
Cada vez que eu piso naquela casa - na Minha Casa - eu descubro uma coisa nova para ajeitar ou percebo o quanto de tempo eu ainda vou precisar para deixar ela habitável ou penso que não vou terminar nunca tudo que eu preciso fazer.
Eu não posso - repito - NÃO POSSO tacar uma merda dum colchão no chão, ir pra lá e ir arrumando as coisas aos poucos. Claro está que nada vai estar terminado tão cedo, que eu vou passar pelo esquema mambembe de primeira casa reciclagem de móvel etc,etc,etc, mas eu tenho uma criança que precisa de um mínimo de organização espacial na vida para que não se transforme fatalmente numa grandecíssima psicopata.
Minha agonia inicial era não saber para onde eu ia; agora a coisa é saber para onde, mas não conseguir ir.
Tudo bem que eu estou deixando a casa toda colorida e feliz e bonita (e borrada porque a gente não é tão bom de pincel assim) do jeito que eu imaginei, mas tudo anda a passos muito mais lentos do que imaginava do que fossem andar, uma vez que o tempo é escasso, luxo e subdividido, muito subdividido... Tudo bem que eu ando planejando, compando e construindo coisas lindas que a maioria não pode; que eu tenho - de fato - coisas lindas e belas melhores até do que eu sonhei.
Mas, sabe lá você, a agonia que é adiar toda a semana aquilo que você mais quer e que está ali, logo ali, te esperando? Choro semanlamente de frustração, mas resolvi que, por esta, não poderia reclamar. Deveria mais agradecer. E agradeço.

E meus amigos, meus belos amigos? Puxa, vida, eu tenho os melhores! Ando até meio envergonhada ultimamente de mancadas passadas que eu dei com eles e que precisei de tempo para perceber. Ando com saudades de muitos deles, por mais que eu fale com eles ou os veja ocasionalmente.

Minha filha.
Cada dia mais linda, cada dia mais geniosa, cada dia mais "adolescente", mais menina, menos bebê. A Melhor Coisa Que Eu Já Fiz Na Minha Vida. Que todo dia me inventa uma história nova, que é tão amada por todos e me enche tanto de orgulho, sempre.

Namorado novo.
A maior supresa do meu ano todo.
A história mais clichê barato de filme.
O que eu menos esperava, no momento menos propício e desejado, mas que me pegou de um jeito que hoje é difícil separar - viver sem.
Um homem lindo. Lindo.

Todos os livros que eu pedi.
Ali. Debaixo da árvore, esperando que eu os leia, os descubra, saiba deles e passe noites e noites com eles, sobre eles.

Com tudo isso, existe algo para uma garota reclamar?
Não!

Foi o primeiro Natal em muitos anos em que eu cheguei - definitvamente - ao Natal, sem desejos homicidas ou aquele mau humor canino que me assalta todo mês de dezembro.
Mas eis que chega A Noite de Natal.

O dia tinha sido lindo.
Almoço com o namorado, as filhas de ambos, tudo no maior amor...
No fim da tarde, filha e mãe estavam num humor canino assassino homicida de natal - o que não ajuda que o meu não fique.
Após uma arrumação conturabada para a saída para a ceia, pegamos um taxi com um cara que fedia, mas fedia que era uma coisa incrível, e ainda ouvia no rádio uma missa "daquelas". Na Lagoa, o taxi quebrou. Uma coisa bastante propícia, em se levando em conta as duas mal humoradas, as oitenta sacolas de comida, presentes e afins e o poste que resolveu apagar também na mesma hora.
Na primeira garfada da ceia, minha mãe se engasgou com uma espinha e logo depois saiu para uma ronda pelos hospitais do Rio de Janeiro. Enquanto o Mundo ceiava e dava presentes e confraternizava, eu estava abraçada com um celular para saber aonde ela estava, como estava e se o problema havia sido resolvido. Foi. E a nossa ceia acabou acontecendo, mas o prólogo naõ foi bom.

Depois de cinco anos "sozinha" é difícil mesmo se adaptar à outra pessoa na vida. Um amigo me disse que nós estamos na fase da negociação de regras e limites. Concordo. Eu ando tentando real hard não cometer os mesmo erros do passado, mostrar que eu cresci, que eu aprendi, que eu posso e quero ser uma Mulher muito melhor - caramba! Como é difícil! Obviamente, acabo repetindo alguns vícios. Meus. Mas, no Natal, especificamente, o namorado também resolveu usar um bocado do saldo do cartão de vacilo.

Mesmo eu não querendo, não devendo, acabou sendo um Natal Infernal. Um Natal em que eu tive materialmente tudo o que eu quis, mas com flhas seríssimas emocionalmente falando. Foi impossível não detestar o Natal esse ano.
De novo.

E, mal passa o Natal, vem o Ano Novo. Mais uma semana atribulada, de estresses, de afazeres... Por mais que sejam "só duas datas", não são só duas datas. Eu não conheço um único ser humano que fique realmente alheio a elas; que não planeje ou participe ou se cobre ou se preocupe com o Natal - seja lá qual a desculpa; ou consiga passar a noite do dia 31 sem sequer olhar a Globo para saber como está a praia de Copacabana ou a costa da Tailândia. Não conheço.

E eu sou um ser humano.

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Eu sucumbo.
A datas.
A propagandas.
A horas de espera.
A telefonemas.
A cartas.
Sou praticamente uma pessoa imbecil; porque eu acredito nas pessoas e as levo a sério. Sempre.


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Nem tudo eu odiei.
"Across the universe" me fez voltar a ouvir Beatles.
Mesmo que eu nunca tenha sido Beatlemaníaca - e, sim, amiga deles - redescobri as letras, as músicas e tenho ouvido sem parar.

O livro do Eco foi uma paixão a primeira vista que eu ganhei com muita felicidade, mas que vou guardar para ler na casa nova. É um livro tão lindo que deve ser lido indoors, somente indoors.

E o desencanto, não?
Voltar a ler e escrever é tudo!
Tudo!

Pra mim.

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3 da manhã.
Eu cozinho uma sopa wicca de ano novo, ouço música, penso quando vou poder ir à praia jogar palmas para Iemanjá, escrevo, penso na hora do salão, derreto de calor...
Pena que me resta tão pouco tempo pro fim do ano...
E que no ano que vem, também ele não será tão vasto...

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Ainda assim...
Todo fim de ano eu gosto de ler esse poema.

Minha persona adolescente assina embaixo: "super tudo a ver".

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A passagem do ano

O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.
O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olhar e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras expreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles...e nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasta renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Carlos Drummond de Andrade

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Tchau 2007

sexta-feira, dezembro 21

Ser mãe não é a morte

No início vai parecer que sim.
Adeus, noites de baladas frenéticas! Adeus, fechar todos os botecos! Adeus, namoricos fugazes! Adeus, noites de fofoca com as amigas! Adeus! Adeus!
Você vai pensar que, por sorte, aproveitou bem a vida, namorou bastante e foi à quase todas as festas que queria, ou, que não aproveitou nada, namorou pouco e deveria ter saído mais.
E, por um tempo, realmente, seu filho vai exigir demais do seu tempo, sua conversa vai girar entre cocôs, babas e outras coisas nojentas, assustadoras e nada interessantes aos seus amigos sem filhos (ou com filhos já crescidos) de forma geral.
Fisicamente também. Não vai existir tempo de se depilar, pintar os cabelos ou as unhas, por mais vaidosa que você seja. Você vai regredir à condição de primata – com direito a macaquinho pendurado e tudo!
Mas o tempo vai passar.
De todas as coisas que a sua mãe te disse, omitiu ou enfeitou; essa talvez seja a verdade mais absoluta de todas: o tempo passa. E rápido.
Em pouco tempo, você vai poder voltar a ver filmes que não incluam personagens da Disney ou dinossauros roxos. Vai poder (tentar) confiar em uma terceira pessoa para cuidar do seu lindo rebento e tomar um chopp com os amigos, saber das fofocas sobre as pessoas que você não sabe mais nem quem são. Vai poder se meter a sair para dançar e descobrir que você não conhece mais ninguém “na noite”, nem as músicas que os seus djs preferidos (agora meio grisalhos – ou eles já eram assim?) tocam. Vai poder a ler não só os livros novos dos seus autores preferidos (que, a essa altura, já lançaram mais uns três livros inéditos, olha que maravilha!), como descobrir novos autores. Vai poder voltar a freqüentar o salão de beleza e descobrir que agora existe um novo tratamento para os seus cabelos a base de placenta de cabra alpina ou um esmalte à prova de acetona que são uma maravilha. Vai poder voltar a comprar roupas que estejam de fato na moda para você.
Também vai descobrir que aquele terror que você tinha de ser amiga das mães da pracinha é real. Você vai ser amiga das mães da pracinha; e, muitas vezes, vai levar o seu filho para passear porque quer encontrar a mãe da criança – não a criança. Vai descobrir que colégio é a melhor invenção do mundo, porque a sua criatividade nunca vai dar conta de tudo que eles podem e devem aprender e você vai poder respirar e ter uma vida adulta com adultos que falam “adultês” nesse meio tempo. Vai descobrir que trabalhar, produzir e estudar são coisas essenciais à sanidade humana e fazem muito, muito bem. Vai descobrir que vai preferir, em muitas sextas-feiras à noite, ficar em casa vendo o último dvd da Barbie com o seu filho que sair para a farra e acordar com uma ressaca sinistra que vai fazer você se arrepender de ter nascido. Vai descobrir que tudo que o seu filho faz é mesmo uma maravilha – até as pirraças – e que a companhia dele é melhor que a de muita gente que você conhece.
Vai descobrir que é possível, sim, coexistir como mulher e pessoa com o mito que você tem na sua cabeça sobre a maternidade – e ser uma boa mãe.
Duas coisas, para finalizar. Lembre-se sempre que a sua mãe e a sua avó e a sua bisavó, todas, passaram pela maternidade e sobreviveram, logo, você também vai. Depois, ser mãe não é a morte; é o início da sua nova vida. E ela é boa.

(Texto escrito para o meu projeto final de Projeto Editorial - Outubro/2007)
Negligente!
Negligente!
Sua mulherzinha negligente!
Deixando os livros de lado, seus textos de lado, só porque está de mudança, arrumou namorado e cria uma filha sozinha... Pfffffff!!!

sexta-feira, novembro 2

...E sabe aquela piada...

...Da mulher que fica falando: "Bege... Bege... Vou pintar o teto de bege..."?
Se eu contar que não é piada, que eu estou assim na "vida real", vocês vão acreditar?

...E, em pleno feriado de sol escaldante...

...Estou eu aqui sentadinha como uma boa nerd fazendo trabalho de faculdade.

(Sim, tanto rezei, tanto pedi, o ebó foi tão forte, que o Rio de Janeiro está com pinta de Saara. O ar está abafado, quente e você tem que andar na rua se submetendo aos odores alheios, como se não já bastassem os seus para lembrar o quanto você é humana e nada fina.)

Projetos com tema livre - o temido e inefável tema livre - acabam saindo com a personalidade e conforme o gosto de quem os faz. Assim sendo, estou cá eu trabalhando no meu projetinho fictício sobre uma mostra de filmes de horror, fazendo as minhas pesquisas para a minha grade fictícia de atrações, quando descubro que o Rio de Janeioro vai ter um festival desses ano que vem!!!
Não é supimpa?
Descobri que Porto Alegre já tem um desses há 3 anos!!!
Não é supimpa?

No fundo, no fundo, fiquei é morta de inveja de alguém já ter tido essa idéia antes e deu não ter ficado sabendo antes... Hehehehehe

De qualquer jeito, já tenho um programa imperdível para o ano que vem! :D

Ufa!

Eu (e quem lê) já devia ter me acostumado.
Eu esperneio, chilico, choro, desespero, mas no fim dá tudo certo.
A festa foi ótima!
Linda, feliz, cheia de gente querida!
Minha filha estava o que há de felicidade, logo, eu também fiquei.

Outros perrengues estão em vista de serem resolvidos.
Vou poder descansar!

sábado, outubro 27

Sinto que vou surtar

Então, mil coisas.
Por conta das mil coisas, mesmo com a volta do monstro, andou me dando uma certa preguiça (fora a falta de tempo) de escrever.
Mas eis que chega uma sexta-feira caótica, onde ninguém está em casa de bobeira na internet lutando com o sono como eu estou para conversar comigo sobre os "motivos do surto corrente".
Mas eis que chega o aniversário de Madame, que completa 3 e não já não é nem mais tão Madame, nem mais tão bebê.
O Grande Evento Do Ano.
A saga escrita não chegou ao seu fim; mas a roupa dela - uma fantasia de Cinderela mega luxuosa - veio "importada" de Belo Horizonte, a lista de convidados estourou de longe a quantidade que eu contratei com o Buffet, meus últimos dias estão sendo tomados por acertos finais. Amanhã - que é O dia do aniversário dela de verdade - eu tenho que levantar de madrugada para me programar para ir até o lugar da festa (providencialmente alugado por uma amiga da minha mãe) para receber as mesas alugadas e procurar uma roupa pra mim.
Eu tenho mania de roupa nova pra evento.
Nesse caso, então, é importantíssimo que eu vista algo pelo menos decente, já que ao contrário de emagrecer, engordei, e que sou a mãe da noiva... ops, aniversariante.
Estou fudidamente estressada com "se vai caber todo mundo" e, para coroar meu sofrimento, resolveu chover torrencialmente. O Rebouças "quebrou", o trânsito da cidade está caótico, e o play é mais aberto que fechado, o que significa que a organização espacial da coisa também vai ficar caótica se chover no domingo.
É muita expectativa em cima de uma festa!
Como se não bastasse isso, o curso que eu estava esperando começar a mais de dois meses, inventou de começar justo amanhã depois de um atraso de 3 semanas. Justo amanhã que eu tenho que ver roupas (ainda tem a que eu preciso comprar prum casamento na semana que vem onde a Licas vai ser dama de honra), mesa, unhas, TIM Festival... Onde que eu vou conseguir encaixar aula amanhã? Porque, de todos os dias do mundo, tinha que começar essa porra amanhã?
Estou verdadeiramente chateada porque é muito tempo de espera também pelo curso que eu quero muito fazer e já vou começar não indo.
Como se não bastasse isso, aos 45 minutos do segundo tempo, eu não sei de novo para aonde eu vou. Estava 80% certo do meu destina na vida ser decidido na próxima semana, aí pintou outra parada pra vir balançar o meu coreto, estragar a cor das minhas paredes e me deixar...Tensa!
É muita coisa, não é?
Não é?
...Mas que eu tô doidinha da vida, isso lá eu estou...

segunda-feira, outubro 22

...É que eu não sou fã de ficar escrevendo da minha vida aqui na faculdade, sabe...?
Daqui a pouco o Lance volta e eu volto com ele.
Por enquanto, só atualização de lista mesmo.

Além do mais, a vida anda tããããããooooooo agitada!

segunda-feira, outubro 8

Peraí que o pc quebrou de novo.
Não tomou seu Ginko Biloba, queimou a memória.

segunda-feira, outubro 1

Às vezes, basta pouco para ser feliz...!

Pronto!
Deslize corrigido. :)
Mesmo assim eu tenho que explicar que o Stalone é coisa da minha mãe, que nas últimas semanas eu não tive nem tempo, nem disposição física para ver filme nenhum. Eu ia ver "Stardust" no Festival, mas descobri que só ia passar legendado, então, legendado não rola, né? Não fui.
Mas, este final de semana que já deveria ter terminado, fui salva de cara pelo filme do meu amigo, Sr. Douglas Duarte. Tô. Morta de orgulho. Primeira vez que eu fui ao cinema ver um filme de um amigo meu. Olhei todas as resenhas, comentei. Trabalho de gente grande.
Eu acompanhei a saga de filmagem, passei anos longe dele por conta, não fui uma das pessoas mais crédulas a respeito do filme e fiquei muito feliz de ter sido surpreendida.
Culturalmente é basicamente isso.
Meus livros vão andando em velocidade carroça. Ando preguiçosa até de ler.
Peça, eu fui numa infantil hoje com a filhota - ainda não considerei se ponho na lista ou não.
Agora vem a época de provas - mil trabalhos para finalizar e entregar - e eu estou com preguiça.
Começam as festinhas dos coleguinhas também.
Ontem foram duas. Uma seguida da outra. Uma verdadeira maratona que, às 7 da noite, já me fazia imaginar se sete horas de festa infantil não seria uma espécie de castigo divino pelos meus pecados. Eu fiquei massacrada. Madame ainda está numa fase em que a gente não pode tirar o olho, então eu não relaxo, eu não sento, eu só sigo de prontidão.
Ela "pintou os caneco" como diz a professora. Nunca vi tanta disposição na vida!
Foi um final de semana bem aproveitado, ainda que faltoso com alguns amigos.
Mas esse era dela. Só dela.
O outro também o será.
Feliz, redimida e com preguiça.
Que mais que eu preciso na vida...?
(Não respondam, please...)

quarta-feira, setembro 19

Uma semana também que eu prometi me redimir pelo Rocky.
Não deu.
Mas, se os cabeçudos de plantão deixarem, domingo eu marco um gol de placa, bonito, lindo e no cinema!
(E olha que preu baixar num cinema perto da sua, ou da minha casa, o filme tem que ser uma coisa realmente imperdível.)
...E faz uma semana que eu só penso em sábado...
Pra quê mudar?
Vidas desinteressantes têm disso.

quarta-feira, setembro 12

E como pode ser apenas quarta-feira e a pessoa já estar só pensando no sábado?
Que vergonha, Renata!
Porra, o último filme que eu vi foi "Rocky Balboa"?
Fala sério...
Preciso dar um jeito nisso urgente.

Hehe

Aliás, eu continuo achando que não ando lá muito bem da cabeça.
(Relaxem, a terapeuta volta amanhã.)
Hoje eu tive a nítida impressão de que outra pessoa também encolheu.
Uma pessoa que eu nem olho, mas que, de vez em quando, dou uma espiada para lembrar como é, sabe como é?
Pois então, hoje eu achei que essa pessoa também encolheu.
Freud há de me explicar.
(Ou qualquer outro deles, isso realmente não é importante.)

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Me disseram que nada aconteceu no Mundo.

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Mas eu bem fiquei sabendo que o Gabeira socou alguém!
Isso pra mim já é alguma coisa...

Tchau!

Deus seja louvado!
Meu maior medo, no meio dessa minha confusão toda de livros disso, daquilo e aquilo outro, era que eu tivesse perdido a mão; entrado numa entressafra literária.
Como todo mundo sabe, eu não posso ter entressafras.
Não existe tempo suficiente para ler tudo que eu preciso ler, ainda mais com as pessoas escrevendo tão freneticamente quanto eu leio ou desejo ler.
Posso ter entressafra de trabalho - corrente no momento visto a preguiça que me assalta e o esforço quase sobrehumano que tenho feito para executá-los; posso ter entressafras emocionais - como a que também me assalta no momento em que não existe nada de masculino ocupando o lugar que sempre ocupa o nada masculino da minha vida; entressafras de esbórnia - resolvi; entressafras cerebrais de um modo geral - o intelecto anda fraco e se dobrando a pensamentos verdadeiramente imperfeitos sobre mim mesma; entressafras corporais - não ando fã do meu invólucro material; enfim, todas são permitidas; menos as literárias. Não agora.
Mas, depois de devorar um pequeno volume e entrar de sola em um grande volume, num total de mais de cento e cinquenta páginas lidas em menos de 24 horas, é com enorme alegria que agradeço e aceno de volta ao medo grande que me deixou.

terça-feira, setembro 11

...Menino, e não é que hoje é 11 de setembro...?
Eu nem li nada do que anda acontecendo no Mundo.
Tem alguma coisa acontecendo no Mundo...?

Síndrome de Estocolmo Literária

A vida útil do meu affair com Coraline acabou não perdurando nem até às seis da tarde. Assim que pude, me sentei e devorei o fim da sua história. Fantástica história.
Sou fã, muito fã de histórias de fadas nem tão fadas assim, pouco ortodoxos e mais sombrios. Poderia citar aqui uma meia dúzia de novos e bons contos assim, mas não é esta a intenção no início e quando desta pequena ressalva.
A vida útil do nosso affair durou pouco mais de horas, se formos pôr no papel o tempo que eu gastei para ler e me apaixonar por sua história.
Como meu afã da vez gira em torno destes contos, lá fui eu pesquisar mais um que muito me interessa.
Para minha agonia (ah!), meus escritores de cabeceira adoram escrever muitas e boas histórias, mas também adoram criar personagens magníficos e as sagas deles. Sim, sagas.
A primeira que eu acompanhei não foi realmente uma saga, foi uma novela; e aproposta era de que fosse uma novela e que causasse o que causou não só em mim como em leitores ao longo do mundo todo. Era a famosa e já cinematografada "The Green Mile". Na época, o famoso, o bom e velho escritor, Stephen King, se propôs a lançar um capítulo da novela a cada mês. Foram seis volumes, disputados a tapa no dia em que chegavam às livrarias e lidos com fome neste mesmo dia, deixando-nos todos de-ses-pe-ra-dos a esperar o que viria pelo próximo mês. Hoje, todo mundo já sabe a história e ele já é vendido num único volume. Quem não participou, dançou.
Porém, Mr.King ainda conseguiu me raptar e manter em outra história completamente diferente - não que ele não consiga me raptar e manter de um modo geral, porque sempre que eu acho que já li a maioria das coisas que ele escreveu, ele escreve mais alguma coisa ou reedita outra. E foi assim que, ano passado, sem querer, dei de cara com "A Torre Negra".
No prólogo ele conta que havia começado a escrever a história nos anos de 1970 (data exata eu não lembro nem vou pesquisar porque isto não é um artigo). Esta história, a história do Pistoleiro, já foi concebida e imaginada de forma que coubesse em sete livros (imagino que ele também tenha querido ser Proust em algum nível, bem lá no fundo), mas, que com as coisas da vida, tinha acabado só dando fim a dois volumes. Estes dois volumes, porém, tinham arrebatado seu quinhão de fãs e curiosos sobre o fim e a saga do pistoleiro Roland em busca da sua Torre Negra; e, ao longo dos anos, ele havia recebido uma centena de cartas que lhe imploravam pelo amor de Deus que terminasse de escrever a história ou contasse o final dela antes que as pessoas morressem, por exemplo.
Graças àquele sujeito sem alma que o atropelou tal e qual a enfermeira de "Misery" alguns anos atrás, o homem se viu à beira da morte e resolveu que deveria terminar a história. Satisfação de karma dele e pessoal minha que não fiquei refém tanto assim. Quando eu descobri toda esta história e comprei o primeiro volume dela, restavam apenas dois a serem lançados. A esta altura todos já se encontram confortável e apelativamente piscando para mim nas prateleiras das livrarias de todos os lugares que eu conheço. É com alegria que resolvi, então, às custas de russo ou sem russo na jogada, me encontrar com o Roland e seus amigos de novo e marcar aqui no meu "score" pessoal que já consegui chegar ao quinto calhamaço de novas aventuras.
(Neste caso, em específico, é bem por aí, cada novo volume é maior que o anterior, uma coisa deliciosa e impressionanate!)
Mais dois e o final desta saga, desta longa história de fadas sem fadas, será conhecido e terminado.
Mas eu comecei com essa coisa de sagas e histórias de fadas sem fadas porque, quando estava chegando ao fim de "Coraline", resolvi descobrir a quantas andava outra saga com a qual ando envolvida: oa livros de Abarat.
"Abarat" é um livro genial, lindo de viver. Este, foi escrito pelo Clive Barker, que eu já falei mais cedo.
(Como fica óbvio, eu tenho predileção por estes três sujeitos, que, de maneiras completamente diferentes são tidos como "Mestres do Horror", mas isso já é uma longa discussão para uma mesa de bar, por exemplo, e com uma denominação a qual eu já não sei muito bem se concordo muito.)
Dos três, eu diria que ele é o mais sombrio e violento de todos, de forma que fico muito espantada quando ele escreve algo que denuncie que tem coração e é algo parecido com um ser humano; mesmo assim, ou até por isso mesmo, sou uma leitora ávida das coisas que escreve desde que descobri seus "Livros de Sangue". Assim, descobri que havia um livro infanto-juvenil escrito por ele, o em questão "Abarat".
Abarat é uma terra, não importa, não importa, vá ler o livro; que também foi concebido para ser uma série de livros. Os cinco livros. Só que, mais uma vez, eu não sabia disso!!! Também está explicado no prólogo!!! A diferença está justamente no fato que o homem ainda está escrevendo os livros, que não existe - como não existia para os leitores do Sr. King à época do concebimento d"A Torre Negra" - nenhuma garantia de que ele os irá terminar enquanto eu viver. Ou enquanto ele viver! Imagina se o homem é atropelado por um trem e não termina? Pense na agonia de não ter a certeza de que você poderá saber tudo o que quer saber sobre este mundo encantado e assustador na hora em que bem entender...
Pois, cinco anos depois do primeiro livro, descobri que ele finalmente achou em sua agenda e sua mente ocupada espaço suficiente para lançar lá fora o segundo volume da história. Por um lado eu ganhei o alento de saber que ele não só não deixou de lado a história mágica que inventou, como ainda vendeu os direitos dela para a Disney, que, se Deus quiser, vai exercer lá alguma pressão para que ele termine logo com meu desamparo para poder lançar os filmes - o que implica na tradução e distribuição dos volumes restantes; mas, por outro lado, se o segundo só saiu cinco anos depois, a estatística atual é de que eu só vá terminar de ler os livros de Abarat por volta de 2027, se levarmos em conta os cinco anos de escrita individual mais a tradução e distribuição dos mesmos, o que quer dizer que eu terei que esperar pelo menos mais vinte anos, estando assim, com 50 e poucos anos. Belo prognóstico, não?
Se, por um lado (estou cheia de lados hoje), escapei da espera pela Torre; por outro, caí na espera pela história das restantes ilhas de Abarat. Se, por um, sofrerei com a espera, e talvez morra com histórias não terminadas; por outro, terei a esperança de poder ler as coisas que amo ler por, pelo menos, mais uns trinta anos.
Ser refém de escritores é uma coisa mesmo cheia de lados.
De qualquer forma, que bom que eu sou uma.
E viva a "Síndrome de Estocolmo"!

Do Corpo e Da Paixão

Do Corpo

Hoje eu encolhi.
Tive a clara percepção do momento em que isso aconteceu.
Estava eu, encerrando o primeiro terço do meu dia; aquele terço onde eu acordo, engulo com urgência meus dois penicos de café necessários para que meu sistema comece a funcionar em alguma potência da sua capacidade, fumo meus primeiros cigarros (hábito nojento, eu sei) enquanto os engulo, preparo a mamadeira da criança, acordo a criança com muitos beijos e cantorias, entro no cyber espaço para saber se existem mensagens relevantes à minha vida, aproveito para solucionar o(s) primeiro(s) quebra-cabeças do dia e pôr a mente para funcionar, atendo (ultimamente) os primeiros telefonemas dos chatos dos corretores, sorvo alguma coisa sólida (apesar de estar convencida que não deveria sorver nada sólido pelos próximos cinco anos), providencio coisas sólidas à minha bebê, procuro minha roupa, procuro roupa para a criança, arrumo ambas as mochilas querendo pensar que não esqueci de nada do que nos será necessário ao longo do outro terço do dia, arrumo, calço e penteio a mim e a ela, saio para ver mais um apartamento que não vai servir (dessa vez, com uma corretora que me despertou um certo urgh, pois me deixou esperando, com uma criança que estava, coitada, enfrentando uma certa luta intestinal, por longos vinte minutos na entrada do prédio), pego um longo caminho e um ônibus com duas mochilas e a criança nos braços porque já fazem pelo menos três dias que ela se recusa a fazer cocô e está começando a ficar incomodada com o fato, que não me incomoda porque tenho esperança de que essa agonia chegue ao fim durante o dia de aula dela, atravesso a mesma rua e vejo os mesmo porteiros que vejo e atravesso durante os dias chamados úteis da semana e viro a mesma esquina que viro todos os dias assim chamados úteis da semana; nesse momento, nesse exato momento da virada da esquina, foi quando eu senti.
Virei e diminuí.
De repente, o mundo ficou mais alto e eu mais baixa, as flores da janela da casa da esquina me olharam lá de cima e eu me senti como uma criança que leva no colo a irmã mais nova só de onda, tamanha a pequenez que senti naquele momento.
Diminuir e encolher são fatos fisiológicos decorrentes da vida e recorrentes com a idade, o que me impressionou foi que acontecessem com tão cedo e de forma tão anunciada e sentida.

Meu corpo anda me espantando.

Por um lado, estou deveras deprimida porque é muito cruel perceber que quando você pariu, estava mais magra do que está agora, quase três anos depois; quando o dito normal era que acontecesse ao contrário; quando você até que anda se esforçando para que aconteça ao contrário. Nada a fazer a respeito, além de se dedicar plenamente a folhas alpistes e exercícios físicos que você abomina numa totalidade, já que chorar porque realmente as roupas que você tem se recusam a ficarem boas não vai fazer com que você desidrate e perca todos os quilos extras que as ansiedades e angústias da sua vida insistem em te trazer de volta.

Por outro lado, é muito normal que as pessoas olhem para mim e digam que pareço mais nova do que realmente sou; eu, muitas vezes, me sinto mais nova do que realmente sou. Isso é bom e é um fato a se orgulhar na condição de moça que me cabe. A juventude não bate em diversas ocasiões com tudo o que eu penso hoje em dia e aprendi ao longo dos anos, muito menos com a minha disposição física de vida, que muitas vezes só pode vir a ser superada por senhorinhas de 80 anos; mas bate imensamente com muito do jeito que ainda vivo a minha vida e com toda a fragilidade que escondo das pessoas que eu tenho.

E então, eu encolho.

Dizem por aí que o corpo manda sinais às pessoas sobre o que está errado na vida delas. Acredito que o meu esteja mandando vários sinais – aliás, eu acredito em sinais de forma geral, assim como fantasmas, duendes e afins – sinais bem claros e perceptíveis, no que eu acho uma droga que a minha terapeuta esteja de férias porque eu realmente precisava de uma mãozinha extra, além dessa minha cabeça que pensa, pensa, pensa, para poder atender a eles.

De qualquer forma, foi apenas uma coisa muito, muito curiosa.

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Da Paixão

E, seguindo a lógica de que, enquanto houver o russo haverá outros livros, acabei me apaixonando de novo.
Dentro desta lógica, escolho livros finos, que possam ser mais confortavelmente carregados e rapidamente lidos, já que o russo está com um fim eminente.
Bom, nem tanto fim, nem tanto eminente, mas uma hora eu hei de acabar com ele. A história é boa, mas é que a hora em que eu me deito para ler o russo, e o russo só é lido na cama (“eu dormi com Dostoievski”), eu já estou no final das minhas baterias e acabo dormindo numa velocidade incrível, muitas vezes Rodion só consegue pensar as coisas que pensa por uma ou duas páginas; por isso o cabo desta leitura está tão demorado.
(Perceberam agora como eu me desculpo comigo mesma com uma habilidade incrível?)
Nisso, o volume escolhido desta vez foi “Coraline”, um livro que o Neil Gaiman (Amém!), escreveu para adolescentes, ou, pelo menos é assim que ele é rotulado. A mim não interessa muito, gosto de ler histórias e experiências de outro tipo que meus autores favoritos fazem a gentileza de escrever e deixar no mundo; não deixa de ser lá uma boa desculpa para dizer que eu pesquiso histórias para vir a contar a minha filha. E, realmente, de todos os livros que eu li dele, só não me apaixonei por um. Todos são muito bem escritos e lúdicos e bonitos dentro do universo sombrio deles. Pronto. Peguei, me apaixonei, de ontem para hoje já li metade do livro que deveria durar pelo menos meia semana e duvido muito que vá ter com o russo hoje à noite. Preciso saber o que vai acontecer a ela, como vai terminar esta história. Neste momento de loucura e paixão, já chego até a pensar em nomear outra filha, se um dia a tiver, o que não está em questão em absoluto neste exato momento, de Coraline, na esperança que ela herde um pouco da Coraline dele.
Que eu ia gostar era quase certo, era o esperado, mas, realmente não tinha me ocorrido que iria me apaixonar de novo por mais um livro dele. É curioso que não ocorra o quanto você ama as coisas que você ama. No caso dele, meu amor evolui para uma quase antropofagia. Se eu pudesse, comeria o Neil Gaiman para saber como ele pensa, imagina e escreve as coisas que ele pensa, imagina e escreve. Ele e o Clive Barker.
Pena que esta paixão desta vez seja tão fugaz. Amanhã Coraline estará liberta (será?) e outro livro começará. Pena que, desta vez, tenha sido um caso de apensas duas noites.

domingo, setembro 9

Pedaço da vida

Foi um feriado libertador.

Consegui alcançar meu intento de descansar de fato.
Passei horas e mais horas e mais horas na minha cama, no meu quarto, com meus travesseiros e meus livros.
Consegui terminar um livro.
Eu já contei que, finalmente, estripei o segundo volume do russo? Já, né? Radicais livres... O fato é que, como a edição é quase pré-histórica, despencando e arrematada com vários pedaços de fita durex tamanho jumbo, não dá para ficar carregando de um lado pro outro como me é de costume; também me é humanamente impossível viver do lado de fora de casa sem carregar um volume com letras e palavras; assim sendo, tive que dividir a função da leitura mais uma vez. Um livro para o mundo, um livro para o travesseiro.
Nada demais nisso, mas a leitura fica mais lenta, e eu fico muito agoniada (eu preciso de ua agonia, uma angústia na vida, né?) de ficar lendo um mesmo livro por mais que uma semana. E, apesar de pequeno, ler o livro do Padilla não foi uma tarefa das mais fáceis para esta que vos escreve. Eu comprei o livro única e exclusivamente porque assisti a palestra dele na FLIP e fiquei meio apaixonadinha - a lista aí do lado não me deixa mentir, já li várias paixões de FLIP desde então - fui lá e comprei o livro no escuro. A trama é ótima e sem ela eu não teria conseguido levar essa leitura a cabo, visto que ela é ambientada num cenário de xadrez (que eu não saco pn de pn nem tenho interesse em vir a sacar, obrigada) e guerra (que eu bem deveria, mas confesso que não tem apelo nenhum pra mim ler sobre). Foi bom me apaixonar no escuro e ler algo que geralmente, se soubesse do assunto, não leria; mas a pilha de livros novos que me espera e pisca e rebola do lado da minha cama ou do computador já estava ficando apelativa demais aos meus olhos.
A bem da verdade, eu quero mesmo é acabar a história do russo e poder ler um livro só, me apaixonar por um livro só. Enquanto isso, lá vou eu pegar muito feliz e contente mais um livro fino, mas que deve ser divinamente bem escrito.

E eu preciso me apaixonar mesmo.
Pelos meus trabalhos, que andam meio parados.
Por uma casa. A nova. A minha. A sonhada. A esperada. E tão imensamente difícil de encontrar!
Por alguém.
Por mim, sempre. Porque acho sempre que sou menos do que dizem por aí que sou. Sempre.
Por outra pessoa.
Eu ainda estava presa a uma história e as coisas que aconteceram nela. Precisava dizer coisas dela, ouvir coisas dela, de mim, botar ela pra fora e encerrar esse capítulo de vez para poder tentar de novo de verdade. Precisava ouvir o que ouvi, dizer o que disse. Agora a sensação é de alívio, como se eu fosse uma escrava liberta, mas também de tristeza. Tristeza porque estes reencontros são sempre complicados, porque foi bom e porque eu preciso me sentir especial de novo do jeito que me sentia com ele.

Eu descansei.
Me libertei.
E estava aqui, pronta, cheia de saudades e de amor pra dar a quem mais importa nesse momento. Fico podre de felicidade com o amor da minha filha, com os meus amigos, tão queridos, por perto.

É foda, é duro, cansa, dá vontade de voltar pra barriga toda hora, mas também é bom pra caralho, sabe...?
...E não é que o baiano lia o blog...?

(Pelo menos foi esta a conclusão que eu cheguei já que as ligações do inferno pararam.)

quarta-feira, setembro 5

Vingança Nervosa

Eu estou numa quinzena apolíptica.
Numa quinzena aonde é muito, muito, muito bom que eu não seja um dos personagens de "Heroes", porque se fosse, só usaria meus poderes para o Mal. Explodiria geral sem nem pensar duas vezes ou tentar ouvir as desculpas.

Então, há 3 dias atrás, começou uma nova fonte de angústia e raiva na minha já tão pouco angustiada e cheia de raiva vida (rá!rá!).
O telefone tocou. Número estranho. DDD de fora do Estado do Rio.
No primeiro dia, eu perdi duas ligações, quando chegava para atender, a chamada já estava perdida. Esperei que ligassem de novo. DDD de fora, eu só atendo meu pai e ligo, muito de vez em quando, para Araruama.
No dia seguinte (ontem), logo de manhã, já perdi mais uma chamada. Outra. Na terceira, atendi. Quando disse "alô", caiu a ligação. E isso foi se repetindo ao longo do dia em um total de mais de dez ligações. No meio do dia, descobri que DDD maldito é da Bahia.
Nada contra os Baianos, acho-os uma delícia, com algumas exceções.
Mas eu não conheço ninguém na Bahia!
Quem está me ligando?
E, assim, ininterruptamente?
Hoje já foram cinco ligações. Cada vez que aparece o maldito DDD me dá uma angústia profunda. Meu celular é uma merda, que além de ter o som baixo e não passar as fotos que tira para ninguém, não possui a opção de bloquear determinado número. Em desespero, liguei pro atendimento da operadora. O rapaz, que também falava muito baixo, o que me deixa com a dúvida se não serei que esteja ficando surda, me disse que o sistema deles também não podia bloquear a merda do baiano, que eu estava fadada a conviver com ele enquanto ele continuasse ligando.
Eu poderia ligar pro número. Tenho certeza de que o raio do baiano está me ligando sem parar para que seja eu a gastar meus parcos reaizinhos na porra da ligação quase internacional, mas aí é que está: eu não quero gastar meus parcos reaizinhos na porra de uma ligação quase internacional.
Eu sempre me achei uma pessoa insistente em termos de telefonia. Tenho esse defeito de usar e abusar da tecla "redial" quando quero falar com alguém e não tenho mais o que fazer da vida, ou me encontro em estado extremo de aflição, mas nunca achei que fosse me deparar com alguém páreo para mim. Que fosse mais insistente. E que não realizasse que eu não conheço NINGUÉM na Bahia!!!
É a Sociedade se sentindo vingada por todos os meus anos de excesso telefônico e meus nervos indo pra casa do caralho...
Fora a ligação internacional, alguém tem alguma sugestão?

terça-feira, setembro 4

Mas, hein...?

Orkut:
"Sorte de hoje: Você e sua mulher terão uma vida feliz"

...

sábado, setembro 1

Newsflash

* Essa semana acabou meu dinheiro, as pilhas do mp3, a minha caneta bic e a minha paciência. A sanidade está quase no fim.

* Hoje, lendo o jornal, descobri o nome de duas favelas que eu nem fazia a menor idéia que existissem no Rio de Janeiro e que o brasileiro bebe uma média de 5,32 litros de álcool por ano; considerando só o que eu bebi ontem, que foi quase nada, e fazendo uma média por alto mensal, desconfio que eu ando bebendo por váááááááááários brasileiros...

* Com o advento das fraldas, posso dizer que 3 semanas de alimentação a base de alpiste e mato foram pra casa do caralho, já que eu quando fico tensa, como, como, como. A semana foi bem assim: comi, fumei, comi, fumei...

* Os negão do Living Colour continuam tocando pra caralho.

* Meio deprex, mas isso passa...

terça-feira, agosto 28

Sol na casa 7, lua na casa 128/08 (hoje) às 14h a 30/08 às 12h19

"Eis que a Lua torna-se cheia, formando uma oposição ao Sol, no eixo 1/7 do seu mapa astrológico, entre os dias 28/08 (hoje) às 14h e 30/08 às 12h19, Renata. Estes serão dias delicados, onde a palavra-chave é ajuste dos relacionamentos: quem sou eu e quem é o outro? Até que ponto eu vejo o outro como outra pessoa, até que ponto perco a objetividade e o vejo como um espelho de mim? Todos nós tendemos a projetar coisas de nossas almas sobre as outras pessoas, em maior ou menor grau, e em alguns momentos específicos. Convém, Renata, neste momento, você avaliar melhor se aquilo que você tanto critica ou elogia em seu próximo está realmente no outro ou se é algo seu que se encontra projetado. Este pode ser um maravilhoso momento de complementaridade, em que surge alguém com as peças que faltavam para você montar um quebra-cabeças, mas pode também ser um momento de confronto, em que dolorosamente alguém lhe enfia o dedo na ferida."

Diliça, hein...
Não sei se me tranco em casa ou cancelo essa porra de horóscopo via e-mail...
...Ainda tem a TPM!!!
Esqueci da TPM!!!
Essa coisa que a maioria dos homens acha que é só uma frescura feminina.
Como a maioria das coisas que a gente passa, eu bem queria ver um homem com TPM.
Todo inchado de líquidos retidos, com os hormônios em festa e fazendo de você uma pessoa mais insana que o normal... E os peitos? E a dor nos peitos? Aquela dor que eu não consigo decidir se é mais valia ficar sem ou com sutiã porque qualquer coisa que encosta dói. Muito.
Queria ver!!!

Pedro de Lara

http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI1858727-EI1118,00.html

Também nunca achei que o Pedro de Lara fosse real.
Vendo isso, só me lembrei de uma redação histórica de uma colega de colégio: nós devíamos escrever um texto sobre a morte de alguém famoso, ela escolheu o Pedro de Lara. Na redação, ele morria e seu enterro era seguido por milhares de fãs enlouquecidos cantando "Pedro de Lara-lá! Lá-lá-lá-lá-lá-lá! Lá-lá-lá lá-lá-lá-lá-lá-lá-la!", uma coisa tão emocionate, tão emocionate, que no Jornal Nacional, quando o Cid Moreira ia dar a notícia (naquela época ainda era ele que fazia essas coisas) também ficava super emocionado e tinha um infarto fulminante no ar!
Foi uma redação que me deu uma inveja louca, viu? Fantástico alguém bolar essa história!
Agora, o velhinho está na fila, será que vai ser assim o fim, hein?
E o Cid Moreira? Onde andará?

Certas pessoas não deveriam ser reais e acabar.
Isso e a torneirinha na mesma semana?
Não sei se vou aguentar!!!

Uhm Uhm

Vamos combinar também que sim, sim, as coisas mudaram, muitas melhoraram, mas que eu continuo merecendo algumas chineladas pela histeria.
Minha inteligência emocional continua alguma no nível infinito negativo elevado à vigésima oitava potência.

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Se bem que não posso deixar passar em branco nem pensar se não seria lá um sinal bem claro do Divino...

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Mas, às vezes, o raio do Divino inventa de bulir onde não se deve.
Que diabos tinha eu que ser atacada por essa carência absurda justo agora que tem tanta coisa acotecendo?

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E TIM Festival, hein...? R$180,00 por uns showzinhos (hohoho) é um pouco demais, né, não?

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Sei não, mas essa equação onde só rola saída de dinheiro está com alguma coisa errada...

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E procurar apartamento?
Que coisa mais cansativa!
Euzinha que nunca tinha mudado de verdade (aquilo foram só férias comparado ao que vem pela frente) não fazia a menor idéia de que fosse tão difícil conseguir um caixotinho para habitar!
Nunca fui boa de compras, verdade seja dita. Quando eu preciso de alguma coisa, geralmente sei exatamente do que preciso, saio lá e compro. Essa moda de bater perna nunca foi meu forte, muito pelo contrário.
Por um lado é muito bom que exista alguém são nessa operação. Se dependesse só de mim eu entrava, sentava e pronto. Entendo que seja melhor procurar melhor e ver alguma coisa mais bacana. Afinal, eu devo passar uns bons anos no lugar futuro, é bom que ele seja bom, não?
Mas, ficar dependurada no telefone marcando visita é um saco, corretor ligando frenético é um saco, ver um mooooonte de lugares caindo aos pedaços é um saco, anúncios vagos são um saco, restrições maternas do tipo "o prédio é grande" são um saco, acordar todos os dias com as galinhas é a morte.
Pelo meu cronograma de vida, o ideal seria realizar a tarefa de ajeitar o futuro lugar em outubro, mas algo me diz que não vai dar tempo...

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Por outro lado, a faca cantou e o russo é a leitura do lar.
Dividi de novo as leituras da rua e de casa; como esse raio desse computador ainda anda me dominando, periga eu mudar sem terminar o russo antes.

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Ainda vivo uma semana de pânico.
Tomei coragem, comprei um penico e conversei com Madame Bebê.
"Minha filhinha, você já vai fazer 3 anos, blablablá."
Mais eu do que ela, tomei coragem e me recusei terminantemente a pôr fraldas nela hoje. Fiquei me sentindo o cúmulo da malvadeza. Na rua, que era e ainda é meu grande pânico de vida, não se deu nenhum acidente (Iupi!), na escola a professora disse que ela foi de uma fineza incrível (sim, para este fim eu me aproveitei da escola sem culpa), mas em casa tivemos dois "acidentes" e nenhum uso do Penico do Terror.
Preciso ser mais paciente um pouco, porque achei que ela ficou meio insegura com o vento que bate em partes que antes não batia. Em casa ficou dependurada no meio das minhas pernas o fim da noite toda; o que é uma dificuldade quando se quer cozinhar, alimentar cães e pessoas, enfim, se movimentar pelo lar sem tropeçar.
Amigas já me disseram que a primeira semana é a pior.
Ambas sobrevivemos ao primeiro dia, então já é um lucro, certo?
Precisarei comprar mais calcinhas para ela, por certo.
E me preparar melhor psicologicamente para acidentes sólidos...

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Over expus a figura.
Tá de bom tamanho a confissão desta madrugada.
Aliás, 3 e meia da manhã, tenho que acordar 8, depois não sei porque passo o dia inteiro cansada e com sono, você sabe...?

segunda-feira, agosto 27

A torneirinha

Eu nunca achei que fosse ver aquele apartamento tão vazio.
Tão nu.
Tão pequeno.

Este, ao contrário de outros, ficou me parecendo pequeno sem todos aqueles móveis.
Eu nunca havia reparado que no banheiro tinha um arco em volta do espelho. Só reparei porque o espelho não estava mais ali.
Nunca havia reparado nas marcas no chão já sem verniz. Nas manchas de sol. Nas paredes descascadas. Nas cortinas quebradas.
Eu fiquei andando lembrando da minha infância.
Das idas à praia, quando saíamos cheias de cadeiras e barracas.
Das chegadas da praia, quando eu lavava a areia na torneira da garagem. Não tem mais torneira na garagem. Quase corri lá embaixo para lavar os pés uma última vez.
Lembrei de todas as tardes. De todas as noites.
Dos natais e feriados.

Um dia aquela foi uma casa feliz.
Não a mais feliz das casas, mas cheia de lembranças felizes.
Depois ela foi ficando triste.
Velha e esquecida que nem a dona da casa.
No fim, nenhuma das duas andava mais.

Uma morreu.
A outra foi vendida.
A uma nova senhora.
Uma nova senhora que combina tanto quanto a outra com aquele apartamento.
Uma nova senhora com novos filhos e novos netos.
Uma nova senhora que vai reformar e realegrar aquela casa.

Dessa casa novas casas virão.
E eu, que nunca tinha pensado nisso realmente, com vontade, fiquei um pouco espantada demais.
Nunca mais teremos a torneirinha da garagem.

Combinado

Vamos combinar uma coisa aqui: é okay não me amar, é okay interpretar as coisas a seu bel prazer - afinal, Deus deu ao homem essa maravilha chamada livre arbítrio - é okay mudar de idéia, até assombrar a minha ridícula existência pode ser okay, já que essa parte é um distúrbio psicológico meu e meu somente; mas atrapalhar a minha vida não pode.
Não pode!
Eu não tenho tempo pra isso!

Quando você se mandou, na verdade me fez um favor. Ao invés de fazer o que eu fazia "antigamente" - aquele belo baile de sair, beber, urrar, chorar, perder a noção e deixar qualquer um entrar - eu me fechei. Me reciclei. Falta muito ainda, mas para me curar, me afastei das pessoas que nada me acrescentavam. Aprendi a supervalorizar amigos mais antigos e amigos não-frequentes.
Inaugurei uma fase inédita na minha vida, me dedicando a trabalhar, trabalhar, trabalhar; e isso foi e vem sendo maravilhoso! Muitas coisas andam acontecendo graças a essa dedicação, a esse novo tesão. E eu trabalhei tanto, tanto, que meu tesão mesmo se transformou em sair uma vez por semana para bater papo, estar com os meus amigos. De verdade.
Fugi disso.
Neguei chance a muitas pessoas.
Muitas vezes não quis nem que chegassem muito perto.
Não deixei ninguém entrar...por uma série de óbvios motivos.
Me descobri feliz.
Feliz pra cacete sozinha!
Descobri que é um prazer imenso poder ir e vir sozinha com quem eu quero, do jeito que eu quero e na hora que eu quero. É um prazer imenso não fazer coisas porque outras pessoas querem que você faça; dizer "não"; passar um final de semana em casa lendo e escutando música sem se cobrar a obrigação de "ter que sair".
Eu cresci.
Mudei.
Hoje, me levo muito mais em conta.

Continuo uma louca de pedra. Algumas vezes, acho que até em estado terminal. Mas amansei.

E cá estava eu...
Resolvendo a vida.
A vida está sendo resolvida.
Meu tempo é tomado por seis dias de faculdade com um sem número de trabalhos trabalhosos semanais, ginástica, terapia... Tem a filha, que é linda e companheira e de uma sensibilidade terrível porque já sacou que vem mudança por aí e que, ainda por cima, se recusa terminantemente a largar as fraldas. Tem procura de emprego. Tem uma casa nova vindo por aí.
A única coisa que não estava sendo remexida e resolvida era essa.
Então você apareceu.

Eu bambeei.
Confesso.
Tive espectativas.
Confesso.
Mas na real, na real mesmo, esperanças, não tive.
Eu queria olhar, ver, falar. Na verdade, tive esperanças, sim. De que chegasse e visse que não era nada daquilo.

A semana passou lenta.
O final de semana chegou.
Você não.

E isso me a-tra-pa-lhou.

Fiquei com uma raiva imensa dessa vez.
Quem diabos você pensa que é para vir atrapalhar a minha vida tão atribulada e funcionando? Quem diabos você pensa que é para vir bambear as minhas pernas? Quem diabos você pensa que é para ir embora sem nem ter vindo de volta? Quem diabos você pensa que é?
As pessoas não devem nunca se dar mais importância do quê realmente têm, meu bem.

Não me resta a menor dúvida de você foi mais importante pra mim do que eu jamais vou ser para você. E não faz diferença. A vida é assim. Feia e injusta.

Algumas coisas não mudam e eu saí.
Dessa vez, saí.
Me enfiei numa roupa superjusta, me maquiei, saí.
Eu estava linda. Um arraso.
A intenção era justamente ver o que ainda existe lá fora.
Que o que existe lá fora me visse.
Nada aconteceu, mas que me viram, ah, isso lá viram!

Não se dê mais importância.

Assim como da outra vez, tenho certeza de que será produtivo este próximo ano.
Mas fiquemos combinados: você não pode mais atrapalhar a minha vida.
Não tem esse direito.
Nesse caso, nem livre arbítrio a respeito.

terça-feira, agosto 21

Felicidade caótica

Caos.
Correndo, correndo, correndo.
Aulas, muitas aulas.
Trabalho, muito trabalho.
Emoções coronárias variadas.
Pouco tempo.
No momento, aquela velha e boa dor na coluna e sono, muito sono.

...Enquanto isso...

A dinamização da libido21/08 (hoje) às 13h49 a 16/09 às 20h32 Marte em conjunção com Vênus natal
Entre os dias 21/08 (hoje) às 13h49 e 16/09 às 20h32, o planeta Marte estará formando um ângulo harmonioso em relação ao planeta Vênus do seu mapa astral, Renata. Este tende a ser um período particularmente positivo para o sexo, o prazer, uma fase em que você provavelmente sentirá que está irradiando um magnetismo pessoal maior, e de fato estará... Convém aproveitar o momento, circular mais, fazer-se ver, exibir-se um pouquinho não faz mal ninguém, afinal de contas. O magnetismo pessoal irradiado neste momento vai bem além da mera esfera sexual, entrando em todas as suas áreas sociais, do trabalho às amizades. As pessoas estarão percebendo em você um "tesão maior" para fazer as coisas, uma percepção de que você estará tendo mais prazer em viver a vida. E você, é claro, poderá contaminar positivamente os outros com esta qualidade, neste momento.

segunda-feira, agosto 20

Momento Paniquinho

Muitos livros pra ler, cara!!!
Muitos livros!!!
MUITOS LIVROS!!!
AAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGHHHHHHHH!!!!

domingo, agosto 19

Uia!

Sol na casa 6, lua na casa 919/08 (hoje) às 3h20 a 21/08 às 17h41
Entre os dias 19/08 (hoje) às 3h20 e 21/08 às 17h41, a Lua estará em sua fase crescente, Renata, o que pode sugerir alguma desarmonia emocional, e atos contraditórios de sua parte. Por um lado, você percebe que o momento envolve uma maior organização doméstica e profissional ou estudantil, mas por outro lado você está sentindo uma necessidade emocional de descobrir novos horizontes, expandir-se, talvez viajar ou passear. Notícias de pessoas distantes podem chegar até você neste momento, mas suas ocupações excessivas talvez não lhe permitam dar a devida atenção a estas notícias e contatos. Convém não tomar decisões muito significativas neste momento de contradições que podem não ser tão bem percebidas.

sexta-feira, agosto 17

Nirvana

Fim de aula, 3 alunos:

- Vão fazer o quê agora?
- Eu vou ali-não-sei-aonde.
- Eu vou ler.
- Ah, você é a menina dos livros!!!

Foi melhor, muito melhor, que ser eleita Miss.
Melhor apelido que eu já tive ever.

terça-feira, agosto 14

Coisas do Dia...

...A faca não cantou.
Não tive coragem.
Ao invés, lancei mão de um outro exemplar de uma das minhas espalhadas pilhas de livros a ler.
Começo a considerar se não seria uma solução comprar uma versão mais nova, revisada e diminuída da novelinha russa para acabar com esse sofrimento.

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Minhas aulas recomeçaram!
Um alento!
Eu estava louca para voltar; nem tanto pelo ambiente, que não combina em nada comigo; nem tanto pelos professores, ainda acho que professor excelente eu só tive uma até hoje (neste curso); pela minha amiguinha de faculdade, sim, que eu estava louca de saudades; mas também porque estar de férias significa trabalhar em dobro nas tarefas do lar, no fim das férias eu já fico com vontade de chorar, sentindo os neurônios mais lentos...
Assim sendo, me vesti direitinho, pus brinco e até lápis de olho - primeira semana eu vou sempre no luxo, depois é que o negócio desanda. Eu sempre chego cedo, porque Madame Bebê entra mais cedo do que eu no colégio dela, então me sentei, peguei meu livro e fiquei...
Fiquei...
Fiquei...
Depois de muito ficar, chegou uma pessoa. Perdida. Sentou e nós ficamos...
Ficamos...
Outra pessoa.
Mais tempo.
Meu celular toca, minha colega!
(Ou como diria a minha filha, minha amigas!)
Descobrimos que nosso horário ainda não estava casado (que este semestre a gente vai fazer todas as matérias iguais e juntas porque estamos apaixonadas, no sentido figurado, faz favor), mas tanto na minha sala, quanto na dela, aquele acessório que atende por professor era de artigo de luxo e em falta, veja só...
O resultado foi que passamos a tarde numa animada fofoca, matando as saudades das férias.
Eu deveria ter reclamado, ter dado umas tamancadas de início de semestre, mas ontem eu bem fiquei com preguiça, confesso... No mais, fofoca foi melhor que aula.

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E, só pra variar o repertório eu estou de dieta.
Desta vez a motivação mor é a festinha do ano, onde farei o papel de mãe da aniversariante, o que é uma coisa pirante porque esse papel na minha cabeça sempre foi de pessoas mais velhas e eu não ando me sentindo uma pessoa mais velha (exceto aos sábados). Festinha de criança conjugada com casamento de prima no final de semana seguinte aonde serei mãe da dama de honra. Esses dois papéis deixam absolutamente óbvio que as pessoas vão ficar olhando pra mim em algum momento - vão existir fotos. Fotos e milhões de docinhos nocivos, salgadinhos gordurosos!!!
Assim sendo, dieta.
Não sei se a coisa está de fato funcionando; eu virei uma fashion victim, uma adicta em linhaça dourada; mas sábado passado, minha sobremesa foi um cookie integral de soja light, o que, só por ter essa discrição, já é praticamente uma tentativa de suicídio, mas o pior, o pior mesmo, foi que eu gostei...

segunda-feira, agosto 13

Como nasce uma festinha de criança

Tudo começou quando o gênio da minha filha (porque ela é um gênio) começou a ser uma criança que pede coisas. Todas as coisas, coisas demais, qualquer coisa que ela bata o olho - como toda criança normal. E eu, do alto da minha sapiência materna - que engloba totalmente o abandono daquele conceito do "vou fazer tudo diferente" - comecei a olhar pra elazinha e dizer o famoso: "pede no seu aniversário".
A partir de então, todas as coisas do mundo ela me dizia que ia pedir no "veversário" dela. A lista está enorme! Uma coisa que se fosse escrita chegaria até o Pólo (qualquer um deles, isso é realmente irrelevante) com uma facilidade incrível. Por dia, eu ouvia a frase num barato umas dez vezes.

Então veio o meu aniversário.
Neste dia ela soprou todas as velas de todos os bolos e ainda ficou profudamente aborrecida porque era o meu aniversário e não o dela. Chegou até a brigar comigo!

Aí eu parei, pensei, elaborei uma estratégia, e, com muito tato fui sugerir a idéia de uma festa à minha mãe. Idéia dada (com justificativas!), idéia aceita e lá fui eu trabalhar.

Quando eu era da idade da Licas a vida era mais simples; as pessoas chamavam os coleguinhas em casa, passavam a tarde na cozinha assando bolo, enrolando doce, fervendo salsichinha viena e enchendo bola de gás. A mãe de uma amiga minha (até hoje, diga-se de passagem) em vez de cachorros-quente fazia sanduichinhos de carne moída, pra mim, o ponto alto da festa!
Mas hoje, vivemos num mundo moderno onde a gente paga tudo e só aparece na hora da festa para se refastelar sobre o esforço alheio.
Casas de festas, já fomos a uma bela variedade ao longo do último ano. É uma ótima escolha para pessoas que não possuem plays nos seus prédios. Algumas até possuem, mas ele é detonado e tal e coisa e preferem pagar por elas (as casas de festas). Eu sou uma mãe meio, uhmmm, não sei bem definir, o fato é que eu, particularmente, não gosto das casas de festas porque acho que as nossas crianças ainda são muito minúsculas para brinquedos tão ousados e perigosos e sinistrões. Frequentamos porque amigos são tudo no mundo e eu acho lindo que elas os tenha já tão cedo, mas não é a minha. Fora que o prejuízo total da coisa, para um dia de festa, extrapola o meu limite moral e social de gastos.
Assim sendo, lá fui eu catar algum amigo que tivesse playground, já que eu não tenho.

É uma coisa complicadíssima achar um playground!
Primeiro, você tem que achar alguém, dentre as suas intimidades, que possua esta facilidade da vida nem tão moderna assim; depois, essa pessoa tem que ser muito íntima mesmo para ter a boa vontade de ir ver se existe a possibilidade de que você (então no papel de irmã, prima, até avó do pobre morador) alugue a área de eventos - e ainda assim pode ser que você não consiga porque existem prédios que possuem a tal comodidade, mas não deixam seus moradores darem festas, que tal?
E então, enquanto as suas pessoas se movimentam, você resolve orçar o resto das coisas que você, enquanto mulher moderna, vai pagar para que alguém, que não você, execute.

Neste momento, realizei que precisava fazer uma lista de convidados para que pudesse saber a quantidade das coisas todas. Coleguinhas do colégio. 16 na turma, mais uns 4 de outras turmas e mães... com pais! Pai e mãe. Okay, eu bem sei que raramente o trio vai completo, mas quando eu vi que só do colégio iam sair algo em torno de 40 convidados, comecei a suar frio. E isso porque eu só contei criança na hora de calcular o número de lembrancinhas (40, cara, 40)! Aí tive que parar e pensar nos meus amigos, nas amigas da minha mãe, da minha tia, na família... Neste ponto da operação comecei a ter dores de cabeça e devo ter ganho mais um belo punhado de cabelos brancos; então me consolei dizendo a mim mesma que várias pessoas faltam às festinhas, porque se for a lista eu vou me estrepar de verde e amarelo.

Então foi preciso passar à dolorosa etapa de procurar um buffet com preço acessível, que me desse tudo o que eu precisava. Foi doloroso porque a minha relação com dinheiro é complicadíssima. Pra início de conversa, eu não tenho. Pra segundo de conversa, qualquer coisa que passe de dez reais eu já acho caríssimo. Passar uma tarde toda pendurada no telefone recebendo orçamentos que variavam entre 1000 e 4000 reais foi uma experiência que avacalhou com todo meu bom humor de vida. Acabei marcando uma reunião com uma senhora que me pareceu o retrato da antipatia pelo telefone, mas que me daria a fartura que uma boa mãe que não nasceu judia por enquanto precisa ter como garantia.

Chegamos no ítem animação. Porque crianças de 3 anos de idade - uma turba delas - precisa de festa com animação. Aquela coisa de ligar um sonzinho na sala já era e não existe nada mais ameaçador que uma turba de criancinhas entediadas. O must em animação nas festinhas que a gente frequenta é um composto de som aos berros (Xuxa, axé, essas coisas com x muito perigosas...) comandada por um bando de marmanjos gritando e pagando micos inacreditáveis. Meu lado indefinível cismou por "a" mais "b" que na festa da minha filha a animação ia ser adequada a idade dos convidados e da aniversariante. Musiquinha, historinha, violãozinho... Coisinha mais light. Saí catando panfletos, indicações, preços...ao mesmo tempo, achando que um violãozinho não segura essa turma, mas dadas as minhas 4 opções, escolher uma não foi tão difícil.

Tive a reunião com a moça não muito simpática - coisa que ela realmente não é, não foi impressão - e saí decidida a fechar com ela. Não me interessa a simpatia dela e sim que ela faça um serviço impecável.
Tive que ligar para duas mães do colégio pedindo uma troca de data no parto. Este ano, o dia do parto em si a mocinha vai passar na casa do pai, o que eu nem estou achando uma coisa terrível já que eu estou aqui todos os dias mesmo e que vai ser bem no dia do Tim Festival (hehe), mas aí me sobrou o dia seguinte ao parto, quando existiam duas criancinhas aniversariando também. Pedido feito, pedido atendido, foi a parte mais fácil de toda a negociação.

Só então a minha angústia com a falta de um lugar disponível para a realização do evento do ano acabou. Consegui um play. Habemus festum!
...E eu já de saco cheio dessa minha idéia, quis logo é fechar tudo, deixar tudo pronto e esquecer disso. Aparecer no dia como convidada e pronto.

Ainda assim, ainda existia a porra da lembrancinha.
Não interessa se vai ter violão, docinho, bolo, bola; tem que ter um bagulho qualquer pra criancinha sair carregando na saída da baladinha. E eu já estava legal de gastar dinheiro (mesmo que à prestação), o que me fez estabelecer um limite de gastos com essa coisa de lembrancinha, o que acabou limitando meu meio de campo. Mas, pensa comigo: multiplica aí 4 reais por quarenta. É dinheiro pra caralho em besteira! Idéia de jerico que eu fui ter de fazer festa... Resolvi que vou ao Saara comprar um monte de bolas de plástico vagabundo pras crianças quebrarem os vasos das mães e pronto.

Muito de saco cheio e mau humorada consegui organizar a bagaça.
...Então contei a novidade pra ela, que já contou pros amigos e fica ansiosa, cheia de sorrisos, esperando este dia que ainda demora mais de dois meses para acontecer...
...Então vai valer - já está valendo - muito a pena ver a felicidade dela!
Filho é foda, faz a gente ficar feliz até com os perrengues mais perrengues do mundo...

(continua)
(não acabou a saga)
(mas eu tenho que dormir)

domingo, agosto 12

Eu & Meus Livros - A Saga Continua

A saída que eu encontrei para lidar com meu recente desespero literário foi segurar um pouco a onda, não comprar mais nada e ir lendo feliz e contente os livros que já moram no meu lar.
Do lado da minha cama existe uma pilha com cerca de dez volumes para leitura.
Na sala, um carrinho com mais uma dúzia recentemente comprada.
Fora os que já moravam aqui e que eu estou descobrindo aos poucos.
Leitura nessa casa é coisa que não falta a nenhuma das moradoras.
Fui driblando meu terror por estripar o segundo volume de "Crime & Castigo" lendo outros pequenos romances, mas hoje a faca de cozinha vai cantar de novo sem falta.
Apesar disso tudo, minha lista de desejos nada secreta só vai aumentando, mas eu prometi que não ia mais comprar nada temporariamente.
Além do mais, minhas aulas começam de novo amanhã cedo - com a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, porque essa coisa de ficar de férias é deveras cansativa; ao invés de coquetéis ao sol de Acapulco com um pusta negão me fazendo massagem, acabei trabalhando cornamente em coisas do lar e da maternidade; três vivas à Comunicação Corporativa, seja lá o que for isso - e eu peguei muitas matérias e um curso para fazer aos sábados de tarde, o que quer dizer que tempo sobrando vai ser luxo e que as minhas leituras de lazer devem diminuir consideravelmente.
Amigos querem me emprestar seus livros - livros que eu cobiço, veja bem - e eu digo que não posso, que as minhas estantes já estão bem cheias. Hoje mesmo, de manhã, um amigo me perguntava se eu não queria este ou aquele livro emprestado, tentava me convencer a pegar o que eu quisesse e eu neguei: "Não, obrigada, preciso ler os livros lá de casa primeiro.".
Então eis que eu chego em casa e minha fabulosa mãezinha me comunica que vai encomendar livros novos, que eu escolhesse os que eu quisesse. Escolhi cinco. Mais cinco.
O que faz de mim uma pessoa sem palavra nenhuma que começa a se angustiar de novo com a falta de tempo de vida para ler tudo que quer e cobiça.
E eu nem sei como resolver isso. Se existe como. Existe?
Passarei a faca no russo e curtirei uma semana deveras angustiante esperando o pacotão com as novas novidades de letras da casa...

(Um saco isso de ser letrada, hein...)

sexta-feira, agosto 10

Declaro para os devidos fins...

...que eu não sou genial.
Desisti de tentar ser - almejar - ser genial.
Eu sou aquela pessoa que, no máximo estourando, vai fazer uma boa tirada na vida e ficar repetindo ela sem parar pelas mesas de bar da cidade até que as pessoas se cansem dela e começem a achar uma chata sem galochas (que galocha é uma coisa muito cafona demais até pra mim).
Deixo aos outros a genialidade.
Fico aqui muito satisfeita em observar, escolher e julgar a meu bel prazer essa dádiva alheia.

Pronto.
Escrevi.

Momento Desabafo Piegas Dispensável

Enquanto futura comunicóloga fico me sentindo um cu quando as pessoas não entendem o que eu comunico.
Tudo bem que, de uns tempos pra cá, meus comunicados são servidos em forma de longos silêncios e fins de discussão - ou a fins de evitar discussão.
Tudo bem que, o que eu comunico silenciosamente, raramente é verbalmente discutido entre as partes.
Tudo bem que, quando é, não faz a menor diferença.
As pessoas (Ah! As Pessoas!) têm em suas cabeças aquilo que bem entendem. Eu e Elas. Raramente argumentar vai fazer algum sentido ou trazer alguma mudança de opinião. No fundo, no fundo, depois de muito debate e muita dor de cabeça, elas vão ter para elas aquilo que sempre pensaram e acharam desde o princípio.
A forma silenciosa foi apenas uma etapa sadia que eu criei para poupar a grana da Aspirina e do Dormonid (conflitos me dão insônia).
Daí, tudo bem que elas não entendam mesmo nada de porra nenhuma e fiquem agarradas com as atitudes e pensamentos da persona antiga - do passado.
Hoje, me importa muito menos o que as outras pessoas pensam de mim ou sentem por mim. Houve uma época em que eu fazia de tudo para ser socialmente aceita e amada - como todos os seres humanos que se prezam fazem um dia em suas vidinhas.
Hoje, me aceitar socialmente e me sentir bem com isso tem bastado.
O que há de mal em um pouco de egoísmo?
Mundo moderno é assim mesmo, todo mundo só pensa em si, é a Festa dos Egos em Fúria!!!
Qual o problema de alimentar o meu, pobrezinho, já tão pequeno e maltratado?
É maravilhoso olhar uma confusão de desentendimentos e pensar "ai, foda-se"...!
É cômodo sumir por trás do silêncio - virar uma entidade.
É supimpa virar as costas a qualquer hora e não se submeter a situações sociais desconfortáveis só para agradar outras pessoas que não você mesmo.
A vida no exílio é um espetáculo!
...Mas aí você vê, se depara com algo que não é nada daquilo que você pretendia comunicar com o silêncio...
...Que não vai nem adiantar se você resolver retornar aos velhos hábitos argumentativos...
...Onde acaba fazendo alguma diferença o que alguém pensa e sente sobre a sua já tão afastada e tranquila pessoa...
...E aí você se sente um cu enquanto comunicadora de algo - já que algo se perdeu aí no meio.
Noves fora; não faz a menor diferença.

Eu continuo acreditando que a Humanidade atrapalha a Humanidade.
As Pessoas continuam acreditando no que elas quiserem.
Eventualmente, nos encontraremos e nos bicaremos - ambos nos sentindo cus.

...Menor diferença...

...Mesmo assim, balançeando, do jeito que está estou bem satisfeita.

quinta-feira, agosto 9

Conectada again!!!
Uahahahahaha

sexta-feira, agosto 3

Perae

Tá rolando uma escassez digital do meu lado.
Tempo & Máquina conspiram contra.
Eu volto.
Eu sempre volto.
...Até porque sobreviveremos eu e as baratas!!!
HOHOHOHOHO

segunda-feira, julho 23

Ah, as Férias...!

Meio que sobrevivi aos 30.
Tô me achando até mais calma enquanto ser humano.
Preciso curar a ressaca moral do bando de besteira que eu andei dizendo e todo o resto.
Foi um aniversário feliz.
Rodeada de pessoas que eu gosto muito na vida.
Estou feliz.
E de férias!

...Só falta voltar pra ginástica...

quinta-feira, julho 19

Ah, as férias...!

Essa coisa de estar de férias, sem computador e à beira dos 30 tem coisas...

Uma é perceber pela primeira vez.
Olhar coisas ao seu redor e realizar elas.

Outro dia eu estava andando na rua e percebi um pombo.
Eu fiquei olhando o pombo.
Ele vinha pela calçada, desceu o meio-fio, atravessou a rua e continuou andando pela calçada - daquele jeito que os pombos andam - desviando dos pedestres, ele mesmo um pedestre.
Se eu estivesse pensando, de cabeça cheia, correndo, no meu normal atual, essa cena que foi, no mínimo inusitada, ia passar e eu não ia ver - nunca ia poder contar a quem quer que fosse que eu já vi um pombo atravessando a rua.
(As pirações antropológicas e filosóficas da coisa eu vou deixar em aberto.)

Outra é o uso do tempo.

Pela primeira vez na vida, apesar de me faltar tempo, na maior parte dos dias tem me sobrado tempo. Eu tenho cozinhado, lavado arrumado... Outro dia até costurei!
A sobra do tempo tem coisas excelentes, como poder se sentar e curtir tardes inteiras sem compromissos pontuais ao lado de amigos-não-freqüentes discutindo a vida e as coisas da vida - vendo o tempo passar sem vergonha; mas também tem aquelas noites em que existe uma insônia e a sua fabulosa tv a cabo com 288 canais digitais do além from hell especiais só te oferece como opções um especial sobre o calamar assassino ou sobre "a noite em que Mongo se tornará um homem" (isso não é brincadeira, aconteceu ontem).
A sobra do tempo me faz andar, olhar, observar...
Me faz querer produzir o que quer que seja.

Inacreditavelmente, ando lendo pouco; ou melhor, em doses homeopáticas.
Meu trauma com o estripamento foi tão grande que eu lia apenas umas dez páginas por dia, eu me dizia que estava saboreando o livro, lendo com calma.
Mentira das mais deslavadas.
Eu estou de férias.
Estou com preguiça.
À beira dos 30 e de todas as minhas crises de praxe só o que me interessa é estar perto dos não-freqüentes (e dos titulares), tomando umas cervejas e fingindo que nada disso me aborrece ou me importa.
Há dois dias eu finalmente engrenei.
Eu e Féodor estamos nos dando muito bem, ainda que eu mude o nome de toda aquela russarada pobre dele.
Pressinto que cometerei meu próximo assassinato dentro de poucos dias.
Pressinto que a dor não será a mesma.
Pressinto que terei até algum prazer na coisa.

Mais cruel!
Mais cruel!!!

O que me deixa puta é as pessoas não entenderem as coisas que eu digo.
Me deixa certa de que minha comunicabilidade é alguma coisa perto de zero.
Os jornalistas são os outros, porque existe distorção, tanta distorção das coisas que eu digo!

Eu sou uma pessoa difícil.
Assumo.
Geniosa.
Assumo.
Minha ética de vida e as coisas em que eu acredito só se tornam mais caxias com o passar dos anos. Eu uso daquela máxima cafona e lugar comum que todo mundo conhece do "não fazer aos outros o que você não gosta que façam com você", então fico louca, piro, queimo fusível quando as pessoas fazem coisas que eu não faria com elas.
Disseram que eu ando brigando com o Mundo.
É uma afirmação bastante plausível.
Se você não briga com o Mundo, o Mundo monta em você, não te respeita, te faz de babaca. Eu passei anos e anos da minha vida sendo mula do Mundo. Agora chega.
Se para ter paz e ser uma pessoa feliz eu precisar brigar com o Mundo eu vou brigar.

Da minha dificuldade pessoal existe ainda aquilo que, por mais que eu fale abertamente das minhas experiências de vida e daquilo que eu penso, para chegar dentro de mim - do que eu sinto - é preciso ter conquistado minha amizade e confiança. Quem me conhece, sabe que eu tenho um milhão de coisas difíceis para administrar e me preocupar - pena que quem não conhece, ache que por conta disso eu não mereça me preocupar com coisas mais supérfluas. Dizer que eu me preocupo mais com elas também é diminuir minha inteligência e minha participação na vida de um modo geral. Se assim fosse, eu não trabalharia, não criaria minha filha, não leria e conversaria com as pessoas. Quando eu falo do supérfluo é sinal de confiança, é procurando um ombro; quando eu falo do supérfluo é porque não quero falar do resto.

...Mas as pessoas não entendem.

É isso que me deixa puta, que a vida esteja okay, entrando no lugar, que eu passe tardes fantásticas e prazerosas lavando uma roupinha, cozinhando uma comidinha, dando risadinhas, lendo e de repente venham as pessoas me amolar a vida. Me deixa puta que esse lado relacionamentos humanos esteja tão conturbado ultimamente...

Pessoas...
Bah...

30 anos...

Eu ia fazer um balanço, acordos, toda aquela palhaçada que eu gosto de fazer - ainda mais estando de férias da analista, mas, quer saber...?
Meus primeiros 30 tiveram muitos momentos difíceis, sim. Eu chego neles com muito mais experiência de pedreira que muita gente que eu conheço mais velha, mas pôxa, eu fui criança, eu ri muito, eu tomei porres divertidos, eu amei muito, eu pari, eu estudei, eu viajei... Os primeiros 30 foram intensos e plenos. De uma forma geral, muita coisa pode ter dado errado, mas eu estou bastante satisfeita.
Agora, eu só devo ter mais outros 30 pela frente, um pouquinho menos de pedreira nem caía mal...
Porra, balanceei.

sexta-feira, julho 13

A Noite Em Que Eu Estripei Dostoiévski

A fim de corrigir alguma, apenas uma, mais uma; uma das minhas falhas de caráter aí debaixo; lá fui eu. Uma vergonha, repreensível último nível que a pessoa tenha em casa a coleção de obras completas do russo aí do título, que saiba que o nome do cabra é Fiodor, que saiba algo de sua biografia e nunca tenha se dignado a gastar algo do seu tempo com a leitura de algum livro dele, né? Após debater com meu único amigo (isso é outra coisa; empombei, inventei, preciso ter certeza ainda, mas empombei que só tenho dois amigos "sobrando" na vida) e estee ter me dito que também nunca havia lido nada do cara, meu lado competitivo, burro, obsessivo tomou à frente e resolveu corrigir a falha.
Achei que ir direto aos "Irmãos Karamazov" também já era demais - são 3 volumes - então fui à estante e "Crime e Castigo".
Vejam bem, não sei se sou eu que estou ficando cadaa vez mais pancada das idéias, mas o que se seguiu, para mim foi emblemático.
O livro - a edição em questão é velha. A capa traz um desenho feito à mão - da época em que se desenhavam capas de livro à mão para impressão; a lombada ameaçava despencar, amarelado, com uma camadaa fina de poeira que nem é camadaa de peira de falta de limpeza, é de idade do livro. Fui ler a introdução e tomei um susto: as páginas do livro todo estava grudadas em grupos de 4. Olhei mais um pouco, pensando como aquilo seria possível. Olhei a data de publicação do volume: 1951. Um livro de 56 anos e virgem!
Corri para a sala desolada...

- Mãe, eu não vou poder ler isso!!!
(Cara de "Renata enlouqueceu".)
- Porquê?!?
- Porque as páginas estão gudadas, olha só! - Disse a monga aqui estendendo o livro.
(Olhar de diversão.)
- Nãããããããooooooo, minha filha, é assim mesmo... Naquela éepoca, os livros eram editados assim, a gente abria as páginas com faquinha... Abre lá!
- Mas, mãe... Eu não posso abrir o livro...!
- Pode, sim, abre lá!

Fui eu, me sentindo mais burra que burra e prestes a cometer o assassinato dos assassinatos para a cozinha. Peguei a faquinha. Enquanto ia rasgando as páginas, com aquele som "créc,créc,créc..." servindo de trilha sonora só me lembrava de outro livro que li há pouco; o tal livro falava da paixão de certas pessoas que eu nem sabia que existiam por edições raras, o que elas faziam para conseguir pôr as mãos nelas, quanto pagavam... Créc, créc,créc... E eu ali, estripando uma edição virrgem de 56 anos de Dostiévski única e exclusivamente para prazer pessoal e menos 2 anos de análise... Créc, créc,créc... Imagina se alguém, um dos meus amigos livreiros me visse realizando essa operação... Créc,créc,créc...Um colecionador... Créc, créc, créc... Suei frio. Cheguei a derramar uma ou duas lágrimas de pesar, mas não consegui parar. Se parasse, não ia ler o livro nunca mais. A dona do livro havia me dado salvo-conduto; apesar da minha consciência.

Saí da cozinha mais arqueada do que entrei.
Mais deprimida do que quando entrei.

- Estou me sentindo uma assassina.
- Porquê, minha filha...?
- Eu estripei Dostoiévski...
- Ah, mas ele ia gostar que você lesse!!! (Pusta sorriso satisfeito.)
- Uma edição tão antiga... (Quase chorando de novo.)
- Ele ia gostar que você lesse, filhinha, fica assim, não... (Ainda o sorriso.)
- Eu estripei Dostoiévski... Vou dormir. Boa noite.

Deitei na cama e fiquei pensando se não era uma coincidência muito da bizarra ter tido salvo-conduto da dona da relíquia que eu tinha em mãos para cometer um assassinato justificado a fim de ler justo a história de um assassinato justificado. A dor do feito persiste, minha consciência - uma coisa! - mas fiz do mesmo jeito.
Está feito.
Estripei.
Me resta lê-lo.
Sentir-me mais leve ao corrigir uma falha de caráter tendo cometido outra.

Obsessão

Este post vai começar com uma frase que, para quem me conhece, é o que há em obviedade:
Eu sou uma pessoa obsessiva.
O Grande Lance é que essas obsessões, em sua maioria, são, vamos dizer assim, rotativas. E eu me refiro as Grandes Obsessões. Aquelas do momento específico de vida. Já foram homens, a filha, a destruição através de muitas noites de rock e biritas e por aí vai...
Pois então, de um mês pra cá mais ou menos começou a me dar uma coisa – uma coisa lááááááááá no fundo...
Eu comecei a perceber que existiam muitos, muitos, muitos livros no mundo. As pessoas escrevem sem parar!!! E eu não vou conseguir ler todos os livros que devo e que quero num espaço de uma vida. Nem que eu viva 200 anos.
Nem se eu largasse a faculdade, mandasse a minha filha morar com o pai e não saísse mais de casa nunca mais.
Nem se eu deixasse uma pilha de livros ao lado do meu leito de morte – existe uma crença de um povo aí que eu já esqueci qual é (ou era) de que você deve deixar ao lado do seu leito de morte aquilo que deseja encontrar assim que reencarnar.
É um pensamento caótico e aflitivo.
Eu me considero uma leitora ávida. Costumo ler mais que a maioria das pessoas que eu conheço. Com falhas de caráter; afinal, nunca li nada de Victor Hugo ou Dostoievski ou Proust ou... deu pra entender; ainda assim, me considero ávida.
Passou a fazer parte da minha compreensão de vida que eu não preciso escrever nada nunca na vida, porque já existe gente demais escrevendo coisa demais. No fundo do meu íntimo, num lugar lá escondido, sempre existiu uma vontade inconfessa – e que assim vai permanecer porque eu vou negar, não vou dizer em voz alta e se alguém perguntar eu digo que escrevi isso em momentos de dor e delírio – de ser uma escritora. Eu invejo os escritores; com sua inteligência, imaginação e domínio da língua, com a aura que eu acho que escritores têm; invejo. Mas não serei uma. Não só não serei como não preciso ser. Me faz bem ler e admirar essas pessoas.
Bom, fazia...
No momento, é angustiante olhar a pilha de mais de 20 livros que se ergue e cresce ao lado da minha cama a cada semana. É angustiante receber indicações, lembrar de clássicos, conhecer novos autores – escolher o próximo livro a ser lido.
Escolher o próximo livro!
Sempre foi fácil. Era pegar e ler. Hoje, não consigo me decidir por este ou aquele, pelo fino (que será lido mais rápido) ou pelo grosso (que vai me tomar o tempo de dois finos), pelo clássico ou pelo novo, o policial, o romance, o “de conteúdo” ou o fútil.
Ser uma leitora ávida nunca foi tão difícil.

Existe um bocado de ressaca de FLIP nesse meu desespero absurdo.
Foi uma experiência – para mim, pelo menos.
Sim. Experiência ponto.
Porque eu ainda não sei definir bem que espécie de experiência foi.
Foi maravilhoso, angustiante, maravilhoso. Saí de lá me sentindo uma das mulheres mais burras do planeta – com a minha obsessão latente latindo mais do que nunca.
Entrei numa livraria ontem e saí praticamente correndo quando olhei em volta e me dei conta da quantidade de coisas que eu quero ler.

Além de tudo é uma obsessão cara pra caralho.

quarta-feira, julho 11

P.S.

Mais coisas...
Mas ainda sem PC.
Bloco cheio de anotações relevantes...
Tenho vindo à faculdade, em plenas férias só para usar o computador, talvez volte amanhã...
Talvez não.
Sei lá.

Voltando pra casa

De uns tempos pra cá voltar de viagem é uma coisa que sempre dói.
E olha que eu nem gosto de Paraty! Pode tacar pedra, mas quando eu digo que não gosto, quero dizer que eu não me imagino de forma alguma morando lá algum dia – é um lugar bacana para ir, visitar (a FLIP é uma experiência – depois eu conto), passar uns dias e voltar pra onde quer que você more.
Mas more no Rio...
Pra início de conversa, seu portal de entrada é a Baixada Fluminense.
Que fique claro que eu nunca freqüentei nada da Baixada a não ser o “Alemão” que tinha um croquete absurdo de bom que hoje em dia eu acho mole, mole em várias casas “finas” da Zona Sul – então nem vou falar mal – mas que a Avenida que corta a coisa, as bordas da Avenida, a “paisagem” que nos recebe assim que voltamos à Cidade é feia. Pobre e maltratada como a maior parte do Rio de Janeiro anda.
Porque Rio de Janeiro não é só Zona Sul. A ZS é famosa, é grande, é chique – haha! – mas como o nome diz é Sul; existem ainda Leste, Oeste e Norte.
Você já parou para pensar nisso?
Então você chega na Rodoviária Novo Rio.
Aquele caos.
Consegue – a duras penas – pegar um táxi. O táxi que te coube é um daqueles que está mais pra golzinho 80 que pra gol 1000, o motorista, um senhor careca de barba te lembra alguém de pornochanchada e dirige como se não houvesse amanhã fazendo com que você segure sua filha no colo com uma força que não se lembra de ter segurado em muito tempo.
Finalmente, o táxi estaciona na entrada da sua casa.
Você salta e ouve logo de cara que a Creche do Inferno do lado da sua casa está dando uma “daquelas” festinhas.
Então, você entra em casa e percebe que vai ter muita, mas muita roupa para lavar, já que trouxe junto metade do chão de terra de Paraty grudado nas roupas....Que maravilha voltar pra casa...!

segunda-feira, julho 2

Pra variar...

...E não perder o hábito, estamos naquela fase do ano em que eu estou excluída digital.
Meu pc pifou;
O semestre acabou;
O coração vai mal (de várias formas e sentidos diferentes);
E depois de amanhã eu viajo de mãe, filha e malas - muitas malas - para a minha tão esperada primeira FLIP.
Um prêmio mais do que merecido.
Na volta eu resolvo, conserto, escrevo, leio...

terça-feira, junho 5

Duas Cartas Para Homens Que Eu Amo

"Sabe, a semana está sendo uma semana ruim.
(Bem como as últimas antes dela)
O semestre está quase terminando e nas próximas semanas provavelmente não terei vida minha; ficarei só correndo de um lado a outro, de ilha de edição a ilha de edição, de estúdio em estúdio, de livro a livro...
O corpo pede arrêgo, a mente também.
Estou exausta.
Então, no meio desta terça-feira em que eu não queria estar fazendo nada, em que eu só queria dormir, tive que vir às pressas para casa porque havia esquecido uma conta e dei de cara com o carteiro me esperando, com um envelope em punho com o meu nome escrito numa letra linda.
Dentro do envelope, uma carta - impressa, o que deu um toque todo impessoal a coisa, ainda assim, uma bela carta; papéis e um disco. A carta que demorou tanto a vir e o disco que eu tanto queria ouvir. No encarte uma surpresa: meu nome também estava lá!
Chorei.
Chorei porque foi um momento lindo num dia, num mês escuro - e, Deus! como eu ando precisando de momentos lindos...!
Parei, então, pra te contar como eu fiquei feliz.
Que resolvi parar um pouco com o dia, as contas, os trabalhos e até meu coração partido, pra ouvir o que eu esperava há tanto tempo...
Pra ouvir um pouco a sua voz.
Hoje, com a certeza de que, pelo menos pra você, eu não passei batida.
Obrigada, amor.
Apesar, mesmo, de todo o jeito estarei sempre aqui, serei sempre sua companheira e sua amiga.
Pode contar.
Beijos enormes,
Com muitas saudades, sempre.
Rê."

" Oi XXXX **!
Hehehehehe
Ai, XXX, foi mal...
A coisa tá tão punk rock pra mim aqui que eu nem tive tempo de sentar e escrever uma resposta decente pra você...
Agora estamos no final do semestre, o pânico toma conta. Aliás, tomou conta o semestre inteiro e eu estou exausta ao cubo. Peguei rádio e tv pra fazer, então tenho dois programas de rádio e uma trauletada de coisas de tv pra fazer semanalmente, tipo ritmo frenético mesmo. Meu atual pesadelo é entrevistar o XXXX (um jornalista fodão aí) dia 20. Eu nem vi direito esse início de ano!
Ainda mais porque agora no início de julho vai ter a FLIP (festa literária de paraty), as Roxo vão em peso (Licas inclusa), tudo reservado e meio pago e eu preciso passar direto! hehehehehe
FLIP foi outra novela, mas depois eu te conto.
Quando você vier.
Liloca tá bem, cara. Agora que esfriou, gripada, pra variar. Nunca pensei que um nariz tão pequeno pudesse produzir tanta meleca!
Mas tá aquilo mesmo: figuraça, amorosa e hipergeniosa.
Altas historinhas.
Cada dia mais linda também! :)
Mamãe tá bem. Trabalhando pra cacete. Teve um estresse básico por causa de grana mês passado, mas nada que uma FLIP não cure. Continua cabeluda e pegando no meu pé quando eu bebo, definitivamente ajuda a pessoa a se sentir com 15 anos quando está é na porta dos 30. :P
Amores?
Bah!
Esse setor, meu amigo, é um que não muda na vida da sua amiga aqui. A sorte inexiste nele. Solteira desde XXXX, encalhadona último nível, sem fé na humanidade, padecendo de uma carência sinistra. Já apareceram aí duas outras pessoas, uma que não deu certo (me trocou por uma guria de 21 anos) e outro que eu ainda não sei bem que que eu faço com ele - longa história, longuíssima história mesmo. O fato é que até beijo na boca aqui tá raro, é que nem ano novo, tem até que soltar fogos quando acontece.
E eu nem tava me ligando nisso, não. Fiquei sem tempo de viver mesmo nos últimos meses. Literalmente. Agora é que aniversário chegando, Dia dos Namorados chegando, essa porra toda, que eu resolvi voltar a me incomodar. Mas esperanças de sucesso mesmo - só volto a ter quando vir acontecer.
E é isso.
Tô morta de saudades. Mesmo.
Doida pra te ver! :)
Mande beijos pra patrôa, viu?
E outro enorme pra você!
Té breve! ;)
Rê"

Um ex-amor, dois amigos, homens que fazem parte da minha vida mesmo estando longe.
E, que agora, sabem um pouco mais dela.

* - Os nomes alheios foram trocados pelo XXX.

segunda-feira, maio 21

Crise dos Trinta

Uma mulher dizer que está em crise é de uma redundância incrível; crises fazem parte do nosso DNA, são uma espécie de doença pré-existente e sempre presente.
Ainda assim, de vez em quando, aparece uma Crise Especial – daquelas que têm ser bem aproveitadas porque acontecem uma vez só na vida e olhe lá.
Daquelas que fazem com que você sinta que o dinheiro que gasta de análise está sendo bem utilizado uma vez na vida.
Daquelas que fazem com você possa alugar seus amigos por horas a fio numa mesa de bar sem a menor culpa.
Daquelas que fazem você dar uma pirada básica e poder usar uma desculpa socialmente aceitável – irreprimível.

No momento, eu curto uma crise dessas.
A famosa Crise dos 30.

Ela veio me assaltar a uns três meses atrás.
Depois do período das férias escolares, diversas viagens e romances rompidos, um dia percebi que faltavam cinco meses para o fatídico dia em que eu não poderia mais dizer que tinha vinte e algo; passaria aos trrri.
Pior do que isso! Me ocorreu que jamais havia sido assídua dos tão famosos e vendidos cremes faciais e corporais. Eu nem sei como se passa creme no rosto! Depilação pra mim é com gilete porque me falta saco e disposição de ficar mostrando minhas intimidades a pessoas que eu não conheço; manicura só faço na TPM, quando preciso me sentir bonita para ser um ser menos nocivo ao planeta Terra de um modo geral.
Pior que isso!!! Comecei a perceber como os anos de noitadas, boates, efeito iô-iô, gravidez e afins deixaram sua marca no meu “corpitcho”. Verdade seja dita, beldade eu nunca fui. Sempre fui a mais gorducha da turma e carreguei com uma certa dose de prazer – me baseando naquela máxima de que as marcas que eu corpo traz contam a minha história – uma coleção invejável de celulites e estrias.
Mas, aos cinco meses de virar de fato uma “balzaca”, pela primeira vez tive um pânico profundo quando entalei num par de calças.

Já me conformei e aprendi a duras penas que aquela vidinha “perfeita” que eu imaginava aos quinze anos não passava disso mesmo – imaginação. Que a vida dá voltas, nos surpreende, blábláblábláblá... Agora, não chegar aos trinta cabendo numa roupa decente foi demais pra mim!

De repente, me tornei uma mulher ordinária.
Igualzinha a todas as outras.
E quase uma obcecada por virar uma mulher mais gostosinha.

Fui ao médico, fechei a boca, mas o principal sintoma da seriedade da coisa foi quando eu resolvi me render, e, num rompante de desespero, me inscrevi na Curves.

Nunca fui fã de academias- devo ter me matriculado em pelo menos uma dúzia delas ao longo dos últimos dez anos. Sempre me pareceu ilógico gastar uma hora inteira do meu dia numa esteira e perceber que depois disso eu só havia queimado calorias o suficiente para deletar um chopp da minha longa folha corrida de débitos alimentares. Achava o fim ficar de bumbum para cima ou abrindo e fechando as pernas em público, com uma platéia de He-Mans e Barbies me olhando – eu sou uma senhora pudorada!
Quando a própria Curves foi lançada no Brasil, me lembro de passar na frente daquilo e ficar imaginando que deveria ser uma espécie de seita, uma coisa Vigilantes do Peso onde as pessoas gritam que o melhor Spa é o esparadrapo.
E, de certa forma, é mesmo.
E eu caí feito uma patinha.

Um mês e meio depois, já não me dá vontade de atirar nas professoras quando elas gritam entusiasticamente: “Vamos lá, Rê, acelera!”. Já penso que, se não tenho mesmo mais nada para fazer em algum momento do dia, melhor ir malhar. Comecei a carregar na mochila a muda de roupa da ginástica!
Este mês eles inventaram uma gincana. As alunas realizam tarefas e ganham prêmios por isso. Eu sou uma das mais aplicadas e competitivas.

Há cinco anos atrás, perder peso não era uma tarefa tão excruciante. Era rápido e fácil. Os cinco quilos que perdi nos últimos dois meses, teria perdido em uma semana; e meu ideal de chegar ao tão temido dia com pelos menos dez a menos, já teria sido alcançado a esta altura – mesmo com meus momentos de gorda safada onde me pego com um chocolate na boca enquanto penso no tempo que falta.

É ridículo.
É fútil.
É vergonhoso que uma mulher como eu, tão inteligente de uma forma geral, tenha como maior preocupação momentânea separar meia hora do seu dia a uma das atividades que passou a maior parte da vida abominando.
Apesar disso, trinta anos só se faz uma vez, e, se eu não consegui grana, homens e sucesso, pelo menos coxas mais durinhas e um manequim menor eu mereço.
Ah, se mereço!

quarta-feira, maio 16

Moreninha ordinária

É absolutamente ridículo que uma pessoa que vive de escrever (isso agora é fato, só não me deu dinheiro ainda); que esteja se virando do avesso para que chegue logo a festa literária do ano; que pretende pleitear uma vaga num curso de escrita disputado; é ridículo que essa pessoa não consiga manter um mísero blog.
Ridículo, mas real.
Ou é o cansaço, ou é a falta de tempo, ou a falta de inspiração, ou a sociopatia, ou simplesmente o fato de que não ando achando minha lá muito digna de nota no momento.
Apesar de todas as coisas fantásticas que eu faço todos os dias, na verdade não ando passando de uma moreninha ordinária...
Como tantas outras...

(Talvez nunca tenha passado.)

Mas me dá dó.
O blog foi uma das coisas mais constantes que mantive na minha vida nos últimos anos.
Uma espécie de vitória - conseguir manter algo durante tanto tempo.
Poder acompanhar meu desenvolvimento em várias áreas...

Talvez seja só mais um hiato.

Todo mundo tem hiatos.
Lapsos.
Ou coisa que o valha.

Até (inclusive) moreninhas ordinárias.

domingo, abril 8

...

Ai, cara, mil coisas.
E pouco tempo.
Pouquíssimo.
Mas, uma coisa é certa: eu pedi.
Eu pensei tanto, mas tanto, que vieram lá, os três, me assombrar.
Cada um a seu modo.
Bem feito.

sábado, abril 7

Listas

Eu devia ter posto uma lista de shows que eu vi também... :/
No próximo que eu for, eu começo com ela, apesar de defasada.

Amanhã eu volto...

sábado, março 31

"It's been a hard day's night..."

segunda-feira, março 26

Dos Planos

Houve um tempo em que eu realmente baseava o que queria da vida - o que esperava e como eu achava que ela deveria ser - em alguém.

Foi assim com o primeiro amor.
Eu fiz planos, construí toda uma vida. Mesmo sabendo que ia acabar. Quando acabou, foi um choque e eu fiquei perdida e sem planos.

Foi assim quando engravidei e pensei em formar uma família.
De verdade e como mandava o figurino.
Deus foi sábio e hoje eu vejo que não era - nem nunca foi - uma boa idéia.

Eu gosto de fazer planos.

Ano passado cheguei a fazer planos de novo.
Imaginei toda uma vida nova, a rotina, como ia ser esperar que ele chegasse de onde tivesse ido, como ia ser a nossa casa.
Acho que ele nem sabe disso até hoje.

Mas entre um plano e outro, eu aprendi a viver sozinha.
Muito mais do que eu gostaria até.
Meus planos, hoje em dia, na maioria das vezes, são independentes de outras pessoas para existirem.
Porque, hoje, eu bem sei o que quero da minha vida; quais são minhas metas.
Sei o que eu não quero também.

Nulidade.
Subjeição.
Rejeição.
Certas pessoas...

E a dificuldade é justo achar alguém que case com esses planos.
Que eu possa arrastar junto.
Que me ajude a construir isso tudo que eu quero.

Nenhuma paixão teve mais planos.
E eu quero planos de novo.
Quero pensar, fazer e construir.
Junto.

Mas, se for sozinha, eu hoje sei que também vou conseguir.
Porque eu vou conseguir.

Até penso se não seria melhor deixar certas coisas para depois de conseguir.
Talvez fosse melhor...

Mas aí o quê que eu faço para me distrair nesse meio tempo?
Pra quem eu vou escrever?
Por quem eu vou chorar?

Por mais que eu tenha mesmo muito pouco tempo meu, uma distração sempre cai bem.

Hoje, eu só tenho a mim mesma de novo.
Mas amanhã (numa linguagem literária e não literal, por favor), eu sei que ainda vai haver alguém para me ajudar a erguer tijolinhos. Ou, pelo menos, ajudar a conservar...

...E fazer novos planos.

(Que estes são sempre necessários e são o que dão graça à vida, no fim das coisas...)