terça-feira, maio 31

No Dia das Mães, a coreografia da Olívia foi ao som de "Meteoro da Paixão". Deixei passar e até chorei porque ela é linda até ao som de Luan Santa e coisa e tal.
Ontem no dever de casa, o texto era "Brincadeira de criança" do Molejo.
Acho que vou falar com a diretora antes que isso fique mais grave.

quarta-feira, maio 4

Hoje eu fui ao banco

E daí, você pergunta?
É uma tarefa normal, desempenhada por reles mortais todos os dias...
Eu, que de reles tenho muito e muito pouco, porém, só costumo executar este ritual medieval uma, no máximo duas vezes por mês.
E, quando o faço, costumo levar comigo "o livro da vez" para tentar não me aborrecer.

Acontece que "o livro da vez" foi esquecido na estante da mamãe; os outros dois não são exemplares com quem eu esteja furiosamente atracada; então hoje, excepcionalmente, levei meu mp3 - na minha opinião um aparelho supervalorizado pela maioria do povaréu.

E então eu entrei na fila.

A vibe anda metal, mas deparei-me com o Flaming Lips e pensei cá com meus botões que Wayne poderia ser uma boa companhia naquele momento de infelicidade.

A fila do banco, por motivos que não vou nem gastar neurônios tentando adivinhar, ao invés de fazer o típico zig zag de fila de banco, dava a volta em toda a extensão do porãozinho claustrofóbico onde a administração resolveu instalar os caixas para atendimento da plebe; logo, entre todos nós existia um enorme espaço, demarcado apenas por diversas setinhas cinzas (o caminho do zig zag).
Logo nos primeiros acordes, me deu uma vontade imensa de derepente ir ali pro meio e começar uma performance, uma apresentação solo, o apogeu da minha inexistente carreira de dançarina.
Mas desisti.
Fiz a fina e balancei a cabeça, tentando ignorar a Dona Moça Com Pressa que invadia meu espaço e ficava grudada no meu pescoço, como se isso fosse fazer a fila andar mais depressa - mas isso é outro assunto.

Uma ou duas músicas depois, enquanto eu dava discretas reboladinhas e batia meu pézinho no chão feliz e contente, uma senhorinha adentra o recinto e pede para falar com o gerente (se eu realmente quisesse era possível ouvir o que acontecia "do lado de fora") e começou uma parlamentação desenfreada típica das pessoas raivosas.
Neste momento tocava uma música particularmente animada, feliz mesmo, e me deu vontade de sair da fila e pôr os fones de ouvido na senhorinha para ver se ela se contagiava e ficava feliz junto comigo. Já que a dor é inevitável, melhor dançar do que gritar, não é mesmo?
Mas, fiquei com medo de ser contagiada pela enorme ira da senhorinha enfurecida e fiquei na minha, como a maior parte das pessoas - inclusive meu papagaio de pirata.

Depois disso, a coisa mais excitante que veio a me acontecer foi realizar, mais uma vez, o quanto eu gosto de músicas que têm palminhas - ainda que eu não bata palmas.

Depois disso, pensei cá com meus botões o quão lisérgica pode ser uma simples ida ao banco, quando se tem um pouco de imaginação (de qualquer tipo) e um pouco de música (de qualquer tipo).