sábado, fevereiro 25

Ontem, pela primeira vez, ouvi a voz da senhorinha que me lembra a catadora de arroz.

Dessa vez quem andava era eu.
Ela estava sentada no muro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, me sorriu e pediu uma moeda.
Eu não tinha, de verdade.
Murmurei um "não tenho, querida" e continuei andando na pressa das pessoas em hora de almoço das cidades grandes.
Tive pena de não ter uma ou mais moedas comigo.
Do outro lado da rua, uma conhecida querida me acenou e mandou beijos - gosto de pensar que foi um prêmio por esse pesar.
Ela tinha uma voz doce e na rua fazia muito, muito calor.

Hoje, pela primeira vez, fui sinházinha declarada para alguém.

Mais uma caminhada e mais uma hora de almoço.
Hoje estava com uma colega de trabalho.
O restaurante que queríamos estava fechado, acendi um cigarro e, assim que nos viramos para pegarmos um outro caminho, ouvimos:
"- Sinházinha! Sinházinha!"
Apesar de provavelmente já termos vivido situações de sinházinhas, nenhuma das duas sequer cogitou a possibilidade de que os gritos nos dissessem respeito.
Eis que surge a dona da voz.
Uma senhora, de paninho na cabeça, chinelo nos pés, a sobreposição de roupas que só certas pessoas conseguem fazer e...
"-Sinházinha, acende aqui pra mim, por favor?"
...Com um toco de cigarro nas mãos.
Essas coisas acontecem rápido na vida da gente - pensei em oferecer um cigarro inteiro, em dizer que ela não precisava me chamar de sinházinha, mas apenas estendi o meu e deixei ela acender o dela.
Ambas seguimos então nossos caminhos, cada uma para um lado diferente.
Ela feliz, eu, um pouco perplexa.

Como tenho ficado quase que diariamente com alguma pequena coisa.

quinta-feira, fevereiro 23

"Quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Nesta fase, as preocupações com sua carreira ainda são grandes, mas em pouco tempo você terá mais claros os caminhos que vai percorrer. O Universo prepara uma grata surpresa para você no setor."

Horóscopo tentando me fazer dormir...

quarta-feira, fevereiro 22

Há dias.
Eu me deito, e tudo o que eu consigo pensar é no dia 02.
Se vou me achar.
Quanto vou gastar.
Se volto inteira.
Como vou explorar o que, pra mim, é um novo mundo.
Uma amiga disse que ia ser bom preu "sair da bolha".
Mas eu gosto da bolha.
Nela, eu tenho tudo sob controle.

Me deito, e ansiedade é tão gigantesca que quase me esmaga.
Ela é palpável.

Fora da cama, tenho sono, medo, um mau humor de cão selvagem.
Fora da cama, quero que chegue logo.
Que essa etapa se encerre e abra espaço para a que vem chegando.

Até hoje, no fim tudo deu certo de alguma forma.

Mas enquanto o dia não chega; enquanto os dias não passam; a ansiedade e a insônia são amigas companheiras que não me deixam.

E ainda faltam alguns bons dias.
Coisa Mais Maravilhosa do Carnaval: Pinguinha de volta em casa debaixo da minha asa.
Coisa Mais Triste do Carnaval: Começar Dieta de Novo.
(É por um bem maior, mas ai que fome!)

terça-feira, fevereiro 21

Já pintei os cabelos, as unhas, tomei banho, pulei corda, lavei roupa e louça, joguei na internet, li...
...E o tédio não acaba, não acaba.

segunda-feira, fevereiro 20

Sim, eu sou carioca.
Sim, eu odeio carnaval.

sábado, fevereiro 18

"Sábado, 18 de fevereiro de 2012

Os planos e projetos de viagens estarão presentes em sua vida a partir de agora. É hora de fazer o roteiro, comprar as passagens e se organizar definitivamente. Negócios e amizades com estrangeiros em alta."

Uhmmmmm....

terça-feira, fevereiro 14

E esse é aquele momento em que a pessoa se toca que quer mais que o mês acabe logo por que trabalhar sabendo que vai acabar dá no saco e você simplesmente não quer mais.

domingo, fevereiro 12

Agora a pouco estávamos eu, minha mãe, minha tia (duas idosas) e Olívia (uma criança) jogando peteca na Praça do Bairro Peixoto. Nos divertíamos tanto que as lágrimas caíam dos nossos olhos de tanto rir. De repente, a peteca caiu no chão. Antes que alguma de nós tivesse a oportunidade de pegar, uma senhora com duas vezes a minha largura e duas vezes a minha altura – “maluca” notória da região, segundo a minha tia – se levantou como um raio, pisou em cima da peteca e ficou nos olhando com uma raiva inacreditável.
Ela deu uma cuspida no chão, tirou lentamente o pé de cima e seguiu chutando a peteca até debaixo de um carro que estava estacionado a uma certa distância de nós. Feito isso, sem tirar os olhos de nós por um segundo, entrou no seu carro e foi embora.

Tanto pelo tamanho da pessoa, como pela fama, ficamos engessadas de bocas abertas só olhando. Olívia começou a chorar um choro de cortar em 40 qualquer o coração de qualquer pessoa que possua um. Ninguém na Praça – lotada no momento – sequer esboçou reação.

Como mãe, fiquei morta de raiva – após a perplexidade – mas não pude incorporar o chiuaua que existe em mim na certeza de que terminaria mal. Como pessoa, percebi como a vida pode ensinar coisas cruéis às pessoas quando elas menos esperam. Por que foi isso: crueldade, maldade pura; vinda do simples fato de nós estarmos mostrando abertamente uma coisa chamada felicidade.
Eu tenho pena de gente assim.



No fim, o choro parou, após promessas de uma nova peteca. Pra mim, a certeza de que podem esmagar 40 petecas, por que é pouco pra matar felicidade.

sábado, fevereiro 11

Sabe aquele dia em que você não tem vontade fazer absolutamente nada?
E que, ainda por cima, quer que a humanidade se exploda?
Então...

sexta-feira, fevereiro 10

Hora de virar as listas para 2012.
Em 2011 li menos livros, mas vi mais shows e mais filmes.
Nenhuma dessas coisas dentro do meu nível ideal a ser alcançado, mas... 2011 foi um ano.
Dos males, os menores.

quarta-feira, fevereiro 8

É tão bom, tão bom, mas tão bom quando cai na mão da gente um livro bom!

Ontem, me peguei atracada.
Rindo, ansiosa, sentindo toda uma emoção que há muito não sentia lendo uma história!
Eu vi as estradas, as árvores, as pessoas...
E lembrei!

Lembrei o tanto que eu amo livros.
Lembrei por que escolhi estudar os livros.
Por que quero viver de ler.

E é tão bom quando a gente lembra dessas coisas!
É tão bom quando a gente ama tanto uma coisa assim no mundo - ainda que seja de papel, mate várias árvores reais e venha encadernado - algo que te um prazer real, absoluto e duradouro.

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No mais, terceiro dia de espera, praticamente explodindo de ansiedade.

Ainda bem que existem livros.
"Um novo e rápido movimento começa a surgir em sua carreira. Novidades e notícias inesperadas podem mudar alguns de seus planos. O momento é de transformações importantes, mas você deve tomar cuidado com a pressa."

Quer dizer...

segunda-feira, fevereiro 6

As coisas aqui andam acontecendo depressa.
Mudando e sacudindo tudo.
Comendo meu tempo - o meu.

Algumas coisas são ruins, outras vão trazer mudanças grandes.
Cancerianos odeiam mudanças grandes.

Fora o medo...

A concentração tem sido a coisa mais difícil do mundo atualmente.

E então é bonito quando eu ando na rua, desligada, tentando resolver dentro da minha cabeça todas as coisas do presente, passado, futuro e passa um velhinho...

Aqui onde eu moro existem velhinhos.

Dois são os que chamam a minha atenção.

Um deles é beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem velhinho. Magrinho, com uma corcunda que o faz olhar constantemente para o chão. E ele vai, segue por aí. Tem uma cara simpática o velhinho. Outro dia esbarrei com ele entrando em casa, tirande de dentro das calças um enorme chaveiro coalhado, que nem aqueles de carcereiro.
Esbarro nele nos restaurantes, andando na rua. É uma figura que sempre chama minha atenção pela fragilidade que ele me passa - o que me faz pensar agora que ele talvez não seja tão frágil assim, que pode existir um segredo obscuro naquela figura.

A outra é uma andarilha. Essa não tem só a cabeça curvada, mas toda a parte superior dela. Ela sai andando pelas ruas curvada tal e qual o povo que colhe arroz nas plantações da China. E ela anda. Anda. E olha. Tal e qual eu olho sempre quando ela passa.

Quando eles passam - eles e outras figuras - por alguns momentos eu paro de pensar em mudanças, em planos, em perguntas e fico a imaginar a história dessas outras pessoas que, aparentemente, quase ninguém mais presta atenção.

Assim como os miquinhos que passeiam nas árvores.
Esses me fazem pensar como a natureza é uma coisa curiosa e sempre acha uma brecha, uma rachadura para existir.

E eu paro de pensar nas mudanças, nos planos, nas perguntas - que andam comendo meu tempo e sacudindo meu mundo.

sexta-feira, fevereiro 3

Ai, fudeu.
...Aquela que só percebe que tinha um sutiã em cima do gabinete do computador depois que o pedreiro saiu...