domingo, março 28

Dia de descanso

Nada como um chilique pra acalmar um pouco a vida.
Depois que eu reclamei, bati pé, chorei no msn e o cacete, a coisa andou um pouquinho.
Não entendi completamente esse ataque de tpm antecipado, mas foi bom.
Eu ando com um problema sério - Glória! - por passar tanto tempo sozinha sem falar com as pessoas, quando eu encontro pessoas parece que abre uma torneira e eu saio falando feito uma louca alucinada.
Tudo bem, eu sei que sempre falei bastante, mas a coisa é recorrente e progressiva.
Desconfio que O Ataque (vamos pô-lo em letras maiúsculas, fica mais apropriado) tenha sido alguma coisa do mesmo gênero, número ou grau: de tanto não sentir ou fingir que não sinto nada, abriu uma tampa aí qualquer e saiu tudo de uma vezada só.

Anyway, coisinhas estão sendo riscadas da listinha.

As semanas começam e, quando eu vejo, sexta-feira já chegou.
Assim sendo, resolvi que, além da sessão infantil, eu merecia ver um filme cheio de sangue e coisinhas bacanas ontem à noite.
"House of 1000 Corpses".
Uhu!!!
Dessa vez sessão completíssima: filme, filme comentado, entrevistas, making off, o pacote completo.
Fui dormir 3 da manhã.

Olívia me sacudiu às 7:30.
Não levantei.
Voltou 7:40 batendo palmas e anunciando que o jornal tinha chegado.
"Exatamente, tá cedo pra caramba!"
Liguei a tv pra ela.
7:49 fui gritada no banheiro.
8:19 fiquei morta de pena da criança e levantei.
Puta.
Sábado, pomba.
Sinto saudades de dormir até 3 da tarde, sabe?

Ando tão cansada, mas tão cansada, que me corpo inventou que não aceita acordar se não descansar pelo menos 8 horas.
Cravado no relógio.
Antes disso, pode cair o prédio.
Hoje, só funcionou porque alguém subiu, literalmente, nas minhas costas.
Mas isso não acontece todos os dias...

8:30 o interfone toca e era a encomenda da Travessa.
Serviço excelente, rapidinho, bacanésimo; mas, precisava entregar às 8:30 de sábado?
O garoto ainda queria que eu fosse na portaria!
Na boa...
8:30 de sábado...?
Então, quando eu me sentei com meu cafézinho e meu jornalzinho e meu cigarrinho na minha varandinha...

Toca a campainha.
A vizinha brigona lá de cima.
"Sua janela quebrou?"
Que janela, pelo amor de Deus?!?
E aí ela me contou que um bando de jovenzinhos da rua de trás chegaram mamados às 6 da manhã, começaram uma porrada maneira e que um deles tinha atirado um vaso do outro prédio, na minha janela.
Na primeira olhada, não vi nada.
Uns minutos mais tarde, vi que ela estava do lado de fora olhando e fui espiar direito.
Não é que tinha mesmo um monte de caco?
Dentro da minha casa, inclusive!
Janela quebrada não, mas caquinhos, sim.
Debate de cá, debate de lá, meu café esfriando, ai, droga, vamo lá reclamar, você tem razão, se pega aqui dentro alguma outra coisa ia ser uma merda.
Mamãe ensinou, não se joga nada na casa dos outros.
Deus (e metade do Rio de Janeiro) bem sabe que já fiz um monte de cagada bêbada, mas nunca machuquei ninguém e tem uma criança dentro de casa, né?
Lá fui eu, com criança debaixo do braço e vizinha do lado, bater na porta da síndica do prédio em questão para reclamar.
Foi um rebu!
Era porteiro, vizinha, síndica, todo mundo falando ao mesmo tempo, numa operação que durou quase uma hora - com direito a 3 passadas do meliante atirador de vasos pela portaria com cara de quem ia ter uma ressaca daquelas e com o rabo entre as pernas. Ninguém falou com ele o que era, mas eu tenho certeza de que o moleque sabia que aquela comitiva não era uma comitiva do bem.

10:40 da manhã.
Botei a primeira máquina de roupa pra lavar (foram 3 hoje) e consegui sentar para terminar de tomar meu café e ler o meu jornal em mais um sábado de descanso.

Esse fim de semana tive ataque de mãe ausente.
Além de filmes, comprei todas as comidas preferidas da minha filha, como se ela só viesse em casa uma vez por mês.
Resultado, acabei eu comendo feito uma vaca.

De tarde, fomos ao cinema ver o filme do dragão que estreou ontem.
Desconfio (ha!ha!) que eu esteja um pouco emotiva.
Chorei pra burro.

Teve hora do planeta, fim de todos os extras do filme de ontem.
E agora eu deveria estar escrevendo, pesquisando, trabalhando, vendo o filme que falta, ou até mesmo na rua com meus amiguinhos, mas o que eu vou fazer mesmo é gastar mais um tempo enorme da minha vida jogando The Sims (outro mau hábito meu) e criar uma mulher bem doida, malvada e comedora de gente pra ver se eu relaxo um pouco.

Afinal, amanhã é domingo, dia de descanso...
...E eu só tenho almoço de família, que lavar louça, que consertar monografia, trabalhar, lamber a cria, arrumar mochila...
Ou seja, nada pra fazer, né?

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