quarta-feira, dezembro 27

Maio de 2006

"Aí que eu resolvi ver, finalmente, a refilmagem de "King Kong".
Não vou entrar nos méritos do Peter Jackson que parece ter um pózinho de pirlimpimpim qualquer com ele que faz qualquer filme dele ser mais bonito do que você provavelmente imaginaria, ou no fator caô que me fez pensar que qualquer pessoa humana e sem genes mutantes muito provavelmente estaria com todos os ossos do corpo esmigalhados em dois minutos de corridinha nas mãos do macacão - mas aí não ia ter filme, né?
O lance é que eu me identifiquei com o macaco.
O cara tava lá, na dele, aceitando um sacrifíciozinho de vez em quando, comendo seu bambuzinho em paz, vendo aquele puta pôr-do-sol, quando jogam lá uma galega qualquer pra ele só pra atrapalhar isso tudo. O cara se fode todo, briga com geral, corre atrás, é maltratado, acorrentado, sofre pra caramba, morre e ela nem pra se jogar atrás!
Um amigo meu disse que essa era a história mais linda de amor que ele conhecia, eu achei um terror total. Com a diferença é que a minha história ainda por cima se mistura com o "feitiço do tempo", porque isso só se repete, só se repete.
Mas dessa vez, só dessa vez, eu não vou dizer que vou me aposentar, que não quero mais, que não faço mais. Não. Dessa vez, só dessa vez, pode mandar o próximo galeguinho que eu pensei bem cá com meus botões e acho que aguento brincar disso mais uma ou duas vezes.
Depois eu volto pro drama.
Esse ano, já, minha cota de drama estourou."

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