sexta-feira, outubro 30

Trabalho rural

No meio de todos os preparativos para a micareta de aniversário, me foi oferecido um trabalho.
Temporário, mas urra!, uma coisa que a gente procura e não tem há alguns anos é sempre bem vinda, seja lá qual for a confusão domiciliar que você esteja metida.
Um trabalho, vamos dizer assim, rural.
E instrutivo.
Já no dois primeiro dia eu descobri que:
Traíras são realmente traíras – elas comem peixinhos inocentes.
Hitler devia gostar de touros (não li “Minha Luta”, ainda que ache que deva ler algum dia pela relevância histórica da coisa, então não posso fazer esta afirmação com 100% de certeza), porque existe uma busca por exemplares geneticamente perfeitos bizarra no meio.
Que bananeiras têm sigatokas nas axilas.
...Dentre outras coisas...

(À noite, durante um breve intervalo, peguei uma família de cochonilas pondo ovos na minha roseira. Agora eu sei o que são e já vi cochonilas.)

No segundo e no terceiro dias, tive a imagem perfeita de mim mesma como uma caricatura mais cheia e bonita de Beavis and Buthead.
Ouvia expressões como “Pantanal da nhecolândia”, “distribuição de sêmen para as comunidades carentes”, “época de montagem” e começava a gargalhar sozinha.

Hoje, quase uma semana depois, estou tendo trecos de irritação em perceber como as pessoas de um modo geral falam mal.
ÃÃÃÃÃ...
ÉÉÉÉÉ...

E rola uma certa dor de ouvido por ter que ficar com os fones, uma vez que o som do computador é algo de bem baixo.

Chega a ser irônico que eu, uma pessoa que nem gosta quando o telefone toca, tenha que trabalhar com barulhos e sons a maior parte do dia.

Nenhum comentário: