quarta-feira, maio 27

Restless

Como todo mundo sabe, o calendário não me dá descanso.
Todo mês tem uma data qualquer, uma coisa qualquer, que não me deixa começar a minha poupança milhonária ou comprar aquele quadro que eu bebi para a parede da minha sala.
Janeiro teve férias.
Não exatamente uma data comemorativa, mas uma data custosa, uma vez que existem viagens, programinhas culturais, cervejas... Ainda teve mudança de colégio e todo o material e uniforme novos de novo.
Não sobrou nem um realzinho pra contar a história.
Fevereiro, carnaval.
De novo, viagem. Adoro viajar, se pudesse viajava todo mês, mas viagem custa caro - ainda mais quando é viagem de mais de uma semana.
Março, páscoa.
Fui ser um gênio brilhante em prol da vida saudável (coisa que, de fato, ando tendo, no sentido alimentar, durante a semana) e troquei o ovo pelo novo filme da Barbie. Saiu mais caro. E ainda teve ovo pra professora, pra secretária...
Abril chegou com tudo!
Três feriados e um show.
Passei duas semanas comendo miojo por conta de todo esse rebuliço.
Maio.
Mais dois shows e uma bonequinha aplacadora de culpa materna.
Tudo bem que o ingresso de abril eu ganhei de mamãe e o do Dancing Dio da rádio, mas a ida ao show se configura em gasto também. Às vezes, maior que o preço do ingresso.
Então, chega junho.
Mês dos namorados.
Não sei se sou eu, que já estou bastante conformada com o fato de que Dia dos Namorados não foi uma invenção comercial feita pra mim - mesmo quando eu tinha um negócio desses, alguma coisa acontecia e o dia fatídico eu passava solteira; as pessoas têm costume de acabar no carnaval pra cair na putaria, eu tinha o costume de acabar no Dia dos Namorados - mas, este ano, não só as vitrines estão menos cheias de coraçõezinhos fofos e vermelhos, como eu não estou dando a mínima.
Claro que eu penso em descolar uma das minhas amiguinhas encalhadas e passar com elas enchendo o focinho em algum lugar remoto, falando mal de todos os homens malvados que nos deixaram na vida.
Mas, num geral, não estou dando a mínima.
Este mês, o que me move é que o semestre está quase acabando (pelo menos aqui na faculdade) e a Flip está quase chegando!
O primeiro semestre dos meus últimos anos têm isso em comum: eu sempre brigo com um professor, sempre me esforço para passar direto e sempre acaba em Flip!!!
Segunda-feira lá vou eu, amanhecer na porta da loja, com a programação em punho, para me degladiar com uma dúzia de velhinhas furiosas e enlouquecidas que vão enfrentar aquela fila monstra sentadas no chão da galeriazinha imunda de Copacabana, tão na vala quanto eu, para comprar os ingressos das mesas.
Para mim, este é pior dia da Flip, mas é um dos que dá mais charme à coisa toda.
Já comecei a fazer contagem regressiva.
As plantas vão ficar para depois da Flip, o gato vai ficar para depois da Flip, tudo agora vai esperar a Flip passar.
Flip que abre julho.
Julho que é meu aniversário.
Julho que é mês de férias.
Julho que é mês de festa junina no colégio, que vai me custar as prendas e a lavagem da roupitcha da criança na lavanderia.
E eu já tenho compromissos para setembro, outubro, dezembro...
Meio cansativo isso tudo, né, não?

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