quarta-feira, janeiro 13

Passeio

E o calor, ah, esse calor - super acredito no aquecimento global quando me pego gastando vários minutos do meu dia planejando juntar grana para botar um ar condicionado dentro de casa para a felicidade no próximo verão e a depressão do meu bolso!
Eu perco o amigo, mas não perco a piada; assim sendo, depois de tanto implicar com as amigos - a maioria tão sem ar e calorenta quanto eu - dizendo que eles deviam pegar um circular e dar umas voltas pra aproveitar o fresquinho do coletivo, quem embarcou no coletivo fui eu.
Em minha defesa, digo que o ar estava quebrado.
Mas, eu não sei, quarta-feira de manhã, voltando da rodoviária depois de embarcar a Olívia em sua primeira viagem solo sem mim, cheia de caraminhola na cuca e sem a menor vontade de trabalhar, lá fui eu.
Resolvi ver a cidade.
Às vezes é bom.
E a nossa cidade é, de fato, muito bonita.
Mal cuidada, mas bonita.

Embarquei num onibuzinho do Metrô, que faz dez milhões de voltas e fiquei lá, vendo os sobrados do Estácio, a favelinha que eu não sei o nome, vendo casas, pessoas, lojas, admirando o subúrbio em toda a sua beleza.
Eu gosto.
Quando a gente viaja assim, e presta atenção nos moradores da área que cumprimentam o motorista, naquela vendinha peba da ladeira, na varanda mal enfeitada ainda do natal, que a gente vê como a vida é mais simples e diferente e percebe o contraste real de onde a gente vive.

Assim que entrava na Zona Sul, a paisagem mudava.
Um túnel separando só.
Um pedaço de terra que divide direitinho a vida das pessoas.
Muito louco.
Mas, nessa viagem, eu suei feliz.

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