segunda-feira, fevereiro 5

Novo dia novo

E então chegou o primeiro dia de aula da Licas.
Eu aqui passei um bom pedaço da noite acordada, tensa; o que é uma idiotiçe já que a criança está no colégio há um ano já.
Hoje, ela foi felizona, louca para rever os amiguinhos, foi correndo toda animada!
Quando chegou lá ela bolou, quis voltar pra casa e não quis entrar na sala direto; a sorte é que eu vi lá no canto uma cara conhecida:
- Ô, filha, olha lá a Luísa!!!
Santa Luísa!
Ela aí entrou correndo e foi lá ter com a amiga mais querida, que ficava lá chamando:
- Aqui, Roxo, o telefone, pega!
Conversei rapidamente com a nova professora e saí fora.
Um erro, um erro o colégio não ter feito uma reunião de pais antes de hoje, mas sutilmente, escrevi eu uma cartinha para a professora explicando um pouco de tudo de nós e dela.
Olívia chiou, chorou um pouco, mas ficou.
Aí saí eu.
Duas semanas de tardes livres!
Que beleza!
Que fazer com esse tempo livre tão sonhado?
Meu plano "A" para hoje era dormir até furar o colchão, mas quando acordei fazia um sol maravilhoso, daqueles quentes e brilhantes.
O plano "B" dessas férias era caminhar na praia, todos os dias; um plano com falhas, obviamente, já que não disponho de todos os dias para caminhar, ainda assim é a intenção que conta.
Então eu fui, caminhar.
Em Ipanema um mar lindo, calmo, azul...
Mas a monga aqui resolveu que só ia mergulhar em Copacabana, mais perto de casa, e, quando eu cheguei a Copacabana, desci pra areia, tirei o vestido, guardei a sandália, molhei os pés numa água meio, uhm, escura, ignorei as algas verdes nojentas e...
...Me deparei com um absorvente usado!
Tudo bem, há três dias atrás foi Dia de Iemanjá, ontem foi domingo, Dia Oficial da Farofa; mas absorvente usado não deu pra ignorar. Pensei cá comigo que mais a frente haveria de existir um lugarzinho mais limpo...
E continuei caminhando.
Essa é a beleza de Copacabana, eu posso andar só de maiô na beira da praia que continuo sendo uma das pessoas mais gatas sobre o sol...!
Mas aí, um saco de lixo.
Quando as pessoas vão entender que a gente leva, sim, sacos de lixo para a praia, mas que o lugar de jogar fora é na lixeira e não no mar?
Mais adiante, tropecei em outro saco.
Outro saco.
Uma maré de coisas não identificadas.
Algas nojentas.
Tentei não pensar em todas as doenças de pele que podiam estar entrando pelos meus poros; não pensar em como eu fui mané de não ter mergulhado do outro lado da curva onde o povo é mais chique e limpinho; não pensar nos coliformes fecais - que aliás, são uma invenção do inferno, antes ninguém se preocupava com eles...
Tentei, andei, procurei, pensei em como estava sendo bom andar na beira da praia, pegar um solzinho para manter minha corzinha de café torrado, exercitar as pernocas flácidas; mas nada de um buraquinho que fosse que me encorajasse a entrar nesse marzão sem porteira...
Graças ao bom Deus, o homem inventou o coliforme, mas também inventou aqueles chuveirinhos fantásticos que ficam lá perto das barracas! Foi a salvação!
Pena que a praia estivesse tão suja...
Queria tanto ter nadado um pouquinho...!
Mas, tudo bem...
Amanhã eu tento de novo.
Ainda existe tempo para a minha salada, para um banho de chuveiro sozinha e para ler alguns capítulos do livro novo.
Ainda existem planos para uma orgia literária esta semana e, quem sabe, até um cineminha.
Quem diria que existiriam boas segundas-feiras...!
Nada mais justo depois dos últimos dias, também.
Eu mereço!

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