domingo, fevereiro 4

Depois

Depois me pergunta porque quero parecer tão dura;
Depois me pergunta porque digo não acreditar;
Depois me pergunta porque tenho medo.

Então, quando ligo,
é outra voz que atende.

Então deixo o Mundo,
resolvo tentar,
e, mais uma vez.

Por mim não se faz nada;
A mim nada retorna.

Depois me pergunta porque;
Depois você pensa que já sabe tudo;
Depois me diz que não vai me fazer sofrer.

Ainda assim, quando eu vou,
Não é meu rosto que você olha,
Não é a sua voz que eu escuto,
Não é para mim seu sorriso.

Você me manda embora.

Mas pede que eu não mude.

Depois fico eu a perguntar;
Porque.

Porque eu faço,
Porque eu deixo,
Porque acredito,
Porque eu tento.

Não é primeiro,
Nem vai ser o último
a me deixar.

A me fazer sentir.

Ainda assim,
Não foi sua voz,
Nem meu sorriso.

Depois eu me pergunto.
Depois você pergunta.

Precisa mais?
Precisa?

Ainda assim perco meu sono,
Minha noite,
Meu tempo.

Sonhei.
Tentei.
A tempo.
Ainda há tempo.

Ainda assim,
me pergunto,
Porque?

Depois você pergunta...

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