terça-feira, fevereiro 6

Deus quer que eu morra gorda.

Acordei com o pé torcido pelo terceiro dia consecutivo.
Como eu não sei, nem adianta perguntar. As especulações giram em torno de dormir com o pé para fora da cama, coisa que eu ando fazendo ultimamente, apesar do tamanho compacto.
O fato é que hoje o pé - é o esquerdo, não é engraçado? - doeu mais que em todos os outros dias.
Saí eu manca, para comprar cigarros, corri manca para me arrumar, desci manca as escadas de novo, peguei um ônibus manca e deixei a criança no colégio, obviamente, manca.
Mesmo assim, ainda existia a esperança de andar até o Leblon, deixar para passar pomadas e afins à noite.
Então chove.
Cheguei à conclusão de que é um complô divino contra a minha pessoa.
Na volta, acabei andando mais da metade do caminho, mas aí foi por pura e simples burrice, simplesmente porque quando entrei no ônibus esqueci de olhar o número. Que tal? Uma pessoa que entra nos ônibus, passa a roleta e não vê que linha é.

Por enquanto, a coisa boa do dia foi ter lembrado que existe um hortifruti no Leblon.
Boa porque estou viciada na coisa mais besta do mundo: suco de melancia.
Tá, é vermelho, é bom, é saudável, mas pensa bem, como uma coisa tão besta quanto uma melancia pode ser tão boa? E como é que uma pessoa se vicia nisso?

Passei a outra metade do dia - cheio de metades - absorta em planos para o futuro. Pensando em mil coisas, desligada. O ruim de pensar e planejar o futuro é que fico ansiosa, querendo conseguir tudo logo; daqui a uns dois dias vou ficar deprimida porque odeio longos prazos. Todos os meus prazos para planos são longos ultimamente. 3 anos e tal para o fim da faculdade, 4 anos para uma loucura, mais 4 para outra, mais 1 e meio para um ar... A espera me enlouquece. Me enlouquece também pensar tudo o que pode acontecer nesse meio tempo; que meus planos podem mudar. Sempre.

Eu odeio férias longas.
Odeio férias longas.

Inevitavelmente eu penso mais do que seria razoavelmente recomendado.

(Lembra quando você era criança e via, de vez em quando, aquelas pessoas que fazem comida para a criança, pro cachorro, para si, lavava roupa, escrevia, atendia telefone; tudo ao mesmo tempo? Pois é, eu cresci e fiquei assim...)

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