domingo, fevereiro 4

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Eu queria muito, muito, que um dia as pessoas entendessem o quanto me dá calafrios receber um pedido de desculpas. Não que um pedido não amenize as coisas, e não seja necessário um sem número de vezes ao longo da vida; mas me ensinaram, há muito tempo atrás, que mais importante que um pedido de desculpas, é a pessoa se esforçar para não repetir o erro.
Essa é a parte difícil.
Pedir, dizer, escrever tais palavras, é fácil.
Ter e demonstrar tal cuidado com as pessoas é que é difícil.

Ando recebendo muitos pedidos dessa natureza.

Só quero ver, só quero ver se algo vai mudar, se as pessoas vão passar a ter comigo o cuidado que eu tenho com elas.

Ando achando que isso é sonhar demais.
Que o mundo vai achar que eu ando sendo exigente demais.
Que eu preciso aprender a ser tão desleixada quanto as pessoas são comigo.

E, enquanto eu não aprendo, fico eu cá, tendo calafrios.

O que mais me espanta é que tudo isso vem vindo de pessoas que bem sabem o quanto a falta de cuidado me afeta. Vem vindo de pessoas que eu cuido muito. Que sabem da minha vida coisas que poucas pessoas sabem.
Não é irônico?

Esse processo de auto análise de vida está me deixando exausta.
Essa semana descobri coisas que nem eu sabia de mim mesma.
Doeu.
Nas duas últimas tomei uns tabefes que não esperava.
Doeu.

Como se ajeita isso?
Como se convive com isso?
Preciso descobrir as respostas, descobrir um meio de não deixar que me afetem tanto.
Descobrir um jeito, realmente eficaz de não gostar de nada. De ninguém.
De ter a capacidade de não ligar para nada.
De conseguir deixar de ser tão emotiva.

"Eu não sou perfeito"
"Eu não sou perfeita"

Ninguém é.
Eu, então!!!
Não é preciso ser perfeito.
Só ter coração.
Ou aprender a lidar com quem tem.
No meu caso, com quem não tem...

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