quinta-feira, outubro 2

O Vento

O vento venta como não ventava há muuuuuuuuito tempo.
Passando de ônibus pela Lagoa, ela mais parece um pedaço de mar; com um verde mais profundo e ondas quase furiosas, se a gente achar que ondas furiosas podem ter apenas poucos centímetros de altura.
Soube que várias árvores não resistiram e desabaram (o jornal me diz que até em cima de casas de outras pessoas - Meu Deus, será que os meus vasos, tão resistentes e cheios de vontade de viver, também foram arremessados sabe-se lá para onde?!?).
Onde antes haviam largas poças de água de chuva, agora existem poças entupidas de folhas que caíram de cima destas árvores.
Enquanto pego o meu caminho, o vento me pega também.
Bate nos meus cabelos, até então quase penteados e sustentando minha persona sã para o mundo, e os espalha.
Não os espalha simplesmente.
De repente, sinto-me como se estivesse vivendo um flashback de "Carrie, a estranha", no momento em que ela finalmente se rebela junto àqueles playboyzinhos do colégio e começa a explodir o baile todo (isso sim é ser Rainha do Baile, convenhamos) e os seus cabelos estão voando em volta da sua cabeça numa cena para comercial de shampoo nenhum botar defeito.
A diferença é que eu não estou em baile nenhum, não sou Rainha e meu poder psíquico é pífio e então eu não explodo pessoas.
Raramente a gente pára para pensar no real poder da natureza.
Eu mesma penso muito pouco e considero-me muito pouco ecológica ou qualquer outro eco que caiba aqui; apesar de super acreditar nos seres da natureza, mas isso eu atribuo à falta de miolos mesmo.
Não parece que estamos na Primavera.
Eu só penso que terei que segurar muito bem minha filha nos braços se não quiser que ela saia voando...
...Ao mesmo tempo, consigo me pegar pensando se teria eu o direito de impedir que ela voasse de verdade, numa grande aventura, no meio do vento...
...Divaguei...

Um comentário:

Anônimo disse...

Divagou e ficou bonito paca.