sexta-feira, agosto 26

A lógica da sandália nova é: quanto mais perto você vai chegando do seu destino final, da possibilidade de tirar ela dos pés, mais ela aperta, machuca, retira lascas concretas da sua pele.
Ontem perdi lascas em cinco dedos, nos calcanhares, ganhei uma dor digna de ser chamada de dor.
Um pouco depois começaram as cólicas...
Mais um pouco depois, o arquivo trava, eu perco tudo e sou obrigada a refazer o que já estava pronto.
Ninguém mandou cantar vitória antes do tempo - o tão esperado banho fervendo, que cura cólica, alivia os pés maltratados, demorou para sair.
Mas saiu.
Na hora de deitar, até o lençol me doía no corpo.

Acordei sem dores nos pés, nas costas e nas outras partes que reclamavam quando as luzes apagaram.
A dor de hoje é diferente, ao mesmo tempo familiar.
Veio forte e violenta numa manhã chuvosa, ao invés de no fim do dia, quando tudo mais se apaga.

Há uns 3 dias, amigos conclamam o fim do mês de agosto - o mês do desgosto.
Hoje, faço minhas as palavras deles.
Sonho com uma noite bem dormida - sem despertadores tocando, homens cavando do lado de fora, hora de escola e trabalho, sem dores gritando no corpo.
Sonho com um abraço.
Com o fim do desgosto.

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