domingo, janeiro 30

...

Voltei de viagem hoje.
Outra.
A última por alguns meses, se tudo der certo.
Então aparece um muro - estávamos em Maguinhos - onde estava escrito:

O que realmente você quer para a sua vida?

Faz anos que eu não gosto muito de voltar de viagem.
Hoje, já estava não gostando quando vi essa frase.
Engraçado como a gente descobre frases "filosóficas" nos lugares mais esquisitos...

Antes de ler, já estava pensando...
Pensando nas coisas que eu tenho a fazer, resolver...
No meu coração, tão fudido, tão machucado...
E, quando eu vi a frase, pela primeira vez, não quis voltar pra casa mesmo.
Pela primeira vez, a imagem de que amanhã era segunda, da eventualidade de re-sol-ver , dis-cu-tir, chutar pra escanteio ou cair de cabeça no cimento coisas que doem - pela primeira vez, o conjunto dessa obra me fez chorar.
Pensei no meu emprego, e o quanto eu preciso melhorar isso.
No quanto fiquei chateada com o pensamento que para que eu pudesse bancar um fim de semana assim sozinha, seria preciso, no mínimo oito a dez meses de economia.
Tive um ataque de solidão.
Ainda que estivesse com a minha mãe a minha filha, a solidão pairava sobre mim, forte e densa.
Pensei na situação que, mais uma vez, eu abri para que acontecesse. No que eu deveria fazer, como podeira consertar...
Até chegar à conclusão que não tem conserto.
E que eu não sei se sou forte o suficiente para resolver sozinha.

Então eu chorei.
Quis ir embora, não ter que voltar.
Achei o mundo injusto, Deus um sacana, uma dor no peeeeeeitooooooooooo...

No meu colo Olívia dormia, do meu lado, um casal pós-adolescente discutia  se exceção tinha cedilha ou dois esses...

E, do alto da minha solidão, ninguém nem me ouviu chorar ou vai vir aqui me abraçar...

Um comentário:

Anônimo disse...

{{{{{abraço}}}}}