segunda-feira, março 5

Tem gente que nasceu pra coisa.
Tem gente que não se importa em absoluto.
Tem gente que acha que voar é coisa pra passarinho.

Eu sou dessas.

E quem acha isso sempre vai ser incompreendido.

É muito difícil explicar a espécie de pavor que sinto toda vez que adentro um avião.

É uma coisa que acontece na decolagem, durante o vôo e no pouso - ou seja, não tem intervalo.

O trabalho mental tem que ser fortíssimo.
Não importa quantas vezes você repita pra si mesma que uma quantidade bizarra de aviões levantam vôo, voam e pousam todos os dias de todos os lugares do mundo; não importa que você fique esperando a sua vez de embarcar vendo centenas de pessoas chegando e saindo sãs e salvas; quando chega a sua vez, aquilo tudo parece muito, muito errado.

É que nem viajar de ônibus - você tenta se convencer - acontece que ônibus chacoalha quando tem buraco na pista e tal, ali chacoalha sem ter nada embaixo. Não tem nada embaixo!
Ou melhor, tem. Mas láááááááááááááááááááááááááááá embaixo.
Caiu, morreu.
No Ilha de Lost for you.

Tem gente que dorme, gente que passeia, gente que joga joguinho.
Você tenta ler.
Tenta dormir.
Tenta ver um seriado.
Mas aí o negócio balança, o estômago embrulha, tudo arrepia.
É uma das sensações mais desconfortáveis que existem na face da terra.
Sem brincadeira.

É tudo muito errado e pouco natural.

Maravilhoso do ponto prático da coisa, mas pouco natural.

Esse ano eu vou brincar muito de passarinho por necessidade.
E azar o meu se isso vai ser bom pra mim, né?

Nenhum comentário: