E então nós viajamos de novo.
A bagagem que eu carreguei consistia em uma enorme (enorme mesmo) mochila de camping, uma bolsa de bebê com todos os acessórios e documentos que eu precisava ter à mão, uma sacola com o entretenimento da viagem (livros, jornal, biscoitos, água e uma Hello Kitty), e, a Bebê propriamente dita.
Na ida, a confusão foi que, com precisamente 4 minutos para o embarque, Liloca resolveu fazer um cocô. Antes fora do ônibus, o problema foi a correria para achar um banheiro, limpar e trocar a fralda, toda carregada e com este aperto no tempo. Mas eu, que ninja sou, consegui.
De resto, a viagem foi tranquila.
A chegada idem.
Passada na farmácia básica - porque quando eu viajo deixo as "coisas de farmácia" para serem adquiridas na cidade de destino - e fomos ao lar das férias.
Nossa chegada levou o sol também.
Pela primeira vez vi, de fato, minha filha nadando feliz com suas bóinhas de braço, como uma verdadeira peixinha. Durante os dias, eu ficava com as crianças (a esposa do meu amigo - também minha amiga, a bem da verdade - tem três filhos, sendo que dois são crianças ainda, com 7 e 9 anos) curtindo a piscina, o quintal, vendo dvds, essas coisas...
Hoje, eu pareço uma macaca da barriga branca e minha filha sustenta um belo bronzeado, para a inveja dos mortais que não têm férias de verão.
É, macaca da barriga branca.
Passar uma semana longe é supimpa, mas os pêlos - esses malditos! - insistem em crescer, os cabelos já estão denunciando minha idade, as unhas crescem e o esmalte descasca; o que acontece é a volta ao estado natural e primata do meu ser. Aquele baile assustador.
E como eu uso maiô, porque sou uma moça de família e ainda não acho decente sair mostrando minha pança, muito amavelmente cultivada, por aí na vista de todos; o bronzeado é lindo, mas a barriga fica brilhando no escuro.
De noite; cerveja.
Com várias variações.
Fazia um século desde que eu varava uma semana inteira bebendo com os amigos.
E sem ficar de porre, o que é mais bacana!
Grandes acontecimentos da viagem: show na praça, churrasco e parquinho.
Vou por partes.
Era sábado. O Grande Evento da cidade naquele dia ia ser a inauguração dos eventos de verão - todo verão a prefeitura organiza shows gratuitos na beira da Lagoa em uma área lá que tem um nome que eu esqueci. O astro do dia: Guilherme Arantes.
Tomou um susto?
Pois é.
Acontece que, quem está na chuva...
Pegamos e paramentamos as crianças e partimos.
Todos muito felizes.
Inacreditavelmente, eu descobri que conheço mais músicas dele do que imaginava. Cantei e dancei a altos brados. Minha filha deu show de balé. A iluminação do show era belíssima.
Acabou sendo um programa divertidíssimo!
(Enquanto isso, aqui no Rio, minha mãe ia ao tão falado e elogiado show do Chico... Enquanto isso, meu cão amado, o Coisa, dava seus últimos suspiros; morreu nesta madrugada, no colo da minha mãe, com 16 bem vividos anos e está fazendo uma falta...! Enquanto isso, deve ter gente pensando como pode uma pessoa amar Matanza e adorar um show do Guilherme Arantes - um dia eu ensino esse truque.)
Depois disso, passamos noites e noites a fio fazendo uma espécie de Campeonato de War. O que eu também achei deveras divertido, uma vez que, dessa vez, eu não tinha namorado jogando junto, então não saí na porrada com ninguém (nada pior que jogar esse tipo de jogo com namorado junto); além do fato de que meus adversários - eles sim - eram casados o que consiste em protecionismos e peninha na hora de atacar um outro, além de outros bagulhos, então eu acabei vencendo a maior parte dos jogos! Mente, mas mente muito, quem diz que não gosta de ganhar um jogo. Seja lá ele qual for.
Quase na véspera de vir embora, uma visita inesperada apareceu com a idéia de um churrasco na beira da piscina à noite. Idéia topada por todos. Ah, que coisa boa, amigos reunidos, cervejinha, filhotes, carninha, papos, risadas...! A mongona aqui esqueceu de levar o carregador do celular, mas adorou ficar recebendo mensagens de texto dos maigos que aqui ficaram de vez em quando; e isto está sendo citado aqui, porque no meio desse churrasco chegou uma dessas. Foi bom, muito bom, ter essa noite para matar as saudades de verdade.
E, na véspera da volta, conseguimos - nós, os adultos - nos organizarmos para levarmos as crianças ao parquinho. Todo ano, no verão, fica montado um parquinho na cidade. Daqueles parquinhos gostosos e pequenos de interior. As crianças já estavam nervosas, porque a ida ao parquinho já estava prometida ha mais de uma semana. A salvação da lavoura foi que os amigos de lá ganharam ingressos de cortesia para os brinquedos, já que cada brinquedo custava R$3,00 a ida e cada criança foi agraciada com 14 ingressos. Faz a conta aí. Liloca quase entrou em parafuso quando deu de cara com um trenzinho que tinha a carruagem da Cinderela como um dos seus carrinhos...Apesar de que os olhos dela brilhavam mesmo com aqueles brinquedos toscos que ficam girando, subindo e rodando que eu, obviamente, não fui. Nem ela. Obviamente.
Adultos satisfeitos. Crianças satisfeitas.
Assim voltamos para casa.
Apesar de, mais uma vez, não ter comida na boca, eunuco abanando e todas essas variações, encontrei uma casa limpa com descarga funcionando (a descarga aqui de casa já deu tanto problema que funcionava ha anos somente no registro). Dez milhões de e-mails me esperavam, uma bolsa com 3 máquinas de roupas a lavar, não sei mais o que acontece no mundo depois de uma semana sem jornais. Mas reencontrei minha cama. Minha banheira. Meu sofá. Minha cozinha. Meus livros a ler (o que eu levei foi devidamente devorado em tempo recorde, o que andava me dando um certo desespero). Meus amigos.
A rebordosa bate sempre, mas voltar ao lar e às coisas essênciais deste lar que nos é tão familiar, é genial. É que hospedagem atrapalha a vida alheia, te tira privacidade e a dos outros.
Anteontem, já estava tão exausta que minha cabeça girava toda vez que ouvia um "mãe" ou um "tia". De novo, vou prometer tentar alugar um lugar só nosso pro ano que vem.
De qualquer forma, é bom estar de volta.
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