Acordar com as galinhas numa segunda-feira de manhã, encarar fila de banco, passear por aí com uma lista de material escolar e depois sair, debaixo de chuva, por um bairro inteiro, toda carregada, procurando um roupão de princesa para a aula de natação da filha.
É que, como é de conhecimento público, minha filha agora acha que é uma princesa.
(Cá entre nós, nem pega bem eu negar que, dentro desta casa, ela é mesmo.)
Em dezembro teve a sua fase bailarina e logo depois virou a Branca de Neve - ou Princesa Neve, como ela dizia. Desde o Natal, o must é a Cinderela.
(Eu não aguento mais a Cinderela! Não aguento mais! Não aguento mais! Mesmo assim, é lindo e eu fico toda derretida quando ela pede preu ver um pouco com ela, por favor...)
Então as aulas dela recomeçam - Deus seja louvado por isso - daqui a uma semana, e a SuperMãe ataca novamente.
Ante esse furor filial pelas princesas - eu evito pensar nas conseqüências psicológicas futuras - já enfrentei várias caminhadas ao longo das ruas de cidade atrás da mochila das princesas do tamanho certo (e do preço mais em conta), da etiqueta para a mochila das princesas, do chinelo de dedo; enfim, de toda essa parafernália toda. Sim, eu dou meu rico e escasso dinheirinho para grandes multinacionais. O mundo não seria nada se não fossem mães como eu, nem as lojas de bijouteria existiriam se não fossem por nós, também, as mulheres cafonas - mas isso é outro assunto.
E eu estava lá, desde novembro, paquerando uma loja que para mim seria o sonho dos sonhos se eu fosse uma criança - toda especializada em fantasias para uso diário - mas que não dá para ficar freqüentando; só eu pudesse cometer desperdícios como, às vezes, gostaria. E, um dos ítens dessa loja de sonhos que eu paquerava, era um roupão de banho, lindo, estilizado, da porra da Cinderela. Me peguei, então, no meio de um daqueles meus ataques. Já havia gasto 30 Reais a mais do que acharei que gastaria, resolvi que era lucro gastar mais 50 no raio do roupão.
(É, nesta fase, a maioria das coisas supérfluas custam 50 Reais. Só vai piorar, eu tenho certeza.)
Não é que quando eu cheguei na loja, depois de todos esses meses, com roupões de todos os tamanhos e tipos; justo hoje; não tinha o tamanho da Olívia?!?
Uma pessoa normal teria desistido.
Eu saí revirando todas as lojas do bairro procurando.
Não achei e planejei revirar mais quantos bairros precisar.
Nessas horas e nestes casos, o sorriso de satisfação dos filhos é muito, mas muito mais importante do que a soma de dinheiro ou que as bolhas nos pés e a dor nas costas.
Aliás, meu bolso detestou brincar de comprar material escolar.
É preciso ser mãe mesmo para entender tudo que a sua passava.
Ai, ai...
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