Na verdade, Caribe é apenas uma figura de linguagem, uma vez que tesão, tesão mesmo pelas ilhotas eu não tenho. Ilhota, aliás, é uma coisa que eu não freqüento nem em termos nacionais se tiver que pegar um barquinho...
Mas, enfim, dentro das minhas possibilidades atuais, quando chegam as férias - ainda que tortas - fico eu aqui, me virando do avesso, para tentar viajar o máximo que puder. Com e sem filha.
E sendo eu quem sou, antes que o mês começe, já estou com tudo programado e esquematizado e contabilizado.
Também fiquei avessa a mudanças e planos de última hora nos últimos anos.
Coisa de gente doida.
Então, começa amanhã a temporada de viagens de férias.
A primeira vai ser visita de final de semana ao meu fabuloso genitor.
Fabuloso não mora no Rio, se esconde num meio de mato no interior dele.
Interior daquele tipo raro, sabe? Daquele tipo que, na cidade, existe um bar, duas ruas, um mercado... Toneladas de nada para fazer e um milhão de invertebrados que arrepiariam os pêlinhos de qualquer patricinha depilada da Zona Sul carioca.
Para as crianças é genial.
Terreiro, gente! Alguém lá sabe, hoje em dia, o que diabos é um terreiro?
Um carramanchão?
Minha filha sabe.
Eu sei.
Ontem, quando a cigarra cantou - dizem que quando a cigarra canta é sinal de que no dia seguinte vai fazer sol - fiquei até mais felizinha; com sol, a roça é bem mais interessante...
...Além do fato de que eu comprei bóias de braço para a Licas em junho e nem vi ela usando ainda.
Enfim, lá vamos nós pro mato.
Depois, programei mais duas viagens - uma só para mim.
Nada muito chique também, mas supimpa em termos de afetividade, já que vou visitar amigos muito, muito queridos.
Só não aborreço de cair da cama toda vez que sonho com o Caribe, porque sei que serei uma velha viajadoira...
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No meio disso tudo, tem um amigo.
Um amigo com quem eu apostei outro dia mesmo, que na hora "h", quando a velhice chegar, quem há de trocar suas fraldas sou eu e não essas moças dele. Um amigo que é quase um irmão.
Mas esse amigo irmão tá mal na fita pra caramba.
Imagina que ele está baseado na Colômbia ultimamente e veio ao Rio só para as festas de final de ano. Imagina que só hoje, na véspera da partida de ambos, que iremos nos ver. Agora imagina o sabão que ele vai levar...
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Um dos maiores problemas de se viver em sociedade é esse: as pessoas atrapalham seus planos pessoais.
Eu perco horas preciosas da minha vida todos os meses organizando o meu mês (coisa de gente doida), aí, de repente, vem um sujeito que te dá bolo, outro que pede mudança de horário, outro que chega de viagem; e tudo aquilo que esquematizei fica bagunçado.
Ou eu mato essas pessoas ou páro com essa mania.
Matar as pessoas não é uma opção lá muito boa, porque, na cadeia, eu não vou poder ser uma velhota viajadoira - apesar de poder ficar lendo sem grandes interrupções.
Párar com a mania...?
Eu faço terapia; um dia isso passa.
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E tá.
Agora que Licas está mais (ativa? independente?) crescida e tem uma disposição supimpa de viver, fico eu aqui obrigada a declarar que mãe nenhuma no mundo é páreo para um período de férias.
Não me entendam mal.
Quem me conhece sabe muito bem que eu adoro a companhia da minha filha e amo poder passar tanto tempo (útil e inútil) com ela, mas, num dia de "ócio", num mísero diazinho, a pessoa já tem que cantar, dançar, desenhar, contar história, passear, cozinhar, etc,etc,etc; imagina um mês...!
Confesso, não tenho criatividade suficiente.
Não tenho grana suficiente.
Às vezes, nem paciência suficiente.
Tô me sentindo vencida pelas férias escolares.
O DVD da Cinderela já está quase furando de tanto que passa nessa tv, tem dias que tem tanto papel com desenho e tanto lápis de cor/cera espalhado pelo chão que eu tenho vontade de me mudar... Tem dias em que parece que uma ou duas bombas explodiram por aqui.
Como se não bastasse, São Pedro resolveu me presentear com semanas chuvosas.
Preciso descobrir - ou criar - um curso de sobrevivência às férias para o próximo ano.
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