sábado, maio 8

Mãe: Produto Subvalorizado

Hoje foi um dia em que meu "programa com criança" foi muito pouco louvável.
Entre arrumar a casa, limpar vidros, etc,etc,etc, só nos sobrou tempo para ir tomar sorvete no shopping - eu tomei aqueles negócios de iogurte congelado. E olha que eu nem limpei tudo!
É que eu acho o fim criança dentro de casa no fim de semana grudada na televisão, mas era isso ou ser devorada pelos coelhinhos de poeira muito em breve.
Enfim, o shopping estava lotado.
Entupido.
Amanhã é Dia das Mães.
Por enquanto, enquanto mãe, tanto faz como tanto fez ser Dia das Mães ou não.
Dia das Mães é uma coisa que a gente usa quando o filho vira adolescente pro resto da vida como desculpa para que, pelo menos uma vez por ano, ele seja obrigado a ficar grudado em você um dia inteiro e trazer pelo menos um vasinho de viletas com ele.
Aí sim, a coisa vai ficar interessante!
Por enquanto...
Mas não pude deixar de me sentir um pouco chateada com aquele movimento todo.
Se fosse Natal, Páscoa, Dia dos Namorados a maior parte das pessoas, a essa altura do campeonato já teria providenciado um presente.
Mas mãe é um ser subvalorizado.
As pessoas deixam pra comprar o presente daquela moça que se entregou de corpo, mente e alma, no sentido literal da coisa, na véspera!
Fui para a casa da minha, que aliás, já está com presente garantido há duas semanas e devidamente escondido dentro do meu armário, fato que me dá toda a autoridade para reclamar da relapsidade alheia, muito cabisbaixa...
Na volta no Metrô, não bastassem meus pés doerem e implorarem pelo gelzinho para pés cansados, dois rapagões de uns 20 anos do meu lado debatiam o assunto.
Eram sete da noite.
Um dizia que estava indo ao shopping comprar o presente de sua pobre genitora, o outro dizia que não ia comprar nada, "só umas rosas".
Facada no meu coração de mãe!
Tive muita vontade de me intrometer.
Mas, fiquei na minha, vim pra cá escrever, estudar e lamentar que as pessoas achem que a gente tem tão pouca importância na vida delas...

P.S.- Aliás, minha mãe veio com o argumento de que filhos deveriam ganhar presentes também, porque se não fosse por eles, nós não seríamos mães. Achei tão lógico que estou morrendo de culpa de não dar algo à pequena amanhã.

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