quarta-feira, julho 18


Ir assistir a um filme infantil, num shopping, nas férias e em dia de chuva, é uma tarefa para os fortes.
Tudo na sentença acima grita “programa de silvícola”, mas a pior, a pior parte mesmo do programa são – pasmem – os pais das criancinhas.
Aquelas pessoas lindas, que ignoram solenemente TODOS aqueles avisos que passam em áudio e vídeo no início da sessão; e ficam com os celulares ligados, explicam em alto e bom som para a sala inteira cada cena do filme para seu rebento, conversam livremente e levantam e sentam quando bem entendem.
Luz no escuro desvia a atenção, atrapalha.
Se a criança não entende, a gente explica no ouvido.
Falar ao mesmo tempo em que os personagens do filme – seja ele dublado ou legendado – gera conflito cerebral.
Desfilar na frente dos convivas definitivamente não é de bom tom.
Não podemos esquecer que prestar atenção se a sua criança não está, por ventura, chutando a cadeira da frente também não cai mal.
Regras de etiqueta e de convivência pública que 90% das pessoas, os pais, aquelas pessoas lindas, se esquecem de pôr em prática e repassar a seus rebentos.
O resultado disso tudo é a criação, numa projeção aritmética assustadora, de novas pessoas lindas e maravilhosas como eles; que só se lembram do direito alheio quando os seus próprios direitos são feridos.
(Porque eu não tenho a MENOR sombra de dúvida de que, se fossem outras pessoas fazendo com eles, paus e pedras iriam rolar facilmente.)
Por conta destas pessoas maravilhosas, pilares da educação; ir ao cinema, num shopping, nas férias e em dia de chuva, é uma tarefa para os muito, muito fortes; que saem muito, muito tristes.
(Porém extremamente orgulhosos da sua cria não fazer parte deste grupo medonho – Graças a Deus, Amém.)

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