Os dias vão ficando assim.
Luto para acordar.
Luto para levantar.
Luto para escrever.
A cada letra digitada, impressa no papel; duzentas surgem na cabeça; mas a luta continua.
Luto para comer, ou deixar de comer.
Luto para andar.
Luto para não parar.
A poeira se acumula; a louça se acumula; a vida se acumula.
Luto para tomar banho.
Luto para pensar e parar de pensar.
Luto para dormir.
Todo dia, o dia todo, dia após dia.
Só não luto ou reluto em desperdiçar, espalhar, deixar escorrer todo o amor.
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