Acho engraçado a forma que minha filha tem de lidar com os seus medos.
Há uns meses atrás, um coleguinha from hell fez o favor de contar pra ela a história d"A Loura do Banheiro" - uma coisa bastante precoce, se a gente levar em consideração que eles tem só 7 anos.
Foi um inferno.
Durante um mês inteiro ela não ia ao banheiro sozinha, fez xixi nas calças religiosamente.
Depois de muita conversa e muita briga, a coisa meio que voltou ao normal.
A diferença é que ela pegou esse medo dela e transformou numa brincadeira.
Agora ela inventa A Loura do Poste, A Loura da Beleza, A Loura do Cachorro - uma infinidade de louras que assombram outras coisas fora do banheiro.
A mesma coisa aconteceu com a "Cabra Cabriola", que virou até peça de teatro.
Invejo minha filha por conseguir brincar com as coisas que a amedrontam.
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Enquanto isso, na Terra Materna, meus medos e angústias foram mascarados por planos de viagem.
Tenho passado as últimas noites acertando detalhes, vendo notícias, tomando coragem e, assim, relaxando do trabalho, esquecendo a solidão esmagadora, fingindo que não vão existir tempos e dias um pouco tensos pra caramba ainda antes do ano terminar.
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