Pensamentos Imperfeitos
"Um leitor vive mil vidas antes de morrer. O homem que nunca lê vive apenas uma." George R.R. Martin
segunda-feira, outubro 21
Já tive uma filha, já escrevi um livro e plantei uma árvore.
E metade da minha vida já passou.
Ainda assim, falta muita coisa.
Ando profundamente cansada.
A primeira crise de choro veio no meu aniversário.
Agora, tem vindo sempre.
Essa semana senti claramente o cansaço. Percebi que não quero mais um ano como esse.
A estória se repete há anos.
Renata está sempre sozinha, sai com os mesmos caras, quando se apaixona toma no cu. Carrega a grande mágoa de não ser o amor de ninguém.
Renata passa o ano lutando contra a balança. Emagrece um pouco, engorda um pouco e, no fim, acaba mais gorda que no ano anterior apesar de todos os esforços.
Renata estuda. Sempre procurando alguma forma de não ficar parada, usar sua inteligência e melhorar o currículo na tentativa de arrumar um emprego e ajeitar a vida.
Renata corre atrás de emprego, preenche formulários, faz entrevistas, mas, de alguma forma, nunca é chamada.
Renata faz malabarismos com dinheiro. Tenta fazer o dinheiro dar, é a Rainha da economia doméstica.
Renata limpa tudo sozinha, já que não tem dinheiro para chamar uma faxineira. Por ser pequena e a casa grande, nada fica tão limpo quanto ela gostaria.
Renata cuida da filha sozinha. Resolve coisas de escola, de médico, de vida, moral e bons costumes. Levanta a cabeça e encara todas as pedreiras.
Renata não pode ficar doente.
Renata não pode ficar deprimida.
Renata tem que dar conta ainda de uma mãe, uma tia, um outro braço de família todo que já está ficando velho e ela tem que agradar.
Renata não pode ficar cansada.
Mas está.
E não aguenta mais esse ciclo.
Acabou o saco, acabou a saúde pra isso.
Renata está muito cansada.
E metade da minha vida já passou.
Ainda assim, falta muita coisa.
Ando profundamente cansada.
A primeira crise de choro veio no meu aniversário.
Agora, tem vindo sempre.
Essa semana senti claramente o cansaço. Percebi que não quero mais um ano como esse.
A estória se repete há anos.
Renata está sempre sozinha, sai com os mesmos caras, quando se apaixona toma no cu. Carrega a grande mágoa de não ser o amor de ninguém.
Renata passa o ano lutando contra a balança. Emagrece um pouco, engorda um pouco e, no fim, acaba mais gorda que no ano anterior apesar de todos os esforços.
Renata estuda. Sempre procurando alguma forma de não ficar parada, usar sua inteligência e melhorar o currículo na tentativa de arrumar um emprego e ajeitar a vida.
Renata corre atrás de emprego, preenche formulários, faz entrevistas, mas, de alguma forma, nunca é chamada.
Renata faz malabarismos com dinheiro. Tenta fazer o dinheiro dar, é a Rainha da economia doméstica.
Renata limpa tudo sozinha, já que não tem dinheiro para chamar uma faxineira. Por ser pequena e a casa grande, nada fica tão limpo quanto ela gostaria.
Renata cuida da filha sozinha. Resolve coisas de escola, de médico, de vida, moral e bons costumes. Levanta a cabeça e encara todas as pedreiras.
Renata não pode ficar doente.
Renata não pode ficar deprimida.
Renata tem que dar conta ainda de uma mãe, uma tia, um outro braço de família todo que já está ficando velho e ela tem que agradar.
Renata não pode ficar cansada.
Mas está.
E não aguenta mais esse ciclo.
Acabou o saco, acabou a saúde pra isso.
Renata está muito cansada.
Preciso dormir.
Preciso emagrecer.
Preciso arrumar a casa.
Preciso estudar.
Preciso cobrir o saldo negativo do banco.
Preciso deixar de ter esperança.
Preciso de alguém que cuide de mim.
Preciso descansar.
Preciso viajar.
Preciso ver meus amigos.
Preciso beijar mais a minha filha.
Preciso beijar mais.
Preciso de tanta coisa...
...E o tempo só passa e vai embora.
Nada muda, nada se resolve.
Preciso emagrecer.
Preciso arrumar a casa.
Preciso estudar.
Preciso cobrir o saldo negativo do banco.
Preciso deixar de ter esperança.
Preciso de alguém que cuide de mim.
Preciso descansar.
Preciso viajar.
Preciso ver meus amigos.
Preciso beijar mais a minha filha.
Preciso beijar mais.
Preciso de tanta coisa...
...E o tempo só passa e vai embora.
Nada muda, nada se resolve.
quinta-feira, outubro 10
segunda-feira, outubro 7
quarta-feira, outubro 2
TPM é uma coisa escrota.
O primeiro pensamento que se lembrou de ter hoje foi: esquece isso; não vai dar certo.
A parte que acha que nunca mais vai ser amorzinho, amorzão, momô ou qualquer corruptela do gênero para outra do pessoa de outro gênero acordou furiosa.
É um caso curioso.
Com ele, não existe coragem.
Não existindo coragem e existindo mau olhado, macumba, feitiçaria ou qualquer corruptela do gênero, talvez a melhor coisa, a mais segura e mais sã seja mesmo desistir.
Parar de sonhar, de tentar acreditar, de tentar tentar.
O corpo está inchado.
Quanto mais e maior é o desejo de que ele desinche e diminua, mais ele cresce, alarga e incha.
Um fenômeno.
Uma hora se desiste de tudo, uma hora grita, uma hora ri, o corpo inchado dói, uma hora a irritação é maior que tudo, todos e ela própria.
Ela não está bonita.
Melhor desistir dele, do coração partido - que certamente virá - de se perfumar, de agradar o outro amante que nem amante é.
Melhor desistir, diz seu coração.
O primeiro pensamento que se lembrou de ter hoje foi: esquece isso; não vai dar certo.
A parte que acha que nunca mais vai ser amorzinho, amorzão, momô ou qualquer corruptela do gênero para outra do pessoa de outro gênero acordou furiosa.
É um caso curioso.
Com ele, não existe coragem.
Não existindo coragem e existindo mau olhado, macumba, feitiçaria ou qualquer corruptela do gênero, talvez a melhor coisa, a mais segura e mais sã seja mesmo desistir.
Parar de sonhar, de tentar acreditar, de tentar tentar.
O corpo está inchado.
Quanto mais e maior é o desejo de que ele desinche e diminua, mais ele cresce, alarga e incha.
Um fenômeno.
Uma hora se desiste de tudo, uma hora grita, uma hora ri, o corpo inchado dói, uma hora a irritação é maior que tudo, todos e ela própria.
Ela não está bonita.
Melhor desistir dele, do coração partido - que certamente virá - de se perfumar, de agradar o outro amante que nem amante é.
Melhor desistir, diz seu coração.
sábado, setembro 28
Eu tinha perto de 10 anos.
Naquele tempo, meninas de 10 anos or so podiam voltar pra casa sozinhas de ônibus coisa e tal.
No meu caminho de casa tinha uma loja de animais - naquela época elas ainda não se chamavam pet shops - e um dia eu me apaixonei por um filhote de poodle (pasmem).
Juntei dinheiro da mesada, pedi permissão e levei ele pra casa.
Um bichinho minúsculo, preto, de cabelinho desgrenhado.
Chamei de Bruce, em homenagem ao Bruce Lee.
Eu nem tinha visto nenhum filme do Bruce Lee na vida, mas meu pai gostava dele, eu tinha (cofcof) issues com a figura paterna, Freud explica, coisa e tal.
Infelizmente, em coisa de uma semana Bruce morreu.
De repente teve uma tremenda diarréia, passou mal e morreu.
Ele tinha escolhido fazer cocô debaixo de uma cama, então ninguém percebeu que ele estava doente.
Eu fiquei tão mortalmente triste quanto uma garota de 10 anos pode ficar.
Até então, minha mãe tinha me deixado ter periquitos de estimação, que amos e convenhamos não são exatamente bichinhos interativos.
E a tristeza foi tão grande que, em coisa de um mês eu ganhei uma outra cachorrinha que me trouxe muita alegria e foi minha grande companheira por quase 18 anos e ainda pariu mais dois que foram cachorrinhos incríveis.
Mas isso é outra estória...
Fato é, no meio disso tudo eu esqueci do Bruce.
Enterrei no jardim do prédio, chorei e esqueci.
Aí essa semana, 26 anos e três cachorros depois, eu resolvi dar de presente pra minha filha um cachorro.
Um vira lata lindo pretinho, gente boníssima, que trouxe pra mim uma alegria esquecida lá longe...
No título ele é dela, mas quem passa os dias com ele sou eu e um amor gigante começou.
E aí minha mãe me lembrou do Bruce.
E aí eu não consigo mais ficar em paz.
Passo metade do tempo me certificando que o bichinho está vivo, que ele vai conseguir chegar à sexta vacina bem e sobreviver conosco.
É muito, muito parecido com o parto de uma criança humana - a sobrevivência é a coisa mais importante de todas; também a mais angustiante.
Disse-me a veterinária que ele só vai poder ir na rua daqui a dois meses.
Disse-me a veterinária que clinicamente ele está muito bem.
Queria que ela também tivesse dito que eu vou ficar clinicamente bem.
Foram só 4 dias até agora, mas eu vejo o quão importante já é esse pequeno serzinho na nossa vida.
Eu quero que ele viva.
Para a minha.
Para mim.
Conosco.
Não quero que ele seja nosso por uma, duas semanas.
Quero que seja por uma, duas décadas.
E eu não ligo se isso é uma espécie de egoísmo.
Mas a psicose podia pegar mais leve...
Naquele tempo, meninas de 10 anos or so podiam voltar pra casa sozinhas de ônibus coisa e tal.
No meu caminho de casa tinha uma loja de animais - naquela época elas ainda não se chamavam pet shops - e um dia eu me apaixonei por um filhote de poodle (pasmem).
Juntei dinheiro da mesada, pedi permissão e levei ele pra casa.
Um bichinho minúsculo, preto, de cabelinho desgrenhado.
Chamei de Bruce, em homenagem ao Bruce Lee.
Eu nem tinha visto nenhum filme do Bruce Lee na vida, mas meu pai gostava dele, eu tinha (cofcof) issues com a figura paterna, Freud explica, coisa e tal.
Infelizmente, em coisa de uma semana Bruce morreu.
De repente teve uma tremenda diarréia, passou mal e morreu.
Ele tinha escolhido fazer cocô debaixo de uma cama, então ninguém percebeu que ele estava doente.
Eu fiquei tão mortalmente triste quanto uma garota de 10 anos pode ficar.
Até então, minha mãe tinha me deixado ter periquitos de estimação, que amos e convenhamos não são exatamente bichinhos interativos.
E a tristeza foi tão grande que, em coisa de um mês eu ganhei uma outra cachorrinha que me trouxe muita alegria e foi minha grande companheira por quase 18 anos e ainda pariu mais dois que foram cachorrinhos incríveis.
Mas isso é outra estória...
Fato é, no meio disso tudo eu esqueci do Bruce.
Enterrei no jardim do prédio, chorei e esqueci.
Aí essa semana, 26 anos e três cachorros depois, eu resolvi dar de presente pra minha filha um cachorro.
Um vira lata lindo pretinho, gente boníssima, que trouxe pra mim uma alegria esquecida lá longe...
No título ele é dela, mas quem passa os dias com ele sou eu e um amor gigante começou.
E aí minha mãe me lembrou do Bruce.
E aí eu não consigo mais ficar em paz.
Passo metade do tempo me certificando que o bichinho está vivo, que ele vai conseguir chegar à sexta vacina bem e sobreviver conosco.
É muito, muito parecido com o parto de uma criança humana - a sobrevivência é a coisa mais importante de todas; também a mais angustiante.
Disse-me a veterinária que ele só vai poder ir na rua daqui a dois meses.
Disse-me a veterinária que clinicamente ele está muito bem.
Queria que ela também tivesse dito que eu vou ficar clinicamente bem.
Foram só 4 dias até agora, mas eu vejo o quão importante já é esse pequeno serzinho na nossa vida.
Eu quero que ele viva.
Para a minha.
Para mim.
Conosco.
Não quero que ele seja nosso por uma, duas semanas.
Quero que seja por uma, duas décadas.
E eu não ligo se isso é uma espécie de egoísmo.
Mas a psicose podia pegar mais leve...
quarta-feira, setembro 25
"Ninguém se lembrava no dia seguinte do que haviam conversado a noite toda. Não era importante para ninguém o que os adultos falavam. Só eram importantes os sons que iam e vinham sobre as samambaias delicadas que cercavam a varanda dos três lados. Só era importante que a escuridão enchesse a cidade como uma água negra sendo despejada nas casas, e que os charutos luzissem e as conversas continuassem sem parar."
Bradbury, R. - Licor de dente-de-leão
Bradbury, R. - Licor de dente-de-leão
terça-feira, setembro 24
quarta-feira, setembro 18
segunda-feira, setembro 16
Desço a rua com uma certa pressa.
No meio do meu caminho 3 mulheres.
Das 3 mulheres, de repente, a senhorinha com uma blusa de uma azulão muito vivo, de maquiagem forte e brincos pressão - ela me lembra minha avó - vem faminta em minha direção abanando um papel.
- Posso falar consigo um minuto?
- Desculpa, tô atrasada.
- Leva ao menos o papel...
Que eu pego e uma das companheiras da senhorinha faz questão de enfatizar com um certo tom raivoso: "Mas não joga fora!".
Não joguei.
Começa assim:
"Gostaria de conhecer a verdade?"
Pula linha.
"A verdade sobre o quê? (....)
Será que Deus se importa conosco? (...)
O que preciso fazer para Deus ouvir minhas orações?
Como posso encontrar a felicidade?"
Realmente, taí, boas perguntas.
Essas 3 aí andam fazendo parte do meu repertório de forma bastante incisiva nos últimos dois anos.
Infelizmente, as explicações do folhetinho não me convenceram.
Não, eu não vou escrever às Testemunhas de Jeová.
Mas, se alguém tiver uma resposta, agradeço.
O que eu penso sobre o assunto já tá mais ou menos espalhado por aqui...
No meio do meu caminho 3 mulheres.
Das 3 mulheres, de repente, a senhorinha com uma blusa de uma azulão muito vivo, de maquiagem forte e brincos pressão - ela me lembra minha avó - vem faminta em minha direção abanando um papel.
- Posso falar consigo um minuto?
- Desculpa, tô atrasada.
- Leva ao menos o papel...
Que eu pego e uma das companheiras da senhorinha faz questão de enfatizar com um certo tom raivoso: "Mas não joga fora!".
Não joguei.
Começa assim:
"Gostaria de conhecer a verdade?"
Pula linha.
"A verdade sobre o quê? (....)
Será que Deus se importa conosco? (...)
O que preciso fazer para Deus ouvir minhas orações?
Como posso encontrar a felicidade?"
Realmente, taí, boas perguntas.
Essas 3 aí andam fazendo parte do meu repertório de forma bastante incisiva nos últimos dois anos.
Infelizmente, as explicações do folhetinho não me convenceram.
Não, eu não vou escrever às Testemunhas de Jeová.
Mas, se alguém tiver uma resposta, agradeço.
O que eu penso sobre o assunto já tá mais ou menos espalhado por aqui...
domingo, setembro 15
Da série Coisas que Talvez Nunca Sejam Ditas...
Há mais de um ano a gente combinou ser mais presente na vida do outro.
Talvez por confiar nisso, em contrapartida, nunca precisei tanto de você na minha vida.
E, curiosamente, justo depois disso, nunca mais nos vimos.
Ontem, mais uma vez, eu procurei e precisei do seu abraço e ele não veio.
Tanto desencontro, tanta falta...
Talvez seja hora de não esperar mais pelo abraço.
Talvez seja hora de não esperar mais.
Há mais de um ano a gente combinou ser mais presente na vida do outro.
Talvez por confiar nisso, em contrapartida, nunca precisei tanto de você na minha vida.
E, curiosamente, justo depois disso, nunca mais nos vimos.
Ontem, mais uma vez, eu procurei e precisei do seu abraço e ele não veio.
Tanto desencontro, tanta falta...
Talvez seja hora de não esperar mais pelo abraço.
Talvez seja hora de não esperar mais.
O nome da vila é "Vila Imperio".
Não é uma vila bonita. É reta, meio cinza, quase nunca existe sinal de vida lá.
Logo na entrada a maior casa de todas permanece abandonada - e eu sei que se parar um dia para ficar olhando as janelas bertas do terceiro andar vou ver algum fantasma lá dentro.
Passando hoje, lá no fundo, uma senhora numa cadeira de balanço.
Tão fantasmagórica quanto o que mora lá e na minha imaginação.
Não tinha sol, logo essa não poderia ser a desculpa para tal decoração.
Só haviam os carros estacionados e imóveis de um lado.
A fonte seca no fundo.
E a velha a se balançar lentamente naquela cadeira enorme.
Olhando a vida passar.
Não é uma vila bonita. É reta, meio cinza, quase nunca existe sinal de vida lá.
Logo na entrada a maior casa de todas permanece abandonada - e eu sei que se parar um dia para ficar olhando as janelas bertas do terceiro andar vou ver algum fantasma lá dentro.
Passando hoje, lá no fundo, uma senhora numa cadeira de balanço.
Tão fantasmagórica quanto o que mora lá e na minha imaginação.
Não tinha sol, logo essa não poderia ser a desculpa para tal decoração.
Só haviam os carros estacionados e imóveis de um lado.
A fonte seca no fundo.
E a velha a se balançar lentamente naquela cadeira enorme.
Olhando a vida passar.
sexta-feira, setembro 13
quarta-feira, setembro 11
Foi só postar o texto que houve rebuliço.
A mulherada em peso apareceu, contou história, bateu palma, mas... Um, me indicou uma dieta. Vê-se logo que não entendeu porra nenhuma do que eu escrevi. Outro, amigo, ex-amante de séculos, uma pessoa que me conhece do avesso, achou lindo, me defendeu; como sempre, ofereceu o braço. Todos os outros se calaram, ou responderam ao texto inbox. Quase que imediatamente veio um: "Eu nunca te vi assim. Na verdade, eu te queria, você que não me quis. Aí eu casei."
"Só para constar, eu acho você sexy, simpática, inteligente e gostosa. E é ótima na cama."
A mulherada em peso apareceu, contou história, bateu palma, mas... Um, me indicou uma dieta. Vê-se logo que não entendeu porra nenhuma do que eu escrevi. Outro, amigo, ex-amante de séculos, uma pessoa que me conhece do avesso, achou lindo, me defendeu; como sempre, ofereceu o braço. Todos os outros se calaram, ou responderam ao texto inbox. Quase que imediatamente veio um: "Eu nunca te vi assim. Na verdade, eu te queria, você que não me quis. Aí eu casei."
"Só para constar, eu acho você sexy, simpática, inteligente e gostosa. E é ótima na cama."
Aí veio outro:
Finalizamos com a chave
de ouro:
"(...) certas partes do texto
não posso comentar mas existem controvérsias .... NÈ"
Quê que eu posso dizer?
O primeiro era o Homem
Perfeito, já falei bastante dele aqui, mas que eu não tenho tesão,
infelizmente.
O segundo, bom, nunca nem pensou em ficar
comigo, resumindo a coisa.
O terceiro aconteceu esse ano.
Eu não quis.
"Ah, mas você reclamou que não tem
namorado!"
Reclamei.
E disse 80%. E mesmo reclamando eu também tenho direito de não
querer ficar com o primeiro que aparece (que foi um dos motivos porque eu não
quis ficar com ele - um dos), ou com o segundo, ou com o terceiro, enfim...
Reclamei, mas também direito de querer ficar com alguém que eu
realmente ame, ora pipocas!
Não que a intenção do texto fosse atingir
qualquer pessoa que fosse, mas homem tem essa coisa de achar que é com ele.
Mas, como eu sou uma mulher educada, só aqui vou escrever tudo
isso.
Homens...
terça-feira, setembro 10
Outra coisa que me incomodou foi o suicídio de um músico.
O cara saiu pra jantar, chegou em casa, se trancou no quarto e deu um tiro na cabeça.
Deixou uma mulher grávida de 5 meses.
Os motivos, dizem, giram entre falta de grana e depressão.
Acho que eu posso falar das duas coisas com bastante propriedade, por isso me incomodou, por isso acho inaceitável.
Quantas vezes, meu Deus, ao longo dos anos, não passei por dificuldades financeiras. Todo mundo passa!
É terrível, é preocupante, mas não justifica tirar a própria vida.
Quantas vezes eu não fiquei mortalmente deprimida (tipo, agora)?
Depressão tem tratamento.
Um dos mais eficazes, inclusive, é ter filhos.
Já disse mais de uma vez: a partir do momento em que você tem filhos, a sua vida é deles e por eles.
Um pai, uma mãe, não podem se dar ao luxo de ficarem deprimidos.
Não podem se dar ao luxo de morrer.
Não podem se dar ao luxo. Ponto.
O cara saiu pra jantar, chegou em casa, se trancou no quarto e deu um tiro na cabeça.
Deixou uma mulher grávida de 5 meses.
Os motivos, dizem, giram entre falta de grana e depressão.
Acho que eu posso falar das duas coisas com bastante propriedade, por isso me incomodou, por isso acho inaceitável.
Quantas vezes, meu Deus, ao longo dos anos, não passei por dificuldades financeiras. Todo mundo passa!
É terrível, é preocupante, mas não justifica tirar a própria vida.
Quantas vezes eu não fiquei mortalmente deprimida (tipo, agora)?
Depressão tem tratamento.
Um dos mais eficazes, inclusive, é ter filhos.
Já disse mais de uma vez: a partir do momento em que você tem filhos, a sua vida é deles e por eles.
Um pai, uma mãe, não podem se dar ao luxo de ficarem deprimidos.
Não podem se dar ao luxo de morrer.
Não podem se dar ao luxo. Ponto.
Rolou na internet um texto da Averbuck sobre as gordas, e ele me deu uma
vontade imensa de fazer um desabafo.
A partir daqui, você ler se quiser, e, se for ler, vai entender que É um desabafo.
Gratuito.
A partir daqui, você ler se quiser, e, se for ler, vai entender que É um desabafo.
Gratuito.
Muita coisa do que ela diz ali é verdade.
A vida de gorda não é fácil. Desde bem cedo eu faço dietas, desde bem cedo as amigas tem roupas que eu não posso nem nunca vou poder ter, desde muito cedo enfrento olhares reprovadores e excludentes. Na adolescência cheguei a ouvir de um parente que “se eu não emagrecesse, ninguém ia querer me engravidar”.
A vida de gorda não é fácil. Desde bem cedo eu faço dietas, desde bem cedo as amigas tem roupas que eu não posso nem nunca vou poder ter, desde muito cedo enfrento olhares reprovadores e excludentes. Na adolescência cheguei a ouvir de um parente que “se eu não emagrecesse, ninguém ia querer me engravidar”.
Eu já dancei, sim, em muitas entrevistas de emprego por
causa disso.
Como se o tamanho da minha bunda fosse fator decisivo na minha competência.
Arrumar roupa era um suplício. Hoje melhorou um pouco; as pessoas começaram a entender que gordo não anda pelado, nem precisa vestir um saco de batata, que ele pode se vestir bem e ficar bonito. Mesmo assim, ainda é difícil.
Como se o tamanho da minha bunda fosse fator decisivo na minha competência.
Arrumar roupa era um suplício. Hoje melhorou um pouco; as pessoas começaram a entender que gordo não anda pelado, nem precisa vestir um saco de batata, que ele pode se vestir bem e ficar bonito. Mesmo assim, ainda é difícil.
As dietas continuam.
Gordo passa mais da metade da vida atrás de chazinho, dieta, suquinho, bolinha das estrelas que permitam que ele tente ser mais magro.
Há 10 meses eu tomo remédios para emagrecer. Mesmo quando emagreço, continuo gorda – é minha constituição corporal e isso não é balela – mas eu já fui mais magra e gostaria de ser de novo.
Gordo passa mais da metade da vida atrás de chazinho, dieta, suquinho, bolinha das estrelas que permitam que ele tente ser mais magro.
Há 10 meses eu tomo remédios para emagrecer. Mesmo quando emagreço, continuo gorda – é minha constituição corporal e isso não é balela – mas eu já fui mais magra e gostaria de ser de novo.
Por quê?
Porque é uma foda ver que a sua filha também é rechonchudinha e morrer de medo, de angústia, que ela venha a passar metade do que você passou a vida toda. Vivo repetindo o quanto é uma merda ser gorda e nessa de proteger ela, eu mesma acabo cobrando dela o que não quero que cobrem de mim. Porque a família pressiona, sim. Eu me pressiono.
Porque é uma foda ver que a sua filha também é rechonchudinha e morrer de medo, de angústia, que ela venha a passar metade do que você passou a vida toda. Vivo repetindo o quanto é uma merda ser gorda e nessa de proteger ela, eu mesma acabo cobrando dela o que não quero que cobrem de mim. Porque a família pressiona, sim. Eu me pressiono.
Nesses 10 meses emagreci muito pouco. Uma série de problemas
fez com que eu simplesmente não conseguisse perder peso. E todos os dias eu
sofro por isso.
De uns tempos pra cá, passei a ter vergonha de comer em público.
Muitas vezes abaixo a cabeça enquanto como pra não ver se existe outra pessoa olhando.
De uns tempos pra cá, passei a ter vergonha de comer em público.
Muitas vezes abaixo a cabeça enquanto como pra não ver se existe outra pessoa olhando.
A grande maioria dos gordos espertos que eu conheço se vira,
compensa essa “deficiência”, sendo inteligente ou bem humorado ou bom de cama –
aposto que vocês conhecem vários que são “a alma da festa”. E muitos juntam as
3 qualidades, viu?
Mas vejam o meu caso, por exemplo.
As pessoas costumam me achar simpática, inteligente até mesmo bonita de vez em quando, mas eu posso afirmar que 80% da razão deu permanecer solteira até hoje é porque os caras tem vergonha de ter uma namorada gorda.
O fã clube existe, mas eles só querem sexo.
Meus dois últimos "namoros" aconteceram inteiramente dentro do quarto.
Assumir e sair, nem pensar!
O cara namora uma mulher burra, o cara namora uma mulher feia, o cara namora uma mulher filha da puta, mas gorda não pode.
Já ouvi, sim, muita gente dizer que é desleixo.
Pode ser, mas pode não ser.
Mas vejam o meu caso, por exemplo.
As pessoas costumam me achar simpática, inteligente até mesmo bonita de vez em quando, mas eu posso afirmar que 80% da razão deu permanecer solteira até hoje é porque os caras tem vergonha de ter uma namorada gorda.
O fã clube existe, mas eles só querem sexo.
Meus dois últimos "namoros" aconteceram inteiramente dentro do quarto.
Assumir e sair, nem pensar!
O cara namora uma mulher burra, o cara namora uma mulher feia, o cara namora uma mulher filha da puta, mas gorda não pode.
Já ouvi, sim, muita gente dizer que é desleixo.
Pode ser, mas pode não ser.
Sim, é uma questão de saúde; mas, a minha, por exemplo, é
impecável.
A vida de gorda não é fácil, e eu podia escrever bem mais
sobre isso.
Também não quero que ninguém pense que somos coitadinhos – como eu disse ali em cima, o gordo se vira.
Também não quero que ninguém pense que somos coitadinhos – como eu disse ali em cima, o gordo se vira.
Só pensem nisso na próxima vez que resolverem olhar
enviesado pra um.
Olhem além da capa.
Olhem além da capa.
domingo, setembro 8
Ser mãe é uma foda.
No sentido literal.
Tava agora assistindo um seriado e aí chega uma garota de 15 anos e tenta seduzir o pai da garotinha que ela é babá. Toma uma cerveja, dá uma rebolada daquela gostosa... Aí meu estômago embrulhou.
Embrulhou porque eu pensei na minha filha.
Embrulhou porque pensei que não quero ela fazendo isso tão nova.
Embrulhou porque eu lembrei que aos 15 eu já fazia essas coisas.
Você bota uma pessoa no mundo e é isso, as coisas vão acontecer você querendo ou não, porque essa jóia a gente não pode manter dentro de uma caixinha dentro de casa.
E isso é uma foda.
No sentido literal.
Tava agora assistindo um seriado e aí chega uma garota de 15 anos e tenta seduzir o pai da garotinha que ela é babá. Toma uma cerveja, dá uma rebolada daquela gostosa... Aí meu estômago embrulhou.
Embrulhou porque eu pensei na minha filha.
Embrulhou porque pensei que não quero ela fazendo isso tão nova.
Embrulhou porque eu lembrei que aos 15 eu já fazia essas coisas.
Você bota uma pessoa no mundo e é isso, as coisas vão acontecer você querendo ou não, porque essa jóia a gente não pode manter dentro de uma caixinha dentro de casa.
E isso é uma foda.
sexta-feira, setembro 6
Foi ensinado, alguém planta na cabeça das pessoas normais, que é preciso planejar a vida.
Fazendo um retrospecto, nunca planejei nada; saí fazendo.
(Um batalhão de merda, mas saí fazendo...)
Mesmo hoje, que tudo parece ajeitadinho, certo e no calendário, não sou minimamente capaz de dizer como vai ser ano que vem.
Até semestre passado o plano era um; hoje é outro; no próximo semestre tudo pode mudar de novo - amanhã tudo pode mudar.
A vida vai passando, as coisas vão acontecendo, e eu continuo a Rainha do Improviso.
Fazendo um retrospecto, nunca planejei nada; saí fazendo.
(Um batalhão de merda, mas saí fazendo...)
Mesmo hoje, que tudo parece ajeitadinho, certo e no calendário, não sou minimamente capaz de dizer como vai ser ano que vem.
Até semestre passado o plano era um; hoje é outro; no próximo semestre tudo pode mudar de novo - amanhã tudo pode mudar.
A vida vai passando, as coisas vão acontecendo, e eu continuo a Rainha do Improviso.
quinta-feira, setembro 5
Se ano passado foi ruim, esse, que já está quase no fim, tá dando de mil a zero nele.
Aí, como não poderia deixar de ser, vem a fase da autocomiseração.
Que eu acho que tenho mais que direito.
Porque eu queria entender - do fundo do meu útero - que grande cagada fiz eu nessa ou em outra vida pra conseguir bater todos os recordes de pagamento de taxa kármica.
Não é possível que a vida seja sempre esta grande merda.
Eu tento animar, sigo em frente, choro pouco, sofro muito, mas corro atrás.
E fico correndo, correndo, Forrest Gump style, num loop eterno...
...E porra nenhuma de paz.
Paz no coração, paz no bolso, paz na saúde.
Tudo parece meio arruinado, amaldiçoado e assombrado.
Todo mundo consegue ser feliz e amado.
Menos eu.
Aí, como não poderia deixar de ser, vem a fase da autocomiseração.
Que eu acho que tenho mais que direito.
Porque eu queria entender - do fundo do meu útero - que grande cagada fiz eu nessa ou em outra vida pra conseguir bater todos os recordes de pagamento de taxa kármica.
Não é possível que a vida seja sempre esta grande merda.
Eu tento animar, sigo em frente, choro pouco, sofro muito, mas corro atrás.
E fico correndo, correndo, Forrest Gump style, num loop eterno...
...E porra nenhuma de paz.
Paz no coração, paz no bolso, paz na saúde.
Tudo parece meio arruinado, amaldiçoado e assombrado.
Todo mundo consegue ser feliz e amado.
Menos eu.
"(...) subi numa cadeira e observei a multidão de esqueletos potenciais. Em oitenta anos estaríamos todos mortos. Vivíamos, por falta de opção, como se não fosse assim, como se não estivéssemos sós, como se não existisse o momento quando cada um de nós veria que a vida havia acabado, que corríamos sem freio contra um muro de tijolos."
segunda-feira, setembro 2
Primeiro eu sonhei que saíam coisas nojentas de um machucado já cicatrizado.
"Você poderá ter perdas, causadas por conselhos de amigos mal-orientados.
Quem sonha com isso pode arriscar a sorte no bicho: vaca"
Depois eu sonhei com os meu irmãos. O que não ando falando (nem falei no sonho) e a minha irmã, que procurava emprego em um hospital.
"(...) se você sonhar que está conversando com seu irmão aí neste caso já significa que você terá boa notícias e melhoras na vida. Se você está passando por uma situação mais complicada, um problema financeiro, saúde, quando sonhar com uma conversa entre você e seu irmão, comemore, boas novas estão por vir."
Por fim, sonhei que ganhava charutos de presente.
"Receber um (presente): alguém que está distante vai se comunicar por carta ou telefonema.
Fumar (Charuto): sua imagem entre seus amigos está melhorando."
Coincidentemente, no dia seguinte acabei indo tomar um café com um amigo numa charutaria. E meu pai telefonou.
Agora, o resto aí, ainda tô esperando...quinta-feira, julho 25
quinta-feira, junho 13
Primeiro eu comecei a me sentir uma espécie de Rapunzel - trancada na torre.
Depois, há uma semana, mais uma vez dancei numa seleção de emprego - e comecei a me sentir um desperdício de espaço no mundo.
Aí não sei, talvez tenha sido um novo alinhamento, talvez tenha sido outra coisa, mas começou a pintar uma esperança qualquer.
No dia em que assumi para mim que tinha virado uma noviça (voto de pobreza, castidade e drug free) contra a minha vontade, saí da torre.
Lá fora me esperavam beijos, abraços, elogios, amigos.
O caos ainda reina e eu continuo pobre, mas, de repente, talvez por um alinhamento, fiquei um pouquinho mais feliz.
Depois, há uma semana, mais uma vez dancei numa seleção de emprego - e comecei a me sentir um desperdício de espaço no mundo.
Aí não sei, talvez tenha sido um novo alinhamento, talvez tenha sido outra coisa, mas começou a pintar uma esperança qualquer.
No dia em que assumi para mim que tinha virado uma noviça (voto de pobreza, castidade e drug free) contra a minha vontade, saí da torre.
Lá fora me esperavam beijos, abraços, elogios, amigos.
O caos ainda reina e eu continuo pobre, mas, de repente, talvez por um alinhamento, fiquei um pouquinho mais feliz.
sexta-feira, maio 24
"Não tem nada mais ridículo do que uma pessoa tentando convencer outra. Trabalhei com persuasão minha vida toda, a persuasão é o maior câncer do comportamento humano. Ninguém nunca devia ser convencido de nada. As pessoas sabem o que querem e sabem do que precisam. (...) Não tenta me dissuadir. (...) Não tenta me persuadir. Persuadir uma pessoa a não seguir o coração é obsceno, a persuasão é uma coisa obscena, a gente sabe do que precisa (...)"
Daniel Galera, Barba Ensopada de Sangue.
Daniel Galera, Barba Ensopada de Sangue.
quinta-feira, maio 23
Uma pessoa que, de repente, entra na sua rotina à fórceps.
Você ama, ela faz parte da sua vida, mas agora ela está ali, no meio da sala, quando você dorme, quando você acorda, quando você come.
É por pouco tempo, mas você pensa se não há de enlouquecer.
Você não sabe mais viver com outra pessoa.
Uma pessoa que, de repente, se encanta com você.
Você acha ela legal, mas não caiu dura de alucinação quando esteve com ela.
Você não sabe se são as cicatrizes que deram queloide, se foi o longo tempo na clausura, só sabe que toda essa vontade não é partilhada por você.
Você desaprendeu a se relacionar com outra pessoa.
Uma pessoa que, de repente, atrapalha a sua vida.
Você pediu, ela faz parte da sua vida, a culpa é toda sua e dos deuses que te armaram essa e ainda não explicaram por quê.
É a pessoa mais difícil com a qual você já topou na sua vida toda, que te obriga a ser a maior tocadora de castanhola do Brasil.
Uma pessoa que faz o que bem quer e acha que você pode fazer mágica, que nunca pensa que você tem outra vida também.
Você aprendeu a sufocar a vontade de matar outra pessoa.
Você ama, ela faz parte da sua vida, mas agora ela está ali, no meio da sala, quando você dorme, quando você acorda, quando você come.
É por pouco tempo, mas você pensa se não há de enlouquecer.
Você não sabe mais viver com outra pessoa.
Uma pessoa que, de repente, se encanta com você.
Você acha ela legal, mas não caiu dura de alucinação quando esteve com ela.
Você não sabe se são as cicatrizes que deram queloide, se foi o longo tempo na clausura, só sabe que toda essa vontade não é partilhada por você.
Você desaprendeu a se relacionar com outra pessoa.
Uma pessoa que, de repente, atrapalha a sua vida.
Você pediu, ela faz parte da sua vida, a culpa é toda sua e dos deuses que te armaram essa e ainda não explicaram por quê.
É a pessoa mais difícil com a qual você já topou na sua vida toda, que te obriga a ser a maior tocadora de castanhola do Brasil.
Uma pessoa que faz o que bem quer e acha que você pode fazer mágica, que nunca pensa que você tem outra vida também.
Você aprendeu a sufocar a vontade de matar outra pessoa.
terça-feira, maio 21
Era de manhã.
Fui tomar café ao som das marteladas devastadoras da obra do apartamento ao lado.
A cozinha meio que tremia e eu resolvi espiar a parede.
Já andava com medo dela cair.
Nessa manhã ela tinha caído.
Não toda, mas um buraco que não estava ali no dia anterior agora a adornava.
Compunham o quadro os pedaços de tinta e cimento que caíram no chão e um olho que me olhava do outro lado.
No meio de todos os pedidos de desculpas e paciência, desabei a chorar.
Chorei como não chorava há mais de um ano.
Chorei andando na rua, chorei andando no metrô, chorei digitando no computador...
Chorei por 5 horas ininterruptas.
Eu sabia, desde o início, que aquela água toda não era por causa do buraco.
O buraco era a cereja do bolo.
A água era por minha causa.
Eu chorava por mim e todas as coisas ruins que andavam acontecendo na vida.
De noite, uma dor de cabeça quase terminou o serviço de explodir com a minha cabeça.
Foi preciso um buraco para que meu buraco se abrisse e saísse de dentro dele tudo de Mal que havia no mundo.
Fui tomar café ao som das marteladas devastadoras da obra do apartamento ao lado.
A cozinha meio que tremia e eu resolvi espiar a parede.
Já andava com medo dela cair.
Nessa manhã ela tinha caído.
Não toda, mas um buraco que não estava ali no dia anterior agora a adornava.
Compunham o quadro os pedaços de tinta e cimento que caíram no chão e um olho que me olhava do outro lado.
No meio de todos os pedidos de desculpas e paciência, desabei a chorar.
Chorei como não chorava há mais de um ano.
Chorei andando na rua, chorei andando no metrô, chorei digitando no computador...
Chorei por 5 horas ininterruptas.
Eu sabia, desde o início, que aquela água toda não era por causa do buraco.
O buraco era a cereja do bolo.
A água era por minha causa.
Eu chorava por mim e todas as coisas ruins que andavam acontecendo na vida.
De noite, uma dor de cabeça quase terminou o serviço de explodir com a minha cabeça.
Foi preciso um buraco para que meu buraco se abrisse e saísse de dentro dele tudo de Mal que havia no mundo.
quarta-feira, maio 15
É um conjunto muito grande de coisas.
Tratamento pra doença, tratamento pra emagrecer, tratamento pra parar de fumar, tratamento pra desencantar...
Hoje eu tive "alta" de um dos médicos que está me acompanhando. Isso foi bom.
Ainda falta uma parte, infelizmente.
Tenho tentando seguir a dieta, mas a falta de grana, a falta de amor, a falta vem atrapalhando.
Tudo bem, daqui a pouco tudo se estabiliza.
Comecei bem o primeiro dia tentando parar de fumar - no caso, por enquanto, policiar e diminuir; o parar vem mais à frente - mas falhei também, epicamente agora à noite graças ao ciúme, esse monstro que eu tento dominar há tantos anos, mas que sempre acaba me assolando quando eu menos espero.
O desencanto também vai mal, obviamente.
E o prognóstico é que as coisas não melhorem nas próximas semanas.
Tudo isso devia me desanimar, e desanima, mas, mesmo assim, tem essa estranha calma, essa vontade de continuar, essa certeza de que tudo vai melhorar.
Nos últimos 6 meses eu fui lá embaixo, eu quase fui, mas resolvi voltar.
Voltar, ficar e esperar tudo ficar bem de novo.
Tratamento pra doença, tratamento pra emagrecer, tratamento pra parar de fumar, tratamento pra desencantar...
Hoje eu tive "alta" de um dos médicos que está me acompanhando. Isso foi bom.
Ainda falta uma parte, infelizmente.
Tenho tentando seguir a dieta, mas a falta de grana, a falta de amor, a falta vem atrapalhando.
Tudo bem, daqui a pouco tudo se estabiliza.
Comecei bem o primeiro dia tentando parar de fumar - no caso, por enquanto, policiar e diminuir; o parar vem mais à frente - mas falhei também, epicamente agora à noite graças ao ciúme, esse monstro que eu tento dominar há tantos anos, mas que sempre acaba me assolando quando eu menos espero.
O desencanto também vai mal, obviamente.
E o prognóstico é que as coisas não melhorem nas próximas semanas.
Tudo isso devia me desanimar, e desanima, mas, mesmo assim, tem essa estranha calma, essa vontade de continuar, essa certeza de que tudo vai melhorar.
Nos últimos 6 meses eu fui lá embaixo, eu quase fui, mas resolvi voltar.
Voltar, ficar e esperar tudo ficar bem de novo.
sexta-feira, abril 19
Passei os últimos dois meses achando que ia morrer de doença.
Hoje achei que ia morrer de tristeza.
As palavras que iam me salvar hoje não vieram.
Continuo triste, chorei um bocado; mas não morri nem de um, nem de outro.
Vou levar um bocado de tristeza pra vida agora.
Mas, reset, restart, bola pra frente.
Hoje achei que ia morrer de tristeza.
As palavras que iam me salvar hoje não vieram.
Continuo triste, chorei um bocado; mas não morri nem de um, nem de outro.
Vou levar um bocado de tristeza pra vida agora.
Mas, reset, restart, bola pra frente.
quinta-feira, abril 4
sexta-feira, março 15
A lei do Karma é aquela lei que ajusta o efeito a sua causa, ou seja, todo o bem ou mal que tenhamos feito numa vida virá trazer-nos consequências boas ou más para esta vida ou próximas existências. A lei do Karma é imodificável, e é conhecida em várias religiões como “justiça celestial”.
Tá demais, bicho...
Tá demais...
Tá demais, bicho...
Tá demais...
terça-feira, março 12
sexta-feira, março 8
If never I met you
I'd never have seen you cry
If not for our first "Hello"
We'd never have to say goodbye
I'd never have seen you cry
If not for our first "Hello"
We'd never have to say goodbye
If never I held you
My feelin's would never show
It's time I start walkin'
But there's so much you'll never know
My feelin's would never show
It's time I start walkin'
But there's so much you'll never know
I keep telling you hard luck woman
You ain't a hard luck woman
You ain't a hard luck woman
Rags, the sailor's only daughter
A child of the water
Too proud to be a queen
A child of the water
Too proud to be a queen
Rags, I really love you
I can't forget about you
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
I can't forget about you
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
Before I go let me kiss you
And wipe the tears from your eyes
I don't wanna hurt you, girl
You know I could never lie
And wipe the tears from your eyes
I don't wanna hurt you, girl
You know I could never lie
I keep telling you hard luck woman
You ain't a hard luck woman
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
You ain't a hard luck woman
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
Rags, the sailor's only daughter
A child of the water
Too proud to be a queen
A child of the water
Too proud to be a queen
Rags, I really love you
I can't forget about you
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
I can't forget about you
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
You'll be a hard luck woman
Baby, till you find your man
Oh yeah, bye bye, so long, don't cry
I'm just packin' my bags, whoo, leavin' you
Bye bye, bye bye, bye bye, baby, don't cry
I gotta keep on movin', yeah movin'
Bye, bye my baby
Ooh, don't cry, lady, oh
I'm just packin' my bags, whoo, leavin' you
Bye bye, bye bye, bye bye, baby, don't cry
I gotta keep on movin', yeah movin'
Bye, bye my baby
Ooh, don't cry, lady, oh
Assinar:
Postagens (Atom)